quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Seleção Brasileira nua e crua.

Não é de hoje que perdi o tesão na Seleção. Nunca fui aquele fã incondicional da amarelinha. Nem no penta, juro. Admito que na Copa de 94, ainda menino, vibrei com o título mesmo sem entender exatamente o que aquilo significava. Mas, confesso, amei o escrete canarinho de 2010. Sim, aquele de Dunga. Ah, Dunga, que saudades!

Podem me chamar de doente à vontade, não ligo. Apenas não esqueçam que o treinador ranzinza só saiu porque perdeu a Copa. Ou seja, foi crucificado por um único jogo infeliz. Todo aquele papo de "devemos dar sequência no trabalho" e "os treinadores não deveriam pagar o pato por derrotas isoladas, ainda que em torneios importantes" vai direto para o ralo.

Mais importante que qualquer campeonato, Dunga deu identidade a uma Seleção acostumada a ver suas apagadas estrelas em completo descaso com o mais puro amor à camisa, ao jogo, à vontade de vencer. Tanto que ganhou praticamente tudo que disputou. Morreu na cruz após a Copa. Para mim, virou um mártir.

Porém, o tema Seleção só vem à tona pelo amistoso de terça. Vencer a Bósnia na bacia das almas e com gol contra é demais. Fere minha condição de homem médio. Para quem teve o prazer de não acompanhar a partida foi mais ou menos assim: Brasil abre o placar com Marcelo no começo do jogo e parecia que ia golear. Aí pouco depois a Bósnia empatou o jogo num frangaço do Julio Cesar. Depois de tomar sufoco, o Brasil achou um gol no final. Ronaldinho não jogou nada, só para constar.

O trabalho de Mano Menezes está na mira da torcida, mas não da cúpula da CBF, claro. Só que há algo muito errado acontecendo. Ou Mano convoca, treina e escala mal ou a geração de jogadores não contribui. 

Ronaldinho FOI craque. Ex-craque resolve? Sim. EM CLUBES. Na Seleção, ele precisa estar no auge da forma. Ganso está aos poucos recuperando o bom futebol. Quem é melhor goleiro senão Julio Cesar? Daniel Alves é o cara da lateral. Na esquerda, Marcelo evoluiu muito, inclusive no Real Madrid. Hernanes vive bom momento na Lazio. Fernandinho não é lá essas coisas mas jogou bem, até. Tem feito a transição defesa-ataque satisfatoriamente.

Leandro Damião é o melhor centroavante brasileiro em atividade. Neymar é o grande nome brasileiro no futebol atualmente. Pato alterna boas e discretas atuações no Milan. Thiago Silva é, de fato, um Monstro. Luisão não é pior que David Luiz. Elias é mediano. Não considero Jonas ou Hulk selecionáveis. Kaká sumiu, infelizmente.

Na base dos pitacos, entre mortos e feridos, Mano Menezes não tem cometidos erros abomináveis NA CONVOCAÇÃO. Ao escalar o time, sim. Errou ao começar com Ronaldinho, ao colocar Elias, demorou para colocar Lucas. Só esses equívocos já são capazes de questionar a capacidade de Mano extrair o melhor do elenco.

Entretanto, no fundo não importa. Eis uma Seleção que não encanta. Não encanta nem pela bola tampouco pela garra. Raça, Mano. RAÇA. Você veio do futebol gaúcho, cara! Cadê os culhões?! 

Independente do que aconteça, já tenho certo comigo que essa Seleção não merece ganhar nada. Atletas escolhidos a dedo por comissões técnica e diretiva políticas mais interessadas no maldito retorno financeiro da projeção de logomarcas, de circos na concentração ou transferências milionárias arquitetadas por empresários cúmplices. Mas nem se o Mano Menezes aparecer na minha casa de moletom e jurando um time com sangue nos olhos! 

Minha torcida contra um amontoado de jogadores vestindo amarelo ou azul em campo pode não fazer a diferença, mas vai trazer paz à consciência de um apaixonado por futebol que merece ver uma equipe, no mínimo, aguerrida durante quantos minutos sejam necessários para alcançar a vitória ao apito final.






terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"MOP" é uma facada na paixão do torcedor.

Paixão. Sentimento que tem o ingrato peso de ser sinônimo de amor e sofrimento. Curiosamente, ambas sensações envolvem o coração do torcedor de modo que todas as manifestações do pobre apaixonado beiram seus extremos. Ou ama ou odeia, simples assim. Agora, para apertar o peito dos fanáticos por futebol, está na moda um tal de "MOP", sigla que significa "my own player". 

A sistemática é bem simples. É um fundo destinado ao público (torcedores de determinado time) que compram cotas (valores fixados pela gerência do fundo) para auxiliar seu clube do coração a fechar a contratação de certo atleta. De acordo com o MOPBR (www.mopbr.com.br), caso a negociação não seja confirmada, quem investiu na compra de cotas será devidamente ressarcido. 

O Palmeiras busca por este expediente reunir fundos da torcida para bancar o meia Wesley. Vamos por partes. Wesley é bom, mas não é a mistura de Falcão e Cerezo para tanta engenharia e falatório acerca de sua contratação. Ainda que seu futebol fosse a peça perfeita para Felipão organizar de vez o time, é preciso separar de quem são as obrigações nesse negócio da China.

Considero uma brincadeira de mau gosto esse tipo de negociata. Claro, do ponto de vista exclusivamente financeiro é espetacular para o clube. Metem um anúncio "estamos atrás do craque Fulano". A torcida sabe quem é o Fulano, adora o Fulano, Fulano é Seleção, Fulano põe o Messi no chinelo, etc. Daí, maquiavelicamente a diretoria diz: "Bom, se quiser Fulano, tem que contribuir. O time anda sem recursos, crise internacional, sabe como é..."

Vale ressaltar que o fato do torcedor comprar uma "cota" não significa que ele será "cotista", ou seja, um investidor direto no atleta. Explicando melhor: Caso Fulano seja contratado por 5 milhões e futuramente seja vendido por 10 milhões, a grana é do time, do empresário, da empresa que gerencia o atleta e ponto. Não há um retorno proporcional ao investimento. O que fica claro é que o valor da cota somente será restituído se a negociação não se concretizar.

Torcedor não tem obrigação nenhuma de atrair para si uma responsabilidade que é do clube. É como o Código de Defesa do Consumidor ou na relação de trabalho, ora. O empregado não assume o risco da atividade da empresa, isso é um problema do manda-chuva. Aquela taxa indecente que alguns estabelecimentos cobram por perda de comanda é absurda. Quem tem que zelar pelo controle do que é consumido/comercializado é o bar/restaurante/o que for. 

Além disso, aproveitando o embalo do caso Wesley, quem garante que, se contratado, vai jogar bem, ser campeão, virar ídolo, Rei da Cocada Preta? Hein? Ou o sonho de todo palmeirense é ver o Wesley com o manto do Verdão? Duvido. 

Apreensão não falta àquele velho apaixonado, trabalhador, que sua sangue para batalhar sua imprescindível renda mensal. Lê jornal, ouve notícias e começa a se achar culpado pela fase do time, que poderia fazer algo para ajudar, afinal, vai ao estádio só umas 3-5 vezes por ano e compra uma camiseta oficial a cada 2 ou 3 temporadas mesmo...

Pronto. O caos. Tudo que o clube quer: sequestrar a paixão do camarada, botar uma faca em seu pescoço e esperar pela ajuda "humanitária". Transferir à torcida o ônus da contratação de reforços é tão obsceno quanto o BBB.

Por mais que a intenção seja louvável, não vejo com bons olhos o MOP. Se a diretoria abre mão de cumprir minimamente seu papel para contratar reforços de qualidade, o próximo passo qual vai ser? MOP para pagamento de salários atrasados?!

Vou além: E se a torcida reunir grande volume de dinheiro e a diretoria perceber que falta pouco para atingir o limite? Já imaginaram que o clube poderia escalar uns "laranjas" para comprar um punhado de cotas cada um e finalizar o negócio? Só para não ter que devolver a grana da torcida.

