domingo, 18 de março de 2012

Supreende mas não convence.

Início do ano fui ao Pacaembu acompanhar o amistoso entre Palmeiras x Ajax (leiam aqui - aliás, foi o primeiro post deste blog) e saí com a clara sensação de que o Verdão não teria um ano muito promissor. No entanto, o que se vê após 14 rodadas do Paulistão é uma equipe completamente diferente daquela que disputou o sofrido amistoso.

Com sutis alterações, Felipão ganhou reforços interessantes para o decorrer da temporada. Chegou o zagueiro Román, que ainda não provou muita coisa mas acrescenta; Juninho deu à lateral-esquerda uma outra cara; Artur fez três gols nos três primeiros jogos com a camisa verde, mostrou qualidade no jogo aéreo e passou a ameaçar Cicinho, então titular indiscutível; Daniel Carvalho superou a desconfiança quanto ao seu peso e mobilidade mostrando que é capaz de orquestrar bem a meia ofensiva da equipe; Valdívia aos poucos retoma o bom futebol; por fim, Barcos é o novo ídolo recente da torcida. Frio nas conclusões e demonstrando muita garra em campo, o Pirata é cada vez mais querido pelos palestrinos, órfãos de Marcos.

Contudo, como disse acima, foram-se apenas 14 rodadas do Paulistão. Ter um desempenho notável aqui é bastante relativo. Para um time grande não passa de mera obrigação. Impressiona o fato da equipe ostentar uma invencibilidade de 16 jogos (computados aqui o amistoso e a partida de ida da Copa do Brasil) e dentre essas partidas estarem os clássicos contra Santos (virada sensacional nos minutos finais) e o empate eletrizante contra o São Paulo.

Ou seja, não é um time que afinou ou se apequenou nos jogos mais importantes. Só que o oba-oba em torno do Verdão começa a ganhar contornos exagerados. Repito: é apenas a primeira fase do Paulistão. Nas quartas, um dia mais azarado e adeus invencibilidade, campeonato, etc. O mesmo vale para a Copa do Brasil.

Pode ser que esse desempenho acima do normal se confirme no Brasileirão. Ou não. Vai saber. O registro que realmente entendo ser pertinente é de que ainda é muito cedo para classificar o Palmeiras como time a ser batido. Outras equipes vivem um momento mais estável e transmitem mais segurança com a bola nos pés, como o Santos, o Corinthians e o Fluminense.

(O fato de estarem na Libertadores é secundário, ok? As apresentações pelos torneios continental e estadual retratam bem meu posicionamento.)

Então, por enquanto, o Palmeiras há de se contentar, no máximo, com o título de "sensação do 1º semestre" e olhe lá.



3 comentários:

  1. Grande post! Concordo contigo, a primeira fase do Paulista não serve como termômetro. No máximo como um "esquenta" para as verdadeiras lutas que virão.

    Há alguns jogadores interessantes, mas que precisarão mostrar poder de recuperação e superação na primeira derrota e nos jogos mais importantes de finais de Pailistão e Copa do Brasil, a partir dos grandes confrontos com times mais tradicionais e perigosos.

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  2. Tomei conhecimento do blog ao ler seu comentário lúcido e sensato no catedraldeluz.blogspot.com.br. Concordo plenamente com sua opinião e é a mesma posição que também defendo desde o início da temporada 2012.Estou contente com a liderança e a invencibilidade mas sem deslumbramentos e exageros dos quais o que me chama mais me incomoda é exatamente da idolatria a Barcos. O termo ídolo perde seu significado quando se pretende equiparar um jogador que tem 4 ou 5 jogos e nada ganhou ainda com alguém que defendeu as cores do Palestra por mais de uma década e teve grandes vitórias e títulos. Ademir da Guia e Marcos são verdadeiramente ídolos, Barcos... é apenas Barcos.

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  3. Gabriel:

    Articuladíssimo! Gostei! Continue assim! Só acrescentará à Mídia Palestrina.

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