quarta-feira, 30 de maio de 2012

A Seleção Brasileira e eu.

"Eu não gosto da Seleção Brasileira". É essa frase que grita em minha mente quando acompanho algum jogo da Seleção. Eu não consigo ter a mínima empolgação para torcer. Não me animo em ver "a pátria de chuteiras" desfilando seu futebol. Esse arroubo de patriotismo ao ver o escrete canarinho em campo, infelizmente, talvez, não me comove.

Busco na memória quando minha aversão pelo escrete canarinho começou e lembro de quando era ainda bem menino e vi a Seleção Olímpica de 1996 ser eliminada pela Nigéria. Óbvio que não recordo detalhes, mas lembro bem de ver o gol de Kanu e aquele clima de velório tomar conta do país. Pô, eu, no alto dos meus 8 anos sabia bem quem era o Brasil e quem era a Nigéria. Perder para a NIGÉRIA? Sacanagem! 

Engraçado. Em 1994, com 6 anos eu vi o Brasil ser tetracampeão mundial. Algumas imagens dessa Copa me marcaram bastante. Juro que se eu forçar um pouco sou capaz de lembrar, pelo menos, alguma coisinha de cada partida daquela vitoriosa campanha. Comemorei com minha família na casa da minha madrinha o feito inédito. Fogos, gritaria, sensacional!

Eu não tinha a mínima noção de tática. Para mim, importava ganhar. Se o time ganhasse era bom e estava de bom tamanho. Aquela formação de 94 que era limitada, amarrada e tão criticada despertou meu amor pelo futebol de resultado. Arte? Que mané arte! Eu quero ganhar!

E veio 1996. Depois disso, lembro de ter comemorado ironicamente a derrota para a França. É, eu ainda estava de mal do Brasil, time bobão. A partir dos anos 2000 comecei a amadurecer minha observação de futebol, a curtir mesmo a parada e em 2002 eu não tinha mais aquela birra infantil, era desdém. Não me preocupava em torcer contra. Não ia comemorar se ganhasse nem acharia de todo ruim se perdesse.

Hoje, vendo bem, aquele time tinha Felipão, que levou o time na unha construído na base do meu querido 3-5-2 (ou 7-0-3, como queiram) era composto por atletas que realmente jogavam com vontade, com culhões. Scolari peitou o país, levou quem quis e fez com que sua "família" repetisse o feito do desconfiado esquadrão do tetra.

Minha indiferença persistiu nos anos seguintes, mesmo com o penta. Ah, uma observação com cara de exceção. A Seleção somente ganhava meu apoio incondicional nos duelos contra a Argentina. No mais, tanto fazia. Afinal de contas, se o Brasil ganha, quem perde? Vou tirar sarro de quem? E quando ganha, todos ganham, ora. Não tem graça. Não me apetece.

Até que em 2006 veio o papo de Parreira e o quadrado mágico. E aquele time capenga. Muita farra na concentração, muito desinteresse, o início dos problemas físicos de Ronaldo e Adriano. E a porcaria de quadrado mágico. Parreira, técnico que admiro muito, deve ter sido forçado a escalar o time daquela forma, ninguém me tira isso da cabeça. O meio todo aberto, sem pegada, meio desorganizado, displicente. E o desdém voltou. Com aquele time especificamente eu, lá no fundinho, torci contra. Sentia-me ofendido, sem brincadeira.

Foi quando tive um surto de patriotismo. Quando Dunga assumiu o comando da Seleção e começou a colecionar massacres contra a Argentina e outras potências com um time recheado de atletas renegados, contestados, porém, besuntados no óleo da hombridade e esbanjando garra e disposição comecei a ver a Seleção com outros olhos.

O triste fim de Dunga, um vencedor com a Amarelinha seja dentro ou à beira das quatro linhas, fulminado pela ridícula cultura brasileira em se demitir treinador em razão de uma derrota inesperada (Oi? Em mata-mata de Copa a única coisa que se espera é a vitória?!) novamente me deixou órfão. 

Agora, sob a batuta de Mano, vejo o fantástico futebol brasileiro surrar o mediano time dos EUA. Vejo o rebelde Oscar jogar muita bola, Neymar e Marcelo infernizarem a zaga adversária pelo lado esquerdo. Hulk garimpar seu espaço jogando com eficiência. Torço o nariz para Damião e sua falta de tranquilidade nas conclusões ou de habilidade em fazer algo diferente do que ficar plantado no meio da zaga adversária, e com esse lado direito que parece ser o ponto fraco da esmagadora maioria dos clubes brasileiros.

Vem à tona o lance de Copa no Brasil. De construção dos estádios, dos investimentos que serão feitos, da corrupção em torno das verbas destinadas a tais fins. E fico mais puto em pensar em corrupção e toda aquela zona que fazem com o meu dinheiro. Paro e lembro que a Seleção de 70, eternamente cultuada pelo futebol apresentado, foi pano de fundo para a ditadura militar. Começo a enlouquecer ao estabelecer que o próprio futebol em si faz parte do maldito pão-e-circo que subliminarmente nos é distribuído.

Acaba o jogo. O Brasil goleia os EUA por 4 a 1. Um pênalti duvidoso, um gol de cabeça em falha da zaga e do goleiro, outros dois em belas tramas ofensivas. Sofreu um gol evitável. Um jogo agradável de se ver, bem movimentado. O juiz apita. Termino o post, atualizo o blog e vou dormir esperançoso. Agora, só faltam 7 dias para o Brasileirão voltar.






terça-feira, 29 de maio de 2012

Campo, campo meu...

A 16 dias do primeiro confronto entre Santos x Corinthians válido pelas semi-finais da Copa Libertadores uma polêmica rola solta: o local onde o Peixe exercerá seu mando de campo no jogo de ida.

Tudo começou no duelo contra o Vélez quando santistas tiveram sérias dificuldades na aquisição de ingressos para o jogo. Muitos sócios e torcedores ficaram de fora da emocionante partida que valeu a classificação do Peixe para mais uma fase decisiva da Libertadores.

Com a classificação, o apelo e a promessa de jogos pra lá de eletrizantes contra um dos seus maiores rivais deixaram o presidente santista com uma pulga atrás da orelha. Afinal, trata-se de excelente oportunidade de lucrar mais, ora. 

Contudo, a majoração significativa no valor do ingresso não é o bastante. Como dito, é um clássico, é a chance de impor ao rival mais um ano de fila. Para contar com maior apoio da torcida e maior renda a alternativa é sair da Vila Belmiro e vir a São Paulo mandar seu jogo.

Mas vale a pena?

O Morumbi comporta seus 60, 60 e poucos mil torcedores, campo amplo, gramado impecável e histórico recente favorável. Poderia ser uma boa. O estilo de jogo ofensivo e insinuante se desenrolaria melhor. Além disso, conhecendo Tite, atuar em um campo maior será crucial para abrir espaços no ferrolho do Timão. Porém, a arquibancada mais alta e distante da cancha desvirtua o conceito de "caldeirão", o que pode dar a impressão de atuar em campo neutro.

Pacaembu? Palco da final do ano passado é última das últimas alternativas. Afinal, é a casa do Corinthians. Além de conhecer bem o estádio, ainda que conte com a minoria da torcida, ali o Timão poderia se sentir mais confortável ainda.

A Vila Belmiro, casa natural do Santos, comporta aproximadamente 15 mil pessoas e tem a questão de ter muitos sócios para poucos lugares. Transferir o mando para a capital vai gerar revolta da mesma forma. No entanto, a troca, apesar de incômoda, pode ser a alternativa razoável para conseguir apoio maciço de seus adeptos.

Ao meu ver, o jogo tem que ser na Vila Belmiro. Casa é casa e ponto final. Jogar no Morumbi ou em qualquer outro lugar certamente não vai deixar o jogo com cara de "mando do Santos". Jogar na Vila lotada é a cara da Libertadores. Estádio acanhado, torcida em cima, com Neymar encapetado, então...

Mesmo analisando friamente o estilo de jogo das equipes e chegando à conclusão que a Vila Belmiro pode se tornar uma vilã para o Peixe, creio que a essa altura do campeonato o "fator casa" não pode ser suprimido mesmo às custas de um bom retorno financeiro.

Tite vai armar o time para não perder. Nas dimensões menores do glorioso Urbano Caldeira, o treinador do Timão pode conseguir mais êxito na tentativa de anular Neymar ou encurtar seu campo de atuação, é verdade.

Por seu turno, jogar no Morumbi pode dar a Neymar e Cia. os espaços esperados para organizarem tabelas, partirem em velocidade e cadenciarem a partida como bem entenderem. Sua torcida certamente ocupará muito bem o estádio e cumprirá seu papel tão bem quanto na Baixada.

Entretanto, ainda que lote as arquibancadas, os bolsos de grana e consiga alguns metros de campo a mais para jogar, ainda vejo com ressalvas transferir um jogo desta grandeza para qualquer outro estádio por mais familiarizado que esteja.

Rivalidade, Libertadores, pressão. Vale lembrar que o Santos tem nas mãos a chance de seguir rumo ao tetra inédito no âmbito nacional e eliminando um inimigo histórico e que segue na busca de seu primeiro caneco da principal competição internacional.

O Santos, grande time que é, não vai morrer se deixar de lucrar com essa partida especificamente. E outra, a Vila Belmiro não será palco de eventual final por não ter o mínimo de 40 mil lugares, logo, já será forçado a procurar outra casa. Portanto, Peixe, pelo bem o duelo, mandem essa partida na sua verdadeira casa!

domingo, 27 de maio de 2012

Brasileirão 12 - Rodada #2

Segunda rodada do Brasileirão! Agora, somente dia 06/06 a bola volta a rolar pelo Campeonato Nacional mais disputado do planeta. Enquanto aguardamos, vamos acompanhar jogos incríveis dessa fantástica Seleção Brasileira! Uou!

Antes que a depressão nos domine, vamos aos destaques da rodada torcendo para o tempo voe!

Vale destacar que nem sempre é possível cravar muitos destaques. Portanto, sua participação nos comentários deixando sua opinião sobre quem também merecia uma cerveja gelada ou quente é sempre bem recebida!



CERVEJA GELADA

VASCO - Conquistou sua segunda vitória no campeonato em plena ressaca da eliminação da Libertadores. O golaço de Alecsandro, de bicicleta, garantiu o triunfo sobre a Lusa em pleno Canindé.

BOTAFOGO - Repete a dose e faz outra partida de encher os olhos. Foi visitar o Coritiba e, numa partida movimentada e com muitos gols, derrotou os mandantes por 3 a 2. Gols marcados pelo lateral Lucas, duas vezes, e por Vitor Júnior. Lincoln e Lucas Mendes descontaram para o Coxa.

ATLÉTICO MINEIRO - Outra equipe que também largou na frente e abocanhou seu 6º ponto. A vítima foi o embalado Corinthians de Tite. A vitória suada por 1 a 0 veio graças a Danilinho, que marcou de cabeça encobrindo o bom goleiro Cássio.



