sexta-feira, 30 de maio de 2014

Brasileirão-14 - Rodada #8

Lá se vai a 8ª rodada! Para o bem do campeonato, o Brasileirão não abriu um abismo entre o bloco de cima e o de baixo. Ainda não está exatamente claro quem briga pelo que posto que 3 pontos são mais que suficientes para promover uma verdadeira algazarra na tabela. 

Então, chega de blablabla e vamos aos destaques dessa jornada:


CERVEJA GELADA


CORINTHIANS - Depois de amargar a quentura da breja aqui no blog por algumas vezes é hora de gelar a guela! No Canindé, vitória magra, apertada, chorada contra o Cruzeiro, vulgo líder do Brasileirão. Guerrero soltou a bota de longe. A bola foi quicando, quicando e Fábio aceitou. Ou seja, um gol 100% Peru. O trifunfo protocolar recoloca o Timão na zona do agrião, também conhecido por G-4, com 15 pontos, um atrás da Raposa, ainda líder isolada.

INTERNACIONAL - Cerveja gelada não pelo resultado em si, posto que vencer a Chapecoense em casa por 2 a 0 não é nada mais que obrigação. Mas a vitória valeu o 15º ponto, o G-4 e ver a liderança mais perto graças à derrota do Cruzeiro.

ATLÉTICO MINEIRO - Bela vitória do Galo por 2 a 0 sobre o Fluminense. O Atlético vai a 14 pontos, cafunga no cangote do G-4 que conta com o próprio Fluminense (15 pontos). Dátolo, em grande fase, e Tardelli balançaram as redes.



CERVEJA QUENTE


FLAMENGO - Mandou a partida contra o ex-lanterna Figueirense no Morumbi. E os catarinenses são ex-lanternas porque surpreenderam os cariocas e marcaram seu segundo gol no campeonato que valeu o empate por 1 a 1. O Flamengo cai para a 17ª posição e abre o Z-4 com 7 pontos.

CORITIBA - O Brasileirão tem um novo lanterna! O Coxa tem incríveis 0 vitórias em 8 jogos e foi promovido à condição de lanterna do campeonato. Com apenas 4 empates, perde para o Figueirense nos critérios de desempate (os catarinenses ganharam uma). Nessa rodada, derrota para o Criciúma por 1 a 0, em Santa Catarina.

PALMEIRAS - Pouco tempo de preparação para o jogo contra o Botafogo em razão do clima no Sul do país. Partida disputada na longínqua Presidente Prudente. Wesley expulso. Enfim, um belo cenário para um dia infeliz para o Verdão que culminou com a derrota por 2 a 0 para o Botafogo. 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Botecadas

LUSA RUMO À C? - O começo de Série B que a Portuguesa faz é realmente espantoso. Tudo bem que o time da Lusa é meio medonho mas daí ter conquistado somente 5 pontos em 8 jogos é assustador. Atualmente na vice-lanterna, a situação da Lusa só não é pior porque o 8º colocado, o América-RN, tem 10 pontos. Ou seja, dá para se salvar e tal. Mas dá pinta de que vai brigar lá embaixo por toda a Segundona.

SANTOS À FRENTE - Após a excelente campanha no Paulista cruelmente vitimada pelo Ituano, o Peixe caiu de produção e desenvolveu um vício perturbador: empatar. No Brasileirão, empatar nem sempre é bom negócio. Pois lá vem o Santos com 8 pontos e 5 empates em 7 jogos. Pouco menos de 6 meses de trabalho e Oswaldo vive um momento de questionamento no Santos, com direito a troca de farpas em público. Bom, o treinador não mexeu substancialmente na estrutura do time. Assim, se a equipe joga mal ou não consegue produzir decentemente no ataque não deve ser culpa exclusiva do treinador. Agora o Santos perde Cícero, peça fundamental para Oswaldo. Dessa bagunça toda transparece o empenho conjunto de comissão técnica, jogadores e diretoria em deixar o Santos inofensivo no meio da tabela para pensarem em 2015 cada um no seu canto. 

RICARDO GARECA - O novo técnico do Verdão é o argentino Ricardo Gareca, ex-Vélez. Fez um trabalho digno por lá. Ajudou a ganhar títulos nacionais, conseguiu formar uma base decente no time argentino. Se considerarmos que nos últimos anos o futebol nacional da Argentina vem conseguindo ser pior que o nosso, Gareca pode dar certo no Palmeiras (entenda-se ganhar alguma coisa). No entanto, não se esqueça que o Palestra teve Muricy Ramalho, Luxemburgo, Felipão e, apesar do Paulistão-08 e da Copa do Brasil-12, conseguiu ser rebaixado. Em suma: deixem o cara lá uns 2-3 anos trabalhando sossegado antes de trocar por outro Kleina da vida.

MUNDIAL DE CLUBES 2014 - Após o milagre realizado pelo Real Madrid na final da Champions é de se esperar que os merengues disputem a final do Mundial de Clubes no final do ano. Agora, pergunto: Contra quem? Se a Libertadores surreal que temos não permite apontarmos um campeão aqui, imagine prever se ele estará na final do Mundial. Bolívar, San Lorenzo, Nacional Querido e Defensor podem ter problemas contra algum Monterrey, Mazembe ou Raja Casablanca da vida. A única certeza é que será um Mundial bem divertido neste aspecto.


segunda-feira, 26 de maio de 2014

Brasileirão-14 - Rodada #7

Mais uma rodada que se vai! Vamos aos destaques!



CERVEJA GELADA


CRUZEIRO - Nem mesmo a queda nas quartas da Libertadores foi capaz de abater o bom elenco do Cruzeiro. Assumiu a liderança isolada do Brasileirão com 16 pontos após vencer o Internacional, em Caixas, por 3 a 1 com direito a virada! Grande início da Raposa franca candidata ao bicampeonato.

