sábado, 31 de março de 2012

Análise de Elenco - Fluminense

Campeão em 2010, 3º colocado em 2011, um ataque avassalador, um camisa 9 capitão-artilheiro-líder-ídolo-tudo, o único 100% na Copa Libertadores até o momento e campeão da Taça Guanabara. Em suma, Fluminense.

Há dois anos o futebol carioca está em ascensão. O Brasileirão foi para o Rio em 2009 e 2010, no ano passado, emplacaram 3 clubes dentre os 4 primeiros. E o Fluminense é quem aproveita a maré boa para sonhar alto. Aposta suas fichas na Libertadores com um elenco bem servido em todas os setores. No banco, Abel comanda uma das equipes mais endinheiradas do país, que investe pesado acreditando no retorno.

Vejamos a fundo o que o Fluminense reserva para o Brasileirão:


GOLEIROS - Diego Cavalieri, Ricardo Berna, Klever e Leo - Cavalieri, revelado no Palmeiras, é o titular. Após uma fracassada passagem pelo Liverpool, desembarcou nas Laranjeiras para assumir a instável camisa 1. Depois de um forte rodízio na titularidade e um início abaixo da crítica, Cavalieri deu a volta por cima e mostra a segurança que o destacou no futebol. Não há dúvida que é um bom goleiro. Bons reflexos, bom posicionamento. Tem alguma dificuldade na saída de gol, comete alguns deslizes mas evoluiu, o gol está bem protegido. Berna já viveu seus dias de heroi. E de vilão. No banco, de longe faz sombra a Cavalieri. Para o banco, serve. 

LATERAIS - Bruno, Thiago Carleto, Stéfano, Carlinhos, Wallace - Bruno, recém-chegado do Figueirense, não faz a torcida sentir saudades de Mariano. Compõe bem e auxilia o ataque com qualidade. Regular, não compromete. Wallace, promessa de Xerém, é visto como o "Marcelo da direita", em alusão ao lateral-esquerdo do Real Madrid, cria da base do Flu. Pelo lado esquerdo, Carleto e Carlinhos brigam pela vaga. Carleto surgiu bem no Santos, passou apagado pela Espanha, não se firmou no São Paulo e começou bem no Tricolor Carioca. Rápido e portador de um potente chute de canhota, apenas peca pela falta de vocação defensiva. Carlinhos é mais equilibrado, mas também prega alguns sustos na defesa. Aparece bem no ataque e recompõe melhor.

ZAGUEIROS - Gum, Leandro Euzébio, Anderson, Digão, Elivélton, Márcio Rosário - Paredão. Todos altos e fortes, verdadeiros muros. Uns mais rápidos e lúcidos. Outros mais limitados. Mas todos puxados para o estilo rebatedor e fortes no jogo aéreo. Gum e Leandro Euzébio eram titulares. Faziam uma dupla sólida, embora batessem cabeça uma vez ou outra. Anderson chegou do Atlético-GO e ganhou uma vaga. Com muita raça e disciplina tática, desarma com precisão e se posiciona bem. Esses três estão um degrau acima dos reservas. Márcio Rosário e Digão não inspiram tanta confiança, mas não destoam tanto do trio titular. Vejo bem postada essa zaga do Tricolor.

VOLANTES - Jean, Diguinho, Edinho, Fábio, Ewerton, Valencia - Edinho e Valencia são os carrapatos, encarregados pelo trabalho sujo da marcação. Edinho pode até ser recuado para atuar como zagueiro, eventualmente. São bons marcadores. Entretanto, apenas bons. Nada além disso. O colombiano é uma versão mais rápida de Edinho e que sai com mais qualidade. No mais, são bem parecidos. Jean, ex-São Paulo, fez de tudo um pouco e não se especializou em nada. Volante de formação, tem boa saída de jogo, mas sem tanto vigor na marcação. Os tempos de improvisação na lateral do clube paulista mostraram sua deficiência na marcação e falta de efetividade no apoio. Tem sérios problemas de finalização de fora-da-área, trunfo importante para volantes. Diguinho. Eu, particularmente, gosto dele. Faz o simples: desarma bem e sai para o jogo com simplicidade. 

MEIAS - Deco, Thiago Neves, Lanzini, Souza, Wágner, Wellington Nem, Lucas Patinho - A criação mora aqui. Deco, mesmo sem o vigor físico da juventude, dá o tom da meia-cancha. Passa a bola e cadencia o jogo como poucos. Thiago Neves é formidável. Apoiador perigosíssimo nos tiros de fora da área, na bola parada, nas rápidas tabelas e movimentações ao redor da intermediária adversária. Sua perna esquerda não cansa de fazer estrago. Wellington Nem voltou após boa temporada no Figueirense. Rápido e habilidoso, é útil ao abrir espaços na zaga rival. Wágner é uma versão mais lenta de Thiago Neves. Explodiu no Cruzeiro e ainda não encontrou a bola que o despontou em Minas. Todavia, tem características parecidas, como a qualidade no passe, no chute e na bola parada. Lanzini é um promissor meia argentino que fica em segundo plano diante da qualidade dos companheiros. Costuma ser opção de banco e nem sempre consegue dar novo tom ao jogo. Souza anda esquecido, mas é muito útil. Polivalente, pode atuar como ala e segundo volante. Habilidoso, também é boa opção para bolas paradas, principalmente nos cruzamentos. 

ATACANTES - Fred, Rafael Sóbis, Rafael Moura, Araújo, Matheus Carvalho, Samuel - Grandes opções. Fred dispensa comentários. É o grande nome deste guerreiro Fluminense. Goleador, capitão e ídolo, sua regularidade encontra-se nas atuações em alto nível. Sóbis, grande segundo atacante, parte para cima da zaga e finaliza com frieza. Rápido, puxa contra-ataques e costuma organizar boas jogadas de ataque. Rafael Moura, o He-Man, não faz feio mesmo no banco. Autêntico homem de área, usa sua força para se posicionar bem na área e concluir com qualidade. Boa referência para jogadas aéreas. Araújo, veterano, é segundo atacante que pode até atuar mais recuado. Distribui bem o jogo e também finaliza bem, embora esteja mais abaixo que os primeiros companheiros. 

TÉCNICO - Abel Braga - Campeão da Libertadores e do Mundo com o Inter em 2006, Abel provou que é bom treinador. Arma bem seus times, embora tenha uns tiques de Joel e queira travar a vocação ofensiva desta máquina de atacar que é o Fluminense. Está fazendo um ótimo trabalho no Tricolor Carioca. Apesar das cobranças da torcida, o time joga muito bem, não compromete e corresponde bem sob pressão. 

ANÁLISE GERAL - Só de ler os nomes já se nota que a parte ofensiva é extremamente perigosa. Com meias criativos e atacantes finalizadores por vocação, o Fluminense dificilmente não vai marcar um gol. O miolo de zaga agrada. É sólido e joga sério, sem sustos. Vejo certa falta de pegada no meio campo e um sistema defensivo fragilizado em razão disso e do cacoete ofensivo da lateral esquerda. No entanto, nada absurdamente preocupante. Ajustes podem solucionar esse problema.

RESULTADO - O momento que o Fluminense atravessa é especial. Tem elenco e qualidade para ir longe. Vai brigar pelo título.


Gostaram? Vejam outras análise de equipes clicando aqui.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Paulistão 12 - Rodada #16

A interminável primeira fase do Paulista chega a sua 16ª rodada. Agora, restam somente 3 rodadas para o campeonato realmente começar. 6 equipes já estão classificadas mas dificilmente os atuais detentores da 7ª e 8ª vagas irão perdê-las.

Já na zona da degola as emoções devem persistir até a última rodada, embora a luta tenha ficado restrita a 5 equipes.

Chega de blablabla, vamos às cervejas:


CERVEJA GELADA

FERNANDINHO e NEYMAR - Fernandinho entrou no intervalo no lugar de Jadson e levou o São Paulo à vitória. Fez o primeiro e armou a jogada para o gol contra de Cléber. Os 2 a 0 mantiveram o Tricolor na ponta do Paulistão. Por sua vez, Neymar foi show à parte. Na goleada do Santos sobre o Guaratinguetá, Neymar fez "apenas" 3 gols. Juan e Borges fecharam o placar. O Peixe segue na 4ª colocação com 33 pontos.

GUARANI, PONTE PRETA e BRAGANTINO - A dupla de Campinas e o Bragantino deram passos importantes rumo à classificação. Enquanto o Mogi Mirim já carimbou presença nas quartas-de-final, o Guarani bateu o Linense por 2 a 1 e também confirmou sua vaga. A Ponte Preta derrotou a Portuguesa por 3 a 1 também está virtualmente classificada. Por fim, o Bragantino, fora de casa, venceu o Mirassol por 3 a 2 e é outro com presença praticamente assegurada no mata-mata.


CERVEJA QUENTE

MIRASSOL - Perdeu em casa para o Bragantino, 3 a 2. Se vencesse, manteria o sonho da classificação vivo. A derrota confirma a campanha mediana da equipe.

COMERCIAL - Derrotado em casa para o Oeste, segue na lanterna com somente 8 pontos e somente três vitórias e muita sorte livram o time do rebaixamento.

BOTAFOGO - Na onda do rival de Ribeirão,o Botafogo também deve fazer companhia ao inimigo na Série A-2. Também perdeu em casa. O carrasco foi o inofensivo São Caetano: 3 a 2. Se serve de consolo, a chance do Botafogo se salvar é um pouco mais razoável que a do Comercial.

Lei Geral da Copa transfere responsabilidade de bebidas alcoólicas


Horas e mais horas de discussão dentro do plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, para a aprovação da Lei Geral da Copa de 2014. Os parlamentares, que pediam a palavra, estufavam o peito dizendo que será a melhor “Copa de todos os tempos”, mas acabaram se esquecendo ou se esquivando do ponto polêmico sobre o consumo de bebidas alcoólicas dentro dos estádios brasileiros.

Muitos diziam ser a “favor do texto”, porém, ressaltavam ser contra a venda de álcool. Se maioria dizia ser contra, por que não se chegou a um consenso e derrubava de vez esse pedido da Fifa? Para se ter uma ideia do pensamento dos parlamentares, 161 deputados votaram a favor da "suspensão temporária" do artigo 13 do Estatuto do Torcedor, que proíbe a comercialização de álcool nos estádios.