CERVEJA QUENTE

ATLÉTICO GOIANIENSE - Empatou em casa com a Ponte Preta por 1 a 1. Resultado ruim para o Dragão pois a Macaca é, em teoria, um dos times mais fracos do torneio. Assim, perdeu boa chance de pontuar e conquistar pontos preciosos para o futuro.

FLUMINENSE - Mesmo desfalcado, vencia o Figueirense por 2 a 1. Até que tomou o empate e deixou a vitória escapar.

FLAMENGO - Outro clube carioca que vacilou. No Engenhão, o Mengão batia o Inter por 3 a 1. Com direito a gols de Ronaldinho e Love. Mas o Colorado cresceu e foi buscar a igualdade, em grande partida do lateral Fabrício.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Santos vai à semi!

Após a classificação emocionante do Corinthians ontem, o Brasil parou para ver o Santos. A derrota para o Vélez, na Argentina, por 1 a 0 deu à partida uma roupagem especial. O Peixe jogaria fora de sua zona de conforto contra um rival capaz de defender-se bem. 

Desde o início da partida o Santos foi para cima, fiel à sua filosofia de jogo. Encontrou um Vélez recuado e que explorava os contra-ataques sem desespero.  Todas as tramas ofensivas passavam por Neymar. O lado esquerdo foi exaustivamente acionado, porém, pouco produtivo. O Santos tinha grande volume de jogo mas criava poucas chances efetivas.

Na pressão, quem tem Neymar não perde as esperanças. Cedo ou tarde, o craque poderia aprontar das suas e tranquilizar a torcida. Dito e feito. Aos 39 minutos, Neymar invadia a área em velocidade pelo meio até ser derrubado pelo estabanado  Barovero que ignorou a bola e foi direto no corpo do atacante. Falta perigosa e cartão vermelho para o goleiro.

O tiro de Elano saiu ao lado. No entanto, a expulsão do goleiro forçou o Vélez a sacar Obolo, autor do gol argentino na partida de ida, para a entrada de Montoya. Com o final da primeira etapa, restava uma missão simples de fazer pelo menos um golzinho. Tinha Neymar, meio caminho andado, certo? Errado.

Mesmo recuado, quem surpreendeu foi o Vélez. Aos 8 minutos, Rafael quase foi surpreendido por um tiro despretensioso do meio-campo. Apesar de dominar o jogo, o Santos tinha sérias dificuldades em penetrar na defesa argentina. Para piorar, o Vélez sempre subia ao ataque com alguma gracinha, ainda que sem tanto perigo.

Aos 20 minutos, a sensação de "tudo ou nada" contaminou o time santista. Rentería entrou no lugar de Adriano. O Peixe era todo ataque e o Vélez desencanou de tentar prender a bola. Começaram os exageros na linha de fundo, cruzamentos, chuveirinhos. Neymar? Bem marcado, não conseguia driblar nem distribuir assistências.

Então, Muricy resolveu trocar Juan por Léo quando faltavam 17 minutos para o final do jogo. O ídolo do Peixe deu mais gás e mobilidade ao ataque. Dois minutos após a alteração, Kardec recebe cara-a-cara com Montoya e fez o impossível: chutou em cima do goleiro e desperdiçou A oportunidade. Um filme com Deivid e Diego Souza começou a passar na mente do torcedor santista.

Mas o Santos, que tinha Neymar apagado no segundo tempo, tinha também Léo. Aos 37 anos, Léo orquestrou a jogada que culminaria no precioso gol mínimo tão almejado. Recebeu na esquerda e passou para Ganso. Correu e tão logo recebeu na entrada da área, rolou para Kardec que, de canhota, não perdoou. 

Do céu ao inferno, Kardec mostrou porque Borges amarga a reserva. Salvou sua pele graças ao passe açucarado de Léo que, quem diria, incendiou a partida!

O Santos ainda permaneceu no ataque, mas sem sucesso. A defesa do Vélez não cometeu novo vacilo e, na medida do possível, fez partidas ótimas. Anulou Neymar, ora. E tudo seria decidido nos pênaltis.

Martínez abriu para o Vélez. Kardec não se mostrou disposto a bancar o Diego Souza ou Robben. Bateu e guardou. Canteros mandou por cima. Ganso, que jogou no sacrifício, fez partida muito abaixo do esperado em razão da lesão no joelho. Mesmo assim, não desperdiçou sua cobrança. Rafael, goleiro de excelente potencial, defendeu o tiro de Papa. Elano (quem diria?) bateu bem e ampliou a vantagem do Peixe.

Sebá, da família "Aquele" (ex-Corinthians), tinha que converter para manter o sonho argentino vivo de encarar o Boca nas semi-finais. Encheu o pé no meio do gol e guardou. Restando ainda duas cobranças, Léo veio para a quarta cobrança. 37 anos, 7-8 anos de Santos, mais de 400 jogos pelo clube e presente nas principais conquistas do Peixe. Responsabilidade recebida com a tranquilidade de quem sabe da importância daquela bola. Léo parte e carimba a classificação do Santos!

Vendo bem, não foi uma grande partida do Santos. Mesmo com um Vélez recuado, o domínio do jogo não foi suficientemente capaz de abrir grandes brechas na zaga adversária. Houve momentos em que o time abusou de bolas alçadas na área e jogadas pela linha de fundo bem bloqueadas pelos argentinos.

Foi bom ver o modo como Léo entrou e praticamente atuou como meia. Ótima opção para o segundo tempo em situações complicadas, como a de hoje. Com tabelas curtas e rápidas, o time encontrou uma brecha no ferrolho argentino e achou o gol. Conseguiram se virar mesmo sem Neymar em noite iluminada. E sem Ganso, baleado. 

Agora, terão o Corinthians pela frente. Sem Ganso, a tendência é a entrada de Bernardo. Depois de hoje, Léo pode ser improvisado? Bem, parece uma variação tática com a cara do Muricy. Transição rápida para o ataque e um atleta interessante para tentar conter os avanços de Paulinho. Enfim, impossível saber.

Fato é que o futebol brasileiro será contemplado com essa grande partida. A regularidade e o pragmatismo do Timão frente o futebol envolvente e alegre do Peixe. A exemplo de 2000, o Corinthians terá um rival do seu estado nas semi-finais. Pode não ser o eterno inimigo verde, mas é o Santos. Ou melhor, é esse Santos. Alguém arrisca dizer quem irá à final? 




quinta-feira, 24 de maio de 2012

Paixão corinthiana

Paixão. Sentimento geralmente associado a amor, arroubos de euforia e atitudes impensadas. Também sinônimo de dor, sofrimento. Nesta quarta, o Corinthians recebeu o Vasco para decidir seu destino na Copa Libertadores. Após o empate sem gols em São Januário, o Timão dependia de uma vitória simples para avançar. Novo empate sem gols levava a partida aos pênaltis e empates com gols eram do Vasco. 

Mas nada na vida do Corinthians é simples. Nada é tranquilo, na maciota. Tudo exige uma quantidade significativa de...paixão. Hoje não foi diferente, ora. 

A partida toda foi bastante estudada e ambas equipes tiveram suas oportunidades de gol. No primeiro tempo, vantagem ligeira para os mandantes que tiveram grandes chances com Emerson e Paulinho, de cabeça. Não que o Vasco tenha ficado encolhido atrás, apenas não foi tão incisivo nas tramas ofensivas.

Na segunda etapa, sobrou paixão no Pacaembu para todos os lados. 

Ao trocar Thiago Feltri por Felipe, Cristóvão Borges dava um recado aos críticos de plantão e sinais de que faria o Vasco brigar de igual para igual com o Timão mesmo fora de casa. Tite não mexeu no time, mas logo aos 10 minutos exagerou no bate-boca com a arbitragem e foi expulso. Foi ver o jogo com a Fiel, curtir a paixão das arquibancadas.

O empate persistia e os ânimos começavam a se exaltar. Jogo truncado, nervoso. Defesas bem postadas e os goleiros faziam intervenções pontuais. Então, veio o 17º minuto de jogo e com ele o 1º lance crucial da partida. 

O Corinthians atacava. A bola parou em Alessandro no meio-campo. Quando o lateral bateu na bola, surge Diego Souza. Trava o chute e liga contra-ataque. Era Diego Souza, ele mesmo e mais ninguém contra Cássio e o gol. O meia avançou rapidamente, Cássio foi para a marca do pênalti e esperou. Diego veio e deu um tapinha na bola para o canto direito. Ágil e preciso, Cássio se estica, desvia a rota da bola que passa tirando tinta da trave. 

É impossível traduzir em palavras como foi o lance. É bizarro. Mais difícil ainda é imaginar como Diego Souza conseguiu tamanha proeza. Vejam o vídeo abaixo e tirem suas conclusões;


Ao meu ver, por maior que seja o mérito do ótimo goleiro Cássio, o vacilo é todo do meia. Diego Souza, com a qualidade que tem (ou dizem que esbanja) tinha obrigação de guardar a bola nas redes. Fosse de dedão, driblando o goleiro, encobrindo-o, enfim. Aliás, não só Diego Souza, QUALQUER UM que apareça naquela condição e desperdiça não merece perdão. É igual pênalti, tem que fazer e ponto.

No escanteio, Nilton subiu mais que a zaga do Timão e carimbou o travessão. 

Após esses lances fatídicos, o Vasco sumiu. E o Corinthians cresceu. Dominou o meio-campo e não mais foi assustado em nenhum momento. Começou a gostar do jogo, pressionar. Chuveirinho, jogada pelos flancos, troca de passes na entrada da área, tudo.

O Vasco se segurava como podia. Depois daquele lance, melhor que viessem logo os pênaltis. Contudo, o Timão não estava disposto a colocar o tabu de jamais ter sido eliminado pelo Vasco em mata-matas à prova. 

Tanta paixão, ou melhor, pressão deu resultado. Depois de tanto bater e voltar, surge um escanteio aos 42 minutos. Alex manda para a área e a bola encontra Paulinho que cabeceia bonito no canto sem chances para Fernando Prass.

Explosão nas arquibancadas. Tite é abraçado, o time se abraça e comemora o gol da classificação. Entregue, o Vasco só dependia de uma bola restando aproximadamente 5 minutos para acabar o jogo. Juninho ainda levantou na área mas Rômulo cabeceou para fora.

E foi só. Hoje, o Corinthians foi o velho Corinthians. Aquele time vibrante, da garra, da vontade, da superação, que luta até o fim. Defendeu-se bem e tomou sustos circunstanciais. Arrancou a vitória na marra para não depender de pênaltis e vê despontar um grande goleiro candidato a novo ídolo. Alcança as semi-finais do torneio com moral, confiante e vendendo paixão.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Agora ou nunca mais?

"Se o Timão não ganhar a Libertadores esse ano, esquece! Nunca mais!" "Olha os times que sobraram! Se o Tricolor não levar essa Copa do Brasil, nunca mais!" O tabu de jamais ter vencido tais torneios faz os torcedores de Corinthians e São Paulo reduzirem suas chances a tais extremismos.