Ilustro: Negócio na base de 5 milhões. Torcida arrecada 4. Vai a diretoria e rapidamente gasta 1 milhãozinho nas cotas restantes. Já era. O produto que custava 5 vai ser comprado por 1. Entenderam a sacada? Isso às custas da torcida! Cara, isso me deu nos nervos!

Teorias da conspiração à parte, todos os clubes do Brasil focam no Verdão e em como será o desfecho da negociação com Wesley. Se eu pudesse criar o final ideal haveria a devolução das cotas aos torcedores e o clube firmaria alguma parceria para viabilizar o negócio. Mas já estou grandinho para acreditar em Papai Noel e espero sempre o pior de qualquer situação.


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Análise de Elenco - Bahia

Continuando com a desmistificação dos clubes que disputarão o Brasileirão, chegou a vez do Esporte Clube Bahia, que flertou perigosamente com a zona do rebaixamento ano passado. Vamos ver se o torcedor pode esperar menos sustos em 2012.

GOLEIROS - Marcelo Lomba, Omar, Bruno e Renan - Lomba, pelo que fez no Flamengo e pela campanha no gol tricolor ano passado, é o melhor disparado. Omar, jovem, está em alta cota com a torcida por ter participado da campanha do acesso em 2010. São duas boas opções. Bruno e Renan, mais garotos, ficarão no elenco à espera de um chamado para o banco de reservas.

ZAGUEIROS - Danny Morais, Diego Jussani, Dudu, Rafael Donato, Titi - Os nomes mais conhecidos e de maior qualidade são Danny Morais e Titi, ambos da base do Internacional. Diego, Dudu e Rafael Donato são outros nomes a compor elenco, contudo, Donato tem figurado no time titular ultimamente sem comprometer. É um setor alto, porém jovem. Até mesmo o capitão Titi, campeão no Inter e no acesso do Vasco em 2010 tem apenas 23 anos.

LATERAIS - Ávine, Madson, Willian Matheus, Coelho, Boiadeiro, Gutiérrez - Tem opções interessantes. Ávine é um lateral-esquerdo bastante rápido e habilidoso. Gutiérrez, boliviano, é meio zagueiro, meio lateral-esquerdo.Sem maiores considerações a tecer. "Boliviano" sintetiza a incógnita que representa o atleta. (antes que me interpretem mal, por favor, me digam craques bolivianos para que eu realmente espere algo dele...). Já o lado direito conta com Coelho, ex-Corinthians, que, ao meu ver, é bom jogador. Bola parada muito boa, diga-se. E Boiadeiro, que fez bom Brasileirão-11 pelo Ceará.

VOLANTES - Fahel, Helder, Lenine, Diones, Fabinho, Filipe - Preocupam. O grande nome do setor é Fabinho, também ex-Corinthians. Experiente, bom marcador e passa bem a bola. Fahel é esforçado, carrapato de ofício, mas não enche os olhos. Helder e Diones são outras opções recorrentes, contudo, limitados.

MEIAS - Fabio Gama, Jéferson, Lulinha, Magno, Morais, Paulinho, Vander, Zé Roberto, Fábio - O Bahia conta com quatro bons e rápidos apoiadores. Podem, inclusive, fazer as vezes de segundo atacante. Lulinha, na minha opinião, não é a tranqueira que gostam de pintar. Embora não seja o craque das categorias de base que foi. Apesar da finalização não ser lá essas coisas e ter um corpo mais franzino, é veloz, habilidoso e participa bem ofensivamente. Vander é um garoto com bastante potencial e pode colaborar bem na organização de jogadas. Já vestiu o manto tricolor e acumulou passagem discreta pelo Flamengo. Zé Roberto chega após fazer sucesso no Vasco e uma passagem apagada no Inter. No Tricolor, certamente renderá mais. E Morais, mais um ex-Timão, no elenco também alia velocidade e habilidade. No entanto, nenhum dos citados são finalizadores natos.

ATACANTES - Ciro, Gabriel, Junior, Jones, Souza, Rafael - Boas peças. Ciro, promessa ex-Sport, passou pelo Fluminense sem sucesso e tenta reencontrar o bom futebol no Bahia. A menos que repita Keirrison, pode retomar o rumo das boas apresentações. Junior e Souza são dois bons centroavantes. Presença de área, protegem bem a bola e finalizam com naturalidade. Jones e Gabriel são as outras peças que figuram com frequência na equipe, sem a qualidade dos três primeiros, ao meu ver.

TÉCNICO - Falcão - Recém-chegado no Tricolor, Falcão assume o lugar de Joel Santana. Teve uma passagem fraca pelo Inter no ano passado mesmo tendo conquistado o Campeonato Gaúcho. Durou apenas 3 meses. Está no início de seu trabalho no Bahia, motivo pelo qual fica complicado ir a fundo em seu trabalho. Entretanto, seu semblante não me agrada. Tranquilo demais, teórico demais. O tempo no jornalismo esportivo contaminou um pouco a experiência prática, como se constata até o momento.

ANÁLISE GERAL - O Bahia não está às mil maravilhas. Mas não merece ser menosprezado. É um time essencialmente rápido. O jogo pelos flancos explora o melhor dos laterais, dos habilidosos meias e favorece o jogo aéreo e o oportunismo de Souza e Junior. Por outro lado, a zaga jovem e a falta de pegada no meio preocupam.

RESULTADO - Apesar dos pesares, creio em um 2012 sem novos sustos. Entretanto, não vejo motivos para otimismo exacerbado. Cravo meu palpite na Zona Intermediária.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Paulistão 12 - Rodada #10

Lá se vai metade da primeira fase do Paulistão-12. Vamos ver quem se destacou para o bem e para o mal nesta 10ª rodada. Excepcionalmente, mais geladas serão distribuídas. Vamos a elas:


CERVEJA GELADA

ADRIANO - Em vez de atribuir o prêmio ao seguro e cirúrgico Corinthians de Tite, vou presentear Adriano, o Imperador. Jogou os 90 minutos, mostrou disposição, participou bem do jogo e logo no comecinho da partida mostrou oportunismo para fazer o único gol da vitória sobre o Botafogo. Se perder mais uns quilinhos e pegar mais ritmo de jogo, será ótima opção para o ataque do Timão.

SANTOS - Atropelou a Macaca por sonoros 6 a 1. Neymar e Ganso deram um show à parte. O Peixe pulou para 4º colocado e está a um ponto apenas da vice-liderança. Certamente vai chegar para o mata-mata numa posição mais confortável na tabela.

CHOQUE-REI - Uma partida que termina 3 a 3 é sempre um partidaço. Quando um clássico da magnitude de um Palmeiras x São Paulo termina 3 a 3, o resultado traduz o que foi do jogo independente de falhas, vacilos, polêmicas, etc.

ERNANE e LENÍLSON - Ambos anotaram dois gols nas vitórias de seus times nesta rodada. Ernane garantiu o triunfo do Mogi Mirim sobre o Oeste, em Itápolis. Agora, é o artilheiro isolado do Paulistão com 9 gols até o momento sendo o grande nome da competição. E Lenílson, ex-São Paulo, colocou o Linense na 8ª colocação com 15 pontos (mesma pontuação de Ponte Preta e Bragantino). 

DISPUTA NA RABEIRA - A disputa para não cair está realmente sensacional. Toda rodada um ou dois times entram/saem da temida zona. O Guaratinguetá venceu o Guarani por 2 a 1 e fugiu momentaneamente. O Ituano venceu o XV de Piracicaba fora de casa e também respira fora da degola por uns dias. Ou seja, a graça e a emoção desta primeira fase ficam sob a batuta de Guaratinguetá, Ituano, Oeste, Comercial, Catanduvense, Botafogo e XV de Piracicaba.


CERVEJA QUENTE

PAULISTA - Mais uma derrota em casa. Desta vez, caiu para 10º colocado e estagnou nos 13 pontos. Não dá sinais de quem vai esboçar reação.

