quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

73 mortos no Egito. E vem mais por ai...

Final da Champions League de 1984. Roma. Roma x Liverpool. Vitória inglesa nos pênaltis. Derrota inglesa na violência que sofreu em terras italianas.

Final da Champions League de 1985. Hysel. Liverpool x Juventus. Vitória italiana por 1 a 0. Derrota italiana nas arquibancadas no episódio conhecido como "Tragédia de Hysel". Para os hooligans, valeu a revanche.

Campeonato Egípcio 2012. Port Said. Al Masry x Al Ahly. Os visitantes estavam invictos no torneio. Resultado: Masry 3 x 1 Ahly, 73 mortos e mais de mil feridos (de acordo com o portal globo.com). 

Sinceramente, não sei sob quais circunstâncias essa partida se deu. As informações que colhi em sites e blogs dizem que a partida ganhou proporções preocupantes após a negligência policial no estádio, bem como às declarações afiadas de dirigentes e jogadores do Al Masry.

Só sei de uma coisa: Isso não vai ficar por isso mesmo. Sim, cedo ou tarde vai ter troco. 

Aqui no Brasil é desnecessário mencionar os problemas que os clássicos geram. A estratégia capitaneada pelo São Paulo em reduzir a cota de ingressos aos visitantes ao mínimo de 10% não tem nada a ver em reduzir a violência. 

Todavia, acredito que tal medida ameniza os conflitos em torno do estádio. Só que as organizadas agendam seus tumultos em outros pontos da cidade e descarregam sua selvageria no que estiver ao redor. Nem é preciso falar em revanche. Os confrontos parecem inerentes às "instituições".

Por essa sensação de guerra civil em cada clássico é que nunca vivenciei um in loco. Só tevê, bar, rádio. No campo? Nem em sonho. No fundo, até prefiro ir a jogos menores, como aqueles contra times toscos do Paulistão para levar o filhão de 6 anos ver o time vencer e aumentar a empatia pelo clube. 

Há quem diga que só briga quem quer. Não é bem o que parece. Cada vez mais é comum ver demonstrações mais estúpidas envolvendo a paixão por futebol. Enquanto a violência no futebol for uma triste realidade cultural tupiniquim não acredito que o número de vítimas decorrentes dos clássicos irá diminuir. 

Claro, envolve uma mudança de mentalidade das torcidas, empenho e investimento na educação do torcedor como cidadão, além da colaboração eficiente da Polícia. 

Mas enquanto o mundo ideal não chega, restar rezar para que eventos lamentáveis como esses não se repitam.


Nenhum comentário:

Postar um comentário