Tudo que o mundo clamava não acontecerá. Não bastasse a justa eliminação do Barcelona ontem para o Chelsea e hoje o Real Madrid também sucumbiu diante do Bayern de Munique. A vitória merengue por 2 a 1 levou a decisão para os pênaltis, após a insistência do placar durante a prorrogação. Porém, os galáticos falharam nas cobranças, pararam em Neuer, e também dão adeus ao torneio.
Cristiano Ronaldo, autor dos gols merengues, deu sua contribuição para a eliminação ao desperdiçar sua cobrança. Kaká, que entrou no segundo tempo, provou porque é banco no time e é ignorado por Mano Menezes. Detalhe: também errou seu pênalti. Sérgio Ramos imitou Elano e isolou. O festival de pênaltis perdidos também teve duas cobranças alemãs.
Não vou repetir o quanto eu considero ridículo perder pênalti. Prefiro focar no fato de que no final o Bayern foi mais competente. Neuer, um verdadeiro paredão, credencia-se a ser um novo Oliver Kahn. A forma como defendeu os tiros de CR7 e Kaká mostram muito talento, frieza, reflexo.
Importa dizer que tal como Chelsea, o Bayern não se abalou - mesmo dois gols atrás - fez seu golzinho precioso com Robben e seguiu brigando de igual para igual. Por vezes foi até superior.
A chance que o Bayern tem nas mãos é única, rara. É uma oportunidade não só de novamente erguer o título mais cobiçado da Europa, mas de lavar a honra do futebol alemão.
Desde 2002 a Alemanha coleciona alguns fracassos consideráveis. É elogiada, paparicada, endeusada pelo futebol apresentado, qualidade do time, isso e aquilo e, na hora do vamos-ver, pipocava. Vice na Copa 2002, 3º lugar nas Copas 2006 (em casa) e 2010. Vice da Eurocopa 2008. O próprio Bayern perdeu a Champions League 09-10 para a Inter de Milão.
Ou seja, novamente o futebol alemão terá uma chance de se projetar no cenário mundial e tirar parte dos holofotes que insistem em apontar para a Espanha. E com isso não quero focar somente em Real Madrid e Barcelona. Basta dar uma olhadinha na Liga Europa e ver quais clubes estão nas semi-finais.
Quanto à final, vislumbro um duelo semelhante ao de 2010 contra a Inter. Enquanto os italianos, dirigidos por Mourinho, jogavam fechadinho e exploravam o contra-ataque, o Chelsea deve seguir a estratégia usada contra Benfica e Barcelona. Os 4 a 1 sobre o Napoli nas oitavas-de-final fogem à regra pelas circunstâncias. Os ingleses precisavam reverter 1-3 no placar. Além disso, terá 4 desfalques importantes para a decisão: Ivanovic, Terry, Ramires e Raul Meireles.
O Bayern também terá desfalques: Alaba, Badstuber e o bom Luiz Gustavo. No entanto, contará com campo, torcida, apoio...óbvio que o favoritismo é todo alemão. Diria até que o Bayern tem a obrigação cívica de ser campeão. Uma análise fria induz a essa estranha lógica.
Mas como enxergar o virtual campeão quando ele sequer estaria na final, não é mesmo?
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