XV DE PIRACICABA - Perdeu o confronto direto para o Ituano, em Piracicaba, por 2 a 1. Assumiu a lanterna isolada com 5 pontos. 

COMERCIAL - Derrotado em casa para o Mirassol por 1 a 0. Entrou na zona do rebaixamento com os mesmo 7 pontos do Catanduvense, outro perdedor na rodada (Catanduvense 2 x 4 Bragantino).


Um autêntico CHOQUE-Rei.

Mais um domingo de sol, calor e clássico no Campeonato Paulista. Na senegalesca Presidente Prudente, Palmeiras e São Paulo disputaram um eletrizante Choque-Rei.

Com Lucas, que rendeu uma baita dor de cabeça à Juvenal Juvêncio nos últimos dias para liberá-lo, o Tricolor buscava reabilitação após a derrota no clássico contra o Corinthians. Aliás, jogar clássico tem sido motivo de muita preocupação no Morumbi. Nos últimos dois anos, poucas vitórias e uma série de atuações desastrosas.

Pelo lado palestrino, uma vitória poderia coroar a evolução do trabalho de Felipão, que ainda molda o Palmeiras à espera de Valdívia, Roman e, provavelmente, Wesley. Embalado com o triunfo sobre o Peixe no mesmo estádio, o Verdão contava com a bola parada e Barcos para surpreender.

E foi a bola parada, tão temida pelo instável São Paulo, que inaugurou o placar logo aos 5 minutos. Para variar, o Palmeiras alcança o gol valendo-se deste expediente. Já o Tricolor aproveitou a oportunidade para sofrer mais um gol desta modalidade. Falta na entrada da área pelo lado direito. Assunção e Daniel Carvalho no lance. Denis arma a barreira para cobrir o seu canto esquerdo. Daniel vem na bola, bate por fora da barreira, rasteiro e a bola morre no canto defendido por Denis.

Presumo existirem duas regras básicas universais para goleiros: 1-) bola na pequena área é dele; e 2-) tomar gol de falta no canto que você opta defender é falha estúpida. Denis falhou e comprometeu o início de jogo do São Paulo. Leão deve ter esboçado ligeiro sorriso. Explico já já.

Até a parada técnica, com uns 20 minutos de bola rolando aproximadamente, o jogo ficou meio morno. Na volta, o Tricolor melhorou. Lucas era o principal nome do time, embora jogasse praticamente sozinho. Jadson e Cícero estavam mais sumidos. Casemiro aparecia bem na frente com arremates de fora da área.

Aos 30 minutos, o São Paulo iguala o marcador. Casemiro avança pela esquerda e cruza para Cícero completar. A fase artilheira do meia contrasta com seu rendimento contestável na meia cancha. Contudo, novamente o Tricolor voltou a vacilar.

Pouco depois do gol, 7 minutos para ser mais exato, Barcos recebe na área. Paulo Miranda escorrega, Piris entra seco na jogada acreditando que o atacante chutaria. Ledo engano. Leve corte para a esquerda e chute firme para as redes: Verdão 2 x 1 Tricolor. Então, Leão deve ter feito uma cara de "não disse"? Agora explico o motivo para tais reações.

Vale lembrar que o treinador já se manifestou sobre a necessidade de querer mais uma opção para a lateral-direita e andou dizendo que gostaria de contar com mais um goleiro. Pois é. A diretoria foi atrás do promissor Douglas, detalhe: mesmo lesionado. Contudo, resolveu bancar Denis, reserva imediato de Ceni, que até o momento não havia demonstrado insegurança.

Porém, após dois jogos com falhas da dupla, a torcida reza para que o Reffis não falhe novamente e coloque Douglas em campo o mais rápido possível. Enquanto isso, a paciência com Denis vai se esgotando na medida em que a volta de Rogério parece cada vez mais distante. Entretanto, antes de crucificar o arqueiro é preciso calma. Sempre que entrou o arqueiro não comprometeu. Fez, inclusive, boas atuações. Pode ser apenas uma fase ruim, não pode?

Questionamentos à parte, Leão sacou Jadson, discretíssimo, e voltou com Fernandinho para o segundo tempo. Novamente o camisa 10 Tricolor deixou a desejar e, sinceramente, começo a desconfiar do seu potencial. Felipão manteve a formação vencedora e já que tinha o placar favorável, era só administrar.

O São Paulo melhorou um pouco. O Palmeiras trabalhava a bola à busca do contra-ataque perfeito e rondava a área, sem muito perigo. Errava passes ou se afobava e acabava perdendo a bola. E olha que Denilson à frente da área do São Paulo não era um cão-de-guarda que impunha medo.

Mas logo aos 10 minutos, a jogada que deixou o jogo realmente emocionante. Cortez recebe na esquerda, tenta o drible e Cicinho deixa o braço no lateral tricolor. Pênalti discutível, mas infantil. Por mais que o movimento do palestrino tenha sido meramente para girar o corpo, o braço denuncia a irregularidade. Willian José pegou a bola e não decepcionou. Bateu firme e igualou o marcador: 2 a 2.

Seis minutos mais tarde, Cícero, de falta, carimba o travessão de Deola. Na resposta, Maikon Leite isola tiro da entrada da área. Até a parada técnica, o São Paulo foi melhor, teve mais controle da bola e volume de jogo. Quando o Palmeiras chegou no ataque, tropeçava nas próprias pernas. Não era difícil rodear a área adversária, no entanto, as finalizações e os passes deixavam a desejar.

Leão trocou Casemiro por Rodrigo Caio. Felipão tirou Daniel Carvalho e colocou Patrik. 

Então Willian José protagonizou o 3º gol palmeirense. Não, não foi contra. 25 minutos da segunda etapa, Lucas escapa pela direita e encontra o centroavante livre. Era dominar, avançar e bater. Mas o autor do 2º gol tricolor errou o tempo da bola, o domínio e sua equipe pagou com o placar. No minuto seguinte, bola alçada na área, pane na alta zaga do São Paulo e a bola encontra o matador Barcos. Segundo dele no jogo e Verdão na frente: 3 a 2. 

Os Deuses do Futebol estavam impossíveis esta tarde e operaram um milagre. O canhoto Fernandinho, notório jogador de velocidade e corte seco, aquele que eu canso de dizer que é habilidoso, rápido e pouco inteligente, recebeu na esquerda, avançou e soltou a bomba de perna direita. A bola viajou firme no canto esquerdo de Deola. Belo gol Tricolor e tudo igual no placar: 3 a 3. 

A resposta palestrina não tardou. Marcos Assunção cobrou falta perigosa para boa intervenção de Denis. Cada descida era motivo de esperança e agonia para ambas torcidas. Deola fez duas boas defesas em falta cobrada por Lucas e cabeceio de Paulo Miranda. Felipão substituiu João Vitor por Chico e Maikon Leite por Ricardo Bueno. Com pouco menos de 5 minutos para o final, qualquer coisa podia acontecer.

Contudo, não aconteceu. A igualdade prevaleceu em um clássico realmente muito bom. Jamais um 3 a 3 será tosco. A partida refletiu o melhor da bola parada e cruzamentos palestrinos e do rendimento ofensivo tricolor. Por outro lado, confirma a péssima fase defensiva do São Paulo. Um meio-campo sem pegada e uma zaga em frangalhos com sérios problemas nas bolas aéreas preocupam demais.

