Tenho comigo que final é final e a palavra final resume bem toda a carga emocional que o evento carrega consigo. Final do campeonatinho de video game, de botão, do Mundial de Não-sei-o-que, não sei o que lá...enfim, por mais chato que o jogo esteja, por mais duro que pareça ficar inerte na frente da televisão, final é final.
No caso do futebol americano, eu vejo níveis diferentes de emoção. Vai além de um simples cruzamento na área no último minuto. Em cada troca de posse de bola, o jogo varia. Cria-se uma situação ou uma sensação diferente. Um time com grande vantagem parece se apequenar, outro virtualmente derrotado parece cada vez mais frágil.
Bom, fato é que o evento Super Bowl é insano. O show do intervalo - que neste ano teve Madonna - o hino, a torcida, o clima...os americanos realmente sabem fazer um grande espetáculo.
E nessa turbilhão de emoções, um ingrediente a mais: revanche. Como dito no outro post, Giants e Patriots se enfrentaram no SB42 (SB XLII) com vitória de NY por 17 a 14, em grande noite de Eli Manning. Mal sabia ele que naquela noite seria o pior pesadelo de Brady.
Num começo inspirado, os Giants, abriram 9 a 0. Dois pontos conquistados após um safety ao forçar um intentional grounding de Brady na ending zone, e um TD anotado por Cruz.
Bastou o placar adverso para Brady mostrar por que detém 3 títulos. Comandou a reação de New England e, no final do primeiro tempo, viraram a partida para 10 a 9, fruto de um field goal e um touchdown.
Mal começa o segundo tempo e novo TD para os Patriots anotado por Hernandez. Foi o último brilho de Brady na partida e de toda a equipe de New England.
Com dois FG, os Giants encostaram no placar em 15-17. Deu tempo para Brady ser interceptado. Mas a defesa dos Patriots seguraram a pressão até o final do terceiro quarto. Pensando bem, aqui foi o último brilho dos Patriots, que logo mais sabotariam mais ainda a noite de seu estimado QB.
As defesas trabalhavam bem no último e decisivo quarto. O relógio, para variar, era aliado e vilão ao mesmo tempo. Então, a estrela dos Giants brilhou. Faltavam 4 minutos para o final. Brady lança. Wes Welker, livre, livre, livre, bola na mão, mão na bola, era pegar e sair correndo para a alegria. Mas deixou cair.
Não foi essa jogada que matou a noite de New England. O que realmente fulminou a sorte dos Patriots foi o milagre que Mario Manningham operou. Ele recebeu um passe de 40 jardas, na lateral, quase fora, quase o fim do sonho, quase tudo. Fato é que essa bola definiu o jogo.
Eli Manning e pouco tempo no relógio. Era tudo que Brady mais temia (tendo inclusive assumido em coletiva). O sangue Manning falou mais alto em mais uma decisão. Com exatos 57 segundos, TD para os Giants. A campanha foi formidável até a recepção de Manningham. Dali para frente, os Patriots foram obrigados a arrumar um jeito de fazer o relógio correr a seu favor. Permitiram o TD e apostaram tudo no último minuto do Super Bowl.
Dois ótimos passes e, praticamente do meio do campo, Brady lançaria para a ending zone. Menos de 10 segundos. Brady, bola, Brady, lança...a bola viaja...tem endereço certo na ending zone. Mas a defesa dos Giants conseguem atrapalhar a jogada, a bola cai e os Giants levam o Super Bowl!
Não foi lá aqueeeeeela final. Só que, como se vê, teve grandes doses de emoção. Brady não pode ser culpado pelo fracasso. Fez o que se esperava dele. Apenas contou com a péssima noite de seus wide receivers. Já Eli entra definitivamente para o rol dos principais quarterbacks em atividade com dois títulos em dois Bowls.
Até a próxima temporada!
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