Em entrevista há dois anos ao jornalista Cosme Rimoli, do Portal R7, o promotor do Ministério Público de São Paulo, Paulo Castilho, já demonstrava ser contrário a venda de bebidas alcoólicas dentro das sedes dos jogos de 2014. Na época, o promotor usou o seguinte argumento: "as ocorrências dentro dos estádios diminuíram 80% depois que a cerveja foi banida". (Leia entrevista completa) 
Deputados parecem ter virado as costas para o povo brasileiro
Foto: Valter Campanato /Agência Brasil 

Nós todos sabemos que existe uma grande marca de cerveja por trás do Mundial de futebol e que a pressão é grande nos bastidores para que esse tema seja aprovado o quanto antes. O que não dá é fazer o povo brasileiro de bobo. Afinal, para que existe o Estatuto do Torcedor? Em maioria dos casos para nada, porque cansamos de ver situações de desrespeito ao que está escrito.

O problema maior não é a questão do consumo da cerveja ser liberado durante o Mundial, mas as consequências futuras de uma determinação desse porte. Uma lei, mesmo que negociada com os estados sedes, poderá abrir portas para que retornemos ao passado. 

Tudo bem que existe claramente o consumo de álcool na porta dos estádios, basta ir a qualquer jogo e constatar o comércio, mas de certa forma existe um "controle", já que pessoas alcoolizadas não deveriam ter acesso aos estádios, pelo menos na teoria.

Agora o texto vai para analise do Senado, que deve votar igualmente aos colegas deputados e deixar a questão do consumo de bebidas alcoólicas cair no colo dos estados. Dessa forma, eles não criam atritos com os representantes da Fifa.

O que foi aprovado?

O texto base da Copa do Mundo de 2014 serve basicamente para dizer o que se pode fazer durante o Mundial e quais as punições para os desvios de conduta. Na votação de ontem, deputados conseguiram a façanha de reservar "1% dos ingressos para pessoas portadores de deficiência". Eles são distribuídos gratuitamente. A medida reforça a ideia de que realmente a Copa de 2014 não tem nada de inclusiva e que não será para o povo local.

Uma conta rápida aos amigos d´O Boteco Esportivo, um jogo de uma Seleção A contra uma Seleção B poderá ter capacidade de 45 mil torcedores. De acordo com o texto aprovado, dessa carga total, apenas 450 serão destinados aos portadores de deficiência. Será que o torneio vai ser realmente inclusivo?

Outro ponto já decido pelos deputados é com relação a meia entrada. Só os idosos terão direito ao benefício. Estudantes, pela proposta, terão os chamados "ingressos populares". Essa categoria também engloba os brasileiros que forem atendidos pelos programas do governo. O custo do bilhete será de US$ 25, pela cotação atual pouco mais de R$40. Resumo de conversa, benefício que é bom, nada.

Aproveitando o gancho de preços, sabe qual é o valor do ingresso mais caro para assistir a Copa no Brasil? Quem estiver a fim e tiver condições financeiras desembolsará por volta de US$ 900. Será que vale a pena?Para se ter uma ideia do "superfaturamento" no Brasil, a final da Super Copa entre Real Madrid e Barcelona teve ingressos custando R$216.

Para fechar, os nobres deputados validaram questões de interesse da própria Fifa, com relação a marca da entidade maior do futebol. Resumo de conversa com os amigos d´O Boteco Esportivo, a maioria dos brasileiros não levará vantagem em nada e terá que assistir os jogos, se quiser, pela televisão ou em telões espalhados pelas cidades.

Análise de Elenco - Flamengo

Agora na mesa d'O Boteco chegou a vez de apreciarmos o time brasileiro com maior torcida. O clube da massa, do amor, das crises, das confusões, de vexames, de viradas, de glórias, de tudo um muito. Exagero, afinal, "isso é Mengão!"

Flamengo é Flamengo. A força da torcida é capaz de embalar o time de maneira pouco vista, dando poder descomunal inclusive a equipes médias. Ultimamente, o amor e o ódio convivem. A chegada de Love, a Libertadores e a esperança em contar com Adriano em breve mobilizam a torcida favoravelmente. Porém, a instabilidade de Ronaldinho, os vacilos em casa, um meio-campo fragilizado e uma zaga ainda capenga frustram a apaixonada torcida.

Até o momento, o Flamengo foi derrotado nas semi-finais da Taça Guanabara mas está na briga por uma vaga nas finais da Taça Rio. O Botafogo lidera seu grupo com 13 pontos seguido de perto pelo rubro-negro e pelo Macaé, com 12 pontos. Campanha regular assim dizendo. Já na Libertadores, o Mengo segue bem vivo na luta pelo bi. Seu grupo está embolado mas há grandes chances de classificação.

Chega de lenga-lenga, vamos ver o que o Flamengo traz para o Brasileirão:


GOLEIROS - Felipe, Paulo Victor, César e Marcelo Carné - Bons goleiros. Felipe, polêmico e um tanto circense em suas defesas, protege bem o gol rubro-negro. Transmite segurança, catimba bem o jogo e, apesar de colecionar alguns rebaixamentos, firmou-se como um dos melhores goleiros do país. Paulo Victor  não é um mau reserva. Mas também não faz nada de extraordinário. Contudo, o garoto César tem futuro. Por coincidência, assisti à final da Copa São Paulo ano passado entre Flamengo e Bahia, com vitória rubro-negra por 2 a 1 e César encheu meus olhos. Mostrou um talento impressionante sob as traves. Olho nele! 

ZAGUEIROS - David Braz, Welinton, Frauches, Gustavo, González, Marllon - A zaga é boa, mas as pixotadas recentes, especialmente contra o Olímpia, no Engenhão, quando abriu 3 a 0 e permitiu a reação dos visitantes deixam o torcedor com uma pulga atrás da orelha. David Braz e Welinton foram uma dupla alta, vigorosa e forte na bola aérea. González, da Seleção Chilena, chegou para dar mais experiência e estabilidade ao setor composto por muitos jovens. Outro bom zagueiro. Os demais compõem o elenco sem a qualidade dos titulares, além de serem bem mais jovens. Por mais promissores que sejam, há juventude demais no miolo de zaga.

LATERAIS - Léo Moura, Galhardo, Digão, João Felipe, Junior Cesar, Magal, Rodrigo Alvim - Outro setor de qualidade. Léo Moura pela direita e Junior Cesar na esquerda são velozes e apoiam muito bem. Deixam a desejar um pouco na marcação e ocasionalmente abrem algumas avenidas, mas compensam pela disposição e presença ofensiva. Galhardo e Magal, respectivos reservas, são úteis. Entretanto, quebram um galho somente a curto prazo, ou seja, não comprometem enquanto durar uma suspensão por cartão, por exemplo. 

VOLANTES - Airton, Maldonado, Luiz Antonio, Muralha, Lorran, Rômulo, Williams - Todos inteiros são ótimos. Airton na proteção da zaga é um monstro. Alto, forte e pegador. Exagera na força em alguns momentos, é verdade. Williams, o carrapato. Desarma demais e sai para o jogo com simplicidade. Carrega o piano na meia-cancha. Maldonado já viveu melhor fase. Mais velho, vive no estaleiro e joga pouco. Muralha e Luiz Antonio, garotos, vão se acostumando a figurar no time principal e evoluem passo a passo. 

MEIAS - Renato Abreu, Adryan, Bottinelli, Camacho, Kleberson, Thomás - A versatilidade de meias e volantes que ora podem atuar mais recuados, ora mais avançados não esconde a dependência da equipe dos lampejos de Ronaldinho, que tem atuado mais à frente. Renato Abreu ajuda tanto na marcação quanto na distribuição do jogo, sem contar a qualidade na bola parada e nos arremates de fora da área. Bottinelli se esforça, contudo não é um meia cerebral. Conduz bem e chega bem no ataque mas é um tanto instável. Adryan e Thomás, promessas da base, são dois meias talentosos. Só que não tem suporte suficiente para assumir uma responsabilidade na qual ainda não é o momento adequado de aguentarem. Entradas esporádicas na equipe podem engrandecer os garotos e melhorar o rendimento da equipe. Kleberson vive situação parecida com a de Maldonado, todavia, tem mais estrela. Quando está em condições, rende bem e colabora positivamente para a equipe. Mostra que ainda tem lenha para queimar.

ATACANTES - Deivid, Diego Maurício, Negueba, Lucas, Ronaldinho, Vagner Love - Apesar dos altos e baixos de Ronaldinho e Deivid, não merecem ser subestimados. Ronaldinho, que já foi melhor do Mundo duas vezes, é craque. Embora seja um tanto desleixado, meio relapso dando a impressão de que joga quando quer, é diferenciado. O futebol brasileiro permite que seu talento desequilibre qualquer partida. Deivid, centroavante, é um matador em mau momento. Conhece bem da área, finaliza com qualidade, mas também desperdiça gols com frequência. O último vacilo do atacante até rendeu post especial (clique aqui). Ao contrário do que a torcida flamenguista canta e enaltece, o Flamengo não está na figura de Adriano. Está em Vagner Love. Sempre envolto a uma bela farra e uma polemicazinha o Artilheiro do Amor nunca deixou a desejar no campo. No Flamengo, vira protagonista de praticamente todas as tramas ofensivas, seja convertendo gols ou preparando jogadas. Atua bem tanto como segundo atacante quanto mais centralizado na área. Ótimo jogador. Negueba e Diego Maurício também equivalem à Adryan e Thomás. Promessas que  aos poucos são lançados no time titular, jogam nos mistões para poupar titulares, enfim. Contudo, ao meu ver, são bem limitados.

TÉCNICO - Joel Santana - Considero Joel um bom treinador. Sua mágica prancheta e seu jeitão de paizão falam bem com o elenco. Dificilmente Joel perde o controle do grupo. Entende muito de futebol. O problema é seu estilo. Mal comparando, é uma versão carioca do Tite. Trava o time e não consegue explorar o máximo do potencial ofensivo dos jogadores à disposição. Isso o sabotou no Cruzeiro, por exemplo. Além disso, a falta de títulos expressivos também pesa contra o treinador.

ANÁLISE GERAL - A base do Flamengo está em meia-cancha bem servida que alia experiência, força e qualidade na criação. O meio-campo equilibrado dá suporte ao ataque que conta com dois craques. As laterais também fazem a diferença. Contudo, o sistema defensivo deixa um pouco a desejar embora conte com boas peças. 

RESULTADO - O conjunto do Flamengo é forte e merece respeito. Mesmo instável, se embalar no Brasileirão, a torcida se encarrega de manter o time no topo. Há de se ressaltar o bom momento do futebol carioca com 3 representantes na Libertadores após terem ficado entre os 5 primeiros no Brasileirão. Pelo equilíbrio do elenco e pela evolução nos últimos campeonatos nacionais, não vejo o Flamengo fora da briga pelo título.