No Verdão, entre reclamações sobre o pênalti e lamentações pelo gol espírita de Fernandinho, a zaga cochilou no gol de Cícero e o meio-campo precisa de acertos. Wesley pode ser a peça que falta para equilibrar a marcação e melhorar a qualidade do passe no setor, resta torcer por sua contratação. Entre mortos e feridos, se serve de consolo, o resultado manteve a invencibilidade da equipe no Paulistão.




sábado, 25 de fevereiro de 2012

Análise de Elenco - Atlético Mineiro

A segunda equipe a ser destrinchada no nosso boteco é o "Galo mais querido do Mundo", como diria Milton Neves. Após um 2011 decepcionante quando só escapou da degola nas últimas rodadas, o Atlético mais uma vez vai atrás do título que levantou somente em 1971. Além de tentar reencontrar glórias que há muito não dão o ar da graça, terá a missão de apagar a vexatória despedida do Brasileirão passado. Goleado impiedosamente pelo Cruzeiro por 6 a 1, na fatídica partida que salvou a Raposa do que seria seu 1º rebaixamento no certame nacional.

Chega de papo furado. Aí vem o Galo:

GOLEIROS - Renan Ribeiro, Giovanni, Lee, Paulo Victor - Posição carente. Os goleiros são muito jovens. Renan Ribeiro, titular, tem 21 anos. Mostrou potencial, tem bons reflexos. Porém, sob as traves é preciso experiência e liderança. A má campanha no Brasileirão e o desempenho fraco da defesa no ano passado fez o Galo testar Renan e Giovanni, expondo demais os garotos. Depois da prova de fogo, melhor para Renan, que terminou titular e inicia a temporada com a camisa 1, mesmo sob desconfiança.  

ZAGUEIROS - Lima, Réver, Werley, Rafael Marques, Léo Silva e Luiz Eduardo - Bom setor. Réver está acima dos companheiros. É alto, rápido e técnico. Faz jus às chances que recebe na Seleção. Rafael Marques, Lima e Leonardo Silva estão praticamente no mesmo nível. Não são uma Brastemp, mas jogam com seriedade. Principalmente Rafael Marques, ex-Grêmio, que compensa sua falta de técnica com muita disposição, raça e força no jogo aéreo.

LATERAIS - Eron, Triguinho, Carlos César e Marcos Rocha - Pela direita, Carlos César fez um bom final de temporada 2011, perigoso no ataque e presente na defesa. Rápido e forte fisicamente, pode até compor a meia cancha com qualidade. Contudo, não começou 2012 no time titular, perdendo a vaga para o discutível Marcos Rocha, que até fez bom Brasileirão-11 pelo América-MG. Enquanto isso do lado esquerdo, o jovem Eron só deve aparecer no time no caso de lesões generalizadas. Triguinho já viveu fase melhor. A limitação da defesa esquerda e a forte concorrência no meio-campo faz Cuca improvisar Richarlyson na posição - ou seja, problemas sérios por ali.

VOLANTES - Pierre, Richarlyson, Dudu Cearense, Serginho, Leandro Donizete, Soutto - Bom no papel, regular no rendimento. Pierre é um leão na marcação. Leandro Donizete não é cabeça-de-área. Dudu Cearense não voltou jogando tão bem quanto vimos nas seleções de base e na Europa, além de se lesionar demais. Brigou no treino e seus dias no Galo podem estar contados. Serginho é bem limitado. Esforçado e só. Soutto é um jovem de muito potencial, ao lado de jogadores mais experientes certamente irá evoluir se transformar em peça chave no grupo. Por fim, o "x" do meio-campo: Richarlyson. O jogador que todo treinador quer e que toda torcida odeia. Richarlyson tem duas virtudes e inúmeros defeitos. Bom preparo físico e polivalência. Só. No mais, é estabanado, não passa bem, não cruza bem, faz faltas bobas, toma cartões demais. Hoje, ocupa a lateral. Amanhã, pode figurar no meio. Depois de amanhã, certamente, vai estampar jornal com avaliação abaixo da crítica seja na posição que for. Como diria minha vó: "Quem faz de tudo um pouco, não faz nada direito."

MEIAS - Bernard, Mancini, Escudero, Jackson, Yuri, Nikão e Leleu - Escudero, que veio do Grêmio, vai dar mais pegada ao meio e dar mais velocidade ao ataque. Mas não é o meia dos sonhos. Bernard é  outra jovem promessa, logo não pode carregar sozinho a responsabilidade de ditar o ritmo do time. Mancini alterna lesões com atuações discretas. Virou mera opção de banco. Os demais garotos vão se contentar em compor elenco.

ATACANTES - André, Danilinho, Neto Berola, Wesley, Paulo Henrique e Guilherme - Jovens muito bons. André, revelado no Santos, tem 21 anos e, particularmente, gosto muito do seu estilo. Sabe finalizar muito bem. Danilinho, ídolo, é rápido, articula bem as jogadas e pode ajudar a compor o meio-campo. Guilherme foi revelado no Cruzeiro como grande matador. Chegou ano passado a peso de ouro e ficou encostado muito tempo. Quando jogou, decepcionou. Contudo, é inegável sua qualidade ofensiva. Creio em sua volta por cima em 2012. No mais, meras opções de elenco.

TÉCNICO - Cuca - Fraco. Mantar boas equipes e não levantar canecos, ao meu ver, equivale a fracasso.  Está atrelado às campanhas que fez no Goiás e no São Paulo, há OITO anos, para dizer o mínimo. Suas relações interpessoais minam seu trabalho. Põe a culpa no juiz, no time, em Deus, no Diabo e se sabota sozinho. Não é de graça que recebeu a doce alcunha de "Chorão". No Flamengo viveu inúmeras polêmicas e atritos com o grupo. Extremamente emocional, passa toda a tensão da decisão para sua equipe que invariavelmente entra em colapso. Não é bom técnico e não acredito que faça milagre no Galo.

ANÁLISE GERAL - O grupo do Atlético é muito jovem, embora sejam rodados. Destaque-se que somente três jogadores tem mais de 30 anos: Léo Silva, Mancini e Triguinho. Não precisa ser um Milan, mas experiência pode fazer falta. Faltam também opções mais renomadas e de qualidade no meio-campo. Um atacante mais malandro, tarimbado, poderia agregar mais aos talentosos garotos da posição. O lado esquerdo da defesa vai dar dor de cabeça. Cuca precisa explorar a força da defesa e superar seu temperamento para conseguir triunfar.

RESULTADO - Não vejo o Atlético forte e organizado a ponto de brigar pelo título, especialmente quando se tem Cuca à beira do campo. Com muita sorte, belisca uma vaga na Libertadores. Entretanto, na minha opinião, a zona intermediária é o destino do Galo nesta temporada.


Paulistão 12 - Rodada #9

Antes que seja tarde demais, vamos às cervejas da 9ª rodada do Paulistão:


CERVEJA GELADA

GUARANI - Venceu o XV de Piracicaba por 2 a 0, é vice-líder com 22 pontos e apenas um atrás do Corinthians. Abriu 9 pontos de distância para o 8° colocado, logo, deve permanecer na zona de classificação para as quartas-de-final. Até o momento, belo trabalho do Bugre comandado por Vadão.

CORINTHIANS - O Timão derrotou a Lusa por 2 a 0 e agora é líder isolado. Enquanto Tite experimenta o rodízio na equipe, esta não dá sinais de que perde qualidade. O rendimento é bastante satisfatório. Resta ver como ela se comportará nos mata-matas.

MOGI-MIRIM - Com um único gol na partida, venceu o São Caetano e chegou aos 16 pontos, ocupando a 6ª colocação. Está a 3 pontos do Paulista, 8° colocado, e pode se manter na zona de classificação. Ernane, vice-artilheiro do certame com 7 gols, é a esperança do Sapão. (as rimas não foram propositais.)



CERVEJA QUENTE

PAULISTA - Perdeu em casa para o Botafogo por 1 a 0. Cômico se não fosse ridículo. A equipe que tanto elogiei no início da competição, sobretudo nas primeiras 3-4 rodadas não existe mais. Caiu para 8°, apenas um ponto na frente do Bragantino, que começa a entrar nos eixos e pode tomar a vaga a qualquer instante.

PORTUGUESA - Regularidade. 3 vitórias, 3 empates, 3 derrotas. A Barcelusa acabou. Ou Jorginho perdeu o encanto ou o time é fraco. No papel, não é. Só que o rendimento diz o contrário. Está a apenas 1 ponto do G-8 e figura na mísera 10ª colocação. Pouco para quem proporcionou ao Brasil o melhor futebol do país em 2011. Deve. E muito.