O Timão teve boas chances em 2003, o quinteto Carlos Alberto-Roger-Ricardinho-Tevez-Nilmar em 2006, Ronaldo em 2010-2011. Resultado: Duas eliminações para o River Plate,  uma para o Flamengo e outra para o Tolima.

Já o São Paulo foi eliminado pelo Corinthians em 2002, que faria uma final "tranquila" contra um desconhecido Brasiliense. No ano seguinte, caiu para o Goiás nas quartas-de-final. Após sete anos disputando a Libertadores, caiu para o Avaí na edição 2011 também nas quartas.

Coincidentemente, ambas competições encontram-se nas quartas-de-final. Enquanto o Timão recebe o Vasco precisando de uma vitória simples para avançar em razão do empate sem gols conquistado em São Januário. Por seu turno, o Tricolor abriu 2 a 0 frente o Goiás e decide a vaga no Serra Dourada.

As circunstâncias parecem favoráveis para ambos. O Corinthians tem um time extremamente organizado e experiente. Tem plenas condições de fazer, pelo menos, dois gols e se dar o luxo de sofrer um. E o São Paulo pode até perder por um gol de diferença que estará classificado. Sem contar que, se encontrar um gol na casa do adversário, obrigará o Esmeraldino a fazer 4 gols para sonhar com classificação.

O problema é a sequência. O destino do Timão passa por Santos, talvez Vélez ou até mesmo Libertad ou Universidad de Chile. O panorama ideal é sonhar com as eliminações de Fluminense e Santos e aguardar Libertad ou Universidad de Chile, teoricamente mais fracos, para ter um argentino na final: Vélez ou Boca, pois o cruzamento argentino seria direcionado nas semi-finais.

Tendo-se em conta que a Copa do Brasil invariavelmente degola favoritos, o São Paulo, virtual favorito em seu lado da chave do mata-mata, terá pela frente Coritiba ou Vitória. Sem dúvida, equipes mais modestas. Mas só no papel. São bastante aguerridas e dispostas ofensivamente. Projetando eventual final, a probabilidade é que Grêmio ou Palmeiras disputem uma vaga na decisão.

Mas, na prática, a teoria é outra.

Independente de cruzamentos, uma coisa é certa e beira o clichê: futebol só se resolve nas quatro linhas. Óbvio que o Corinthians tem um grande time para sonhar com o título. Da mesma forma o São Paulo, mesmo com suas limitações defensivas. Só que do outro lado sempre haverá outra equipe tão competente quanto.

Esse reducionismo a 8 ou 80 apenas contribui para inflar os nervos da torcida, e desta para o time, gerando uma eterna pressão sobre o clube durante essa competição.

A expectativa e a ansiedade em erguer um título inédito é natural. Entretanto, a forma como Corinthians e São Paulo as alimentam durante a Copa Libertadores e a Copa do Brasil, respectivamente, influencia diretamente suas pretensões no torneio.

Enquanto durar essa pressão doentia em torno desses campeonatos a torcida pode tirar o cavalo da chuva e desencanar do caneco. Para quem acredita em energia negativa, eu tenho lá minhas crenças que tamanha expectativa pode até virar contra o time, transformar-se em algo extremamente prejudicial. O apoio jamais deve transcender e desaguar em neura, obsessão.

Título jamais será obrigação. É decorrência de trabalho, competência, comprometimento. E uma pitada de sorte, claro.





segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pipoca, Who?

Dias depois da final da UEFA Champions League ainda busco algo interessante a dizer sobre a partida. É difícil encontrar palavras ou pontos cruciais que culminaram no título do Chelsea sobre o virtual favorito Bayern de Munique. E, mesmo depois de muito pensar, a única coisa que me vem à tona é uma sigela pergunta: Quem é o pipoca agora?

O Chelsea era um chato coadjuvante até a aparição de Roman Abramovich em sua vida. Comprou o clube em 2003 e transformou o Blues em uma das grandes potências do futebol mundial. Entretanto, em que pese sempre ter formado esquadrões respeitáveis, as conquistas ainda ficavam restritas à Inglaterra. Por incontáveis vezes colecionou eliminações. Na temporada 07-08 o título escorreu pelos seus pés ao perder para o Manchester United nos pênaltis.

Quando o universo conspirava contra o Chelsea e sua eterna sina de amarelão no âmbito internacional, a sorte lhe sorriu. A temporada irregular culminou com a demissão de André Villas-Boas. Roberto di Matteo assume com a ingrata missão de reverter dolorosos 3 a 1 sofridos contra o Napoli, no jogo de ida pelas oitavas-de-final.

Veio a superação. Virada sobre os italianos por 4 a 1. Daí em diante despacharam o Benfica e o poderoso Barcelona. O estilo pragmático do futebol de resultado, de muita marcação, contra-ataques e bolas paradas eram a receita básica e primitiva da equipe.

Na final, o Bayern. Dono do palco da final, do ataque mais insinuante, das grandes promessas do futebol alemão, da velocidade, da precisão. No duelo dos desfalques, o Chelsea realmente acabou com sua zaga seriamente comprometida. Sem contar perder Ramires, o motorzinho da meia-cancha. O Bayern nem tanto, mas o ataque sempre foi seu diferencial.

A partida foi exatamente o que todos esperavam: ataque x defesa. E os goleiros, Cech e Neuer, foram do céu ao inferno. Quando Müller abriu o placar aos 38 minutos para o Bayern, os discursos e rótulos de pipoca estavam prontos a serem distribuídos. Cech errou o tempo da bola, da defesa e aceitou a cabeçada de Müller. Para o chão, a bola quica e encobre o monstro tcheco de 1,97.

Terry, que perdeu o pênalti que poderia ter dado o título em 2008, vacilou feio e foi expulso contra o Barcelona. Quase sabotou a classificação para a final e, por estar fora do duelo, sua parcela de culpa também estava reservada. E Drogba? Perdeu pênaltis decisivos pela Costa do Marfim e fazia uma partida discreta até os 44 do segundo tempo, quando resolveu se tornar o grande protagonista de decisão.

Escanteio certeiro, cabeçada certeira e Neuer, com a mão um tanto mole, não consegue defender o tiro do atacante. Empate dramático e o filme da pipoca continua. A briga pelo indesejável troféu segue acirrada. Disputa estranha.

Na prorrogação, Drogba roubou a cena novamente: comete pênalti infantil em Ribéry. Robben foi para a bola com o peso de já ter convertido contra o Real. E ter perdido outros tantos decisivos. Como contra o Borussia ou contra o Liverpool quando vestia a camisa do Chelsea. Pois é, o holandês partiu e Cech  redimiu-se da falha no gol de Müller e defendeu. Drogba curtiu isso.

O futebol alemão que sofre sucessivas derrotas desde 2002, inclusive com o próprio Bayern na final da Liga em 2010, apagou. Vieram os pênaltis. Neuer fez sua parte. Defendeu o tiro de Mata e converteu uma cobrança. Cech defendeu a cobrança de Olic e viu Schweinsteiger mandar na trave. Então, quis o destino que Drogba, perdedor de tantos pênaltis decisivos, acertasse um tiro seco no canto para dar ao Chelsea o tão sonhado título europeu.

Resumo da ópera, o Chelsea perde a virgindade e conquista sua primeira Champions League. A vitória do pragmatismo sobre o show. Uma lição de futebol principalmente no âmbito tático. Finda o estigma de pipoqueiro e, definitivamente, começa a ser respeitado internacionalmente.

Sobrou para o Bayern e para o futebol alemão a dor de mais uma perda. Mais uma. Bayer Leverkusen em 2002, Bayern em 2010 e 2012, Seleção Alemã vice no Mundial de 02 e 3º em 06 e 2010. Vice da Euro-08. Por mais tradicional que seja, a frieza abandonou a Alemanha, crucificada em tantas decisões.  

A Euro-12 e a Copa do Mundo no Brasil em 2014 são os próximos desafios. Sinceramente? Por já ter chegado tão perto tantas vezes, creio que o azar deve bater mais cedo ainda em sua porta e amargar um jejum ainda maior. É, Alemanha...quem te viu, quem te vê...

domingo, 20 de maio de 2012

Brasileirão 12 - Rodada #1

Começou o Brasileirão! 

O campeonato nacional mais disputado do mundo teve início este fim de semana e já começou a mil! Vejamos quem fez bonito e merece uma cerveja bem gelada para celebrar a primeira de 38 rodadas emocionantes:


CERVEJA GELADA 

BOTAFOGO / HERRERA - Incrível virada do Fogão sobre o São Paulo. Jogando no Engenhão, viu o Tricolor abrir o placar no primeiro tempo com Jadson. Já no intervalo, Oswaldo de Oliveira sacou Loco Abreu e colocou Herrera. Para surpresa do uruguaio e da torcida ali presente, o argentino foi o nome do jogo. Primeiro empatou a partida. Depois de Luis Fabiano anotar o segundo dos visitantes, foi lá e marcou mais dois gols. Vitor Junior também deixou o dele. Linda vitória do Botafogo! 4 a 2, 3 de Herrera e muita esperança no coração botafoguense.

INTERNACIONAL - Começou bem o Brasileirão ao bater o Coritiba por 2 a 0, gols de Leandro Damião e Dagoberto. Ainda que o adversário ainda esteja preocupado com a Copa do Brasil, o Inter mostrou a força de campeão gaúcho e não deu sopa para o azar. 

ATLÉTICO MINEIRO - Foi visitar a Ponte Preta em Campinas (SP) e se deu bem. Deu boas-vindas à recém-promovida à elite sendo um indigesto visitante. Escudero, aos 45 do segundo tempo, fez a alegria do Galo e já deixou a Macaca com a pulga atrás da orelha.

VASCO - O mistão do Vasco bateu o Grêmio em São Januário por 2 a 1 com direito a pênalti defendido pro Fernando Prass. Fellipe Bastos e Alecsandro fizeram os gols cruz-maltinos enquanto Fernando descontou para o Tricolor Imortal.


CERVEJA QUENTE 

OSWALDO DE OLIVEIRA - O técnico do Botafogo jamais será unanimidade onde for. Carrega aquele semblante tranquilo, pacífico onde for. Hoje, iluminado, sacou o ídolo Loco Abreu e colocou Herrera. Mas os 3 gols do argentino na goleada por 4 a 2 sobre o São Paulo deixaram o treinador em parafuso e brigou desnecessariamente com a arbitragem e acabou expulso. Foi de 'jênio' a gênio e terminou 'jênio'.

CRUZEIRO - Estreou em casa e empatou sem gols com o Atlético-GO. Perdeu boa chance de tirar parte da zica que acompanha o clube desde as eliminações na Copa do Brasil e Campeonato Mineiro.