Seu time já passou pelo Boteco? Confira aqui as outras análises já feitas e que venha o Brasileirão!

terça-feira, 27 de março de 2012

Gladiador perde batalha e para até o segundo semestre


O atacante Kleber, popularmente conhecido como gladiador, e que hoje defende o time do Grêmio terá que ficar afastado dos gramados até o final de junho, período de que deve retornar aos treinamentos, segundo previsão do departamento médico do clube.

No final de semana, o jogador levou uma entrada por trás do zagueiro Léo Carioca, do Cruzeiro-RS. Aparentemente, nada se assemelhou a faltas violentas que estamos acostumados a ver no futebol mundial, mas o “golpe” derrubou o gladiador, que teve que enfrentar a mesa de cirurgia.

Essa talvez, tenha sido uma das piores e mais duradouras batalhas enfrentadas por Kleber. Explico o motivo de tal afirmação. Nada é pior para um jogador do que ficar longe dos campos, sem poder ajudar os companheiros.

Ele colecionou polêmicas pelos clubes brasileiros por onde passou. No Palmeiras, último time antes de chegar ao Grêmio, decidiu não viajar com a delegação depois da agressão sofrida pelo volante João Vitor. Começava uma verdadeira novela, com direito a afastamento, declarações polêmicas na imprensa e muita confusão interna no clube – o que particularmente, na minha opinião, afetou o desempenho palmeirense no ano passado.

 Travou-se um duelo, o jogador foi colocado para treinar em separado e veio a decisão da saída de Kleber do time alviverde. O destino foi o Grêmio. No Rio Grande do Sul, tem o seu segundo treinador em menos de seis meses. Caio Junior, contratado no início do ano, não agradou e foi mandado embora. O treinador “da vez” é Luxemburgo.

Essa mesma diretoria já fala em boicote ao campeonato gaúcho em 2013. O presidente do tricolor gaúcho, Paulo Odone, pede menos violência no estadual e exige uma mudança de postura da arbitragem. Ele acredita que os árbitros precisam ter pulso firme e coibir lances violentos.


Mas, voltando a lesão de Kleber. O jogador deve começar as sessões de fisioterapia na próxima semana no tornozelo fraturado. O certo é que a mesma raça, vontade e determinação que Kleber mostra dentro dos campos, agora têm que ser aplicada em sua fase de recuperação para firmar-se ainda mais como o “gladiador”.


Você não assistiu ao lance que afastou Kleber dos gramados??? Assista e dê a sua opinião.



segunda-feira, 26 de março de 2012

Caso Oscar: Uma verdade.

Relutei em comentar algo sobre o caso Oscar pois achava que já tinha muita coisa pipocando na rede a respeito. Contudo, meus dedos sentiram-se provocados a tecer algumas considerações após constatar que muitos torcedores podem estar fazendo uma leitura equivocada da situação, como o "Blog do Torcedor do Internacional", no portal Globo.com expressou recentemente.

Em seu post, o autor aduz que o São Paulo sacaneou Oscar. A postura de um torcedor justifica qualquer manifestação passional, "pacheca". No entanto, ao meu ver, a partir do ponto em que há o comprometimento por parte de uma pessoa em ser o porta-voz da torcida em um portal renomado que recebe alguns milhões de acessos todos os dias deveria existir um mínimo de senso crítico com as publicações ali disponibilizadas.

Ter o bom senso na hora de elogiar ou criticar o time quando necessário não é o bastante. Não é isso que o torna racional ou diferenciado. Mas ao abordar determinado conflito ou polêmica, ainda que envolvendo seu clube do coração, a imparcialidade e o respeito máximo à veracidade são imprescindíveis sob pena de desvirtuar completamente o teor da informação veiculada.

O Blog do Navarro faz um trabalho extremamente competente desde o início do 'caso Oscar'. Mesmo são-paulino, não elevou a postura do clube ao de dogma inquestionável. Tampouco limitou-se a malhar o Judas na figura do meia.

Ou seja, a transmissão da informação correta e expressar sua opinião a repeito é válido. Ao passo que distorcer fatos descompromissadamente fere sua condição de potencial formador de opinião.

Pois bem, como começou o caso Oscar?

Era uma vez o São Paulo que tinha uma jovem promessa em seu elenco. Aos 16 anos, de acordo com a Lei Pelé, o atleta pode firmar seu primeiro contrato profissional que deverá ter prazo máximo de 5 anos, conforme constam os arts. 29 e 30 da referida Lei. Porém, de acordo com a FIFA em seu Regulamento, menores de idade não poderiam firmar contratos cuja duração ultrapassasse 3 anos.

Foi quando o São Paulo teve a ideia "brilhante" de sugerir a emancipação de Oscar e assim firmar um contrato mais longo, como se maior de idade fosse. Evidente que não se passou de mera camaradagem. Uma boa parcela de luvas e aumentos periódicos foram estabelecidos. Em suma, o jogador recebeu "algum" para bancar a maracutaia e ter a certeza de que ficaria um bom tempo em um grande clube. Era só deixar o talento fluir.

Daí veio seu então empresário tumultuar e manipular o atleta para que este dedurasse o esquema. Provavelmente uma boa grana e uma promessa de ganhar mais em outros clubes - do Brasil ou não - deixaram Oscar tentado a entrar na Justiça alegando que foi forçado por dirigentes a proceder desta forma. Quer dizer que o cúmplice agora virou vítima?!

Conforme bem lembrado pelo jornalista Cosme Rímoli, o mesmo empresário também sondou outro atleta Tricolor em estratégia semelhante (ler aqui). Navarro também comentou o ocorrido (ler aqui). 

E onde entra o Inter nessa história? Bom, tão logo a Justiça deu uma liminar a Oscar declarando que seu contrato não teria validade o clube gaúcho correu atrás da promessa e fechou com ele. Bancou uma contratação de risco em razão de estar muito ciente do imbróglio que envolvia atleta e São Paulo. Logo, assumiu o risco de sua contratação. Então temos outro culpado aqui agora?! 

Fácil pegar o garoto de carinha dócil e que está jogando muita bola, colocar uma voz triste e dizer que foi coagido por dirigentes do São Paulo. Coitadinho. Tem como não se comover? Se aparecesse no programa da Sônia Abraão ia receber até doações.

Eis a resposta mais óbvia ao título proposto. A única verdade palpável na polêmica é a de que ninguém é santo. Todo mundo tem sua culpa no cartório. O São Paulo por buscar um mecanismo "dentro/fora da lei" para manter Oscar, o meia por dar de joão-sem-braço e se fazer de coitado quando a situação não mais lhe parecia favorável, e o dito-cujo do empresário.

O que menos me importa é como, quando ou onde a história vai terminar. Pode ser que o Inter recorra à FIFA, pode ser que as partes façam um acordo, pode ser, Pespi, ué. Nas mãos da Justiça certamente será dada razão ao menos errado. Mas o que realmente (me) importa são os fatos concretos e seus desdobramentos. Não os rótulos negligentes frutos da mera preguiça em se obter uma informação mais condizente à realidade.


Paulistão 12 - Rodada #15

Lá se vai a 15ª rodada da interminável e insuportável primeira fase do Paulistão. Enquanto o G-8 parece já consolidado, a briga na rabeira é cada vez mais emocionante.


CERVEJA GELADA

CATANDUVENSE - Jogando fora de casa, venceu o São Caetano por 1 a 0 e saiu da zona da degola. Permanece ameaçado mas fez bonito esta rodada!

SÃO PAULO - No sufoco, bateu o Mirassol no interior paulista por 1 a 0 e assumiu a liderança do Paulistão. Embora o juiz não tenha dado pênalti claro em Jadson no primeiro tempo, Fernandinho sofreu outro no segundo o qual foi desperdiçado por Willian José. Mesmo assim, Rhodolfo salvou o Tricolor de cabeça e garantiu o 34º ponto que colocou o time na 1ª posição.

CORINTHIANS - Venceu o dérbi contra o Palmeiras de virada e com dois gols nos primeiros 6 minutos do 2º tempo. Paulinho e Márcio Araújo (contra) foram os encarregados de quebrarem a invencibilidade do Verdão. O triunfo valeu a vice-liderança com os mesmos 34 pontos do São Paulo.



CERVEJA QUENTE

LINENSE - Perdeu em casa para o Mogi Mirim por 2 a 0 e desperdiçou outra ótima chance de encostar no Bragantino, 8º colocado com 23 pontos e que também foi derrotado nesta rodada (Santos 2 x 0 Bragantino).

MÁRCIO ARAÚJO - O volante palmeirense estava "zicado". No primeiro gol do Timão, a bola bateu em sua mão e sobrou para Paulinho empatar o jogo. 3 minutos depois, completou cruzamento contra as próprias redes e virou o jogo para o rival.  

COME-FOGO - O clássico de Ribeirão Preto está cada vez mais próximo da Série A-2 do Paulistão. O Comercial é o lanterna com 8 pontos e perdeu para a Lusa, no Canindé, por 3 a 0. Já o Botafogo foi derrotado em casa pelo Ituano por 1 a 0 e amarga a vice-lanterna com 10 pontos. 


domingo, 25 de março de 2012

Regularidade 2 x 1 Sensação

Mais um domingo de clássico no moroso Paulistão. Desta vez, Corinthians e Palmeiras realizaram o dérbi paulistano no Pacaembu. O jogo colocou frente-a-frente a regularidade do Timão de Tite e o Verdão de Barcos, então líder invicto e sensação do Paulistão.

[Pago com a língua o que disse no amistoso do Palmeiras com o Ajax no início da temporada (ler mais aqui). O desempenho da "Famiglia Scolari" impressionava, embora, de fato, não convencesse tanto (dito aqui) ]


Em razão do falecimento de Chico Anysio, o Palmeiras entrou com nomes de personagens consagrados pelo humorista estampados nas costas dos jogadores. Atitude muito bacana do clube para o assumido palmeirense.

A partida começou quente com o Palmeiras tomando a iniciativa ofensiva. A pressão deu certo e Marcos Assunção, sempre ele,  colocou o Verdão em vantagem. Valdívia carrega e entrega para Assunção que arriscou a bomba de muuuuito longe. A bola bate na zaga e encobre Julio Cesar. Foi um belo gol, o tiro contou com desvio e tal. Mas não tirou muito a sensação de que o arqueiro corinthiano falhou.