CATANDUVENSE - Conseguiu o improvável. Perdeu em casa e de virada para o Guaratinguetá, 3 a 1. A vitória poderia dar certa tranquilidade ao time. Contudo, volta a brigar forte para não cair.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Aprendamos com Deivid. Certos gols não merecem ser marcados

Bombou na rede o gol perdido por Deivid, atacante do Flamengo. Livre na pequena área, goleiro batido no lance, cara-a-cara com a meta, condição legal, jogo empatado, enfim, todos os ingredientes presentes para consagrar um atacante. E Deivid caprichosamente mandou na trave. 

A simples surreal discussão sobre como ele conseguiu fazer tal proeza me parece tola demais. Arrisco ir além: Certas jogadas nasceram para não serem concretizadas em tento, gol, explosão e alegria. Em outras palavras, tem gol que não pode sair.

Busco um exemplo supremo para ilustrar. O que seria daquele fantástico drible de corpo que Pelé aplicou no goleiro uruguaio na Copa de 70  culminasse no gol canarinho? E o popular "gol que nem Pelé conseguiu fazer"? O que dizer caso o chute do Rei fosse um pouco mais para a esquerda e encontrasse as redes adversárias? Gol que até Pelé fez?!

Exemplos de profissionais perdendo gols absurdos de fazer vergonha na várzea são bem fáceis e divertidos de assistir, basta gastar uns minutinhos no youtube. A audiência que uma bizarrice dessa gera só é preocupante à equipe prejudicada no lance e ao jogador, caso este tenha um mínimo de crítica pessoal. No mais, é prato cheio para a esculhambação imprensa adentro. Cria-se um ótimo álibi para qualquer revés, punição, afastamento, certo diretorias?

Contudo, entendo que o futebol não respira somente dos acertos e erros ordinários. É preciso olhar com mais carinho o papel da grosseria do finalizador. O que seriam das peladas com os amigos sem aquela furada insana? Aquele tropeço desengonçado? E o morrinho traiçoeiro que fulmina o domínio? Nada. Não haveria riso na cerveja depois do jogo tampouco piadinhas eternas sobre o lance.

Quanto aos erros, aliás, enquadro também as falhas e frangos engolidos pelos goleiros, claro. Contribuem para os "gols de devem sair", mas integram o folclore do futebol com a mesma força dos gols desperdiçados.

Os vacilos que levam torcidas ao delírio e ao desespero são o que movem a essência da paixão nacional. O gol faz toda a diferença. Logo, não fazer gol também tem a mesma sorte. Acirra disputa pela posição, deixa o olhar na tábua de classificação tranquilo ou apreensivo, dá ou tira um título, uma classificação...ou seja, tatua na memória do torcedor o extraordinário lance.

Por isso, Deivid, durma em paz. Às vezes, a bola simplesmente não pode entrar.




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quem errou mais: Caio Junior ou Grêmio?

Caio Junior chegou ao Grêmio este ano para tentar dar uma nova cara ao Imortal, que foi apenas o 12º colocado no Brasileirão 2011. Mal o Estadual começou e os problemas começaram. Mal começaram. Menos de 3 meses de trabalho e a cúpula gremista resolveu decapitar o treinador.

Surrealismos à parte, vamos à suposta campanha desastrosa de Caio Jr: conquistou 4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas. Classificou o Grêmio às quartas-de-final da Taça Piratini (equivalente ao 1º turno do Campeonato Gaúcho) justamente em 4º lugar no seu grupo. Exatos 4 pontos atrás de Novo Hamburgo e Caxias, e 3 atrás do Veranópolis. 

Nada mal considerando que é início de temporada, de trabalho e o time está classificado para o mata-mata. Já que o confronto válido pelas quartas-de-final é logo um Gre-Nal, Caio Junior poderia muito bem cair em caso de revés frente ao maior rival. E, vendo bem, de absurdo somente a derrota na estreia para o Lajeadense, no Olímpico. No mais, empatou em casa com o Inter, e perdeu fora para Juventude (ex-time expressivo) e São José.

Entretanto, um único argumento põe em xeque qualquer visão menos crítica: o Rio Grande do Sul é azul ou vermelho e as demais equipes do Estado são incrivelmente limitadas, portanto, o sinal amarelo está piscante. Vamos comprovar tal fato de maneira didática. Novamente recorremos à maravilhosa Wikipédia para constatar que os últimos campeões diferentes de Grêmio e Inter foram Caixas (2000), Juventude (1998) e Renner (1954).

Pior que a hegemonia Real Madrid e Barcelona na Espanha, não?

No que tange os reforços, bem, veio uma verdadeira baciada de jogadores. Marcelo Moreno, Kleber Gladiador, Grolli, Pablo, Sorondo (chegou e já saiu), Marco Antonio, Felipe Nunes, Leo Gago, Naldo. Bertoglio está chegando e Cristian Rodriguez está próximo. Fazer um time competitivo e entrosado em 2-3 meses não é desafio, é utopia.

As escalações mostram que Caio Junior não fez nada tão estúpido. Armou seu time ofensivamente, muitas vezes com três atacantes. Marcelo Moreno e Kleber Gladiador acompanhados de Leandro ou André Lima, por exemplo. Não deu liga, ué.

O treinador, ex-jogador tricolor, não conseguiu transformar a equipe no símbolo de raça e determinação no qual sua torcida exige. Nem mesmo o estilo hermano de torcer colaborou com o técnico. 

Nessa onda de instabilidade o Grêmio optou por bancar a troca do comando técnico. Danem-se os resultados, a pré-temporada, a véspera do Gre-Nal que decide vaga na semi-final da Taça Piratini. Na velha filosofia do "antes tarde do que tarde demais", Vanderlei Luxemburgo chega para contornar o clima de desconfiança e dar um padrão a um Grêmio visto com desconfiança Brasil afora.

Em franca oscilação na carreira - com mais cara de curva descendente - Luxemburgo foi despachado do Flamengo, onde pagou o pato pelos atrasos de salário a jogadores, pela perda do controle do grupo ao ser conivente com alguns excessos de Ronaldinho, e ao bater de frente com o astro ao tentar reverter este quadro. Ao meu ver, arcou com uma culpa que era exclusiva da diretoria (entenda-se Patrícia Amorim, inclusive, já escrevi sobre o assunto).

Agora, chega para juntar os cacos de um Grêmio abatido, flagrantemente à sombra do crescimento meteórico do rival, tanto na qualidade do time/elenco, como - e principalmente - pelas campanhas nacionais e internacionais nos últimos anos. 

Se a dança dos treinadores tocou cedo no lado azul do Rio Grande do Sul, o Grêmio acerta errando. Acerta ao tentar consertar e aprimorar o pobre legado de Caio Junior ao contratar um técnico experiente, vencedor, boleiro e que merece respeito por sua história. Jamais um clube dirigido por ele merece ser sumariamente desprezado. 

Por outro lado, o Tricolor falha ao desperdiçar os dois meses destinados à pré-temporada. A "sorte" é que, na prática - e pela doutrina recente do futebol brasileiro - esse desperdício sequer é levado em conta nos resultados positivos. Só é lembrado nos negativos...  






terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Análise de Elenco - Atlético Goianiense

Caros amigos, daqui pouco mais de dois meses começará o Brasileirão. Sendo assim, nada mais justo que analisarmos cada uma das 20 equipes que disputaram o torneio nacional mais equilibrado do Mundo. Com sorte, farei duas postagens por semana sobre o tema que deverá encerrar na semana das finais dos Estaduais, um fim de semana antes do começo do Brasileirão.

Antes de mais nada, faço uma mea culpa. Dar pitaco sobre equipes coadjuvantes é complicado. Mais ainda quando o Estadual correspondente tem nível técnico baixo e as informações trazidas nem sempre são de todo satisfatórias.