CORINTHIANS - Do meio para frente, ótimas opções. Do meio para trás, reservas interessantes. No duelo dos reservas contra o Fluminense, levou a pior. A derrota por 1 a 0 foi amarga. Nem Liedson, nem Willian, tampouco Douglas - aliás, este ainda não justificou seu retorno. Quem decidiu foi Leandro Euzébio, autor do gol dos visitantes. Pelas equipes que entraram em campo, o Timão era bem superior.


sábado, 19 de maio de 2012

Botequeiros falam sobre Libertadores, Copa do Brasil e Champions League

Fala Galera!!!!

Gravamos um podcast especial com os botequeiros de plantão Gabriel Casaqui e Luis Cesar para falarmos dos campeonatos nacionais e internacionais que rolaram durante a semana e os nossos palpites sobre Bayern e Chelsea. Será que alguém acertou no "chutometro" quem iria vencer a partida e conquistar o título???? Essa edição também contou com a participação especial da nossa orientadora no curso de locução do Senac Santana, Fabianna Ribeiro, locutora e apresentadora da Jovem Pan FM.

Entrem e ouçam os nossos comentários. Vocês concordam com o que falamos durante o nosso podcast??? Participe conosco e deixem seus comentários....


Análise de Elenco - Vasco

Finalmente o Brasileirão vai começar! Para coroar a chegada do campeonato nacional mais disputado do mundo (quem ousa duvidar?) analisaremos o 20º e último clube do Brasileirão-12. 

O Vasco da Gama, atual vice-campeão brasileiro, manteve a base da temporada passada. Fez uma campanha apagada no Campeonato Carioca e ainda vive na Libertadores. Tem um meio-campo bastante criativo e conta com um dos melhores zagueiros do Brasil, Dedé.

Vamos logo ao que interessa, vem Brasileirão! Vem Vasco!


GOLEIROS - Fernando Prass, Alessandro, Diogo Silva - Fernando Prass desembarcou no Vasco em 2009. Demorou um pouco a se firmar, mas quando pegou a camisa 1, não largou mais. É um grande goleiro. Experiente e dotado de bons reflexos, é uma das vozes de liderança no grupo. Mesmo alto, esbanja elasticidade e posiciona-se bem. Contudo, aparentemente não há reserva à altura. Mesmo não sendo mais garotos, nenhum dos dois reservas enchem os olhos e deixam o torcedor tranquilo quando Prass não está sob a meta. 

LATERAIS - Fagner, Thiago Feltri, Max, Dieyson - Fagner e Thiago Feltri, titulares, fazem uma boa dupla ofensiva. Ambos possuem estilos parecidos. São rápidos, habilidosos e apoiadores por vocação. Defensivamente são mais fracos e, pelo estilo de jogo, invariavelmente deixam suas brechas ao adversário. Nem de longe são ameaçados pelos reservas Max e Dieyson. Em que pese o Vasco ter opções no elenco que permitem improvisações eventuais, seria interessante buscar reforços para o setor, até em razão da baixa qualidade dos reservas.

ZAGUEIROS - Dedé, Douglas, Rodolfo, Renato Silva, Fabricio - A zaga do Vasco é emblemática. Dedé é anos-luz melhor que seus companheiros. Rápido, firme no desarme, ótimo posicionamento e antecipação, um verdadeiro monstro. Sem contar a força na bola aérea. Um dos melhores zagueiros brasileiros em atividade. Rodolfo e Renato Silva brigam por uma vaga ao seu lado. O histórico de ambos não fazem o torcedor cruz-maltino confiar cegamente neles. Contudo, no Vasco, têm jogado muito bem e superado suas limitações. Renato Silva é extremamente limitado. Sua para fazer o básico. Afobado, comete muitas faltas e constantemente erra o posicionamento. Mas tem sido regular até o momento. Rodolfo, ex-Fluminense, voltou do Leste Europeu para o Grêmio e não se firmou. Lesionou-se, não entrou bem e veio para o Vasco. Tecnicamente melhor que Renato Silva, ganhou confiança e seu futebol subiu de produção. Bom zagueiro, ao meu ver. Fabrício, ex-Flamengo, apareceu com muita pompa e jogando muito bem. Desarmava com precisão, botes certeiros, boa distribuição de jogo. Aí caiu. Começou a falhar grosseiramente. Passou por Palmeiras, Atlético-PR até aparecer no Vasco. Atualmente, na minha opinião, consegue ser pior que Renato Silva e é mera opção de banco.

VOLANTES - Nilton, Fellipe Bastos, Eduardo Costa, Allan, Romulo - Ainda que relativamente limitados e pareçam ruins a quem vê de fora, são atletas interessantes. Nilton é um bom cão de guarda. Raçudo, tem um potente chute e é um eficiente destruidor de jogadas. Eduardo Costa vive com uma lesão aqui outra ali mas seu futebol subiu de produção no Vasco e tem sido bastante útil tanto na marcação quanto na distribuição. Allan, que pode até quebrar um galho pela lateral, é um jovem muito promissor. Marca bem, é rápido e também apóia com muita qualidade. Fellipe Bastos e Romulo também possuem estilo parecido. Marcadores implacáveis, correm o campo todo e aparecem na distribuição do jogo e cooperam nas tramas ofensivas. 

MEIAS - Felipe, Juninho, Diego Souza, Diego Rosa, Chaparro, Abelairas, Carlos Alberto - O meio-campo ofensivo do Vasco é de encher os olhos. De cara, conta com 4 atletas experientes e extremamente habilidosos com a bola nos pés. A começar por Juninho Pernambucano, o homem com um talento ímpar na bola parada. Tem uma visão de jogo fora do comum e dita o rumo da meia-cancha como poucos. O mesmo vale para Felipe, que arma e finaliza com precisão. Sua canhota é capaz de tiros certeiros de fora da área, em bolas paradas e dar assistências açucaradas para qualquer atacante só ter o trabalho de ir para o abraço. Diego Souza, meio 8 ou 80, é o encarregado pela organização ligeira de jogadas. Usa sua força física e rapidez para tabelar e finalizar em gol em tramas mais dinâmicas. É um grande jogador, embora oscile muito ao longo de algumas partidas. Pode marcar 2 ou 3 gols numa partida e passar completamente despercebido por outra. Carlos Alberto, o jovem veterano, parece ter acordado para a vida e querer algo a mais. A habilidade que o consagrou continua ainda que o físico não mais o acompanhe. É um ótimo meia. Desde que focado e adestrado para cumprir função tática em campo. É plenamente capaz de organizar contra-ataques e aparecer na entrada da área para finalizar. Contudo, precisa se condicionar melhor e provar, de uma vez por todas, que está de volta ao futebol.

ATACANTES - Eder Luis, Alecsandro, Kim, Willian Barbio, Jonathan, Tenorio, Pipico - Precisa de reforços. Eder Luis destacou-se no Atlético-MG pela velocidade. Não é um driblador nato, mas explora muito bem sua velocidade tanto em contra-ataque quanto nas ultrapassagens. Entretanto, não tem cacoete de matador. Muito embora valha ressaltar que no Vasco tem feito mais gols, aparecido mais para concluir, o que nem sempre foi sua função. Alecsandro vive uma relação de amor e ódio com a torcida cruz-maltina mas, dentro do aceitável, cumpre bem seu papel. É um jogador de área e invariavelmente lá está para anotar seus tentos.  Não tem um físico de autêntico centroavante, mas desloca-se bem entre a zaga e costuma estar bem colocado nas finalizações. Então, de repente, não há bons reservas. Tenório lesionou-se e fica no estaleiro até o final da temporada. Kim é uma cópia mal tirada de Éder Luis. Não é tão rápido e tão participativo quanto o titular. Barbio e Pipico, na minha opinião, não passam de apostas para compor elenco. 

TÉCNICO - Cristóvão Borges - Era assistente de Ricardo Gomes no Vasco ano passado. Após o então treinador sofrer um AVC, Cristóvão assumiu o comando da equipe e chegou ao vice-campeonato nacional. Nada mau para uma primeira experiência como treinador. Manteve a base organizada por Ricardo Gomes e apenas deu seguimento no trabalho. Contudo, além de inexperiente, tem dado demonstrações de fraqueza. Tanto fraqueza tática quanto junto ao grupo. Cauteloso, tem receio de impor alguma ousadia - mesmo quando necessária. Por exemplo, ao revesar Juninho Pernambucano e Felipe no meio-campo. Suas decisões vira-e-mexe permeiam o seis por meia dúzia e geram alguns atritos no elenco. Pela qualidade do grupo, as circunstâncias podem mantê-lo ou o treinador pode sabotar a qualidade do grupo e, consequentemente, a si próprio.

ANÁLISE GERAL - Não se pode bater o olho neste Vasco e afirmar que é um time fraco ou limitado. Longe disso. A grande realidade é que, do meio para a frente, é um time muito perigoso. Tanto a qualidade dos volantes, que usualmente saem para o jogo, como o talento dos meias Felipe, Juninho e Diego Souza são determinantes para o sucesso do Vasco numa partida. Contudo, o time não tem boas peças de reposição nas laterais e, principalmente, no ataque. A defesa sem Dedé também não inspira muita confiança. Por ser um time voltado ao ataque, abre muitas brechas. Cristóvão tem tentado organizar melhor a equipe defensivamente. No entanto, acaba por travar e sabotar o principal ponto forte do time. 

RESULTADO - Ano passado o Vasco, mesmo campeão da Copa do Brasil, fez uma bela campanha no Brasileirão. Mas não vejo igual sorte nesta temporada. Entendo que a panela de pressão que se tornou a relação entre time - treinador - torcida pode complicar a equipe ao longo do campeonato. Ainda assim, merece o devido respeito e, creio eu, vai brigar por uma vaga na Libertadores.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Análise de Elenco - Sport

Penúltimo clube a ser visto em nossa minuciosa 'Análise de Elenco', o Sport foi o 4º colocado no Brasileirão da Série B em 2011 e voltou à Série A após dois anos longe da elite. Com a perda do titulo pernambucano para o rival Santa Cruz, alguns ajustes no elenco começaram a ser feitas. Diego Ivo, Reinaldo e o técnico Vágner Mancini chegam enquanto Marcelinho Paraíba se despede rumo ao Grêmio Barueri.

Vale dizer que jogar na Ilha do Retiro nunca é moleza. Lá, o Leão dá trabalho para muito time grande! Vejamos se o elenco também é forte como a Ilha do Retiro e nosso palpite sobre o futuro do Leão:


GOLEIROS - Magrão, Saulo, Matheus - Magrão é o titular e capitão do time. Experiente, defende o Leão desde 2005. Aos 35 anos, ainda mostra bom posicionamento e, sobretudo, reflexos apurados. É bastante elástico, dificilmente comete falhas toscas. Sem dúvida, um bom goleiro. Saulo, goleiro da base, é a grande aposta para o futuro. Com passagens pelas seleções de base, Saulo não sente a pressão e costuma corresponder quando exigido. 