ATLÉTICO PARANAENSE - Venceu o clássico contra o Coritiba por 2 a 0 e sobe para a 10ª posição com 9 pontos. Ganha ânimo para as próximas duas rodadas pré-Copa.

CHAPECOENSE - Favorita ao descenso, a Chapecoense venceu seu primeiro jogo no Brasileirão. A vítima foi o Palmeiras, que caiu na Arena Condá por 2 a 0. A equipe catarinense permanece na zona da degola com 5 pontos, mas é uma vitória a ser celebrada. Sabe-se lá quando pode aparecer outra, né?



CERVEJA QUENTE


BOTAFOGO - Recebeu o Vitória no Moacryrzão e ficou no 1 a 1. Com 5 pontos conquistados e ostentando a 17ª posição, que abre o Z-4,, o Fogão já esboça os primeiros indícios de que vai brigar lá embaixo. 

FIGUEIRENSE - Segunda derrota seguida após aquela surreal vitória sobre o Corinthians. Dessa vez, perdeu em casa para o surpreendente Goiás por 1 a 0. Lanterna com 3 pontos somados em 21 disputados, precisa de um milagre para manter-se na elite.

ATLÉTICO MINEIRO - No Ipatingão, o Galo viu sua ascensão esbarrar no Criciúma. O empate por 0 a 0 não é de todo ruim, mas não deixa de ser frustrante. O Atlético passa a ocupar 9ª colocação com 11 pontos, 2 atrás do G-4. 



sexta-feira, 23 de maio de 2014

Brasileirão-14 - Rodada #6

Mais uma rodada que se vai. Agora restam apenas 3 jornadas até a parada para a Copa do Mundo. Vamos ver quem se deu bem e mal desta vez:

CERVEJA GELADA


FLUMINENSE - O grande nome da rodada, com certeza! No duelo de tricolores no Maraca, virada com direito a goleada para cima do São Paulo! Voltou para o segundo tempo perdendo por 2 a 1 mas a noite era de Walter. O gordinho deitou e rolou, literalmente! Fez dois gols! Wagner, Sóbis e o zagueiro Lucão (contra) fecharam o caixão: 5 a 2, fora o baile. Rogério Ceni e Pato descontaram para os paulistas.

CRUZEIRO e GRÊMIO - Já curados da queda na Libertadores, Cruzeiro e Grêmio venceram e dividem a liderança com 13 pontos. A Raposa derrotou o Sport por 2 a 0, enquanto o Tricolor gaúcho bateu o Botafogo por 2 a 1, de virada.

CRICIÚMA - Importante vitória do Criciúma sobre a Chapecoense no duelo catarinense. O triunfo por 1 a 0 catapulta os carvoeiros para a 12ª colocação com 7 pontos. 



CERVEJA QUENTE


CORINTHIANS - Novamente o Timão é destaque negativo. Mais uma decepção em seus domínios. No Canindé, o Corinthians ficou no 1 a 1 com o Atlético Paranaense. Com isso, a equipe paulista já soma 3 jogos sem vitória. Olho aberto enquanto o G-4 ainda está a 3 pontos.

FLAMENGO - Outro mandante que decepcionou novamente. O Mengão já havia perdido em casa na rodada passada para o São Paulo. Agora, amargou um empate por 1 a 1 com o Bahia, gol sofrido aos 46 do segundo tempo. E saiu barato, pois o Tricolor foi muito superior. Para piorar, o rubro-negro carioca conta somente 5 pontos, ou seja, apenas 1 de vantagem para o Z-4.

VITÓRIA - Para fechar, outro mandante que dançou. O Vitória perdeu em casa para o Atlético Mineiro por 3 a 2. Segunda derrota seguida dos baianos em sua cancha. Estacionou nos 5 pontos e também vê o Z-4 mais perto.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Brasileirão-14 - Rodada #5

5 rodadas e 15 pontos disputados depois a tabela começa a esboçar quem vai brigar pelo que.
Vejamos então os destaques desta 5ª rodada:


CERVEJA GELADA


GOIÁS - Era meu favorito a Z-4. Porém, faz um belo início de Brasileirão. Encarou o Botafogo praticamente em campo neutro (Juiz de Fora-MG) e venceu por 2 a 0, gols de Ramon e Danilo, ambos na segunda etapa. O clube esmeraldino dorme no G-4 com 10 pontos. 

GRÊMIO - Outro clube de também vai a 10 pontos e entra na zona da Libertadores é o Grêmio. Em casa, o Tricolor Gaúcho penou para vencer o Fluminense por 1 a 0, gol de Rodriguinho. 

PALMEIRAS - Perdeu Kardec, demitiu Kleina, não sabe quem virá e não vive seus melhores dias. Mesmo em meio a tanta tormenta o Verdão venceu. 3 preciosos pontos trazidos de Salvador contra o Vitória graças ao gol de Marquinhos Gabriel e às excelentes intervenções de Fábio, novo titular da meta palestrina. Palmeiras sobe para 9 pontos e entra na bagunça lá cima.



CERVEJA QUENTE


CORINTHIANS - Inauguração do Itaquerão. Festa. Empolgação. Time lá em cima na tabela e tal. Expectativa em torno de quem faria o primeiro gol, aquela coisa toda. Pois é. Só esqueceram de avisar o Figueirense. O ex-pior time do campeonato surpreendeu. Após 4 jogos sem vitória e sequer ter o gosto de gritar gol, o Figueirense bateu o Timão em sua nova casa. Água no chope corintiano servido por Giovanni Augusto, autor do único gol do jogo.