Outra coisa, leitores que me perdoem, mas é a minha visão sobre a equipe face o seu prestígio em São Paulo, local onde resido, trabalho e acompanho o futebol da melhor forma que consigo. Levem isso em consideração antes de jogar pedras no comentário...

Por isso, pesquisarei os integrantes do elenco no site oficial do clube e, a partir daí, tecerei meus comentários. Claro que daqui dois meses podem chegar reforços. Porém, a entrada de um ou outro jogador não comprometerá minha opinião. Caso algum clube promova uma verdadeira reformulação entre o Estadual e o Brasileirão, bem, parece lógico que a análise perde parte de seu objeto, não? 

Enfim, para inaugurar a seção, vamos ao Atlético Goianiense:

GOLEIROS: Márcio, David, Rafael, Roberto e Weverton - O titular é o experiente Márcio, de 31 anos. Não é um mau goleiro. Mas está longe de ser um ícone da posição. Costuma praticar boas defesas, ainda que sua defesa não seja lá uma verdadeira muralha. Lidera o time e ainda se arrisca nas bolas paradas (possui 19 gols, segundo o site oficial). 

LATERAIS - Ernandes, Paulinho, Everton Silva e Rafael Cruz - Difícil analisar a qualidade dos laterais. Rafael Cruz estava no Atlético Mineiro. Considerando que era reserva lá, não se pode esperar muito, embora seja titular juntamente com Ernandes. Paulinho chegou do Atlético Paranaense e Everton Silva compõe o grupo.

ZAGUEIROS - Gabriel, Gilson, Paulo Henrique, Leonardo e Renato - Gabriel é reforço para 2012. Gilson, experiente, permanece na titularidade. Paulo Henrique e Renato são incógnitas. Leonardo tem 25 anos e estava no Shakhtar Donetsk. O retorno ao futebol brasileiro via time coadjuvante é um tanto suspeito, é provável que não seja lá essas coisas. Suspeitas à parte, pode ser um bom zagueiro, vai saber...

VOLANTES - Dodó, Fernando Bob, Francesco, Joilson, Mahatma, Marino e Pituca - Pituca é peça presente no time titular desde o ano passado. O rodado Joilson está no clube desde 2011 e não é titular, ou seja, não serve mais na lateral, não tem gás para comandar o meio-campo e é somente opção para o segundo tempo. Fernando Bob chegou do Fluminense e, no Rio, fez algumas partidas como titular sem cativar o torcedor. Sem contar que dificilmente o Fluminense se livraria de um jogador de qualidade...

MEIAS - Adriano Pimenta, Bida, Elias, Fabio Lima, Felipe Brizola, Thiaguinho - Certamente, os principais nomes são Bida e Elias. O primeiro teve passagem relâmpago pelo Santos, mas tem brilhado no Atlético. Pode jogar de segundo volante eventualmente. É rápido e chega bem no ataque. Elias é um bom meia. Organiza bem o jogo, é habilidoso e pega bem na bola. 

ATACANTES - Diogo Campos, Felipe, Juninho, Marcão e William - O melhor e mais perigoso setor do clube. Felipe, experiente, mostrou seu faro goleador no Goiás. Juninho e Marcão são boas opções e ora jogavam juntos, ora revesavam a titularidade ao lado de Anselmo. Aliás, com a saída de Anselmo, o Dragão fechou com William "Batoré", ex-Avaí. Ótima contratação. William tem faro de gol e pode ajudar o Atlético a conquistar pontos importantes.

TÉCNICO - Hélio dos Anjos - Treinador experiente, sério, mas de carreira mediana. Ganhou destaque após sua boa passagem pelo Goiás. Não é estrategista, mas sabe como trabalhar com equipes médias, limitadas. Tanto que não sofreu pressão para não cair e deu trabalho para grandes clubes do país.

ANÁLISE GERAL - É realmente complicado avaliar o elenco do Atlético diante da dificuldade em acompanhar o Campeonato Goiano. Contudo, de certos clubes não se pode esperar tanto. Claro que todo Brasileirão tem uma surpresinha aqui outra ali, mas não vislumbro céu azul para o Dragão.

RESULTADO - Briga para não cair.


domingo, 19 de fevereiro de 2012

Paulistão 12 - Rodada #8

Antes que seja tarde demais e o carnaval acabe, rapidamente vamos distribuir as cervejas aos campeões (ou perebas) da rodada.


CERVEJA GELADA

GRANDES DE SÃO PAULO - Todos os 4 grandes do Estado venceram e passarão bem o feriado. Na inauguração da rodada, o São Paulo bateu o Paulista por 3 a 1. Willian José foi 'o cara' da partida e anotou os três tentos tricolores. O Timão, fora de casa, bateu o São Caetano por 1 a 0, gol de Willian. O triunfo mantém o clube na liderança ao lado do Palmeiras com 20 pontos. Já que estamos falando dele, o Verdão bateu o Guaratinguetá, também fora de casa, por 3 a 2. Novamente o lateral Artur e Barcos deixaram sua marca.  Por fim, o Peixe bateu o Mirassol, em Mirassol, por 3 a 1. Em sua estreia pelo Santos, o lateral Juan fez um golaço. Borges e Edu Dracena fecharam o placar.

GUARANI - O Bugre venceu o Comercial em Ribeirão Preto, chega aos 19 pontos, e vai garantindo seu espaço na zona de classificação para as quartas-de-final.

MOGI-MIRIM - Bateu o Botafogo, também em Ribeirão Preto, somou seu 13º ponto e alcançou a 7ª posição. Sapão de olho aberto na vaga.



CERVEJA QUENTE

PONTE PRETA - Terceiro empate consecutivo. Desta vez, perdeu pontos para o Oeste, jogando em pleno Moisés Lucarelli.

BOTAFOGO - SETE derrotas e uma vitória. 3 míseros pontos conquistados. A campanha rendeu a lanterna geral à equipe de Ribeirão Preto, fortíssima candidata ao rebaixamento.

ITUANO - Empatou em casa contra o Catanduvense e, com 5 pontos, ocupa a antepenúltima posição. Quem não quer cair tem que vencer seus rivais mais frágeis do interior paulista.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Pontos de vista

Os duelos de Corinthians, Santos e Vasco pela Libertadores abrem margem para um pensamento óbvio, porém, intrigante. Para tudo na vida podemos olhar pelo lado otimista e pessimista. Na Libertadores, isso não é diferente. Os grupos dos brasileiros em questão, sob uma análise fria, podem variar do tranquilo a uma cilada numa fração de segundo.

O Timão passou sérios apuros contra o então inofensivo Deportivo Tachira. Fora de casa é verdade. Porém, da mesma forma que foi surpreendido pelo perigosíssimo futebol venezuelano, é possível perder alguns preciosos pontos em casa para o indigesto futebol mexicano, por exemplo. O Cruz Azul, frise-se, estreou com vitória sobre o Nacional do Paraguai jogando fora de casa. Considerando que o pobre Nacional está com a faca no pescoço tal qual o Tachira, que também não tem nada a perder, o grupo ganhou emoção e tensão.

Por outro lado, Corinthians é Corinthians. Tem a força do Pacaembu, uma equipe compacta (ainda que dê alguns sustos defensivamente, principalmente nas frágeis laterais) e tradicionalmente não passa apuros na fase de grupos. A neura que fique para o mata-mata. Até lá, céu azul e sonho vivo.

Quem pode ter entrado em verdadeiras sinucas de bico foram Santos e Vasco. O Peixe jogou fora três pontos ao perder para o poderosíssimo The Strongest. Seu grupo ainda conta com Internacional e Juan Aurich. O Inter tem um ótimo time, tal como o Santos. Tropeço tanto lá como cá não será surpresa. E ai? Na pior das hipóteses sobram 3 jogos para conquistar 3 vitórias e sonhar com a classificação. 