LATERAIS - Diogo Goiano, Reinaldo, Julinho, Moacir, Renato, Renê - Os dois laterais mais conhecidos são Moacir pelo lado direito e Julinho pelo lado esquerdo. Moacir, que teve uma passagem relâmpago pelo Corinthians, viveu algumas contusões, não foi bem e acertou seu retorno. No Sport, acumula boas atuações. Como a ampla maioria dos laterais brasileiros, prima pelo apoio e não pela marcação. Julinho apareceu muito bem no Avaí em 2010. Rápido e habilidoso, também cruza e passa com qualidade. Sua vocação ofensiva acaba por escancarar avenidas a serem exploradas em suas costas. No Vasco não foi bem. Creio ser boa opção ao Leão. 

ZAGUEIROS - Ailson, Bruno Aguiar, César, Edcarlos, Montoya, Tobi, Wagner Silva, Willian Rocha, Diego Ivo - Muitos nomes razoáveis. Bruno Aguiar, ex-Santos, pouco apareceu no Peixe. Foi bem no Guarani. É um zagueiro sério, vigoroso que usa bem sua estatura na bola aérea. Edcarlos cresceu no São Paulo, onde viveu seu melhor momento, até a transferência para o Benfica. Sem sucesso, passou ainda por Fluminense, Cruzeiro, Grêmio e até ressurgir no Sport. Rebatedor, Edcarlos faz o simples com muita disposição. Aliás, é esforçadíssimo e só. Marca, corre, desarma aqui, falha ali. É um tanto estabanado e suas falhas geralmente são decorrentes de mau posicionamento. César é outro ícone no elenco. Está no clube desde 2008 e não é mau zagueiro. Também bastante alto, faz o estilo Bruno Aguiar mas com mais qualidade, ao meu ver. Tobi é outro bom defensor que pode atuar como volante. Bom e incansável marcador. Tive a oportunidade de acompanhar seu futebol no Juventus em 2005 e era um dos pilares da equipe que conquistou o Paulistão da Série A-2 naquele ano, atuando como volante. 

VOLANTES - Diogo, Germano, Hamilton, Marquinhos Paraná, Milton Junior, Naldinho, Rithely, Rivaldo - Diogo teve uma boa temporada no Fluminense em 2009. Depois caiu, perdeu espaço e busca retomar o rumo da carreira no Sport. Volante que faz o simples, sem encher os olhos. Compõe bem o meio campo, distribui com simplicidade. Germano, ex-Santos, está no Leão desde 2010. Teve boa passagem pelo futebol japonês, destacando-se pelos gols marcados. Chega bem no ataque, é verdade. Chuta muito forte e faz bom papel na marcação. Marquinhos Paraná, veterano e polivalente, pode fazer as vezes de lateral também. Bom jogador. É outro que faz do feijão-com-arroz seu cartão de visitas. Rende melhor atuando mais recuado. Rivaldo, ex-Palmeiras, foi praticamente expulso do Verdão pela (falta de) qualidade com a bola nos pés. É rápido, esforçado e ponto. Não cruza bem, não marca bem, não passa bem. 

MEIAS - Anderson Paraíba, Jackson, Thiaguinho - Com a saída do meia/atacante Marcelinho a criação ficou órfã. Literalmente. Thiaguinho é o mais conhecido tendo em vista ter atuado no Botafogo e no Fluminense. Coadjuvante, deveria ser mais participativo. Já coleciona um bom número de jogos com a camisa do Leão motivo pelo qual realmente deve chamar a responsabilidade pela criação e ditar o rumo do meio-campo. Quanto aos garotos Anderson Paraíba e Jackson chega a ser injusto deixar sob seus pés o fardo de reger a meia-cancha. Precisa de reforços urgentemente. 

ATACANTES - Jael, Jheimy, Marquinhos, Roberson, Ruan, Willians, Felipe Azevedo - É um ataque muito rápido, de muita movimentação mas muito jovem. O principal nome é Jael, o Cruel. Rodou alguns clubes e nunca se firmou como titular absoluto. É bom jogador, mas é muito irregular. Conclui com frieza e é bom brigador na área. Marquinhos, ex-Inter, despontou como promessa mas perdeu espaço. Foi bem no Avaí e desembarcou no Sport. Rápido, dribla em velocidade e finaliza bem. Destaque para a visão de jogo, inclusive. Jheimy é outra boa opção para o ataque e fez bom Campeonato Pernambucano. Emprestado pelo Atlético-MG, pode ser útil ao longo da temporada. Felipe Azevedo, ex-Ceará, fez um bom Brasileirão-11 e ficou famoso após os 3 gols marcados contra o Grêmio, no Olímpico. É um jogador rápido de finalização apurada e muito oportunista.

TÉCNICO - Vágner Mancini - Por coincidência já foi retratado aqui no blog quando analisamos a equipe do Cruzeiro. Repetir que o considero um treinador fraco é chutar cachorro morto, visto que Mancini chega após mais uma demissão no currículo. Pior do que a limitação tática, técnica, etc., é o momento psicológico. Fugir dos holofotes de Rio, São Paulo, Minas pode ajudar o treinador a se reciclar, ter a oportunidade de fazer um trabalho mais regular. 

ANÁLISE GERAL - Não é um time ruim. É limitado, porém aguerrido. Tem na zaga e no meio-campo jogadores raçudos, de muita pegada e que fazem o simples. Não vão ser o Barcelona de Pernambuco e encantar o Brasil. Chegam da Série B com o intuito de sonhar alto? Sim. Mas tem que pensar em permanecer em primeiro lugar. Além de pegador, tem laterais e atacantes velozes que podem dar canseira em muita defesa grande. Contudo, perdeu Marcelinho, pilar principal de toda a equipe, especialmente na organização ofensiva. Além disso, os meias e atacantes são muito jovens. Ou seja, precisa se reforçar com atletas mais experientes para aguentar a pressão de um campeonato do gabarito de um Brasileirão, independente de posição na tabela. Experiência é fundamental.  Outra coisa: o técnico é fraco. Claro que o eventual mau rendimento do time não será culpa exclusiva dele, mas poderá ser responsabilizado pelo histórico recente.

RESULTADO - O elenco é limitado mas tem lá seu valor, principalmente pela força na marcação e velocidade na saída para o ataque. Contudo, a falta de experiência à frente e o comando técnico discutível me fazem crer que o Sport não deverá ir além da Zona Intermediária, correndo risco de brigar para não cair se não abrir o olho.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Análise de Elenco - São Paulo

Semana decisiva em nosso espaço "Análise de Elenco"! Faltam apenas 3 equipes e 5 dias para o início do tão aguardado Campeonato Brasileiro.

Hoje temos pela frente o São Paulo Futebol Clube, seis vezes campeão nacional. Sob a batuta de Leão, a equipe fez uma boa primeira fase do Paulistão e caiu diante do poderoso Santos. Na Copa do Brasil, segue vivo, e encara o Goiás nas quartas-de-final do torneio. Embora tenha passado por bons apuros na fase anterior contra a Ponte Preta.

Ultimamente, viveu algumas polêmicas no elenco com o afastamento de Paulo Miranda, e tem sofrido com o departamento médico um tanto congestionado. No entanto, crise é palavra proibida pelos lados do Morumbi. Na busca pelo hepta e pelo título inédito da Copa do Brasil, vamos tentar medir a força do elenco tricolor para 2012:


GOLEIROS - Rogério Ceni, Denis, Leo, Leonardo - Lesionado, o líder, capitão, goleiro e artilheiro Rogério Ceni desfalca a equipe até julho/agosto, ou seja, meia temporada longe da meta Tricolor. Mesmo às vésperas da aposentadoria, Rogério ainda esbanja qualidade. A experiência sob as traves ainda é crucial em seu posicionamento e segurança. Sua qualidade com os pés também é notória. Não somente pelos gols, mas pela reposição rápida e precisa da bola. Invariavelmente contra-ataques saem de seus pés. Contudo, resta saber como voltará da grave lesão no ombro. Denis herdou a condição de titular respaldado por boas atuações quando exigido. Porém, alternou grandes intervenções com falhas grotescas. Não demonstra insegurança, mas deixou a torcida com um pé atrás, especialmente após a falha contra o Santos, na semi-final do Paulistão. Que fique claro que Denis não é mau goleiro. Há muito a evoluir e pode até vir a suceder Ceni. Entretanto, precisa ser mais regular e assustar menos.

LATERAIS - Douglas, Piris, Cortez, Henrique Miranda - O ponto fraco da equipe há alguns anos. Para esta temporada chegaram Douglas e Piris. O paraguaio veio com a pompa de ter feito atuações razoáveis pelo Cerro Porteño ao marcar Neymar. De fato, não é dos melhores apoiadores. Só que defensivamente também não é lá essas coisas. É esforçado e só. Deixa muitas brechas pelo setor e nem sempre é efetivo nos desarmes. Douglas, ex-Goiás, entrou na equipe recentemente e agradou. Rápido, tornou-se boa opção à frente. Atrás, também peca na marcação. Mas é mais útil que o rival de posição. O lado esquerdo tem dono: Cortez, ex-Botafogo, chegou e tomou conta do setor. Encheu os olhos da torcida com sua disposição física, chegada ao ataque e presença defensiva. É mais regular atrás, ainda que o ataque seja sua vocação. Ao meu ver, não é ainda aquele Cortez do Botafogo, falta produzir mais ofensivamente, criar chances mais claras de gol. Porém já fez a torcida tricolor esquecer a péssima passagem de Juan no clube. Obs: O garoto Henrique Miranda, promessa da base, é pouco aproveitado, vive cercado de convocações e deixa o São Paulo sem um bom reserva imediato, obrigando o time a improvisar.

ZAGUEIROS - Rhodolfo, Paulo Miranda, Edson Silva, João Filipe, Luiz Eduardo - Setor regular. Rhodolfo está anos-luz acima dos companheiros. Alto, rápido, firme no desarme e no jogo aéreo e um dos líderes do time. É o pilar da zaga. O problema é encontrar um parceiro. Edson Silva, ex-Figueirense, começou a temporada, mostrou segurança, seriedade e bom posicionamento inclusive ofensivo. É mais troncudo, menos ágil, rebatedor. Perdeu espaço para Paulo Miranda, que se mostrou um desastre. Estabanado, posiciona-se mal consequentemente marca mal e acaba cometendo faltas e pênaltis desnecessários. Cartões infantis também vão no pacote. Foi afastado, reintegrado e deve voltar a assombrar a torcida. João Filipe caiu em desgraça com Leão após o fraco desempenho no clássico com o Corinthians. Na minha opinião, opção razoável. Alto e rápido, poderia ser mais útil não fossem as trapalhadas no posicionamento e na saída de jogo. 