Com o gol, o Palmeiras passou a cadenciar mais o jogo. Bem na marcação, os comandados de Felipão conseguiam anular bem o ataque rival. Danilo não mostrava a estrela dos outros jogos, Liedson continuava a amargar o jejum de gols e Sheik não justificava a titularidade. 

Contudo, veio o segundo tempo. E acabou rápido. Foram precisos 6 minutos para o jogo mudar e praticamente dar-se por encerrado. A sorte sorriu para o Timão logo aos 3 minutos. Jorge Henrique levantou na área, no bate-e-rebate a bola pega na mão de Márcio Araújo e sobra para Paulinho estufar as redes.

No lance seguinte, nem o mais otimista corinthiano poderia acreditar no que estaria por vir. Nova bola alçada na área, Henrique vacila ao errar o tempo do lance e a pelota encontraria Liedson livre. Encontraria, pois Márcio Araújo novamente protagonizou o gol alvinegro e com um leve toque empurrou contra as próprias redes.

A virada abalou definitivamente os nervos dos invictos que perderam completamente o domínio do jogo. Aí a partida ficou do jeito que Tite gosta. Sheik e Jorge Henrique pelas pontas infernizavam em contra-ataques sempre perigosos. Valdívia fazia um bom jogo, porém Barcos não foi sombra do matador que se viu nos últimos jogos.

Felipão fez o que deveria fazer, mexer no time. Sacou Cicinho, João Vitor e Maikon Leite para as entradas de Pedro Carmona, Artur e Ricardo Bueno. Carmona ajudou mesmo sem ter sido efetivo. Artur não fez nada diferente de Cicinho. E Ricardo Bueno foi Ricardo Bueno. 

Tite colocou as barbas de molho e fez suas alterações mais para o fim do jogo quando trocou Danilo, Jorge Henrique e Liedson por Douglas, Gilsinho e Elton, que pouco apareceram. 

O segundo tempo atípico pelos gols relâmpagos do Timão colocou em xeque o rendimento palestrino no ataque. Sob pressão, o time não respondeu bem. Desconsidero até a tarde azarada de Márcio Araújo, carrasco da própria equipe nos lances capitais. A verdade é que o Palmeiras voltou do intervalo como quem já se considerava vencedor do clássico. Parecia subestimar o poder de reação do adversário. Pagou caro.

Tite apenas inverteu o posicionamento de Danilo, Sheik e Jorge Henrique para inacreditavelmente virar uma partida em surreais 6 minutos. Deu sorte? Muita. Só que novamente, com o placar favorável, continuou a praticar o melhor de seu jogo: defender bem e contra-atacar perigosamente. A frieza e a regularidade aumentam a moral do clube na luta pelo topo do Paulistão e para conseguir uma boa posição nas oitavas pela Libertadores.

Não fosse a sorte o Corinthians teria virado o jogo? Talvez. A julgar pela postura do Palmeiras no segundo tempo é provável. A acomodação nos primeiros minutos custou caro. Para quem ostentava uma bela marca invicta, o Verdão tropeçou de maneira imperdoável aos olhos da torcida. 

Já pelo lado do Timão, além de contar com sorte mostrou muita competência ao aproveitar as chances que teve e explorar o desespero do eterno rival em bons contra-ataques.

Destaques finais da partida: Pelo Corinthians, Danilo estava contido. Jorge Henrique e Sheik, ao meu ver, arrebentaram com Cicinho e Juninho. Paulinho foi o homem do jogo ao dominar o meio-campo. Já do lado verde, Assunção provou que apesar de não ser tão rápido ou de não marcar tão bem é imprescindível na meia-cancha palmeirense. Ricardo Bueno entrou e novamente não fez absolutamente nada. Barcos sumiu esta tarde. Carmona mostrou certo empenho. Acho que merece ser melhor testado.

O clássico não eleva o Corinthians a Barcelona. Nem rebaixa o desempenho do Palmeiras ao de um time medíocre. Todavia, a forma como o resultado foi construído acende a luz amarela em ambos. Um por exagerar na sorte. Outro por abusar dela.

sábado, 24 de março de 2012

Análise de Elenco - Figueirense

Chegou a vez do Figueirense entrar na roda d'O Boteco! No primeiro ano após o acesso conquistado em 2010, uma campanha sensacional em 2011 que levou à 7ª colocação com 58 pontos, somente 3 abaixo da zona da Libertadores, o Figueira luta para seguir evoluindo.

Trocou o comando técnico (saiu Jorginho e veio o ex-lateral-esquerdo Branco) e, a princípio, o trabalho do novo treinador agrada. No Campeonato Catarinense, a equipe venceu o primeiro turno e até o momento divide a liderança do segundo turno com o Joinville.

Por outro lado, perdeu peças importantes (praticamente meio time) como o lateral-esquerdo Juninho para o Palmeiras, os meias Maicon para o São Paulo e Wellington Nem, que retornou ao Fluminense, os zagueiros Edson Silva e Roger Carvalho. Enfim, será que o Figueira repete o desempenho do ano passado?


GOLEIROS - Ricardo, Wilson, Neto - Wilson, 5 anos de clube, titular, ídolo e, acima de tudo, um bom goleiro. Sempre bem posicionado e com reflexos apurados, Wilson falha muito pouco e tem grande desempenho sob as traves. Contudo, os reservas Ricardo e Neto não fazem sombra ao camisa 1. Portanto, sua ausência vai causar espanto.

LATERAIS - Helder, Leonardo Rodrigues, Pablo, Guilherme, Saldívar - A dupla que chegou de Minas saiu na frente pelas laterais. Pablo, ex-Cruzeiro, e Guilherme, ex-Galo, são os melhores mesmo. No entanto, em que pese serem os melhores, não significa que são acima da média. Saíram de clubes de maior projeção para ganhar experiência no emergente futebol do Figueirense. Saldívar ainda é uma incógnita. Helder surgiu no Grêmio e fez um bom Brasileirão-08, apesar dos altos e baixos. Passou por Bahia e Sertãozinho. Pode ser útil.  Não tenho informações consistentes sobre Leonardo Rodrigues.

ZAGUEIROS - João Paulo, Canuto, Fred, Guti - Uma zaga nova. A saída de Edson Silva e Roger Carvalho ainda não foi sentida, pois o Estadual não testa efetivamente o potencial desses atletas. Fred e Canuto chegaram esta temporada e começaram no time principal. A dupla agradou, até em razão da boa campanha até o momento. João Paulo, reserva imediato, pouco apareceu até o momento. Guti, vindo da base, fecha o setor como opção no elenco.

VOLANTES - Jackson, Coutinho, Túlio, Ygor, Sandro, Toró - Muita pegada. Túlio, ex-Botafogo, Corinthians e Grêmio, é limitado, mas é reconhecido pela raça, disposição e, digamos, virilidade na marcação. Ygor, cria do futebol carioca, passou por Vasco e Fluminense, passou apagado pela Lusa até parar no Figueirense. Bom marcador. Não é um primor e nem deixa a desejar. Faz sua parte com simplicidade. Mas não preza pela saída de jogo. Toró, também cria do Rio, foi bem no Fluminense e teve melhor fase no Flamengo, quando foi recuado para volante. Rápido, marca bem e tem qualidade no apoio. Um bom motor no meio-campo do Figueira.

MEIAS - Fernandes, Roni, Pittoni, Botti, Luiz Fernando, Deretti, Doriva, Guilherme Lazaroni - Carente. Fernandes é o principal articulador do time. O 10 toma conta da armação, das bolas paradas, da organização do ataque. Faz com muita competência, diga-se. Roni, recém-chegado, faz um bom início de temporada. Mostra velocidade, qualidade no passe, no arremate. Ótima opção. Doriva tem jogado mais recuado e feito a transição defesa-ataque. Botti, outro recém-chegado, tem aparecido bem quando entra na equipe. Não é um setor fraco, mas tem poucas boas opções. 

ATACANTES - Héber, Aloísio, Júlio César, Niell, Pottker - Interessantes. Júlio César, centroavante, fez um ótimo Brasileirão-11 e quase parou no Corinthians. Forte e frio nas finalizações, é o mais importante do ataque. Aloísio tem jogado bem. Nesta temporada colocou o próprio Júlio César em segundo plano. Alia velocidade e qualidade nas conclusões. Boa opção também. Niell, o baixinho argentino, apareceu no Argentinos Jrs., ano passado, ao fazer dois gols no Fluminense. Detalhe: de cabeça. "Enjoado" como todo atacante hermano, é rápido, abusado e tenta compensar a falta de estatura com muita garra e disposição. No momento, é a melhor opção de banco.

TÉCNICO - Branco - Ex-coordenador técnico do Fluminense, Branco desembarcou no Figueirense para provar a primeira experiência como técnico. Assume o lugar deixado por Jorginho, ex-parceiro de Dunga na Seleção Brasileira. Incógnita total. É inexperiente no comando. Porém, é boleiro. Vivenciou Copas e situações que ajudam a aproximar a realidade que viveu ao trato com os atletas. O começo de temporada é animador, empolga, mas não se pode criar expectativas demais com relação a isso. Até porque, como se sabe, os Estaduais são a pior armadilha para um time.

ANÁLISE GERAL - O time não é ruim. É limitado, porém, organizado. Prova disso é esse começo de ano proveitoso embora sob comando de um novo treinador. O meio campo defensivo é pegador. A meia de criação é mais contida. O setor defensivo como um todo é novo, carece de entrosamento e de boa apresentações contra equipes melhores. Em suma, o time precisa ser melhor testado. Certezas, apenas 3: Wilson, Fernandes e Júlio César.

RESULTADO - O Campeonato Catarinense é substancialmente fraco. O desempenho do Figueirense ser acima da média não enche os olhos de quem vê de fora. Por isso não há como medir a real força desta equipe que é completamente nova. A estrutura deixada pelo time que chegou ao honroso 7º lugar do Brasileirão não existe mais. Branco, o inexperiente treinador, inicia um trabalho literalmente "do zero" com um grupo renovado. Ao meu ver, esses fatores (desmanche + reformulação de elenco e de comando técnico) comprometem a evolução de um trabalho que havia sido muito bom em 2011. Assim, vejo dificuldades ao Figueirense em 2012 e, com este elenco, vai brigar para não cair. 

sexta-feira, 23 de março de 2012

Simplesmente Futebol

Futebol. Uma bola, uns rapazes distribuídos igualmente e proporcionalmente por um campo ou uma quadra e eis o futebol. A expressão máxima do joguinho inglês sem graça que aprimoramos e transformamos em arte, em paixão. 