SANTOS - O mando de jogo era seu e cada um faz o que quer com seu mando, certo? Dito isso, o Santos recebeu o Atlético Mineiro na Arena Pantanal. E tudo ia bem. Vencia por 1 a 0, gol de Cícero. Só que foi vitimado por um ex-santista. André comandou a virada do Galo pra cima do Peixe: 2 a 1. Início decepcionante do time paulista que mais prometeu pelo desempenho no Paulistão.

ATLÉTICO PARANAENSE - Tudo bem que encarar a Chapecoense aparentemente está virando sinônimo de jogo ruim pela frente. Mas empatar em casa com os catarinenses é assinar um atestado de quem não quer ir muito longe nesse Brasileirão. Tanto que a diretoria do Furacão acaba de anunciar a demissão do técnico Miguel Ángel Portugal. Dias de tormenta por aí...

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Um novo Libertador

Para nossa alegria, a Libertadores ganhou um ingrediente espetacular nesta edição. Todos os quatro semifinalistas jamais venceram a competição. Sequer à final chegaram. Sim, há um novo Libertador entre nós. Porém, como identificá-lo?

Nas últimas temporadas foi fácil perceber o campeão dar mostra de sua predestinação. Como esquecer a linda triscada de dedo que Cássio deu na bola de Diego Souza, ou mesmo o pênalti defendido por Victor nos acréscimos?  

Agora, diante de tantas coincidências cósmicas, fica impossível apontar quem é o escolhido. Sem contar o fator janela de transferências que pode roubar algum destaque pontual das equipes.

Eis os jogos de volta e os motivos que credenciam cada um ao tão sonhado título. E palpites.


ARSENAL DE SARANDÍ 0 x 0 NACIONAL - O Nacional Querido novamente elimina um time argentino em solo hermano. Depois de despachar o Vélez, os paraguaios fecharam a casinha e suportaram a pressão do Arsenal garantindo, assim, presença nas semifinais da Libertadores. Apesar do franco domínio argentino, Nacho Don fez boas defesas e brecou o ímpeto dos mandantes. A meia-cancha nacionalófila controlou bem o jogo e não houve maiores sustos. O copeirismo está em alta nesse time. Defende-se bem, tem traços de qualidade nos contra-ataques e quando joga em casa não se furta a atacar.


DEFENSOR 1 x 0 ATLÉTICO NACIONAL - Outra aula de contra-ataque do Defensor contra o Atlético Nacional. Precisando reverter o placar de 2 a 0, os colombianos desandaram a atacar e pressionar e fazer tudo quanto manda o protocolo, mas sempre batendo no muro violeta. Mesmo em casa, o Defensor não mostrava muito interesse em atacar e apostava nas escapadas de Gedoz para levar o caos aos cafeteros. O segundo tempo foi todo do Atlético. No entanto, a Libertadores-14 está fadada a ser de um novo Libertador. Nos 42 minutos, quando tudo era desespero e pouca tática, o Defensor encaixou um belo contragolpe nos desestruturados colombianos e coube, de novo, a Nico Olivera jogar a última pá de cal no atrevido Atlético. 

O Defensor é o mais engraçadinho dos times que restaram. Porque fazem tudo com capricho. A defesa funciona de modo exemplar e o ataque é muito competente. O contra-ataque pela esquerda com Gedoz ou Pais à direita, com o auxílio de De Arrascaeta pelo meio leva perigo constante ao adversário. 


CRUZEIRO 1 x 1 SAN LORENZO - A banda do Papa segue viva! Eliminou o bipolar Cruzeiro em pleno Mineirão. É o grande carrasco brasileiro nessa edição. Antes, bateu como quis no Botafogo e judiou do Grêmio ao eliminá-lo nos penais. Razoável considerar que o Ciclón chegou até aqui pela sua presença de espírito, digamos, iluminada. Penso que o Sumo Pontífice realiza uma novena especial durante os 90 minutos que o San Lorenzo entra em campo pela Copa. Os argentinos não tem lá um ataque muito bom mas tem uma eficácia bem pontual. Vide o gol no jogo de ida. Pois, agora, menos de 10 minutos no relógio e Piatti anota o primeiro. Pouco depois deu-se o luxo de perder outro cara-a-cara com Fábio. E o que mais pode explicar a partida estar ainda 0 a 0, Marcelo Moreno arrematar de canela, a bola sair de Torrico, carimbar as duas traves e sair? O gol de Bruno Rodrigo na parte final do jogo só serviu para iludir quem foi ao jogo. Estava claro como a água que a vaga seria do San Lorenzo desde o início.

O San Lorenzo parece um time tosco, mas tem seus trunfos. O goleiro Torrico vive grande fase. Provavelmente, efeito da bênção papal em suas luvas. Que seja. A defesa morde bem. Tem em Mercier e Piatti os pilares do meio-campo. É uma equipe iluminada e também organizada.


BOLÍVAR 1 x 0 LANÚS - A Bolívia emplaca um semifinalista pela primeira vez! O Lanús tentou o que pode, dentro de suas possibilidades. Veja, tinha Santiago Silva (isso, o El Tanque) no ataque e tal. Porém, quem brilhou foi Marchesín. O arqueiro argentino novamente fez excelentes defesas, contudo, não conseguiu evitar que Arce (família Aquele. Ex-Corinthians) fizesse o gol da redenção boliviana aos 43 do segundo tempo. Bom lembrar que Izquierdoz fez o favor de dificultar ainda mais a vida do Lanús aos 13 da segunda etapa ao ser expulso. Enfim, é Bolívar nas semi!

A campanha do Bolívar é sublime e, sim, é candidata ao título. Foi líder do grupo que degolou o Flamengo. Nas oitavas, bateu o León, outro rival de grupo, com dois empates. Detalhe: 2 a 2 fora de casa e 1 a 1 em casa. Agora, elimina um time argentino e atual campeão da Sul-americana. É uma equipe que, óbvio, conta com a altitude como principal aliada. Todavia, fora de casa, também faz seus golzinhos e não é essa moleza toda que estamos costumados a pensar dos bolivianos.