Se o The Strongest tiver tanta sorte como teve contra o Peixe, pode pregar mais peças. Aí o grupo vai ficando cada vez mais embolado...embolado...até acharmos "normal" constatar que Santos ou Inter podem morrer logo nesta primeira fase...

O lado pessimista assusta, né?

E o Vasco, então? Perdeu em casa para o Nacional, do Uruguai, tradicional tricampeão da América. Time copeiro que sempre figura nas fases decisivas. Ainda terá pela frente o Libertad, bom time paraguaio, que também sempre aparece longe na Libertadores. Sem contar que é a equipe de coração de Nicolás Leóz, presidente da Conmebol. Ou seja, a arbitragem pode favorecer os paraguaios neste ponto do torneio. E o Alianza Lima, do Peru, teoricamente inofensivo.

A sorte vascaína é que o Libertad tomou a dianteira e venceu seu segundo jogo (bateu o Nacional no Uruguai por 2 a 1). Se derrotar o Alianza, em São Januário, alivia a péssima estreia e iguala pontos com o segundo colocado. Contudo, a tabela é a vilã dos cariocas. O Vasco decidirá seus dois últimos jogos fora de casa...

Flamengo e Fluminense estão em chaves razoáveis. Os rubro-negros tem Emelec, Olimpia e Lanús. Aliás, contra este último, empatou jogando na Argentina. Sinceramente, nem forçando a barra consigo ver dificuldade para o Mengo nesta fase. 

Já o Fluminense, apesar da vitória em casa contra o Arsenal, argentino, ainda reencontrará o Boca Juniors. Dois hermanos no grupo deixa o sinal amarelo ligado, pelo menos até a terceira rodada, SE tudo der certo. Entretanto, também vislumbro o Tricolor nas oitavas.

Bom, resumindo, na minha opinião, o Vasco é o único brasileiro que não se classifica. Agora, na pior hipótese pessimista, Corinthians, Santos e Inter tiram no palitinho quem vai ser o outro vacilão para dar adeus ao sonho do título.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Festa na Zâmbia!

Domingo tivemos a final da Copa Africana de Nações. A zebra Zâmbia derrotou a potência continental Costa do Marfim e, além do título, quebrou com a série de três taças consecutivas do Egito. Aqui no Brasil já ouvimos falar bastante dos marfinenses. É comum ter um deles nos principais clubes europeus. Sem contar que estiveram no nosso grupo na Copa-10.

Drogba e Kalou no Chelsea, Yaya e Kolo Touré no Manchester City, Gervinho no Arsenal, Keita ex-Barcelona, Eboué no Galatasaray. Conhecidos pelo vigor físico, os marfinenses adaptaram-se muito bem na Europa, principalmente no pegado futebol inglês. Porém, grife não conquista título e isso eles sentiram novamente na pele.

Foi o segundo vice-campeonato da Copa Africana desta geração. Três edições atrás, há seis anos, foram derrotados nos pênaltis para o Egito. Desta vez, os pênaltis consagraram Zâmbia. 

O resultado ganha força porque mal se lembra deste pobre país no mapa. Alguém aqui sabia que havia futebol lá? É a prova concreta que o futebol pode transformar uma realidade ou mudar um conceito 'pré-conceituoso'. Mostra que milagres acontecem. 

Alguém acreditaria na mínima possibilidade de vitória zambiana? Apostaria 5, 10, trocentos reais em seu triunfo? Jamais. Olha só, eles eliminaram Gana, que sempre dá suas caras Mundial sim, Mundial não. Mas, ah, Costa do Marfim tem Drogba, Kalou, blablabla, o raio não vai cair duas vezes no mesmo lugar. Aham.

Drogba perdeu pênalti no segundo tempo. A partida estava 0 a 0. Não vou reproduzir aqui resumos que li internet adentro nem fazer de conta que assisti a uma partida que sequer sabia o horário (maiores informações nos sites da Globo.com e ESPN). Mas impressiona saber que o ídolo mor marfinense cometeu o maior de todos os pecados futebolísticos numa final de tamanha importância.

Na derradeira decisão, outras duas estrelas decepcionaram seu povo. Kolo Touré e Gervinho perderam suas cobranças e um tal de Sunzu, defensor do Mazembe (que irônico!), levou a taça para território zambiano.

Esta final deveria ter destaque mundial, cobertura digna de Jogos Olímpicos. Zâmbia (quem?) ser campeã em cima de uma 'poderosa' Costa do Marfim? Quem eles pensam que são? 

A qualidade das estrelas marfinenses não são questionáveis. Só que sua produtividade e eficiência em decisões merece ser posta em xeque, vide resultados. Para uma geração que colocou o país em evidência no mundo do futebol, a conquista de uma simples Copa Africana me parece obrigatória. No entanto, acumularam dois dolorosos fracassos e serviram apenas para distribuir alguns bons atletas por aí. Que nem para a história ficarão, diga-se.

Que este épico resultado sirva de lição a cada time pequeno do planeta. Em campo, tudo será possível. Inclusive milagres.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Real Madrid Campeão Espanhol 11-12 com 16 rodadas de antecedência.

Estamos na 22ª rodada do Campeonato Espanhol. No sábado, o Barcelona perdeu para o Osasuna por 3 a 2. Resultado anormal, lógico. O mando de campo é irrelevante quando se trata de Barcelona. No domingo, no Santiago Bernabéu, o Real Madrid derrotou o Levante por 4 a 2. Grande coisa, né? Não. A 'grande coisa' está na tabela. Restando 16 rodadas para o final do campeonato, o Real Madrid abre 10 pontos de diferença para o vice-líder Barcelona. Ou seja, é o virtual campeão.

Pode parecer temerária tal afirmação mas, em se tratando de Campeonato Espanhol, não é. Qualquer um sabe que na Espanha o torneio é disputado por Real e Barça ano a ano. Ora se alternam, ora vencem alguns consecutivos. Um ano aqui outro ali vai ter um time Zé Graça para quebrar o protocolo (hoje, leia-se e entenda-se Valencia).

Uma breve pesquisa no Google-Wikipédia demonstra este fato. O último título de um time que não era Real ou Barça foi em 03-04 com o Valencia, ou seja, 8 anos/temporadas atrás. Aliás, o Valencia venceu também na temporada 01-02. O La Coruña aprontou na temporada 99-00. Antes disso, o Atletico de Madrid levou a taça na temporada 95-96. Estão vendo os lapsos temporais? Até este título do Atletico, a última equipe a levar a Liga foi o Athletic Bilbao em 83-84!

Outro ponto: o nível dos inimigos mortais. Merengues e catalães possuem duas das melhores equipes do Mundo. Eu disse MUNDO. Embora o Barcelona tenha um time, um conjunto melhor, vejo o Real com um elenco mais interessante, com mais peças de reposição de alto nível. Se dá o luxo de ter Kaká na reserva "absoluta", Benzema e Higuaín se revesando na titularidade, Coentrão e Marcelo para a lateral-esquerda. Enfim, é uma discussão eterna na qual a única conclusão é: ambos tem times fantásticos.

Enquanto isso, os adversários estão uma escada abaixo de ambos.

Villarreal, Sevilla, Atlético de Madrid e Valencia, os "melhorzinhos" não conseguem impor resistência. Em outras palavras, quatro ou cinco tropeços dos Merengues são improváveis mesmo diante dos times menos piores. Sem contar que o Barcelona teria que contar com rodadas perfeitas, vencendo praticamente todas as suas partidas até o final do campeonato.

Aliás, os times espanhóis pequenos e médios são verdadeiras lástimas. Aqui, Portuguesa, Sport, Coritiba não devem nada para Levante, Osasuna, Mallorca. Isso só comprova quão difícil é o Brasileirão. Sempre um Atlético Goianiense da vida tira pontos preciosos de Flamengo, Cruzeiro, Palmeiras...

E atesta a falta de atrativo no Campeonato Espanhol. Vale a pena somente para ver Cristiano Ronaldo e Messi darem seus shows em equipes que parecem terem saído direto da várzea. Não há equilíbrio. As surpresas são raras. Exceção da exceção é essa série de tropeços surreais do Barça que fulminaram o sonho do tetra consecutivo.