Esqueçam essas coisas de marca, de trequinhos bonitinhos, arrumadinhos. Estou falando de camisa contra sem-camisa, várzea, casados versus solteiros. Isso que efetivamente faz o futebol pular do campo do entretenimento direto para o coração. 

Amor. O futebol nasceu para ser amado e respeitado. Malditos sejam os empresários, as cotas de patrocínio, a busca incansável por receitas astronômicas, o comércio estratosférico de camisas na América, na Europa, na Ásia, em Marte. Quem manda no futebol esqueceu que ele é um ente familiar. Todo dia ele está ali. As notícias, os videos, os debates, as conversas no café, no bar, no almoço, no barbeiro, no trânsito, na tevê, no rádio. 

O mundo precisa de mais futebol. Chega de discussões intermináveis sobre uso de tecnologias, quantos cartões distribuir, quantos jogos de gancho vai pegar, qual a gravidade do lance, meu deus, parem com isso! Lembrem por um instante de como é sublime o futebol.

Chutar a bolinha de plástico com o pai ainda segurando seus braços, pois as pernas mal tinham forças para sustentar o corpo ereto; improvisar meia, lata, garrafinha na hora do recreio e juntar as mochilas simulando duas traves; a tensão na escolha dos times; a alegria do gol; o riso no tropeço; a emoção do pênalti.

O futebol cresceu conosco. A emoção de ver o time na tevê, no campo, sorrir com o gol, frustrar-se com a derrota, aprender a tiração de sarro nos clássicos, reunir os amigos em casa para acompanhar a rodada.

Sempre que vou ao estádio perco uns bons minutos encarando tudo. A arquitetura, as arquibancadas, os bancos, as bandeiras, as marcas, as traves, a torcida, enfim, cada detalhe. Por um minuto, imagino aquele estádio inteiro vazio, como se o time dependesse exclusivamente do meu apoio para seguir lutando. Como se tudo que importasse era quem ia levar a melhor depois dos 90 minutos.

Arriscaria um grito. Um "uhhh!", talvez. Resmungaria, cuspiria no chão após outra jogada mal sucedida e cruzaria os braços reprovando o lance. Ou então tiraria minha camisa e a rodaria enquanto freneticamente canto como se minha voz fizesse o chute sair mais perfeito, a corrida ser mais longa, a intervenção ser mais precisa. Não sei. 

Sei que não vi o futebol clássico. Não vi Pelé, não vi a Seleção de 82-86, nem sou do tempo no qual havia um traço mínimo de amor à camisa nos duelos entre clubes. Tampouco imagino como seria se as torcidas conseguissem compartilhar o mesmo espaço respeitosamente, independente do que estivesse em jogo.

Por mais que me doa na alma tudo que vejo de errado em campeonatos, diretorias, federações, cúpula de arbitragem, esquema de apostas, dentre outros bastidores (infelizmente tão influentes atualmente) tenho comigo a única certeza que carrego nessa vida além da morte:

Eu sei muito bem o que é futebol.


quinta-feira, 22 de março de 2012

Um sonho possível.

"Corinthians na Libertadores é igual o programa Chaves: todo mundo já sabe o que vai acontecer, mas sempre assiste novamente porque é engraçado". "Raspadinha do Corinthians: Se aparecer 'Libertadores' você vai à padaria e troca por um sonho". Piadinhas não faltam sobre o calcanhar de aquiles do Timão, único grande de São Paulo a não ter em sua galeria a taça continental. Contudo, após a vitória sobre o Cruz Azul nesta quarta por 1 a 0, fica cada vez mais clara a impressão de que a gozação pode estar com os dias contados.

Enquanto a imprensa desce a lenha no time que vence mas não encanta, pouco se repara na forma como o Corinthians tem construído suas vitórias. É um time sólido, compacto e, o mais importante, entrosado. A manutenção da base campeã brasileira em 2011 aliada à chegada de reforços pontuais para compor o grupo foi a saída mais viável que Tite encontrou para desbravar a América.

O pragmatismo do treinador tem tudo para dar certo. A campanha no Paulistão é muito boa mesmo escalando uma equipe mista na maioria dos jogos. Entretanto, o que mais impulsiona a caminhada rumo ao sonhado título é a surreal consistência defensiva. Ao todo são 18 jogos (14 pelo Paulistão e 4 pela Libertadores), 23 gols marcados e somente 10 sofridos. Se o ataque não enche os olhos, a defesa ofusca o continente.

Recentemente fiz a análise do elenco do Timão para o Brasileirão (clique aqui) e, além de constatar o óbvio ululante que o time seria postulante ao bicampeonato, ressaltei que o time conta com muitas opções. Ter muitos atacantes deveria pressupor um aproveitamento ofensivo maior. No entanto, contraditoriamente o que mais aparece é o dedo de Tite ao trancar o time e saborear as vitórias sob doses homeopáticas.

Na partida desta quarta-feira, o Corinthians mandou do começo ao fim. Um lance aqui outro ali dos mexicanos e só. Controle, posse de bola, tramas ofensivas, chutes, volume de jogo, marcação...foi mis um banho tático do Timão sobre o Cruz Azul. O magro resultado não traduziu a superioridade do time na partida. Sem entrar no mérito de que "o que conta mesmo é o gol", jogo a jogo o Corinthians se mostra cada vez mais e mais favorito.

Crucificar a produção ofensiva e criticar o eficientíssimo sistema defensivo, pilar das seguras atuações, para mim, é não querer reconhecer a força evidente de quem entrou na Libertadores para enfim disputá-la como se deve. 

A participação contínua do torneio traz a malícia. O empata fora-ganha em casa está sendo seguido à risca. Sem encantar, sem comprometer, no melhor estilo Libertadores. Os sustos deram lugar à segurança. O medo transformou-se em esperança. Por mais que se fale nas qualidades de Fluminense, Santos e Inter, nenhum deles encarou um sistema defensivo como o do Corinthians*. E, em uma Libertadores, a defesa pode ser o principal trunfo rumo ao título. Taí o Once Caldas-2004 que não me deixa mentir.


*Vale lembrar que na 12ª rodada do Paulistão, o Santos venceu o Corinthians por 1 a 0, na Vila Belmiro. Nesta oportunidade, o Timão poupou alguns titulares. 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Só falta a Copa, Messi.

Para falar de Messi não é preciso muito. Seus números, recordes e títulos falam por si. Com apenas 24 anos o craque argentino já é um dos melhores jogadores da história. Infinitas virtudes e nenhuma fraqueza, fato. Acabou de tomar a artilharia máxima do Barcelona em jogos oficiais: 314 jogos/234 gols, média de 0,74 gol/jogo. Vem muito mais por aí, sem sombra de dúvida. Mas a polêmica é inevitável: e a Copa do Mundo? 

É impossível fechar os olhos para o brilhantismo de Messi, certamente um dos melhores jogadores que eu já vi em minha vida. Contudo, para classificar onde o jovem mito se encaixa atualmente não há outra saída senão trazer à baila a velha discussão sobre uma conquista de Mundial.

Na minha opinião, por mais que Messi vença 10 vezes a Champions League, o Mundial de Clubes da FIFA, faça mais 200-300-500 gols, uma Copa do Mundo é determinante para consagrar um mito. O que seria de Ronaldo sem as duas Copas e a artilharia histórica do torneio? Ou Romário sem a taça de 94? 

E a cara de frustração de quem lembra de Zico, Sócrates, Careca, Falcão e Cia.? Os escretes derrotados em 82 e 86 carregarão eternamente o fardo do ótimo futebol perdedor, infelizmente. Cruyff, a Laranja Mecânica e outro punhado de feras holandesas são outros exemplos com asterisco na história.

Ninguém põe em xeque a qualidade de grandes craques que tiveram a oportunidade de vencer uma Copa do Mundo. Entendo que para entrar no hall da fama supremo é necessário levar a taça máxima para seu país. Se nivelarmos todos pelo talento, a comparação dos mitos perde objetividade. Basta lembrar de George Weah, da Libéria, melhor jogador do Mundo em 1995. Ele realmente merece entrar na "vala comum" dos craques?

Creio ser necessário arbitrar alguns critérios para apontarmos sem generalizações exageradas quem foram efetivamente os melhores, quem realmente fez a diferença no campo, quem conquistou mais. No campo das conquistas, sendo o futebol um esporte essencialmente coletivo, ficam em segundo plano as conquistas pessoais, por mais sensacionais que sejam. Portanto, a Copa do Mundo torna-se o principal critério de desempate. Ou melhor, o primeiro critério para separar "os craques-craques" dos "craques comuns".

Messi terá, por baixo, mais uns 10 anos de carreira e 3 Copas pela frente. Ou seja, tem mais três chances de calar parte do planeta que insiste em apontar uma falha em seu currículo e entrar definitivamente no espaço reservado às lendas. Ninguém mandou ser tão perfeito, Messi. Agora aguenta...








segunda-feira, 19 de março de 2012

Análise de Elenco - Cruzeiro

O 7º clube na mesa d'O Boteco Esportivo é o Cruzeiro. O lado azul de Minas Gerais foi campeão da Taça Brasil em 66, campeão do primeiro Brasileirão sob a fórmula dos pontos corridos em 2003 e fez um campanha desastrosa ano passado.

Escapou da degola somente na última rodada do Brasileirão em grande estilo e em grande polêmica. Após um segundo turno pífio, massacrou o rival Atlético-MG por nada mais nada menos que 6 a 1. A goleada renderam os 3 misericordiosos pontos que salvaram a Raposa da guilhotina. No entanto, muito se fofoca a respeito de um suposto acerto das equipes, algo que envolveria a ação do patrocinador de ambos. Enfim, não sei. Quem sabe?

Vejamos o que a Raposa traz para que 2012 seja melhor e menos torturante:


GOLEIROS - Fabio, Rafael, Axel - Fabio é ótimo. Alto, firme na saída de gol, líder, reflexos apurados, é um dos melhores em atividade no país. Apesar de sua indiscutível qualidade, vejo com ressalvas quem defende sua integração ao trio de goleiros da Seleção Brasileira. Porém, sem alongar a questão, fato é que o gol celeste está bem protegido. O problema está na ausência de Fabio. Rafael não inspira a mesma confiança e, quando jogou, não fez nada de extraordinário. Axel, garoto da base, compõe o elenco, nada além disso. Sem constar no site oficial, Gabriel, destaque das categorias de base da Seleção parece muito mais goleiro que os reservas imediatos.