DUELOS:

NACIONAL QUERIDO x DEFENSOR 
PALPITE: DEFENSOR 

SAN LORENZO x BOLÍVAR
PALPITE: SAN LORENZO (mas torcida pelo Bolívar)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Bat-Corinthians

Terceiro colocado do Brasileirão com 8 pontos, em 12 disputados. Duas vitórias e dois empates. Boa campanha, considerando-se que o líder está apenas dois pontos à frente. Para manter-se favorito ao título e ao G-4, Mano Menezes aposta em uma tática muito simples, tão eficaz quanto perigosa: o amorcegamento.

O time fica lá atrás, esperando. Acadelado no seu campo de defesa à espera do adversário. Ele vem. O Corinthians arma seu ferrolho, rouba a bola e sai para o contra-ataque. Se não encaixar, paciência. Roda a bola um punhado de vezes até que alguém tenha um insight sobre como criar uma jogada capaz de levar perigo ao outro time.

Contudo, se com Jadson a criação já não é lá essas coisas, sem fica pior ainda. Mano Menezes abraça seu pragmatismo ainda que custe seu cargo. O desempenho do time no Majestoso de domingo foi um retrato do dérbi contra o Palmeiras no início do ano.

A equipe simplesmente não consegue sair para o ataque com desenvoltura. Parece preso por alguma força cósmica. Lá atrás, fica se fingindo de morto para enganar o coveiro. Foi o que deu certo e errado no clássico de ontem.

O São Paulo dominou boa parte da partida. Entretanto, houve momentos em que o Corinthians conseguiu acertar bons contra-ataques e pensar as tramas ofensivas com um traço de esperteza. Foi assim que saiu o gol no início do segundo tempo.

Porém, aí vem o principal defeito do time, reflexo de seu treinador. A vocação defensiva é tamanha que passou a acreditar na vitória parcial. Após o gol, o Timão absteve-se de atacar e, como um imã, atraiu o Tricolor para seu campo.

Sem sucesso nos contra-ataques, foi engolido pelo volume de jogo tricolor em que pese o bom trabalho do sistema defensivo. Só que o amorcegamento em turno integral tem um preço. Exige concentração e competência em grau máximo. Num vacilo desses, Ganso achou Luis Fabiano na área, Cássio demorou a sair, Cléber não quebrou a bola acreditando que o goleiro chegaria e o resto é história: carrinho do atacante e o empate no placar.

O meio-campo obreiro e obediente do Corinthians credencia o time ao G-4. Com a chegada do motor Elias, a transição tende a ganhar velocidade e, sobretudo, objetividade. Vai seguir favorito, claro. No entanto, é preciso que Mano e Corinthians encerrem a incessante vontade de empatar jogos, pior vilão do amorcegamento nos pontos corridos.


domingo, 11 de maio de 2014

Brasileirão-14 - Rodada #4

O Brasileirão começa a engrenar! 12 pontos já foram disputados e o sobe-e-desce na tabela começa a ser constante. 

Vejamos os destaques da 4ª rodada:


CERVEJA GELADA

INTERNACIONAL - No teste do Beira-Rio para a Copa, o Inter bateu o Atlético Paranaense por 2 a 1, de virada, e assumiu a ponta do Brasileirão. Marcos Guilherme abriu para o Furacão, enquanto D'Alessandro e Alan Patrick fizeram os gols da virada colorada que valeu a liderança isolada do campeonato com 10 pontos.

BOTAFOGO - Atropelou violentamente o Criciúma por inapeláveis 6 a 0. Emerson Sheik, duas vezes; Daniel, três vezes; e Wallyson deram a primeira vitória ao Botafogo na competição. Alma lavada!

FLUMINENSE - O Fluminense confirma o ótimo início no Brasileirão-14 com mais uma vitória. Os 3 pontos tiveram sabor especial já que foram conquistados sobre o rival Flamengo. Fred e Chiquinho anotaram os gols do triunfo tricolor por 2 a 0 que catapulta o clube para a vice-liderança com 9 pontos.


CERVEJA QUENTE

CORITIBA - Em casa, foi derrotado pelo Sport por 1 a 0, gol de Rithely. Os pernambucanos estão se mostrando um visitante bastante indesejável. 

CATARINENSES - Criciúma goleado no Maracanã no sábado. No domingo, Chapecoense e Figueirense foram derrotados em casa. Seus carrascos foram, respectivamente, Grêmio (2 a 1) e Santos (2 a 0). O trio consta no G-4 e já é certo que vão brigar até o fim contra a degola. Vale dizer que o Figueira não pontuou e não marcou um gol sequer.

FERNANDA COLOMBO - Uma linda bandeirinha. Gostosa e tudo o mais. Mas horrível na sua função. No meio de semana, abusou dos erros e minou uma série de jogadas do São Paulo em jogo válido pela Copa do Brasil. Neste domingo, assassinou impiedosamente um contra-ataque do Cruzeiro que poderia lhe valer o empate no clássico contra o Galo, que venceu por 2 a 1. Outro erro crasso em dois jogos seguidos. Quantos mais será preciso até que seja afastada?

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Libertadores Vorazes

Venho falar da Libertadores. Das batalhas travadas pelos campos espalhados pela América do Sul não se tira nenhuma conclusão após o término desses primeiros 90 minutos, senão uma: é uma Libertadores especial.

Já havíamos alertado quanto à edição sui generis desse ano, todavia, é certo que depois dos jogos de ida desta semana aumenta-se a expectativa em relação a termos uma semi-final com representantes de países que há muito não lembram o que é erguer La Copa.

Há, sim, certa efervescência sobre a concreta possibilidade de paraguaios, uruguaios e até bolivianos conquistarem o título.

