terça-feira, 12 de junho de 2012

Mano na forca

Dias após a sova que o Brasil levou da Argentina por 4 a 3 com direito a show de Messi, autor de 3 belos gols, li por aí que Mano Menezes teria ganho uma sobrevida pelas condições nas quais a derrota foi construída. Tradução subliminar: após desperdiçar uma Copa América, vai ter crédito para gastar em um eventual fracasso nas Olimpíadas e, ainda assim, chegar "inteiro" no tão esperado Mundial em nosso solo tão amado. Só podem estar curtindo com a minha cara!

Hoje não pretendo cornetar ausências, escalação, variações táticas. Darei uma colher de chá para esse assunto por enquanto.

Contudo, não adianta. Antes de começar a dizer qualquer coisa sobre a Seleção vejo-me obrigado a abrir parêntesis e, in memoriam, rezar meu mantra ranzinza e saudosista em homenagem aos tempos do professor Dunga e repetir pela enésima vez o quanto aquele senhor, vítima do maldito folclore demissionista do nosso futebol, foi importante para o resgate do brio e do respeito pela camisa amarela. Fecha parênteses.

Desabafo feito, lá vai o Brasil defender a pátria contra nossos indesejáveis vizinhos. Sob o pretexto de entrosar a equipe que vai aos Jogos Olímpicos vimos uma zaga jovem e pouco confiável, continuamos sofrendo com a lateral-direita, e permanecemos à espera da dupla de volantes perfeita para sustentar nosso incrível arsenal ofensivo.

Faz um, toma dois, vai lá e faz mais dois e toma mais dois. Que jogo, hein? Reações espetaculares de ambos os lados, uma partida emocionante de dar orgulho até no lado derrotado. Porém, eu não me incluo nesse ponto.

Ficar orgulhoso com derrota virou dogma exclusivo para os escretes de 82 e 86. No mais, sempre que perdeu  um Judas foi malhado. Verdade seja dita, não houve outro elenco que comoveu tanto quanto aqueles. Mas enfim, se a queda nas quartas-de-final na Copa América para o Paraguai e as derrotas para a seleção principal da Argentina (duas vezes), França e Alemanha não são suficientes para credenciar alguém a Judas, a Olimpíada tem a obrigação de cumprir tal papel.

Em respeito à nossa cultura em imputar a desgraça alcançada dando-se nome aos bois, a cabeça de Mano Menezes já deve ser devidamente posicionada na guilhotina para ser devidamente arrancada sob qualquer hipótese, salvo - e somente neste caso - se conquistar o tão sonhado ouro olímpico. 




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