ZAGUEIROS - Victorino, Léo, Cribari, Thiago Carvalho, Mateus - Bons nomes. O uruguaio Victorino é nome certo em muitas convocações de sua seleção. Bastante técnico e rápido para um zagueiro, não demorou a se firmar na equipe. A briga pela vaga ao lado de Victorino, no momento, é de Léo. Léo foi bem no Grêmio, passagem mediana pelo Palmeiras e está em boa forma no Cruzeiro. Uma lesão aqui, outra ali, mas sempre atuando com muita raça e disposição. Posicionamento e cabeceio também em bom nível. Mateus fez uma boa temporada 2011 na zaga da Barcelusa. Resta acompanhar eventuais chances e checar se pode manter o nível na Série A. Thiago Carvalho, ex-Boa Esporte, também terá que superar a desconfiança de ter atuado somente em equipes menores. Cribari chegou ano passado com status de ótima contratação. No entanto, demorou a pegar ritmo de jogo, não se adaptou bem e gerou desconfiança. Mas é experiente e fez carreira no futebol italiano, então, deve ter um 2012 melhor.

LATERAIS - Diego Renan, Gilson, Marcos, Jackson - Assusta. À exceção de Diego Renan, lateral-esquerdo rápido, habilidoso e de boa chegada no ataque, os demais não inspiram confiança. Gilson, seu reserva, passou apagado pelo Grêmio e sem muito destaque pelo América-MG. Do lado direito, Marcos, que surgiu no próprio Cruzeiro, não fez uma má temporada pelo Bahia ano passado. Porém não fez nada de encher os olhos. Enquanto Jackson é cria do São Paulo e não chegou a ser efetivamente aproveitado no elenco profissional. Colecionou empréstimos por clubes paulistas, jogou no Dallas FC até desembarcar no Cruzeiro. A princípio, não vai resolver eventual carência na posição.

VOLANTES - Leandro Guerreiro, Diego Arias, Everton, Amaral, Rudnei, Marcelo Oliveira - Gosto do Leandro Guerreiro. Como o apelido aduz, é incansável na marcação e compõe muito bem defensivamente. Diego Arias foi outro que chegou cheio de pompa mas ainda tem muito a provar. Fazer parte da Seleção Colombiana não quer dizer muito hoje em dia. Amaral fez um bom Brasileirão-11 no América-MG, apesar do rebaixamento. Mostrou bom condicionamento físico e muita força na marcação. Everton, rápido, faz bem a transição entre a defesa e o ataque, mas deixa a desejar na contenção. Pode jogar mais adiantado ou ser improvisado na lateral-esquerda. Marcelo Oliveira cresceu no Corinthians e viveu o título de 2005 e o rebaixamento em 2007. Capacidade técnica bastante duvidosa, até porque nunca chegou a ser unanimidade no Timão. 

MEIAS - Roger, Montillo, Elber - Poucos articuladores. Vamos aos principais: Montillo é o cara. Habilidoso, decisivo, bola parada perigosa, rápido, visão de jogo apurada. É um dos melhores meias-armadores do Brasil disparado. Roger "chinelinho" alterna grandes jogos com grandes hibernações. No geral, não tem feito mau trabalho no Cruzeiro. Distribui e cadencia bem o jogo, além de ser outro talento na bola parada. Ao meu ver, parece muito com o Douglas. Talentoso mas meio relapso. 

ATACANTES - Wellington Paulista, Anselmo Ramon, Keirrison, Bobô, Wallyson, Fabio Lopes, Walter - O melhor e o pior do time. Pelos nomes, boas opções. Contudo, o rendimento invariavelmente fica abaixo do esperado. Wellington Paulista é aquilo que todos já viram no Juventus, no Santos, no Palmeiras e agora no Cruzeiro. Pouca mobilidade, pivôzão, tabelas curtas e referência na área. Gol aqui, perde outro ali, dá nos nervos acolá. Bobô saiu pela porta dos fundos do Corinthians. Virou ídolo na Turquia e até agora nada. Outro centroavante limitado mas que, na teoria, deveria fazer o feijão-com-arroz na área. Walter apareceu bem no Inter, foi para o Porto, deu uma sumida, e busca retomar o rumo da carreira em Minas. Dos centroavantes é o mais lúcido, em que pese ser jovem e não ter ido tão bem em Portugal. Wallyson e Anselmo Ramon são os responsáveis por dar velocidade ao ataque e o fazem muito bem. Além disso, finalizam com qualidade, melhor que muito segundo-atacante por ai. Por fim, Keirrison. Eu particularmente ainda acredito nele. Mesmo com tantos fracassos, com um pouquinho de esforço, se ele se dedicar um tiquinho mais pode até figurar mais vezes no time principal. Se o Adriano que é o Adriano tem tantas chances, por que não tentar mais uma vez com Keirrison? 

TÉCNICO - Vagner Mancini - Fraco. Apareceu no Paulista de Jundiaí em 2005 ao conquistar a Copa do Brasil sobre o Fluminense. No mesmo ano, fez a final do Paulistão contra o São Caetano. Perdeu. Então a carreira promissora começou a degringolar. Uma média de dois clubes por ano desde 2009 mostra que o trabalho do treinador é irregular. Demora a dar um padrão tático estável. Não transmite pulso firme, segurança aos jogadores e, sobretudo, à torcida. Salvou o Cruzeiro do rebaixamento ano passado sabe-se-lá-como, põe essa na conta dos deuses do futebol. Em suma: fraco.

ANÁLISE GERAL - O elenco do Cruzeiro é bom. Mas o time já foi visto com mais respeito. A zaga é boa, mas as laterais são deficientes, meio capengas. Montillo não tem um reserva à altura. Os atacantes renomados custam a render o que a projeção dos seus nomes supostamente indicam. Para que possa crescer é necessário o dedo de um treinador mais vivido e com vocação ofensiva. Mancini deixa muito a desejar na organização da equipe e acaba comprometendo o desempenho como um todo.

RESULTADO - Não imagino outro sufoco para a torcida celeste. Porém, também não vejo um Cruzeiro forte a ponto de brigar pelo título. Pode até sonhar com Libertadores mas, ao meu ver, o destino celeste nesta temporada é novamente ficar pela zona intermediária.

Paulistão 12- Rodada #14

14 rodadas se foram. Restam apenas 5 para definir os 8 primeiros colocados e os confrontos das quartas-de-final deste Paulistão ainda sem graça. Eis os destaques:


CERVEJA GELADA

SÃO PAULO - Finalmente uma boa partida. Venceu o Santos no Morumbi por 3 a 2, com um jogador a menos. Rodrigo Caio, volante improvisado de lateral-direito, mais uma vez entrou na roubada de ter que parar Neymar. Fazia um bom jogo até ganhar o 2º cartão amarelo. Lucas e Casemiro dominaram o meio campo e foram protagonistas dos 3 gols tricolores. Casemiro abriu o placar, Lucas construiu a jogada para Luís Fabiano sofrer o pênalti que ele mesmo converteu, e depois o meia deixou o dele aos 41 minutos para selar a vitória. O triunfo colocou o Tricolor na vice-liderança com os mesmos 31 pontos do Corinthians e um a menos que o líder...

PALMEIRAS - Sim, o novo líder é o Verdão, que derrotou a Ponte Preta por 2 a 1 no Pacaembu e foi aos 32 pontos. Juninho e Marcos Assunção colocaram o Palmeiras na ponta e começam a afastar a desconfiança de quem via excesso de limitação técnica neste time.

OESTE - Em casa, perdia para a Portuguesa por 2 a 0. Mas virou o placar para 3 a 2! Tomou fôlego para tentar resistir ao rebaixamento. Ocupa a 15ª posição com 13 pontos, 3 a mais que o Botafogo, primeiro time na zona da degola. Curiosamente, a Lusa está na 14ª colocação, um ponto à frente.



CERVEJA QUENTE

COMERCIAL - Vencia o Timão até os 48 do segundo tempo. Os 3 a 2 tiravam o Comercial da lanterna. Porém, havia um Ramon no meio do caminho e o Corinthians empatou a partida. Enquanto o Bafo segue em último, o Timão escapou da derrota mas não da queda na tabela. Saiu da liderança para o 3º lugar.

SÃO CAETANO - Outro time vacilão. Em Itu, ganhava do Ituano por 2 a 0 até os 40 do segundo tempo quando sofreu uma pane e dois gols em seis minutos. O empate deixou ambas equipes na zona intermediária, sem maiores incômodos.

PORTUGUESA - Como dito, abriu 2 a 0 contra o Oeste e tomou a virada. A depender das próximas duas rodadas, a Lusa pode terminar o Paulistão na luta contra um repentino rebaixamento. Francamente, hein, Lusa?!

domingo, 18 de março de 2012

O despertar tricolor por um voto de confiança.

Outro domingo de sol, calor e clássico em São Paulo. Nesta 14ª rodada tivemos no Morumbi um San-São de tirar o fôlego. A vitória do São Paulo por 3 a 2 com um jogador a menos e confirmada somente depois do gol chorado de Lucas aos 41 minutos do 2º tempo, e graças à excelente defesa de Denis em falta batida por Elano aos 47 selam um pacto de união entre equipe e torcida.

O primeiro tempo foi inteiro Tricolor. Há muito não se via um São Paulo tão envolvente e dominante em um clássico. Não tardou a abrir o placar com Casemiro logo aos 8 minutos de jogo. O tiro de canhota de fora da área desviou na cabeça de Edu Dracena e estufou as redes do Peixe. Casemiro e Cícero ainda perderam grandes oportunidades de ampliar o placar. 1 a 0 foi pouco em razão de tantas boas jogadas criadas.

Mas veio a segunda etapa para mudar tudo que se tinha visto até então. Muricy sacou Ibson e colocou Elano, que sempre faz grandes jogos contra o São Paulo. Foram precisos menos de 10 minutos para a partida ganhar emoção e contornos dramáticos. Aos 5, Elano bateu escanteio, Denis, que fazia um bom e seguro jogo, espalmou fraco e a bola encontrou Edu Dracena sozinho na linha do gol para igualar o marcador.

No lance seguinte, Rodrigo Caio, então suposto lateral-direito e carrapato de Neymar, tomou o segundo amarelo e foi para o chuveiro. Uma perda considerável pois fazia uma ótima partida na marcação da Joia. Muricy logo tirou Adriano para colocar Felipe Anderson. E a expulsão fez Leão trocar Jadson, discreto para variar, por Piris. Pior que deu certo.