Observem:


NACIONAL 1 x 0 ARSENAL DE SARANDÍ - O Nacional Querido ficou todo assanhado com a primeira participação nos mata-matas da Libertadores! Em casa, bateu o Arsenal, também debutante nessa guerra campal pós-grupos por 1 a 0, gol de Orué. Um placar magro para ambos. Os paraguaios mereciam melhor sorte, uma vitória mais elástica. Criaram um bom punhado de oportunidades tendo inclusive desperdiçado um pênalti. Pelo lado argentino houve também um bocado de investidas nos contra-ataques que poderiam ter culminado no providencial empate. A partida de volta na Argentina será outra prova de fogo ao copeirismo de ambos. Enquanto o Nacional Querido resguarda-se na vantagem do empate, Martín Palermo terá de ministrar uma aula magna de Libertadores para que seu Arsenal siga vivo na Copa e não seja outra vítima paraguaia, né, Vélez?


ATLÉTICO NACIONAL 0 x 2 DEFENSOR - O jogo mais alucinante e atraente das quartas-de-final teve um resultado improvável. Mais que improvável, implacável. A Libertadores tem dessas coisas. Em uma partida que o Atlético Nacional atacou impiedosamente, foi vitimado por dois contra-ataques mortais que podem ter que custado a eliminação. Era sabido que são dois times leves, com dois-três jogadores de frente que tratam a redonda com o devido respeito. Pelo lado cafetero, Cárdenas, Cardona e Duque espezinharam o quanto puderam a defesa uruguaia. Fechadinho, o ferrolho uruguaio só ameaçou no primeiro tempo em dois tiros perigosos do brasileiro Gedoz. De Arrascaeta não estava em um dia inspirado. Já a segunda etapa foi toda colombiana. A trave foi sua maior traiçoeira impedindo dois tentos. E em duas escapadas, o ataque violeta foi letal. Pais, de cabeça, e Olivera (depois de receber, tropeçar, cair, levantar e chutar) deram ao Defensor o privilégio de até perder o jogo de volta em casa por um gol de diferença.


SAN LORENZO 1 x 0 CRUZEIRO - Na conta do chá, Los de Papa venceram o Cruzeiro por 1 a 0. Novamente é possível colocar o triunfo na conta da benção papal ou no fator casa, pois o ataque propriamente dito não merece predicados de destaque. Apesar de controlarem boa parte do jogo, pouco ameaçaram Fábio. Nas três grandes chances, uma entrou e as outras duas pararam no arqueiro da Raposa. Bipolar como de praxe, o Cruzeiro dá outra dose cavalar de sopa para o azar. Pouco incisivo e alterando os seguidos erros em cada contra-ataque com alguma frouxidão na marcação. O placar é reversível. Contudo, cautela. Assim também era para o Grêmio.


LANÚS 1 x 1 BOLÍVAR - Catarse na Bolívia. O Lanús, sob a batuta de Schelotto, começou em cima dos visitantes ciente de que teria que vencer para não ter que passar por maiores infortúnios na altitude de La Paz. Abriram o placar logo aos 7 minutos com Benítez, mas pararam por aí. O Bolívar foi se soltando e novamente mostrou qualidade no desenrolar do jogo. Sofreu alguma pressão, porém administrou com a sabedoria de quem sabe que pode reverter o prejuízo em sua casa, alguns milhões de pés acima do nível do mar. Lá pelos quarenta e acréscimos, sabe-se-lá-o-que passou pela cabeça do meia Ferreira. Pegou a bola e, provavelmente com intuito de isolá-la longe o bastante para que o árbitro encerrasse logo a peleja depois do tiro de meta, mandou um canudo de longe. O tirambaço foi certeiro no gol. Marchesín, bom goleiro, ainda chega a tocá-la sem nada interferir seu destino. Sim, amigos, a Bolívia está perto de emplacar um dos seus entre os 4 melhores do continente.


Pelo panorama apresentado, o Brasil (leia-se Cruzeiro) não merece levar o título mais uma vez, ainda que isso custe um feito inédito na história da competição. Nosso representante sequer merece persistir na competição pelo que se prontificou a jogar ao longo do torneio. 

A invasão argentina nas quartas, com 3 times, tem entre eles o San Lorenzo. Seria bacana ver banda do Papa libertadora da América. Porém, foram os hermanos os últimos a erguerem o trofeu antes da hegemonia brasileira (Estudiantes, 2009).

Os últimos triunfos de Paraguai e Uruguai vieram, respectivamente, com o Olímpia em 2002 e Nacional no longínquo ano de 1988. Colombianos ainda se recordam do feito do Once Caldas em 2004. Bolivianos? Zero conquistas.

Finalmente uma Libertadores realmente imprevisível!

Semana que vem saem os semifinalistas. Depois disso, parada para a Copa do Mundo. Que pena.

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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Crente na descrença

Ontem Felipão formalizou a convocação dos 23 atletas que vão representar o Brasil na Copa do Mundo em pouco mais de um mês. Como já se previa, a Seleção mais sal, sem sabor, sem polêmica, sem absolutamente nada dos últimos anos foi chancelada por Scolari em uma cerimônia na qual o protocolo deu lugar ao tédio. À expectativa em saber que Henrique será o quarto zagueiro, Victor o terceiro goleiro, Maxwell na reserva de Marcelo, além de Hernanes e Jô no grupo. Muito chato, muito previsível, muito duvidoso. Talvez esse seja o trunfo para o hexa.

As conquistas de 1994 e 2002 vieram após muita desconfiança. A relação de amor e ódio que temos com a Seleção Brasileira é posta à prova a cada quatro anos. Parece que ficou a clara impressão de que o Brasil precisa vir sob crise, pressão e desconfiança para superar-se em 7 jogos e calar 200 milhões de cornetas.