VOLANTES - Wellington, Fabrício, Denílson, Rodrigo Caio, Casemiro - Wellington começou bem a temporada e era um dos mais regulares do time. Contudo, sofreu uma séria lesão no joelho e é baixa certa para o decorrer da temporada. Um leão na marcação, precisa aprimorar a saída de jogo, principalmente o passe. Denílson está de malas prontas para voltar ao Arsenal. Não teve um bom 2011 mas nesta temporada subiu de produção e supriu a ausência de Wellington com competência. Fabrício chegou e praticamente não jogou. Constantemente lesionado, era para ser sinônimo de raça e liderança no meio-campo tricolor, carente de pegada. Rodrigo Caio é jovem e mostrou ter qualidade na marcação. Entretanto, precisa ganhar mais massa e experiência para se tornar um verdadeiro coadjuvante no elenco. Casemiro vive uma relação de amor e ódio com a torcida. Qualidade indiscutível com a bola nos pés e disposição discutível em campo. Visão de jogo apurada, lançamentos precisos e alguma displicência na marcação e na composição defensiva. Se jogasse com um pouco mais de garra, teria condições de ser tornar ídolo.

MEIAS - Lucas, Cícero, Cañete, Maicon, Jadson - Lucas dispensa apresentações. O status de segunda grande promessa do futebol brasileiro é justa. Habilidoso, rápido, voluntarioso. Abusado. A bem da verdade Lucas também tem abusado da habilidade e muitas vezes passa por fominha. Por jogar na direita entrando em diagonal pelo meio, precisa aprimorar a perna esquerda, que lhe deixa na mão em algumas tramas ofensivas. Cícero foi a grata surpresa da temporada. Ora mais avançado ora mais recuado, Cícero é o ponto de equilíbrio do meio-campo. Bom no apoio e na marcação, eficiente na distribuição do jogo e opção para bolas paradas. Maicon, ex-Figueirense, pouco apareceu. Deveria fazer função parecida com a de Cícero pela direita mas por não ter a mesma qualidade, perdeu espaço e virou opção. Cañete é outro que está no estaleiro desde quando chegou em 2011 e não se sabe como voltará. A julgar pelo que mostrou no Boca, pode ser útil e boa opção a Lucas, pois também faz o estilo rápido-habilidoso na articulação do ataque. Por fim, Jadson. Contratado para ser o sonhado meia que a torcida há anos aguardava, Jadson ainda busca ritmo de jogo. Na base das bolas paradas, já é o principal assistente do time. Entretanto, não conseguiu justificar o alto investimento. Com atuações regulares, Jadson parece tímido na armação das jogadas. Ainda não acertou o ponto certo entre cadenciar e acelerar o jogo. Sem seu toque refinado, o São Paulo sobrecarrega Lucas e Cícero, além de exagerar nas investidas em velocidade de Fernandinho. Ou seja, Jadson precisa adaptar-se o quanto antes ao time pois veio para ser o cérebro do ataque tricolor.

ATACANTES - Luis Fabiano, Fernandinho, Osvaldo, Willian José, Rafinha, Ademílson - Luis Fabiano. Recuperado das lesões, Luis Fabiano voltou! Continua o mesmo matador implacável que estamos acostumados. Com a mesma garra que o consagrou, Fabuloso assumiu a condição de capitão e segue infernizando as zagas com seus dribles curtos e finalizações precisas. Fernandinho é o homem da velocidade. Ao meu ver, rápido, habilidoso e pouco inteligente. É boa opção, mas muitas vezes corre demais, repete a velha jogada na linha de fundo e desperdiça bons contra-ataques. Osvaldo, reserva velocista, é um "Fernandinho destro". Willian José, embora mais limitado, fez um bom Paulistão no lugar de Luis Fabiano e anotou 11 gols. Pode não ser uma Brastemp mas mostrou ser bom reserva. Completam o grupo os garotos Rafinha e Ademilson. Aliás, Ademilson é tido como grande promessa para o ataque e em breve pode começar a ter mais chances no ataque tricolor.

TÉCNICO - Emerson Leão - Ultrapassado, obsoleto, motivador, teimoso. É possível encontrar infinitos adjetivos a Emerson Leão. Merece destaque que, mesmo após o grande período longe dos campos, foi novamente o grande responsável pelo resgate do São Paulo. Abalou o grupo e fez com que o time fosse novamente vibrante em campo. Conseguiu armar um São Paulo rápido e mortal no ataque. Contudo, precisa encaixar Jadson na equipe de um modo em que o meia consiga render o esperado. Outro ponto crítico em seu trabalho é o sistema defensivo. A zaga já não é lá essas coisas, sem um sistema de marcação no meio decente, a defesa mostra-se bastante vulnerável.

ANÁLISE GERAL - O elenco é bom. No entanto, o time é regular. É instável demais. Sem Jadson, a organização ofensiva fica capenga. Lucas e Fernandinho nas pontas dão velocidade, criam boas jogadas mas, algumas vezes, são individualistas demais. Como dito, o sistema defensivo é frouxo. É pouco pegador, talvez em razão das lesões que acometeram os principais marcadores do grupo. As laterais, pelas características de Cortez e Douglas, abrem pequenas avenidas para os adversários explorarem. Em linhas gerais, o ataque é ótimo, mas a defesa é bastante frágil.  

RESULTADO - Para ganhar o Campeonato Brasileiro é preciso um bom time e um bom elenco. A irregularidade do São Paulo pode minar suas pretensões como ocorreu nas temporadas anteriores. Todavia, com Leão no comando, se superar as limitações defensivas, pode esperar algo mais esta temporada. Ao meu ver, a falta de pegada no meio-campo vai sabotar o time. Por isso, arrisco dizer que a Libertadores é o destino tricolor em 2012.

domingo, 13 de maio de 2012

Paulistão 12 - Final (2º jogo - Santos 4 x 2 Guarani)

Missão ingrata a do Guarani. Ter que reverter os 3 a 0 da primeira partida era pouco animador. Ainda mais depois de ver o Peixe aplicar impiedosos 8 a 0 sobre o Bolívar - com o detalhe que tinha perdido o primeiro jogo por 2 a 1. Se servia de estímulo, essa semana tivemos algumas viradas expressivas. Porém, em nenhum caso um time mais modesto era o protagonista do milagre.

Como derrotar o Santos? Como derrotar esse Santos? Atacar, rezar para não sofrer gol e realmente ter um aproveitamento infinito nas finalizações. Basicamente, era isso que o Bugre precisava. Quebrar o equilíbrio dos times de Muricy ou encontrá-los em um dia ruim é bastante raro. Hoje, não foi diferente.

Simplesmente 1 minutos após a bola rolar, 1º ataque do Santos, 1º gol. Neymar serve Elano na direita que cruza para Alan Kardec entrar de carrinho e complicar só mais um bocado as coisas para o Guarani. 

A mil, o Guarani achou o empate 3 minutos mais tarde. Danilo Sacramento invadiu pela esquerda e bateu cruzado. Rafael falhou, soltou nos pés de Fabinho que desviou para as redes. Jogo empatado e ainda tenso para o Bugre.

Apenas quatro minutos após o gol de Fabinho, Paulo César de Oliveira deu sua contribuição desnecessária ao Santos ao ver toque voluntária de mão de Fabio Bahia dentro da área. Pênalti que Neymar, ex-mau cobrador, converteu com categoria. Ao meu ver, por ser curta a distância entre a bola e o braço do jogador, além de não se vislumbrar chance real e concreta de gol, não era caso para reconhecimento da infração. Enfim.

Parênteses: Os últimos pênaltis de Neymar, especialmente os contra São Paulo e Guarani, foram batidos da forma que considero ideal. Sem gracinhas, forte, e no alto. Improvável o goleiro buscar. Enfim, outro fundamento no qual o jovem craque já aprimorou em sua meteórica ascensão. 

Só que o primeiro tempo estava longe de acabar. Mostrando hombridade, o Guarani foi em busca do empate aos 16 minutos. Fabinho cruzou, a zaga vacilou e a bola encontrou Bruno Mendes para tirar de Rafael e igualar o marcador. Não fossem os gols sofridos e podia-se dizer que o Bugre estava quase lá.

Ainda na primeira etapa, o Guarani subiu de produção e perdeu, pelo menos, outras duas boas chances. O Santos ficou mais preso e encontrou alguma dificuldade em atacar. No entanto, defendeu-se bem e superou os apagões defensivos. 

Veio os 45 minutos finais e em vez de notarmos aquele Bugre insinuante e ousado, vimos o Santos voltar como quem diz: "Bom, agora chegou nossa vez de brincar!". E só deu Peixe!

Aos 26 minutos, o golpe fulminante. Juan faz linda jogada pela esquerda e rola para Neymar, artilheiro do Paulistão, soltar o pé para anotar o 3º do Peixe. Explode o Morumbi! O show continua! Jogadas de efeito, 'olé' vindo das arquibancadas e caneco já assegurado.

No último lance da partida, o tiro de misericórdia. Alan Kardec recebe cara-a-cara com Emerson, pedala bonito e fecha a conta: 4 a 2. 

Título justo do melhor time. Melhor time não somente pelo campeonato, mas pela qualidade de cada atleta que entra e não deixa a orquestra destoar. Inclusive, a qualidade do grupo já foi retratada aqui

Neymar? Repito: O Brasil não é mais páreo para ele. Se quiser evoluir, é preciso encarar as forças europeias. Evoluir, ganhar mais corpo e, mais experiente, quem sabe ser na Seleção o craque que é no Santos. 

Por fim, defendo que as comparações com Pelé a respeito de sua permanência no Santos é injusta visto que desproporcionais. Com 20 anos, Pelé já tinha decidido uma Copa para o Brasil. Em seu tempo, o futebol era mais bruto, mais emocional e a qualidade das equipes eram superiores. Mesmo as menores. Então, sendo Neymar um jovem craque, deve ser encarado como tal. Jamais equiparado a Pelé. E, por enquanto, sequer comparável a Messi. 








quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sem estresse.

Libertadores e Corinthians estão unidos pelo estresse. A fase de grupos é retiro espiritual perto do que o mata-mata reserva. Por mais confortável que seja determinado resultado, enquanto a bola não parar de rolar haverá uma eterna faca em seu pescoço.

Nesta noite, em duelo válido pelas oitavas-de-final, o Corinthians tinha que lutar contra o nervosismo de jamais ter ganho o torneio e contra a ansiedade em buscar os gols para construir um resultado seguro. O empate sem gols conquistado no Equador era ótimo. 

No entanto, um inesperado empate com gols daria a vaga ao Emelec, que já havia operado dois pequenos milagres ao bater o Flamengo e conquistar sua vaga sobre o Olimpia com gols nos acréscimos. A julgar pela atuação regular dos comandados de Tite, esperava-se controle do meio-campo, poucos sustos e chegadas constantes no ataque.

Por sorte, o Timão nem deu oportunidade para sua torcida preparar os terços. Demorou somente 6 minutos para perceberem que o ponto fraco do Emelec era o lado direito. Alex lançou Emerson, que cruzou para a área. A zaga vacilou, Fabio Santos brigou como um centroavante e abriu o placar. Fácil como no videogame.

Desfeita a adversidade no placar, esperava-se que o Timão começasse a jogar como gosta. Colocar a bola embaixo do braço e trabalhá-la como bem entender. Não foi bem assim. O gol acordou os equatorianos e até os 20 minutos ameaçaram incomodar o clube paulista. Porém, quando atacado, defendia-se bem encurtando espaços e, logo ao recuperar a bola, já buscava lançar Willian e Emerson para puxar os contra-ataques.

