domingo, 18 de março de 2012

O despertar tricolor por um voto de confiança.

Outro domingo de sol, calor e clássico em São Paulo. Nesta 14ª rodada tivemos no Morumbi um San-São de tirar o fôlego. A vitória do São Paulo por 3 a 2 com um jogador a menos e confirmada somente depois do gol chorado de Lucas aos 41 minutos do 2º tempo, e graças à excelente defesa de Denis em falta batida por Elano aos 47 selam um pacto de união entre equipe e torcida.

O primeiro tempo foi inteiro Tricolor. Há muito não se via um São Paulo tão envolvente e dominante em um clássico. Não tardou a abrir o placar com Casemiro logo aos 8 minutos de jogo. O tiro de canhota de fora da área desviou na cabeça de Edu Dracena e estufou as redes do Peixe. Casemiro e Cícero ainda perderam grandes oportunidades de ampliar o placar. 1 a 0 foi pouco em razão de tantas boas jogadas criadas.

Mas veio a segunda etapa para mudar tudo que se tinha visto até então. Muricy sacou Ibson e colocou Elano, que sempre faz grandes jogos contra o São Paulo. Foram precisos menos de 10 minutos para a partida ganhar emoção e contornos dramáticos. Aos 5, Elano bateu escanteio, Denis, que fazia um bom e seguro jogo, espalmou fraco e a bola encontrou Edu Dracena sozinho na linha do gol para igualar o marcador.

No lance seguinte, Rodrigo Caio, então suposto lateral-direito e carrapato de Neymar, tomou o segundo amarelo e foi para o chuveiro. Uma perda considerável pois fazia uma ótima partida na marcação da Joia. Muricy logo tirou Adriano para colocar Felipe Anderson. E a expulsão fez Leão trocar Jadson, discreto para variar, por Piris. Pior que deu certo.

Quando tudo parecia questão de tempo para o Santos construir sua vitória, o São Paulo achou um gol. Em ótimo contra-ataque orquestrado pela dupla Lucas-Luís Fabiano, a tabelinha resultou em passe longo do meia para a área. Ao chegar na bola, Fabuloso põe na frente e é derrubado por Rafael. A imprudência e a afobação do goleiro no lance resultaram na penalidade convertida por Luís Fabiano: 2 a 1 com 25 minutos ainda a serem jogados.

Dez minutos mais tarde e Alan Kardec, que entrou no lugar do lateral Paulo Henrique Soares, encontrou Neymar sozinho no meio da zaga tricolor. O atacante recebeu, limpou Denis e mandou para o gol. Tudo igual no placar e maré para Peixe!

Assustado, Leão substitui Luís Fabiano pelo zagueiro Edson Silva. 

Talvez fosse mera questão de tempo para a partida terminar empatada ou o Santos virar o jogo. Porém, o mais improvável aconteceu. Aos 41, Lucas recebeu na direita, invadiu a área e viu Cortez livre. O cruzamento rasteiro veio na perna 'ruim' do lateral e de direita carimbou a trave. No rebote, a sorte. A bola cai nos pés de Lucas e deles para o gol. 

Ainda deu tempo para Elano bater falta frontal ao gol de Denis. O chute vem baixo e o goleiro faz ótima intervenção para se redimir da falha no 1º tento santista e segurar o placar. São Paulo 3 x 2 Santos.

Era a vitória que a torcida do São Paulo tanto queria. A equipe finalmente mostrou um mínimo de garra e disposição em buscar reverter um quadro desfavorável. Houve superação e entrega. Com isso, finalmente, o time mostra aos adeptos que merecem um voto de confiança. Inclusive Lucas, que começava a ser visto com certa desconfiança pelo desempenho mostrado até aqui e pelos recentes atritos com o treinador Emerson Leão. 

A derrota, na prática, não faz a menor diferença para o Peixe. Contudo, ao meu ver, expõe que não é um time imbatível. A facilidade como o Santos foi dominado na primeira etapa é algo raro de se ver. Um pouquinho de organização tática e disciplina na marcação podem anular Neymar e Ganso. Por outro lado, prova que, quando quer, o time vai lá e complica. O revés pode até entrar na conta do azar. Mas a displicência não passou longe não.

Por fim, um destaque negativo: a arbitragem. Foi desproporcional. Amarelou a defesa inteira do Santos (6 cartões amarelos ao todo) e distribuiu 3 para o São Paulo, sendo 2 para Rodrigo Caio, expulso, e um para Cicero. Não que o Tricolor não merecesse outros tantos. Mas o zagueiro Durval e o goleiro Rafael escaparam de um merecido cartão vermelho. Durval acertou um carrinho feio em Lucas, que partia rumo ao gol. E Rafael era o último homem no pênalti em Luís Fabiano. Puniria lá pela violência e cá pela clara oportunidade de gol. 






3 comentários:

  1. Sao jogos como esse que me fazem crer no Sao Paulo. O time vinha vencendo mas nao convencendo, vinha jogando um futebol, ao meu ver, displicente. Abrindo o marcador, como no jogo contra a portuguesa, mas abrindo mao de jogar um belo futebol. Mas hoje, nao. Hoje foi o jogo que todo torcedor, independente do time que torce, gosta de ver. Jogo pegado, na raca, com tecnica e jogadores dando sangue. O que o lucas jogou nao foi brincadeira. O fabuloso tambem me agradou. So o que, de novo, me irritou foi o tanto de gols perdidos. Porem, apos perder o rodrigo, o elenco todo entendeu a situacao e jogou, o que a meu ver, a melhor partida da temporada. Sem resguardar meus instintos de torcedor digo em bom som: VAI SAO PAULO!!!

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  2. Gabriel,
    realmente foi um grande jogo.
    Mas claramente o interesse pela partida é diferente para cada equipe.
    Concordo com você que o tricolor vem jogando um bom futebol. Confesso que não esperava um bom trabalho de Leão, apesar que ainda é cedo para maiores afirmações.
    Volto a ressaltar a ridícula formula do paulistão. Infelizmente mais um bom clássico que não vale nada.

    BLOG DO CLEBER SOARES
    www.clebersoares.blogspot.com

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  3. Parabéns pelo Blog, cara temos um time excelente.... o que faltava era adaptação, comentei isso no blog do navarro naquele post de decepção.... devagarinho as coisas vão se acertando.... o mito volta, Fabrício compõe o meio campo e o time fica redondinho ótimo, só acho que o Leão tem que desistir do Fernandinho, sou muito + o Oswaldo..... Parabens, minha primeira visita

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