Estão ai as campanhas de 2006 e 2010 que não nos deixa mentir. O quadrado mágico de Parreira e o time pilhado de Dunga, que chegava à Copa com inúmeros títulos na bagagem, cederam. Chegaram embalados e caíram. Vá lá que o escrete de Dunga era demasiado controverso, porém os resultados davam respaldo ao comandante de chamar quem bem entendesse.

Um fenômeno semelhante ocorre com Felipão. Paizão da Família Scolari, Felipão está fechado com os que fecham com ele. Pegou o bonde andando, faturou a Copa da Confederações ano passado e ganhou o direito de fazer o que quiser nessa Seleção.

Não é de hoje que essa Seleção também sofre de uma bipolaridade às avessas. O time é bom. O elenco é bom. É extremamente cativante. Só que não empolga. Pelo menos não a mim. Sem uma pimentinha, uma intriga, uma ausência de alguém ungido pelo clamor popular força meu olhar para que eu analise o Brasil com um toque de desconfiança.

A euforia em torno da Copa e da expectativa de levar o título em casa me faz duvidar da capacidade desse time que surpreendeu nas Confederações-13. Entretanto, pouco menos de um ano depois, às vésperas do Mundial, não se reinventa. Todo mundo sabe o time de cor e salteado. E até saca as alterações a serem feitas pelo desenrolar da partida. 

Sobram tanto pragmatismo e coerência a ponto de questionar se não é o caos o elemento faltante. Isso. O caos, a zona, o barulho, a azucrinação, a tensão do povo sobre a convocação, preparação e escalação cria uma atmosfera favorável à motivação do grupo, que sedento por vingança, ganhará a Copa só para terem o deleite e a satisfação de terem ido à forra. E felizes, contentes todos ostentam seus sorrisos alegres pelo tapa na cara sofrido à base de pura psicologia reversa.

É complexo. Não reputo bom sinal chegarmos tão tranquilos, tão eufóricos na Copa. Esse mar de tranquilidade e Felipão "paz e amor" preocupa. Muito. Bem, quem sabe aí resida o trunfo que tanto queremos. A Seleção com esses 23 chamados sob a égide da Lei do Não Tem Tu, Vai Tu Mesmo corrobora tudo que sento.

O grupo é bom, o time é bom. Mas, é isso? É Fred? É Jô? É Luiz Gustavo? É Henrique? É sério?

Pior que é. Além disso, provavelmente é esse cenário cinzento que confere à Seleção Brasileira alguma chance razoável de levantar o caneco pela sexta vez.


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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Ensaio sobre a bipolaridade

O juiz apita o final do jogo. Perco o olhar no campo na imensidão de um infinito intervalo entre 3 e 5 segundos. Enquanto os jogadores mal esboçam os cumprimentos e sua retirada aos vestiários eu estou ali me recuperando de uma bola na trave que poderia nos ter dado a vitória, os 3 pontos, a salvação, quiçá o título e tentando, em vão, disfarçar minha decepção e revolta em ter perdido dois pontos em casa. Conheço bem essa estranha sensação e hei de conviver com ela ao longo de mais uma temporada.

É assim desde 2009. Na ressaca do tricampeonato brasileiro, o São Paulo especializou-se ano após ano em ser um time revestido de uma bipolaridade irritante. Atualmente, esse maldito transtorno é perceptível em outros clubes mas nem de longe se compara ao estrago que faz no Tricolor.

Terceira rodada do Brasileirão e lotamos o Pacaembu para o duelo contra o Coritiba. Muricy decide ousar e aposta no que denomina ou acredita ser um esquema tático com 4 atacantes dos quais apenas 2 prezam pelo trato aceitável com a redonda, Pato e Luis Fabiano. De Osvaldo e Pabón espera-se muita correria e que não ponham tudo a perder. Atrás, uma linha defensiva no qual Luis Ricardo e Rodrigo Caio posicionam-se lado a lado. Ou seja, simplesmente um oásis para o adversário. Um território fadado a gerar calafrios e sustos nos tricolores cada vez que a bola por lá resolve se meter.

Não vem ao caso perder tempo dizendo que saímos na frente, tomamos a virada e somente empatamos graças a alguma entidade divina ter iluminado o improvável Ademílson que, provavelmente em razão de uma fisgada no cérebro, esticou a perna, encobriu o goleiro e anotou um golaço. No derradeiro lance, o mesmo Ademílson mostra qualidade até então dormente no cruzamento que encontrou Luis Fabiano. Nosso camisa 9 omisso durante 90 minutos apostou tudo naquela último lance. Esgueirou-se todo para cabecear uma bola que caprichosamente opta por encontrar a trave em um ângulo preciso o suficiente para não dar rebote a Pato.

Quando o árbitro trilou o apito e pôs termo àquele sofrimento, e tendo encerrada a busca pela vitória tão certa em nossas mentes, lembrei das últimas temporadas. Tão repletas de pretensões vitimadas por uma incompetência tão nossa, tão particular que hoje nem nos surpreendemos tanto quando tropeçamos em nossos próprios passos novamente.

Somos tão oscilantes que no final de um ano terminamos campeões e favoritos a levar a próxima Libertadores, já no outro brigamos contra o rebaixamento. Nossa diretoria é ardil o bastante para reforçar seu ataque com Pato e Kardec, porém esquece o quão nosso sistema defensivo é precário. As temerárias saídas de bola com Rodrigo Caio, saber que as opções para a direta se resumem a Douglas, Luis Ricardo ou mediante improvisação de Paulo Miranda, ver uma volância capenga, incapaz de conter o ávido ataque adversário compõe um complexo teste cardíaco realizado diversas vezes em pouco mais de 90 minutos.