Nitidamente o Corinthians parecia ter pisado no freio tão logo abriu o placar. Aquele ar de "vou resolver quando eu quiser" tomou força quando Paulinho recebeu na área, dominou bonito e bateu forte para linda defesa de Dreer. No lance seguinte, exploraram o frágil lado direito do adversário com Emerson cruzando para Willian antecipar-se à marcação mas bater por cima.

Então o jogo ficou morno. Limitado, o Emelec não sabia como atacar. Muito superior, o Corinthians tropeçava no preciosismo para concluir suas tramas ofensivas. Contudo, o que qualquer alma no Pacaembu sabia era que  o segundo gol tinha que sair o quanto antes. Correr o risco de levar um gol besta e bater aquele desespero em ter que virar o jogo era um pensamento de arrepiar. Um golzinho do Emelec significaria mais um ano na fila.

Se o lado direito defensivo era precário, o ofensivo mostrou-se insinuante. Ainda que um tanto desorganizados, os equatorianos ensaiavam chuveirinhos por ali. O máximo que conseguiram foi pseudo-assustar a torcida com alguns escanteios ou bolas alçadas na área. No mais, mais do mesmo. 

Quando o Emelec sonhava crescer no jogo, o Corinthians lhe dava um cascudo para acordar. Aos 40, Danilo é lançado e ajeita de cabeça para Paulinho, livre, escorar na trave. Foi o retrato do primeiro tempo. Um Corinthians regular, seguro, mas displicente nas finalizações. Cássio? Mero espectador. 

Para a segunda etapa, uma baixa: Edenílson machucou e Alessandro entrou. Seis por meia dúzia. O Emelec voltou à procura de um gol e sonhando em repetir a sorte defensiva dos primeiros 45 minutos. Logo no primeiro minuto, Chicão faz jogada perigosa na entrada da área. Na cobrança, Cássio espalma pancada de Valencia e tranquiliza a torcida.

Cinco minutos mais tarde, Paulinho cruza da direita e Alex, sozinho no meio da área, erra o voleio e isola. Mais lúcido, os equatorianos começaram a se arriscar mais. Embora não criassem chances concretas de gol e exigissem intervenções de Cássio, rodeavam os flancos de maneira inconveniente.

Estranhamente, o Corinthians recuou. Abriu um pequeno abismo entre o meio-campo e o ataque de tal maneira que os contra-ataques saíam um tanto capengas. Emerson e Willian, pilares do ataque, estavam muito distantes um do outro. Para piorar, Danilo não estava em noite iluminada. Alex, mesmo pouco produtivo, aparecia para tentar alguma coisa.

Nem o irritante pragmatismo de Tite foi capaz de instigar o Emelec. Pelo contrário, só corroborou a naturalidade com a qual sua equipe joga. Aos 16, a primeira escapada decente do segundo tempo. Claro, pela esquerda. Danilo avança, cruza para o meio, Emerson faz o corta-luz e Paulinho invade a área, se atrapalha e perde a bola. 

Três minutos depois, o Timão finalmente resolveu a parada. Em cobrança de falta, Chicão levanta na área e encontra Paulinho para, sem marcação, desviar para o gol. 2 a 0, sem susto, sem nervosismo. 

Daí em diante é história. O Emelec saiu desesperado e sequer conseguiu uma finalização decente. Desta vez, pelo menos testou as saídas de gol de Cássio, que respondeu bem em todas elas. Para mim, impressionou seu posicionamento e a segurança que transmite. Isso contrasta bastante com o clima de Libertadores e tal frieza é indispensável para a posição.

Deu tempo para Alex receber de Danilo e bater cruzado para vencer Dreer e dar números finais à partida: 3 a 0, repita-se, sem sustos, sem nervosismo.

Fato é que essa vitória tranquila diz muito sobre o Corinthians e, ao mesmo tempo, pouco face o nível do adversário. Uma equipe forte no meio-campo e com um ataque perigosíssimo. Estável, regular, segura. Tem as laterais como ponto fraco e exagera na retranca e na cautela quando atua fora de casa. 

Esbanjou tranquilidade e competência para construir o resultado diante de um rival tosco. E é aqui que mora o perigo. Não era um placar complicado de reverter e o adversário era simplesmente ridículo ofensivamente. Mesmo com muitas virtudes, a impressão final depois da classificação às quartas-de-final é a de que o Corinthians ainda não foi devidamente testado no torneio. 

Vasco? Sim, este pode causar algum estresse.

terça-feira, 8 de maio de 2012

O porco subiu no telhado.

Desmanche não. Reformulação. É um termo mais pomposo e menos traumático para referir-se àquelas mudanças providenciais no elenco. O Palmeiras, que deixou bem encaminhada sua classificação às quartas-de-final da Copa do Brasil, passa por uma. A 12 dias do início do Brasileirão, seis atletas já saíram (o que comprometeu consideravelmente nossa Análise de Elenco, veja aqui) e nada de reposição. Sinal amarelo piscante pelos lados do Palestra...

Tinga, Gerley, Fernandão, Ricardo Bueno, Chico e Pedro Carmona foram os escolhidos para puxar a fila. Se o intuito era deixar o elenco mais enxuto, a diretoria acertou em cheio. Agora, se a ideia era substituir peças não muito boas por outras melhores não é o que parece até aqui.

Felipe, que estava no Mogi, volta de empréstimo. Mazinho e Fernandinho vieram do Oeste. Com todo o respeito aos recém-chegados, o Palmeiras hoje precisa de alguém que chegue, vista a camisa e resolva. Pá-pum! Para ontem. 

Podem surpreender e calar todos que observam suas qualidades com canto de olho? Sim. Só que uma coisa não tira a necessidade de outra. São rapazes que se destacaram em agremiações menores e, de repente, caem de para-quedas num clube grande, de torcida e diretoria apaixonadas sendo que ambas, invariavelmente, perdem o controle ou a noção em suas manifestações.

É bem verdade e merece a devida consideração que o momento financeiro do clube não permite extravagâncias. E isso, apesar de ir de encontro ao que disse acima, obriga o Verdão a fazer suas apostas. Só que me chama atenção o clube ter dispensado alguns atletas que, ao meu ver, seriam perfeitamente úteis dentro do elenco.

Fernandão, grandalhão, pouca mobilidade, referência na área. Pode não ter a estrela de um Washington e, mesmo contestado e na reserva, marcou 3 gols no Paulistão. Um deles na virada contra o Santos. No aperto, joga ele na área! Segura até o final da temporada ou até encontrar alguém melhor, com as mesmas características.

Chico, volante, cabeça-de-área, alto, pegador. Limitado? Com certeza. Mas era alguém! Aumentava a pegada no meio e ajudava na bola aérea. Foi pouco aproveitado, foi inconstante quando entrou, mas era alguém!

Além de Fernandão e Chico, estaria propenso a segurar Carmona no elenco nem que fosse para dar uma derradeira chance. Ele é tão pior assim que Felipe? No mais, concordo com os afastamentos.

Belluzzo arrombou os cofres do Palmeiras? Sim. Mas gastou com Valdívia, Kleber, Muricy, Diego Souza, Vagner Love. Por que não deu certo? A defesa era ruim? Não havia reposição? Boicote do elenco? Sei lá, escolham uma desculpa aí.

Tirone herdou o clube falido e, na sua única manobra mais ousada, foi traído pelo acaso. Ah, Wesley...que hora para se lesionar! Em seguida, eliminação para o Guarani. Pronto. Caos.

E no meio do turbilhão, sobrou voltar os olhos para a política do "bom e barato" - também conhecida como "peloamordedeus dê certo" - foi a única saída para buscar controlar a crise. 

Vale lembrar que o time do Palmeiras continua competitivo. Contudo, o elenco está perigosamente fragilizado, principalmente o meio-campo. Sem grandes opções, só resta aguardar o início do Brasileirão, a vinda de mais um ou outro reforço e ver quais surpresas esses jogadores preparam para a torcida.

(Em tempo: Mantenho o palpite. Palmeiras, mesmo com forte tendência a ficar na zona intermediária, vai brigar por uma vaga na Libertadores)









domingo, 6 de maio de 2012

Paulistão 12 - Final (1º jogo - Guarani 0 x 3 Santos)

Domingo de final no Paulistão e em muitos estaduais Brasil adentro. 

Guarani e Santos foram os mais competentes este ano e chegaram para uma inesperada final. Inesperada por parte do Bugre, claro. Mas, sobretudo, uma final justa. Quer dizer, justa até a página dois. Afinal, a decisão da FPF em colocar ambas partidas no Morumbi tirou força considerável principalmente do Guarani em buscar equilibrar o confronto. 

Bom, a julgar pelo potencial de cada clube o triunfo santista era questão de tempo. Otimistas pregavam que o Bugre poderia complicar a vida do Peixe em ambos jogos. Já os mais xiitas apostavam que o Santos já colocaria uma mão na taça hoje. 

Infelizmente, foi o que aconteceu. O placar é incontestável. O suposto domínio campineiro em meados do primeiro tempo sucumbiu com o tiro de Ganso aos 42 minutos da primeira etapa. Até o gol, a única grande jogada de perigo criada pelo Santos foi em cobrança de falta de Elano aos 2 minutos de bola rolando que encontrou o travessão.

A primeira etapa, em tese, foi do Guarani. Marcou bem, anulava as ações ofensivas do Peixe e vinha para o ataque como dava. Sentiu demais a ausência da Oziel na direita e Fumagalli na articulação. Para piorar, perdeu o zagueiro Neto, um dos destaques do time, também lesionado. Tivesse um pouco mais de qualidade e tranquilidade poderia ter aberto o placar com Medina, aos 15 minutos.

No mais, o Bugre era muito coração, muita correria para pouca organização. Tranquilo, o Santos defendia-se de maneira competente e avançava sem afobação. Foi assim que chegou ao gol. Neymar escapa pela esquerda e toca para o meio. Arouca protege e Ganso, da entrada da área, começa a reger o show.

O segundo tempo reservava mais Santos, mais Neymar e menos Guarani. A sina do Bugre estava selada e foi facilmente possível perceber isso logo no primeiro lance. Bruno Recife recebe na esquerda e solta o pé. Aranha salta, defende com um braço, faz que vai no canto e...na trave! Pronto. Azedou de vez.

Elano bate outra falta no capricho e Emerson manda para escanteio. Pressão do Santos. Guarani passa a errar passes bobos e não se encontra ofensivamente. Era a deixa que o Peixe queria. Aos 20, Juan dá passe açucarado para Ganso, que invade a área e é desarmado pelo bote do goleiro Emerson. Mas a estrela de Neymar começou a brilhar. No rebote, o craque bate cruzado e amplia: 2 a 0.

Pane em Campinas, festa na Baixada. Perdido em campo, o Guarani não conseguia ameaçar Aranha nem em sonho. E viu o campeonato cair no colo do Santos no finalzinho da partida. Aos 46, Neymar novamente recebe na esquerda, limpa dois marcadores e fulmina alto, sem chances para Emerson. 