Quando tudo parecia questão de tempo para o Santos construir sua vitória, o São Paulo achou um gol. Em ótimo contra-ataque orquestrado pela dupla Lucas-Luís Fabiano, a tabelinha resultou em passe longo do meia para a área. Ao chegar na bola, Fabuloso põe na frente e é derrubado por Rafael. A imprudência e a afobação do goleiro no lance resultaram na penalidade convertida por Luís Fabiano: 2 a 1 com 25 minutos ainda a serem jogados.

Dez minutos mais tarde e Alan Kardec, que entrou no lugar do lateral Paulo Henrique Soares, encontrou Neymar sozinho no meio da zaga tricolor. O atacante recebeu, limpou Denis e mandou para o gol. Tudo igual no placar e maré para Peixe!

Assustado, Leão substitui Luís Fabiano pelo zagueiro Edson Silva. 

Talvez fosse mera questão de tempo para a partida terminar empatada ou o Santos virar o jogo. Porém, o mais improvável aconteceu. Aos 41, Lucas recebeu na direita, invadiu a área e viu Cortez livre. O cruzamento rasteiro veio na perna 'ruim' do lateral e de direita carimbou a trave. No rebote, a sorte. A bola cai nos pés de Lucas e deles para o gol. 

Ainda deu tempo para Elano bater falta frontal ao gol de Denis. O chute vem baixo e o goleiro faz ótima intervenção para se redimir da falha no 1º tento santista e segurar o placar. São Paulo 3 x 2 Santos.

Era a vitória que a torcida do São Paulo tanto queria. A equipe finalmente mostrou um mínimo de garra e disposição em buscar reverter um quadro desfavorável. Houve superação e entrega. Com isso, finalmente, o time mostra aos adeptos que merecem um voto de confiança. Inclusive Lucas, que começava a ser visto com certa desconfiança pelo desempenho mostrado até aqui e pelos recentes atritos com o treinador Emerson Leão. 

A derrota, na prática, não faz a menor diferença para o Peixe. Contudo, ao meu ver, expõe que não é um time imbatível. A facilidade como o Santos foi dominado na primeira etapa é algo raro de se ver. Um pouquinho de organização tática e disciplina na marcação podem anular Neymar e Ganso. Por outro lado, prova que, quando quer, o time vai lá e complica. O revés pode até entrar na conta do azar. Mas a displicência não passou longe não.

Por fim, um destaque negativo: a arbitragem. Foi desproporcional. Amarelou a defesa inteira do Santos (6 cartões amarelos ao todo) e distribuiu 3 para o São Paulo, sendo 2 para Rodrigo Caio, expulso, e um para Cicero. Não que o Tricolor não merecesse outros tantos. Mas o zagueiro Durval e o goleiro Rafael escaparam de um merecido cartão vermelho. Durval acertou um carrinho feio em Lucas, que partia rumo ao gol. E Rafael era o último homem no pênalti em Luís Fabiano. Puniria lá pela violência e cá pela clara oportunidade de gol. 






Supreende mas não convence.

Início do ano fui ao Pacaembu acompanhar o amistoso entre Palmeiras x Ajax (leiam aqui - aliás, foi o primeiro post deste blog) e saí com a clara sensação de que o Verdão não teria um ano muito promissor. No entanto, o que se vê após 14 rodadas do Paulistão é uma equipe completamente diferente daquela que disputou o sofrido amistoso.

Com sutis alterações, Felipão ganhou reforços interessantes para o decorrer da temporada. Chegou o zagueiro Román, que ainda não provou muita coisa mas acrescenta; Juninho deu à lateral-esquerda uma outra cara; Artur fez três gols nos três primeiros jogos com a camisa verde, mostrou qualidade no jogo aéreo e passou a ameaçar Cicinho, então titular indiscutível; Daniel Carvalho superou a desconfiança quanto ao seu peso e mobilidade mostrando que é capaz de orquestrar bem a meia ofensiva da equipe; Valdívia aos poucos retoma o bom futebol; por fim, Barcos é o novo ídolo recente da torcida. Frio nas conclusões e demonstrando muita garra em campo, o Pirata é cada vez mais querido pelos palestrinos, órfãos de Marcos.

Contudo, como disse acima, foram-se apenas 14 rodadas do Paulistão. Ter um desempenho notável aqui é bastante relativo. Para um time grande não passa de mera obrigação. Impressiona o fato da equipe ostentar uma invencibilidade de 16 jogos (computados aqui o amistoso e a partida de ida da Copa do Brasil) e dentre essas partidas estarem os clássicos contra Santos (virada sensacional nos minutos finais) e o empate eletrizante contra o São Paulo.

Ou seja, não é um time que afinou ou se apequenou nos jogos mais importantes. Só que o oba-oba em torno do Verdão começa a ganhar contornos exagerados. Repito: é apenas a primeira fase do Paulistão. Nas quartas, um dia mais azarado e adeus invencibilidade, campeonato, etc. O mesmo vale para a Copa do Brasil.

Pode ser que esse desempenho acima do normal se confirme no Brasileirão. Ou não. Vai saber. O registro que realmente entendo ser pertinente é de que ainda é muito cedo para classificar o Palmeiras como time a ser batido. Outras equipes vivem um momento mais estável e transmitem mais segurança com a bola nos pés, como o Santos, o Corinthians e o Fluminense.

(O fato de estarem na Libertadores é secundário, ok? As apresentações pelos torneios continental e estadual retratam bem meu posicionamento.)

Então, por enquanto, o Palmeiras há de se contentar, no máximo, com o título de "sensação do 1º semestre" e olhe lá.



sexta-feira, 16 de março de 2012

Análise de Elenco - Coritiba

O próximo elenco a entrar no raio-x do blog é o Coritiba. Na temporada passada, foi uma das sensações do primeiro semestre por ter sido campeão paranaense invicto (aliás, em 2012, até o momento ainda não perdeu) e chegou às finais da Copa do Brasil quando sucumbiu perante o Vasco. 

Ao meu ver, o Coritiba ilustra bem o divisor de águas que significa disputar o Estadual muito bem e dar algumas patinadas no Brasileirão. Ano passado, não fez feio, embora tenha ficado na zona intermediária. Os 57 pontos conquistados renderam uma honrosa 8ª colocação. Faltaram somente 3-4 pontos para entrar na zona da Libertadores. 

Vejamos se o torcedor coxa-branca terá condições de chegar mais longe em 2012:


GOLEIROS - Vanderlei, Edson Bastos, Rafael Martins, Victor Brasil - Vanderlei fez um bom Brasileirão-11 e ostenta a titularidade. Fez grandes jogos na temporada passada demonstrando ótimos reflexos e segurança. Edson Bastos também não faz feio sob as traves. Já foi titular do Coxa, inclusive conquistando alguns títulos. É uma posição que não preocupa. Os demais garotos são da base e devem aparecer no banco em caso de lesão de Vanderlei ou Edson. 

ZAGUEIROS - Diego, Demerson, Emerson, Pereira, Cleiton, Luccas Claro - Os nomes que tiveram mais destaque e são mais conhecidos são Pereira, ex-Santos e Grêmio, e Emerson, titular absoluto ano passado. Pereira é bem limitado mas parece que encontrou seu melhor futebol no Paraná. Emerson é bom zagueiro, forte no jogo aéreo e bastante técnico. Demerson, Cleiton e Luccas são as opções mais imediatas mas que não passam tanta segurança ao torcedor e a quem vê de fora. Setor instável.

LATERAIS - Bernardo, Jackson, Jonas, Timbó, Eltinho, Lucas Mendes - Bem servido, principalmente do lado esquerdo. Jonas, lateral-direito, foi alvo de Santos e Palmeiras. Para os padrões brasileiros, não é mau lateral. Participa bem tanto defensivamente quanto ofensivamente. Contudo, os grandes trunfos do Coxa estão na outra lateral. Lucas Mendes e Eltinho duelam pela camisa 6. No momento, Lucas Mendes sai na frente. Jovem promessa, é nome praticamente certo para ir aos Jogos Olímpicos. Eltinho teve uma boa passagem pelo Avaí. Rápido e habilidoso, atua melhor como ala no auxílio do ataque. 

VOLANTES - Artur, Junior Urso, Lima, Gil, Djair, Willian - Sem Léo Gago e Leandro Donizete que foram negociados, a parte defensiva do meio-campo do Coritiba está bastante fragilizada. Junior Urso até marca razoavelmente bem. No entanto, deixa a desejar na distribuição do jogo. Willian é outro que se destaca. Porém, também não iguala a qualidade dos antigos titulares. Gil teve passagens discretas pelo interior de São Paulo. O jovem Djair foi bem no Figueirense e passou Inter, sem muito sucesso. É uma posição que preocupa bastante.

MEIAS - Lincoln, Emerson Santos, Renan Oliveira, Rafinha, Tcheco, Everton Ribeiro, Rafael Silva - De longe, as melhores opções para o time. Os veteranos Lincoln e Tcheco organizam bem o jogo, possuem uma bola parada de qualidade e sempre rondam a área adversária com perigo. Rafinha, ex-São Paulo, é veloz e muito habilidoso. Invariavelmente dita o ritmo do time na partida com suas arrancadas para o gol. Renan Oliveira é cria do Atlético-MG com boas passagens pelas categorias de base da Seleção. Muito já se falou deste jovem talento. Bom articulador e finalizador, Renan Oliveira não viveu boa fase no Galo e agora busca retomar o bom futebol no Coritiba. Será muito útil, certamente. Everton Ribeiro lembra o estilo de Rafinha. Boa opção para a segunda etapa ou para puxar contra-ataques.

ATACANTES - Roberto, Geraldo, Anderson Aquino, Marcel, Caio Vinicius, Everton Costa - Roberto, recém-chegado, mal estreou e já é apontado como esperança do Coxa na temporada. Apareceu bem no Figueirense, há dois anos. Marcel é o mesmo que defendeu São Paulo, Santos e Grêmio. Centroavante de qualidade discutível. Mal comparando, tem um quê de Washington (Coração Valente). Faz pivô, é referência na área, mas faz tudo sem esbanjar muita categoria. Anderson Aquino também merece destaque. Com a camisa do Coxa, não deixou a desejar e costuma ir às redes com frequência. Geraldo e Everton Costa correm por fora na disputa por uma vaga ainda que no banco de reservas. Enfim, há opções interessantes.