Estamos de saco cheio em olhar para o elenco individualmente e nos encher de esperança em ver em campo algo que possa ser chamado de time de futebol. Cansamos de ver aquele motim de jogadores em campo perdidos e esperar que alcancem vitórias e títulos somente porque há no banco o semblante de Muricy Ramalho. É inadmissível entrarmos favoritos em todo tipo de competição e dela ser despachado por adversários melhor organizados que exploram com eficiência nossa própria arrogância.

Quantos Libertad, Avaís, Coritibas, Pontes Pretas, Penapolenses serão precisos para que o São Paulo pare com essa estranha obsessão em jogar contra seu próprio torcedor? Ganhar e perder, aceitamos, é do jogo. Mas não em casa. Não para a Penapolense. Não para o Coritiba. Não assim. Não tão agora.

Sei que o Brasileirão é um campeonato difícil, nivelado por níveis controversos, recheado de vais e vens. É cedo para jogar a tolha. Sim, podemos. Veja nosso elenco! Olha o Kardec chegando! Temos o Muricy! Ainda não perdemos, veja só! Estamos a menos de 3 pontos dos líderes! Vamo, São Paulo!

Bem, 3 rodadas se foram. São 5 pontos em 9 disputados. Não, não é ruim. Podia ser melhor. É. Vamos ver. Mas, puts, se aquela bola entrasse...


Brasileirão-14 - Rodada #3

Ah, o Brasileirão.

Mal começou e já gera todo tipo de revolta e euforia.

Foi uma rodada bem interessante pois deu uma bagunçada legal na tábua de classificação.

Chega de blábláblá, vamos aos destaques:


CERVEJA GELADA

CORINTHIANS - Venceu a Chapecoense, na Arena Condá, por 1 a 0 graças a um gol pra lá de duvidoso de Guerrero. Polêmicas à parte e 3 pontos no bolso, o Timão pula para a liderança virtual do Brasileirão com 7 pontos., seguido por um batalhão de outros três times com a mesma pontuação.

CRUZEIRO - A força do elenco do Cruzeiro não se limita ao papel. Jogando em território neutro - estádio Mané Garrincha, na longínqua Brasília - os reservas da Raposa deram cabo do Atlético Paranaense. O triunfo por 3 a 2 sobre o Furacão mantém os mineiros no G-4 com 7 pontos. E quarta tem titulares na Liberta contra Los de Papa.

FLAMENGO - Virada com direito a goleada sobre o Palmeiras! O Verdão abriu o placar com Wesley. Paulinho igualou para o Mengão. Henrique, estreante, colocou o Palestra na frente. Daí em diante, só deu Flamengo. O segundo tempo foi todo carioca. Márcio Araújo - o próprio - empatou, comemorou etc e tal. A revolta palmeirense foi ainda maior após Alecsandro anotar duas vezes e fechar a conta: 4 a 2. Flamengo contabiliza seu 4º ponto enquanto o Palmeiras estacionou nos 3 pontos.


CERVEJA QUENTE

SANTOS - O vice do Campeonato Paulista ainda ecoa no Peixe. Apesar de ter sido a sensação do Estadual, o Santos simplesmente não engrenou. Em 3 rodadas, 3 empates e apenas um gol marcado.  

FLUMINENSE - Derrotado em pleno Maracanã pelo Vitória, por 2 a 1. Não só perdeu a liderança como deixou o G-4. 

FIGUEIRENSE - 3 jogos, 0 gols marcados, 0 pontos conquistados. É o lanterna isolado do Brasileirão. Para piorar, o carrasco desta rodada foi outro catarinense: o Criciúma, que venceu por 1 a 0, gol de Silvinho.

ATLÉTICO MINEIRO - Excepcionalmente, uma quarta opção aqui no Cerveja Quente pelo conjunto da obra. Eliminado da Libertadores no meio de semana, o Galo caiu novamente no Horto. Derrota para o Goiás, 1 a 0. Além do revés, viu Jô sair machucado ainda no primeiro tempo. Tempos nebulosos por aí.




sexta-feira, 2 de maio de 2014

Era uma vez na América

2014. Há pouco perdemos Luciano do Valle. E a Morte parece ter retornado de sua hibernação disposta a ceifar mais algumas vidas pelos campos da América Latina. Como vimos, Lanús x Bolívar já estavam certos nas quartas-de-final. Mas ainda restavam pelejas a serem disputadas América Latina adentro.

Sem Boca, sem River, mas 3 argentinos nas quartas. Apenas 2 campeões dentre os 8 classificados, as quatro melhores campanhas da primeira fase já eliminadas, somente um brasileiro. Não tem jeito: essa Libertadores é a mais imprevisível e surreal dos últimos anos.

VÉLEZ SARSFIELD 2 x 2 NACIONAL - Debutante na segunda fase da Libertadores, o Nacional Querido plagiou La Puente Negra e protagonizou a maior zebra dessa edição. A magra vitória conquistada no Paraguai permitia que o Nacional jogasse pelo empate em solo hermano. E assim foi. O Vélez pressionou de todas as formas, mas esbarrou no bem postado time paraguaio. Defendia com garra e buscava prender a bola no ataque para gastar o precioso tempo. Nos quinze minutos finais o jogo pegou fogo. Os argentinos abrem o placar aos 29. Quatro minutos depois, o Nacional iguala de pênalti. Com um jogador a menos, o Vélez anota o segundo e ainda precisava de outro para avançar. Porém, no último lance, com outro atleta expulso e o goleiro no ataque para buscar o gol da classificação, os argentinos sofrem um contra-ataque letal que culminou no empate paraguaio e em mais uma eliminação precoce e, de certo modo, vexatória.


