Domingo tivemos a final da Copa Africana de Nações. A zebra Zâmbia derrotou a potência continental Costa do Marfim e, além do título, quebrou com a série de três taças consecutivas do Egito. Aqui no Brasil já ouvimos falar bastante dos marfinenses. É comum ter um deles nos principais clubes europeus. Sem contar que estiveram no nosso grupo na Copa-10.
Drogba e Kalou no Chelsea, Yaya e Kolo Touré no Manchester City, Gervinho no Arsenal, Keita ex-Barcelona, Eboué no Galatasaray. Conhecidos pelo vigor físico, os marfinenses adaptaram-se muito bem na Europa, principalmente no pegado futebol inglês. Porém, grife não conquista título e isso eles sentiram novamente na pele.
Foi o segundo vice-campeonato da Copa Africana desta geração. Três edições atrás, há seis anos, foram derrotados nos pênaltis para o Egito. Desta vez, os pênaltis consagraram Zâmbia.
O resultado ganha força porque mal se lembra deste pobre país no mapa. Alguém aqui sabia que havia futebol lá? É a prova concreta que o futebol pode transformar uma realidade ou mudar um conceito 'pré-conceituoso'. Mostra que milagres acontecem.
Alguém acreditaria na mínima possibilidade de vitória zambiana? Apostaria 5, 10, trocentos reais em seu triunfo? Jamais. Olha só, eles eliminaram Gana, que sempre dá suas caras Mundial sim, Mundial não. Mas, ah, Costa do Marfim tem Drogba, Kalou, blablabla, o raio não vai cair duas vezes no mesmo lugar. Aham.
Drogba perdeu pênalti no segundo tempo. A partida estava 0 a 0. Não vou reproduzir aqui resumos que li internet adentro nem fazer de conta que assisti a uma partida que sequer sabia o horário (maiores informações nos sites da Globo.com e ESPN). Mas impressiona saber que o ídolo mor marfinense cometeu o maior de todos os pecados futebolísticos numa final de tamanha importância.
Na derradeira decisão, outras duas estrelas decepcionaram seu povo. Kolo Touré e Gervinho perderam suas cobranças e um tal de Sunzu, defensor do Mazembe (que irônico!), levou a taça para território zambiano.
Esta final deveria ter destaque mundial, cobertura digna de Jogos Olímpicos. Zâmbia (quem?) ser campeã em cima de uma 'poderosa' Costa do Marfim? Quem eles pensam que são?
A qualidade das estrelas marfinenses não são questionáveis. Só que sua produtividade e eficiência em decisões merece ser posta em xeque, vide resultados. Para uma geração que colocou o país em evidência no mundo do futebol, a conquista de uma simples Copa Africana me parece obrigatória. No entanto, acumularam dois dolorosos fracassos e serviram apenas para distribuir alguns bons atletas por aí. Que nem para a história ficarão, diga-se.
Que este épico resultado sirva de lição a cada time pequeno do planeta. Em campo, tudo será possível. Inclusive milagres.
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