Quando o São Paulo anunciou Leão como treinador tinha um pensamento básico em mente: tirar os jogadores da zona de conforto. Banir aquele clima de resort dos treinos, acirrar a briga pela titularidade e renovar o brio de uma equipe, digamos, insensível.
O Tricolor fechou o ano com a sensação de que com uma boa pré-temporada poderia entrar nos eixos. Começa o Paulistão e o time alavanca 3 vitórias. Em termos de resultado, não quer dizer muito. Afinal, é o Paulistão, oras.
Mas o empate com o Guarani nesta 4ª rodada escancara alguns problemas que Leão terá que sanar - e rápido - para que o time possa dar um passo à frente e efetivamente credenciar-se aos títulos que disputar:
Liderança: Sem Rogério e sem Luís Fabiano não havia um líder. Ou melhor, alguém para agitar a equipe e deixá-la com perfil um pouco mais aguerrido.
Zaga: Na partida de hoje, deu muitos sustos. Principalmente o estreante Paulo Miranda. No primeiro lance do jogo, gol do Guarani em falha generalizada do setor da direita à esquerda. Cortez salvou a noite ruim por ter participado efetivamente das tramas ofensivas.
Meio: Wellington é ótimo marcador e tem um fôlego impressionante. Contudo, NÃO ACERTA UM PASSE. Como se sabe, é impossível ter um bom meio campo sem volantes que desarmem bem e saibam minimamente passar/distribuir a bola. Cícero alterna bons jogos com participações nulas. Casemiro idem. Denílson idem. Maicon entrou pouco, não quero tirar conclusões precipitadas.
Neste caso, o torcedor respira aliviado ao lembrar que Fabrício e Jadson vão entrar no time. E Lucas é diferenciado, fato.
Ataque: O setor mais emblemático. Sinceramente, sem Luís Fabiano, é um dos piores dentre os times grandes. Hoje, Fernandinho deu demonstrações das suas três maiores virtudes: habilidade, velocidade e déficit intelectual. A capacidade que tem em passar pelos adversários e estragar contra-ataques, jogadas, desperdiçar finalizações é preocupante para quem é o virtual titular ao lado de Fabuloso. Osvaldo, ao meu ver, não é tão melhor que Fernandinho. Willian desencantou mas também não é um bom substituto.
Observações: Ademílson é jovem, tem lá sua qualidade mas não merece ser avaliado tão a fundo quanto os demais do elenco. Rafinha entrou hoje e foi mal. Errou passes, perdeu bolas bobas...enfim, uma noite terrível para o São Paulo que, literalmente, achou o empate.
Leão: Sim, o próprio treinador precisa tomar cuidado em algumas alterações, especialmente quando se trata de um time desfalcado de suas principais peças. Contra o Bugre, mexeu mal. Sacou Willian e perdeu referência na frente. Depois tirou Fernandinho, que bem ou mal, era quem ditava o rumo do ataque. Enfim, comprometeu a reação da equipe e sobrou o empate. Uma leitura equivocada na Copa do Brasil pode custar classificação ou título...
Enfim, essas são minhas considerações sobre o São Paulo após o jogo contra o Guarani. No papel, um belo time, um ótimo elenco. Na realidade, um aproveitamento discutível, duvidoso e ilusório até certo ponto.
No próximo post, como de praxe, os prêmios Cerveja Gelada e Cerveja Quente serão devidamente entregues.
Estive no estadio e concordo em quase tudo, porem devemos tambem ressaltar que os bugrinos encheram uma Kombi e vieram de Campinas para incentivar mais o seu time do que os infinitamente em maior numero tricolores que só se faziam ouvir nas vaias. Queremos um time aguerrido quando temos torcedores frios, o time é um reflexo disso.
ResponderExcluirCheguei a me iludir com as primeiras contratações do ano, porém um time com Pires, Cicero, Fernandinho e Wilian não tem como vencer.
ResponderExcluirMaicon é muito lento e Cortes só consegue aparecer quando Fernadinho não está em campo.
Diferente de você meu amigo blogueiro enxergo Osvaldo muito superior ao Fernandinho.
Estou seriamente preocupado.
Caros,
ResponderExcluirObrigado pelos comentários. Espero que continuem a acompanhar nossas postagens.
Em tempo:
- Anônimo 1: Concordo quando diz que o time é reflexo da torcida. Jogar em casa contra o Guarani e colocar apenas 9 mil pessoas é uma piada de mau gosto. Embora seja o Paulistinha, é preciso lotar a casa e prestigiar o time. Não houve apoio integral e a equipe só não entra na onda da acomodação porque Leão ainda não definiu com exatidão quem é titular e quem é reserva.
- Anônimo 2: Partilho da mesma preocupação, independente do real nível do Osvaldo. Mas, como li não lembro onde (PVC ou Birner), Cortez tem mais presença física que Juan, e isso já faz a diferença.