UNIÓN ESPAÑOLA 0 x 1 ARSENAL DE SARANDÍ - Unión Española e Arsenal fizeram um jogo bastante parelho. Um duelo muito interessante, principalmente pelos treinadores envolvidos. Sierra montou um time bem chato pelo lado chileno, só que não soube superar a própria bipolaridade tampouco explorar dignamente o fator casa. Já os argentinos esbanjaram raça e disposição, ou seja, o mínimo que se espera de uma equipe que tenha Martín Palermo na casamata. Braghieri, aos 21 da segunda etapa, fez um gol à feição dos bons tempos de seu treinador e garantiu a classificação argentina às quartas.


ATLÉTICO MINEIRO 1 x 1 ATLÉTICO NACIONAL - No confronto mais atrativo dessa fase em nossa análise, o Galo caiu no próprio Horto. Precisou de apenas 20 minutos para Fernandinho abrir o placar. Havia tempo de sobra para buscar reverter o marcador. Entretanto, faltou sorte e tranquilidade para superar os cafeteros que assustaram e obrigaram Victor a intervenções importantes novamente. Quando tudo parecia levar aos pênaltis ou ao segundo gol do Galo, no 43º minuto do segundo tempo, Cardona cruzou, Victor espalmou mal, para o meio, e deixou a bola na medida para Duque chegar empurrando para as redes e encerrar o sonho do bicampeonato. Tardelli, substituído, reclamou bastante de ter sido substituído. Levir sacou Fernandinho quando este fazia uma partida aceitável. Bom, parece claro que o técnico já inicia seu trabalho no Galo em crise e sob a desconfiança geral após tal atrito e eliminação.


DEFENSOR 2 x 0 THE STRONGEST - nos pênaltis: 4 a 2 para o Defensor. - A dupla De Arrascaeta e Gedoz segue impossível e ganhou um aliado na expedição pela América: Oliveira. Tinham uma missão ingrata de reverter a derrota por dois gols na altitude boliviana. Foi na segunda etapa que tudo aconteceu. De Arrascaeta recebeu, invadiu a área, driblou o goleiro e mandou para as redes. Menos de 5 minutos depois, Oliveira acertou belo chute de fora da área e igualou o placar agregado. Nas penalidades, 4 a 2 para os uruguaios e fim do sonho boliviano de ter outro representante nas quartas-de-final.


GRÊMIO 1 x 0 SAN LORENZO - nos pênaltis: 4 a 2 para o San Lorenzo - Só há um responsável pela classificação do San Lorenzo e esse alguém é Mario Bergoglio, vulgo Papa. O Grêmio foi muito superior, criou chances infinitas, pressionou, perdeu gols (Barcos, em noite terrível, perdeu duas grandes chances) e batia de frente na barreira invisível erguida pelo Sumo Pontífice alguns mil quilômetros pra lá do oceano. Em um momento de vacilo papal, Rodriguinho cruzou e a bola encontrou a cabeça de Dudu. Gol do Grêmio a pouco menos de 10 minutos do fim. Foi inevitável a decisão do destino de ambos parar na marca da cal. E aí, brilhou fé hermana. Barcos e Maxi Rodríguez pararam em Torrico, os argentinos converteram todos os tiros e avançam às quartas.

CERRO PORTEÑO 0 x 2 CRUZEIRO - Chiqui Arce flertou forte com as quartas. Muito forte. Uma pena que do outro lado estava o Cruzeiro. Ao longo da Libertadores, a Raposa se mostrou extremamente bipolar. Nessa fase não foi diferente. Não restava outra escolha ao Cruzeiro senão atacar. E ao Cerro, travar o jogo ao seu bel prazer. Lá pelos 32 do segundo tempo, os gandulas já gozando licença prêmio e tal, Bruno Rodrigo é expulso. Armou-se o cenário para mais um paraguaio nas quartas. Eis que a sorte resolve sorrir e solucionar o transtorno maldito que inexplicavelmente acomete o clube mineiro. Dedé, 3 minutos depois, acha um gol de cabeça e tumultua o final do jogo. O jogo de gato e rato havia se invertido a 10 minutos do fim. Então, devidamente atordoados e precisando do gol que levaria a disputa para os pênaltis, o Cerro se lançou ao ataque. Não apenas fracassou como viu Dagoberto dar o golpe de misericórdia aos 48 minutos e manter a Raposa no torneio.


QUARTAS DE FINAL:

DUELO: NACIONAL x ARSENAL DE SARANDÍ - O Nacional Querido surpreendeu pela luta e aplicação em campo. Defende-se com dedicação e o modo simplório como avança é revestido de alguma eficiência. O Arsenal é todo entrega e disposição. Longe de ser um time de primor técnico, aposta no principal ingrediente para triunfar na Copa: raça. 

PALPITE: ARSENAL

DUELO: ATLÉTICO NACIONAL x DEFENSOR - Disparado o melhor jogo dessas quartas-de-final. De um lado, Cardona e Cárdenas. Do outro, De Arrascaeta e o brasileiro Gedoz. Times que jogam para frente. Jogam e deixam jogar. Os meias trabalham bem, em que pese o ataque em si pecar constantemente nas finalizações. 

PALPITE: ATLÉTICO NACIONAL

DUELO: SAN LORENZO x CRUZEIRO - O instável e longe de ser confiável Cruzeiro sobrevive. Terá pela frente a dura parada de encarar um time literalmente abençoado. Óbvio que o time brasileiro é superior no elenco, na técnica, no papel, no tudo. Mas a Libertadores não admite tamanha bipolaridade com picos preocupantes de apatia. Se tiver aprendido a lição da fase de grupos e do susto das oitavas, avança. Não sei se será o bastante para brecar o poder da fé.

PALPITE: SAN LORENZO

DUELO: LANÚS x BOLÍVAR - Último boliviano vivo tem um time enjoado. Explora a altitude com competência e se mostra abusado fora dela. Foi líder do grupo do Flamengo, só pra lembrar. Tem pela frente o atual campeão da Sul-Americana que foi se encontrando no decorrer da competição. 

PALPITE: LANÚS