Campeão em 2010, 3º colocado em 2011, um ataque avassalador, um camisa 9 capitão-artilheiro-líder-ídolo-tudo, o único 100% na Copa Libertadores até o momento e campeão da Taça Guanabara. Em suma, Fluminense.
Há dois anos o futebol carioca está em ascensão. O Brasileirão foi para o Rio em 2009 e 2010, no ano passado, emplacaram 3 clubes dentre os 4 primeiros. E o Fluminense é quem aproveita a maré boa para sonhar alto. Aposta suas fichas na Libertadores com um elenco bem servido em todas os setores. No banco, Abel comanda uma das equipes mais endinheiradas do país, que investe pesado acreditando no retorno.
Vejamos a fundo o que o Fluminense reserva para o Brasileirão:
GOLEIROS - Diego Cavalieri, Ricardo Berna, Klever e Leo - Cavalieri, revelado no Palmeiras, é o titular. Após uma fracassada passagem pelo Liverpool, desembarcou nas Laranjeiras para assumir a instável camisa 1. Depois de um forte rodízio na titularidade e um início abaixo da crítica, Cavalieri deu a volta por cima e mostra a segurança que o destacou no futebol. Não há dúvida que é um bom goleiro. Bons reflexos, bom posicionamento. Tem alguma dificuldade na saída de gol, comete alguns deslizes mas evoluiu, o gol está bem protegido. Berna já viveu seus dias de heroi. E de vilão. No banco, de longe faz sombra a Cavalieri. Para o banco, serve.
LATERAIS - Bruno, Thiago Carleto, Stéfano, Carlinhos, Wallace - Bruno, recém-chegado do Figueirense, não faz a torcida sentir saudades de Mariano. Compõe bem e auxilia o ataque com qualidade. Regular, não compromete. Wallace, promessa de Xerém, é visto como o "Marcelo da direita", em alusão ao lateral-esquerdo do Real Madrid, cria da base do Flu. Pelo lado esquerdo, Carleto e Carlinhos brigam pela vaga. Carleto surgiu bem no Santos, passou apagado pela Espanha, não se firmou no São Paulo e começou bem no Tricolor Carioca. Rápido e portador de um potente chute de canhota, apenas peca pela falta de vocação defensiva. Carlinhos é mais equilibrado, mas também prega alguns sustos na defesa. Aparece bem no ataque e recompõe melhor.
ZAGUEIROS - Gum, Leandro Euzébio, Anderson, Digão, Elivélton, Márcio Rosário - Paredão. Todos altos e fortes, verdadeiros muros. Uns mais rápidos e lúcidos. Outros mais limitados. Mas todos puxados para o estilo rebatedor e fortes no jogo aéreo. Gum e Leandro Euzébio eram titulares. Faziam uma dupla sólida, embora batessem cabeça uma vez ou outra. Anderson chegou do Atlético-GO e ganhou uma vaga. Com muita raça e disciplina tática, desarma com precisão e se posiciona bem. Esses três estão um degrau acima dos reservas. Márcio Rosário e Digão não inspiram tanta confiança, mas não destoam tanto do trio titular. Vejo bem postada essa zaga do Tricolor.
VOLANTES - Jean, Diguinho, Edinho, Fábio, Ewerton, Valencia - Edinho e Valencia são os carrapatos, encarregados pelo trabalho sujo da marcação. Edinho pode até ser recuado para atuar como zagueiro, eventualmente. São bons marcadores. Entretanto, apenas bons. Nada além disso. O colombiano é uma versão mais rápida de Edinho e que sai com mais qualidade. No mais, são bem parecidos. Jean, ex-São Paulo, fez de tudo um pouco e não se especializou em nada. Volante de formação, tem boa saída de jogo, mas sem tanto vigor na marcação. Os tempos de improvisação na lateral do clube paulista mostraram sua deficiência na marcação e falta de efetividade no apoio. Tem sérios problemas de finalização de fora-da-área, trunfo importante para volantes. Diguinho. Eu, particularmente, gosto dele. Faz o simples: desarma bem e sai para o jogo com simplicidade.
MEIAS - Deco, Thiago Neves, Lanzini, Souza, Wágner, Wellington Nem, Lucas Patinho - A criação mora aqui. Deco, mesmo sem o vigor físico da juventude, dá o tom da meia-cancha. Passa a bola e cadencia o jogo como poucos. Thiago Neves é formidável. Apoiador perigosíssimo nos tiros de fora da área, na bola parada, nas rápidas tabelas e movimentações ao redor da intermediária adversária. Sua perna esquerda não cansa de fazer estrago. Wellington Nem voltou após boa temporada no Figueirense. Rápido e habilidoso, é útil ao abrir espaços na zaga rival. Wágner é uma versão mais lenta de Thiago Neves. Explodiu no Cruzeiro e ainda não encontrou a bola que o despontou em Minas. Todavia, tem características parecidas, como a qualidade no passe, no chute e na bola parada. Lanzini é um promissor meia argentino que fica em segundo plano diante da qualidade dos companheiros. Costuma ser opção de banco e nem sempre consegue dar novo tom ao jogo. Souza anda esquecido, mas é muito útil. Polivalente, pode atuar como ala e segundo volante. Habilidoso, também é boa opção para bolas paradas, principalmente nos cruzamentos.
ATACANTES - Fred, Rafael Sóbis, Rafael Moura, Araújo, Matheus Carvalho, Samuel - Grandes opções. Fred dispensa comentários. É o grande nome deste guerreiro Fluminense. Goleador, capitão e ídolo, sua regularidade encontra-se nas atuações em alto nível. Sóbis, grande segundo atacante, parte para cima da zaga e finaliza com frieza. Rápido, puxa contra-ataques e costuma organizar boas jogadas de ataque. Rafael Moura, o He-Man, não faz feio mesmo no banco. Autêntico homem de área, usa sua força para se posicionar bem na área e concluir com qualidade. Boa referência para jogadas aéreas. Araújo, veterano, é segundo atacante que pode até atuar mais recuado. Distribui bem o jogo e também finaliza bem, embora esteja mais abaixo que os primeiros companheiros.
TÉCNICO - Abel Braga - Campeão da Libertadores e do Mundo com o Inter em 2006, Abel provou que é bom treinador. Arma bem seus times, embora tenha uns tiques de Joel e queira travar a vocação ofensiva desta máquina de atacar que é o Fluminense. Está fazendo um ótimo trabalho no Tricolor Carioca. Apesar das cobranças da torcida, o time joga muito bem, não compromete e corresponde bem sob pressão.
ANÁLISE GERAL - Só de ler os nomes já se nota que a parte ofensiva é extremamente perigosa. Com meias criativos e atacantes finalizadores por vocação, o Fluminense dificilmente não vai marcar um gol. O miolo de zaga agrada. É sólido e joga sério, sem sustos. Vejo certa falta de pegada no meio campo e um sistema defensivo fragilizado em razão disso e do cacoete ofensivo da lateral esquerda. No entanto, nada absurdamente preocupante. Ajustes podem solucionar esse problema.
RESULTADO - O momento que o Fluminense atravessa é especial. Tem elenco e qualidade para ir longe. Vai brigar pelo título.
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