TÉCNICO - Marcelo Oliveira - É um técnico médio. Teve experiências pelo Atlético-MG e pelo Paraná, por exemplo. O único destaque que se faz com a devida justiça foi a temporada passada. O Coritiba jogou um futebol alegre, ofensivo, venceu o Estadual de maneira invicta e calhou de perder a final da Copa do Brasil para o Vasco. Ainda assim, conseguiu levar o time à 8ª colocação a frente de equipes como Santos, Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras. Dentro das limitações do elenco, creio que Marcelo Oliveira consegue fazer um bom trabalho no comando do Coritiba.

ANÁLISE GERAL - Os meias de criação e os atacantes de velocidade são os trunfos do Coxa. Tem que explorar o potencial ofensivo de Tcheco, Lincoln, Rafinha, Aquino, Renan Oliveira. Nos pés deles reside o trunfo para as vitórias. Só assim Roberto e Marcel serão bem servidos e terão reais condições de marcar. No entanto, a falta de opções de qualidade para a zaga e, sobretudo, para o meio defensivo (volantes) desequilibram a balança para o lado da preocupação.

RESULTADO - Não creio que o Coritiba fará uma temporada tão boa quanto a do ano passado, até em razão das carências em seu elenco. Porém, não vou exagerar e dizer que o time briga para não cair. Como dito, no ataque, é uma equipe perigosa. Portanto, zona intermediária para o Coxa.


quinta-feira, 15 de março de 2012

5 vitórias consecutivas, 1 gol sofrido e 1 dívida.

Vencer o Independente do Pará é obrigação para qualquer time das Séries A e B. OBRIGAÇÃO, nada mais que isso. Quando o São Paulo derrotou a equipe em questão semana passada lá no Norte por simbólicos 1 a 0, cumpriu seu papel. Mal, mas cumpriu.

Nesta quarta-feira, ao golear o mesmo Independente no Morumbi, o único destaque que realmente merece tal denominação é Luís Fabiano, autor dos 4 gols do triunfo tricolor. E vamos combinar que, tirando aquele no qual Fabuloso recebe, dribla o goleiro e manda para as redes, os outros 3 gols foram verdadeiras bizarrices da tosca zaga do atual campeão paraense. Sim, acredite se quiser, eu disse "campeão".

Após empatar com o Palmeiras na 10ª rodada, o São Paulo acumula 5 vitórias: Independente (2x), Guaratinguetá, XV de Piracicaba e Portuguesa. Sofreu um gol apenas. Justamente para a equipe melhorzinha, a Lusa. E, mesmo diante deste favorável histórico recente, não consigo aceitar numa boa a ideia de que houve uma baita evolução no plano de jogo tricolor.

Apesar de ter sido vazado somente uma vez em 5 partidas, o meio-campo ainda não inspira confiança. Tanto que o gol sofrido foi logo para um time atualmente mediano. Fosse a Barcelusa-11 e eu queria ver como terminaria aquele jogo. Há muitos buracos, muito espaço para o adversário chegar. O sistema defensivo sobrevive graças à muita reza e secadas da arquibancada. Já do meio para frente, tudo maravilha. Poxa, ilusão é achar que o futebol se limita a fazer gols. Evitá-los também faz parte do jogo, caramba! Se é para defender, que defenda direito!


Ao meu ver, acompanhar um jogo do São Paulo hoje é alternar da euforia à raiva em poucos instantes. Enquanto o ataque faz seu papel, o sistema defensivo prega susto atrás de susto. Aquele lado direito com Piris e Paulo Miranda é de chorar de desespero. Improvisar um volante da base não vai tranquilizar. A ausência de um camisa 5 à frente da zaga com cara de mau para distribuir uns pontapés, roubar a bola e proteger efetivamente o time contribui para a falta de credibilidade/combatividade da meia-cancha tricolor.


Entretanto, o que mais falta a este São Paulo é uma grande partida. Por mais que os números soem animadores, falta aquele jogo que traga o torcedor para perto, que o faça vibrar, ter orgulho, que o faça acreditar. Poderia ser contra o Corinthians, mas perdeu. Contra o Palmeiras, um jogaço, mas empatou. Contra o Santos, no domingo? Só se vierem com os titulares. Do contrário, nem de parâmetro deve servir.

Em vez de cobrar publicamente seus jogadores, Leão deveria conscientizar cada atleta do seu elenco disso. "Estamos devendo, não necessariamente evoluindo". Afinal, nos jogos que "realmente valiam" o São Paulo deixou a desejar, fato. 

Infelizmente, num Paulistão repleto de times abaixo da crítica, sobram os clássicos para medir a equipe. No mais, a Copa do Brasil faria esse papel, porém, nesta primeira fase não colocou o potencial do time à prova. Resta esperar para acompanhar o desempenho nos mata-matas do Estadual.

Parece fácil receber tudo isso que acabo de despejar acima como uma simples cornetada. Só que é muito mais difícil reconhecer uma dívida.


terça-feira, 13 de março de 2012

A Seleção não merece minha torcida. Nem Messi.

Eu não pretendia voltar no assunto Seleção Brasileira tão cedo. Lá pelos Jogos Olímpicos e olhe lá. Mas o Sr. Ricardo Teixeira fez o favor de renunciar ao cargo de presidente da CBF e de membro do COL (Comitê Organizador Local - responsável pela Copa-14 no Brasil). Então, sinto-me na obrigação de comentar o episódio. De cara, infelizmente, não partilho da euforia que acometeu a imprensa. Pelo contrário, só aumentou meu asco pela cúpula da CBF.

José Maria Marin assume o cargo. Grande coisa. Muito se diz que não será uma troca de 6 por meia-dúzia. No entanto, não vai ser nada muito diferente que trocar 6 por 5,7 ou 5,8. Nenhum dirigente será tão vencedor e trambiqueiro quanto Ricardo Teixeira. Porém, até as eleições em 2015, nada muda. É, nada muda. Marin é do esquema, ou vão dizer o contrário? Faltando 2 anos para a Copa e vão colocar um estranho no ninho? Abraça...

Para piorar, a imagem daquele que sucede é bizarra. O cara teve a coragem de pegar uma medalha da premiação dos campeões da Copa São Paulo de Futebol Junior! "Ah, mas era uma só". Bicho, o jogador do Corinthians ficou sem a medalha! Amanhã ou depois esse moleque não vinga, acaba a carreira dele, e ai? Que lembrança ele vai ter para contar para os netos? "Um cartola roubou minha medalha?!"

A queda de Teixeira coroa a impunibilidade pela administração supostamente corrupta. Um novo presidente a 2 anos da Copa do Mundo no Brasil é uma mera marionete do esquema montado para receber o circo do futebol. 

Enquanto se comemora a saída do ditador que ficou 23 anos à frente do futebol brasileiro, duvido que algo será feito para diminuir os desvios de verba, os superfaturamentos, obras e melhorias que efetivamente deixem um legado à população. 

Mudança de gestão, filosofia, disso, daquilo, balela! Por mais ranzinza que meu discurso pareça simplesmente não consigo sorrir diante de uma palhaçada esbofeteando minha cara. Teorias da conspiração à parte, impossível não observar tudo isso e não imaginar que tudo não passa de uma armação para a manutenção dos interesses dos principais envolvidos.

Querem mudar de filosofia? Que tal começar por prestigiar um treinador e seguir com um trabalho a longo prazo? Que tal umas belas desculpas públicas pelo trabalho sensacional do Dunga no comando da Seleção Brasileira, crucificado por uma tarde infeliz do então "melhor goleiro do mundo"?  Ou melhor, e se acabassem as pressões e as mutretas com empresários para convocação de determinados jogadores? Não é mais razoável? É pedir muito?

Torcer para a Seleção tornou-se algo secundário. A relação patriótica agora começa em junho e termina em julho a cada 4 longos anos. Entretanto, perder uma Copa é imperdoável, crime hediondo. Qualquer resultado que não seja Brasil campeão é crise na certa e sobra para todo mundo. Engraçado perceber que apesar dessa fatalidade expor nosso esporte bretão, a preocupação recai somente em analisar como nosso time do coração está. 

Minha geração não viu o Brasil de Telê, os times magníficos de 82-86. Lembra da superação em 94 e 02. Viveu a decepção desconfiada de 98. Os vexames de 06 e 2010. Vive a era dos empresários, das grandes transações, da falta de amor à camisa, do amor ao dinheiro em dia, da falta de ídolos identificados com as cores de apenas um ou dois clubes. Pena.

Por tudo isso, a Seleção só conquista meu desdém. Um revés em casa, na minha opinião, seria um favor. Um tapa na cara bem dado em todos que querem aproveitar-se da paixão do povo para encher seus já enriquecidos bolsos. Torço por um Maracanazzo de grandes proporções. Perder nos pênaltis ou com gol em flagrante impedimento seria sublime. Ver a cara de tacho de Ronaldo, Sanchez, Teixeira e Cia. diante das câmeras seria impagável.

Contudo, Messi, nem adianta se animar. Torcer para a Argentina ganhar aqui no meu quintal já é demais.



segunda-feira, 12 de março de 2012

Acabou o chá! Precisamos comprar mais?

Ricardo Teixeira caiu. Com essa notícia, tive um almoço bastante agradável. Não é novidade para ninguém que acompanha minimamente o futebol brasileiro o quanto é simbólico e importante esse fato.

Sabemos que mudanças profundas e necessárias no nosso querido esporte não virão. O problema é estrutural. Não veremos melhoras nos gramados, nos estádios, no calendário, em nada. Ainda mais sabendo que quem substitui o Poderoso Chefão é José Maria Marin, mais conhecido por Zé das Medalhas*. Duvido, no entanto, que ele permaneça muito tempo à frente da Confederação, tendo em vista a movimentação já iniciada por algumas Federações fortes, como a gaúcha, a carioca, a mineira, a baiana, entre outras, para a realização de novas eleições na CBF.

Mais relevante do que a saída de Teixeira da CBF é a sua saída do COL (Comitê Organizador Local), órgão responsável pela realização da Copa do Mundo no Brasil. Abre-se espaço para uma organização mais transparente e para uma participação maior do governo federal, que custeia o evento.

Acabou o chá de cadeira**. Agora enjoei um pouco, prefiro esperar por mudanças sérias no futebol sentado, tomando uma gelada.

Ricardo Teixeira, ou "Tricky Ricky" para os mais chegados. Será que ele ri à toa agora? 


* O apelido Zé das Medalhas surgiu após Marin ter colocado "discretamente" uma medalha no bolso, na entrega da premiação aos jogadores do Corinthians, campeão da Copa SP de Futebol Júnior.

**Para os que não conhecem: o jornalista Juca Kfouri criou o "merchan" do chá de cadeira, para esperar a queda de Ricardo Teixeira.