Três a zero. Três vezes Santos, o virtual tricampeão paulista.


(Ainda sobre o Santos, você pode conferir a 'Análise de Elenco' do Peixe clicando aqui. Confira!)




 

Análise de Elenco - Santos

O Brasileirão está chegando e nossa "Análise de Elenco" está prestes a alcançar o 20º clube. Restam somente 4 clubes a serem servidos e o de hoje é todo especial.

Finalista do Paulistão, atual campeão da Copa Libertadores, atual bicampeão estadual, o Santos é o time do momento desde 2010 quando levou Paulistão e Copa do Brasil. Ano passado, repetiu a dose regional e reconquistou a América. Perdeu o Mundial, mas e daí? Tem Ganso, tem Neymar - disparado o melhor jogador brasileiro em atividade - tem um elenco de qualidade e um técnico de ponta. 

Em suma, parafraseando Milton Neves, hoje, "torcer para o Santos é uma grande moleza".  


GOLEIROS - Aranha, Rafael, Vladimir, Gabriel Gasparotto - Às vésperas de completar 22 anos, Rafael é, ao meu ver, o goleiro do futuro da Seleção. Titular do Peixe desde o segundo semestre de 2010, já computa uma Libertadores no currículo. Jovem, ainda tem muito a evoluir. Contudo, o semblante sério, o bom posicionamento e os reflexos apurados transmitem segurança sob as traves. Aranha, ex-Ponte, talvez seja um dos melhores goleiros reservas à disposição. Mesmo à sombra do garoto, também tem qualidade. Ainda que visivelmente acima do peso, Aranha colaborou no triunfo sobre o São Paulo que colocou o time na final do Paulistão. Experiente, não sente a pressão por substituir o titular e faz partidas regulares, sem sustos. Vladimir, 3º goleiro, fecha o setor pouco aparecendo.


LATERAIS - Crystian, Fucile, Juan, Léo, Maranhão, Paulo Henrique - Bons nomes. A emblemática lateral-direita que perdeu os improvisados Danilo e Pará, hoje parece arrumada. Fucile chegou e deu estabilidade. Não enche os olhos, porém não compromete. Não é um primor no apoio tampouco um defensor nato. Regular, apenas. Maranhão, que vive uma onda titular, tem aparecido bem. Melhor à frente, claro. Defensivamente preocupa. Juan, ex-São Paulo, também ajeitou o lado esquerdo. Como a maioria dos bons laterais-esquerdos brasileiros, muito bom no apoio e uma lástima na defesa. A passagem apagada pelo São Paulo fez Juan subir de produção no Santos. Não é aquele Juan do Flamengo, mas melhorou consideravelmente. Léo, veterano, ainda tem lenha para queimar. Pouca, é verdade. Experiente e parte das principais conquistas o Peixe, o ídolo só perde para Juan na parte física. Técnica, tem de sobra. 


ZAGUEIROS - Bruno Rodrigo, Durval, Edu Dracena, Jubal, Rafael Caldeira, Vinícius - Boa, porém carente. Dracena, capitão, e Durval são os titulares. Bons zagueiros, sem dúvida. No chão e no alto, firmes no desarme, jogam com seriedade e posicionam-se bem. Ponto fraco: um tanto lentos. Precisam de proteção porque, se saírem cara-a-cara com o velocista adversário, um abraço. Bruno Rodrigo, reserva imediato, não faz feio. Embora inferior aos titulares, não costuma falhar quando exigido. A questão é que falta mais alguém no grupo. Por mais qualidade que os três garotos tenham, é necessário alguém mais experiente para fortalecer o setor.  


VOLANTES - Adriano, Henrique, Alan Santos, Alison, Anderson Carvalho, Arouca, Gerson Magrão - Ótimos. Adriano, um carrapato na marcação. Faz o trabalho sujo do time que mais encanta o Brasil ofensivamente. Arouca encontrou no Santos o time que precisava para seu talento florescer de vez. Ao aprimorar a marcação, tornou-se um dos melhores volantes do Brasil. Corre o campo todo, marca, distribui o jogo e aparece bem o ataque. Ótimo jogador. Henrique, ex-Cruzeiro, é grande opção. Tem estilo semelhante ao de Arouca. Marca e sai para o jogo. Bom reserva, sem sombra de dúvidas. Gerson Magrão pode, inclusive, atuar na lateral-esquerda. Ainda sem jogar, pouco se sabe de suas atuações pelo Dínamo de Kiev. Se lembrar aquele que saiu do Cruzeiro, bom reforço. 


MEIAS - Breitner, Elano, Felipe Anderson, Ibson, Paulo Henrique Ganso, Pedro Castro, Bernardo - De cara, Ganso, o meia mais cerebral do Brasil. Visão de jogo ímpar, coloca a bola onde quer. Finaliza pouco, eis algo que poderia aperfeiçoar. No entanto, seu passe preciso e as tabelas inteligentes que articula compensam quaisquer deficiências. Elano e Ibson duelam pela vaga ao seu lado. Para mim, Elano é a melhor opção. Além de participar efetivamente das tramas ofensivas, fecha bem na marcação. Compõe bem o meio-campo, dá equilíbrio. E pega bem na bola, outro ponto que lhe é favorável. Ibson, que pode deixar o time rumo ao Flamengo, melhorou em 2012. Mais participativo esta temporada, também é notado pela qualidade na armação e nos arremates. Entretanto, sem a eficiência defensiva de Elano. Bernardo, ex-Vasco, chega para ser opção de velocidade e habilidade na articulação. É outro que ainda não atuou e espera-se que repita as atuações do clube carioca. Felipe Anderson, garoto da base, fecha o grupo e é opção semelhante a de Bernardo. 


ATACANTES - Alan Kardec, Borges, Neymar, Dimba, Renteria, Tiago Alves - Neymar ponto. Pela obediência à proposta do post saliento os fatos notórios e já sabidos de cor e salteado. Rápido, habilidoso, mortal. Dribla com facilidade e arremata com precisão. Frio. Decisivo. E alegre. Sem ele o Santos perde muito, por melhor que seja seu elenco. Borges vive péssima fase. Ao meu ver, é limitado. Contudo, reconheço que protege bem a bola e faz bom pivô. Artilheiro do Brasileirão passado, desnecessário ressaltar que é um grande matador. Só que a bola precisa chegar redonda. Faz mais o estilo oportunista que brigador. Tanto que é facilmente anulável. Alan Kardec está em grande fase. Alto e rápido, deu mobilidade ao ataque que ficava preso à inércia de Borges. Tem feito gols importantes, como no empate contra o Inter, no Beira-Rio, pela Libertadores. Renteria chegou e pouco atuou. Não lembrou aquele bom atacante do Inter. Dimba, outra promessa da base, é opção ainda a evoluir.

TÉCNICO - Muricy Ramalho - Ótimo treinador. Tricampeão brasileiro pelo São Paulo, também levou o caneco pelo Fluminense em 2010. Chegou ao Santos em 2011 e já levou Paulistão e Libertadores. No Peixe, não está tão irritadiço como nos tempos de Morumbi. Também abandonou as famigeradas "muricyces", aquela invencionice que só o treinador entendia ou julgava interessante. Muricy foi uma das melhores contratações do Santos nos últimos anos. O fantástico time de 2010 dava show, porém sofria gols com a mesma facilidade que os fazia. Sem abrir mão de uma boa marcação, Muricy provou que sabe jogar bonito, para frente, sem descuidar da defesa. Explora o máximo do talento ofensivo de sua equipe e posiciona bem os jogadores para defender. 

ANÁLISE GERAL - Ótimos jogadores em todas as posições. De um goleiro jovem - e já experiente - a um ataque composto pela maior promessa do futebol brasileiro, o Peixe tem um elenco "santástico". De urgente, falta um reforço para a zaga, No mais, boas reposições para volante, meio, ataque. Até para as laterais quebra-se um galho! É uma equipe que ataca incrivelmente bem e defende-se com segurança. Muricy, excelente treinador, faz boas leituras de jogo e tem subsídios para efetuar boas substituições. Sobretudo, é um time maduro, focado e acostumado à decisões. 

RESULTADO - A maré do Santos está em alta e sabe-se lá onde vai parar. Não é somente pelo fato de contar com Neymar. É ter o jovem craque e toda uma gama de atletas que auxiliam a Joia a arrebentar partida após partida. Como dito, é uma equipe regular e madura. Portanto, impossível não credenciá-la ao título nacional.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Diretoria são paulina “poupa” Paulo Miranda de criticas


O torcedor são paulino que acompanha O Boteco Esportivo deve estar acompanhando toda a polêmica sobre o afastamento temporário de Paulo Miranda do time do Morumbi. O zagueiro foi cortado da concentração no dia do jogo contra a Ponte Preta e deu lugar a Edson Silva. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, disse que o corte aconteceu horas antes da partida pela Copa do Brasil porque a relação dos titulares só foi passada pelo treinador Emerson Leão durante o almoço na concentração. (Leia entrevista completa)

A justificativa dada para o afastamento do jogador é que ele precisa ser “preservado”. O diretor Adalberto Baptista disse durante entrevista ao programa Jogo Aberto, da TV Bandeirantes, que Paulo Miranda ficará fora também do próximo jogo contra a Ponte Preta e que o “caso vai ser analisado posteriormente”. Portanto, dá a entender que a volta dele ainda é uma incógnita.

Paulo Miranda treina com reservas no CCT da Barra Funda
Foto: Luiz Pires/Vipcomm

Jogadores logicamente estão incomodados com a postura da diretoria, mas não assumem publicamente temendo represálias. A presidência de Juvenal Juvêncio passa a ser, novamente, alvo de críticas pela “truculência” adotada. Não é a primeira vez que atletas são “preservados” no São Paulo. Nesse ano, já passaram por processo parecido, o lateral direito Piris e também o meia Jadson. Mas, no caso deles não existiu tanta repercussão porque os jogadores foram “vetados” dias antes de partidas que o São Paulo disputaria pelo Campeonato Paulista ou até mesmo pela Copa do Brasil.

Nessa sexta-feira, o São Paulo treinou e o diretor de futebol, Adalberto Baptista, apareceu no CCT da Barra Funda, mas não concedeu coletiva para os jornalistas. O treinador Emerson Leão que deu as explicações e falou o teor da conversa com o dirigente são paulino.

"Hoje o assunto foi Paulo Miranda. Ele(Adalberto Baptista) disse que realmente foi um caso maior do que se pensava".

Pois é, a repercussão foi grande e desastrosa para a imagem do São Paulo. E vocês são paulinos acharam certa a decisão???? Agora, no foco do "furacão" está também na famosa briga sem fim pela taça das bolinhas, que hoje está em poder do São Paulo. Mais uma vez, ela tem que ser devolvida e já foi autorizada até a força policial, se necessário. Qual vai ser a postura dessa vez???