Diante de adversários que mal funcionam como sparrings, os dez pontos de vantagem dão ao Real Madrid uma margem segura para direcionar esforços na conquista da Champions League. Por seu turno, resta ao Barcelona somente a defesa do título europeu. Afinal, a Inês espanhola já é morta.


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Paulistão 12 - Rodada #7

E antes que fique tarde demais, os merecedores de cerveja gelada e quente da 7ª rodada.


CERVEJA GELADA

GUARANI - Bateu o Paulista em Campinas por 2 a 1, chegou aos 16 pontos (um a menos que os líderes) e tomou o posto de sensação do campeonato da equipe de Jundiaí. 

PALMEIRAS e CORINTHIANS - Inimigos mortais históricos, dividem a liderança do Paulistão. O Verdão bateu o Ituano por 3 a 0 com gol do estreante Barcos. Artur entrou no segundo tempo e deixou sua marca novamente. Patrik fechou a conta. Após um começo duvidoso, o Palmeiras toma corpo e entra forte na disputa pelo título. Já o Timão venceu o São Paulo por 1 a 0, gol de Danilo, divide a liderança com os mesmos 17 pontos do Verdão e agora direciona forças para a estreia na Libertadores, quarta-feira.

SANTOS - Mais uma goleada do Peixe! Desta vez, a vítima foi o Linense. Os reservas do Santos aplicaram novamente 4 a 1 sem sustos, sem maiores esforços. Gols de Vinícius, Bruno Rodrigo, Dimba e Anderson Carvalho. Diego Macedo fez o de honra do Linense.


CERVEJA QUENTE 

PONTE PRETA - Vencia o Mirassol por 3 a 1 e permitiu a reação do adversário. Perdeu boa chance de somar três pontos fora de casa.

JOÃO FILIPE e JADSON - Na derrota Tricolor para o Timão, destaque negativo para os dois atletas. O zagueiro foi escalado de improviso na lateral direita. Até aí, nada problemático. O caos começou quando Jadson desperdiçou pênalti no final do primeiro tempo e impediu o empate no clássico. Destaque-se que o meia, contratado a peso de ouro junto ao futebol ucraniano e com passagem pela Seleção Brasileira, isolou a cobrança à la Elano. Já João Filipe "coroou" sua participação no clássico ao ser expulso toscamente logo depois do técnico Leão ter feito suas três alterações (todas ao mesmo tempo).

XV DE PIRACICABA - Perdeu em casa para o ex-lanterna Catanduvense por 2 a 0 e, além de salvar os visitantes, entrou na zona do rebaixamento.


Pitacos do Majestoso

Neste domingo, Corinthians e São Paulo escreveram mais um capítulo da história do clássico Majestoso. Sem Alex, Liedson e Emerson poupados para a Libertadores, o Timão buscava a vitória para continuar na liderança. E o São Paulo, sem Rogério e sem Luís Fabiano, precisava vencer para manter o 1º lugar geral.

Todo clássico é movido por forças extra-campo. No caso de Corinthians x São Paulo as farpas das diretorias, as provocações entre as torcidas, e a freguesia tricolor são ingredientes que tornam o clássico bastante tenso emocionalmente. 

O primeiro tempo foi inteiro do Corinthians. Logo aos 11 minutos, Jorge Henrique abre na esquerda para Fabio Santos, que rola para Danilo bater cruzado e Denis espalmar bonito para escanteio. Dez minutos depois, a superioridade do Timão aparece no placar. Jorge Henrique bate escanteio, e o criticado Danilo, ex-São Paulo, de cabeça inaugura o marcador. 

A jogada expõe a fragilidade da defesa do São Paulo, que já não era lá essas coisas pelo chão, mesmo com a chegada de reforços. Além disso, vale destacar que Danilo ganhou de Casemiro e João Filipe no lance. 

Mal taticamente e jogando fora de casa, o São Paulo era um morto vivo em campo. Lucas buscava jogo do seu jeito. Nem sempre conseguia produzir uma jogada perigosa. Jadson, discretíssimo, aparecia mais nas bolas paradas. O Tricolor errava muitos passes pelo meio, com Casemiro e Cícero praticamente sumidos. Willian José só apareceu na escalação e impedido. Cortez, mais uma vez, era a válvula de escape pelo lado esquerdo.

E o Timão administrava. Tocava bem a bola, explorava com velocidade os contra-ataques que, invariavelmente, terminavam com chuveirinho na área. A solidez do meio-campo impedia o São Paulo de criar jogadas de perigo.

Aos 36, quase o Timão amplia. Fabio Santos bate cruzado, Denis espalma para o meio da pequena área, caprichosamente a bola desvia de Elton e Cortez afasta. 

Aos 43, finalmente, a primeira jogada de perigo do São Paulo. Jadson bate escanteio, Rhodolfo cabeceia e Ralf salva em cima da linha. No rebote, Cortez dribla Alessandro em velocidade, é derrubado e o juiz assinala o pênalti. Sem Luís Fabiano e Rogério Ceni, sobrou para Jadson. A contratação que chegou cheio de pompa, um meia de seleção, vencedor no emergente futebol ucraniano (e europeu, pois venceu a Liga Europa), foi para a cobrança e ISOLOU.

Sinceramente? Jogador profissional seguramente chuta uma bola desde uns 5-6 anos de idade. O gol tem, aproximadamente, 7,32 metros de largura por 2,44 de altura. Em outras palavras, na minha opinião, o profissional tem OBRIGAÇÃO de converter a cobrança. Pênalti não é nem nunca será uma loteria. É COMPETÊNCIA. Mais inadmissível ainda é isolar a cobrança!

Ainda deu tempo para Leandro Castan carimbar a trave esquerda de Denis e quase matar a partida ainda no primeiro tempo.

Na segunda etapa o jogo permaneceu o mesmo. O Corinthians mandava no jogo com propriedade, dando um quê de jogo-treino ao clássico. Ralf e Paulinho anulavam o meio de criação do São Paulo. Fabio Santos e Jorge Henrique infernizavam a zaga tricolor e Julio Cesar era mero espectador. Somente Cortez incomodava Alessandro, mas nada grave.

Pouco menos de 15 minutos e Leão faz suas apostas: saíram: Jadson, Casemiro e Willian José. Entraram Fernandinho, Maicon e Osvaldo. Menos de DEZ SEGUNDOS após as substituições e João Filipe assina sua carta de dispensa do time do São Paulo. Entrada desnecessária em Jorge Henrique no meio-campo e rua. Expulso direto, sem choro nem vela.

Leão, que apostou na sua improvisação na lateral-direita, já se arrependia pela segunda chance. Sem contar que já via o zagueiro com ressalvas desde a partida contra o Bahia, na virada sofrida, quando o beque pediu para sair alegando cansaço, depois de correr sem propósito durante boa parte daquele jogo.

Desesperado, o São Paulo saiu para o ataque de qualquer jeito. E Tite colocou seu time para jogar como gosta. Fechadinho e subindo na boa. Tanto que, além de bloquear a criação do adversário, deu-se o luxo de substituir "seis por meia dúzia", como Willian, apagado, por Gilsinho. 

Aos 25 minutos, quase o Timão amplia. Alessandro aparece na direita, cruza rasteiro, a bola atravessa a área e a bola passa por Jorge Henrique. Aos 28, Paulinho limpa a marcação e bate ao lado do gol de Denis.

Sem organização, a torcida tricolor rezava por uma bola espírita e uma jogada iluminada de Fernandinho ou Osvaldo. Aos 30, o primeiro chute perigoso do São Paulo com Fernandinho para boa intervenção de Julio Cesar. O troco veio em seguida. Ralf dispara sozinho, se atrapalha com a bola e Paulo Miranda manda para escanteio.

Com pouco menos de 10 minutos para o final, o maestro Douglas reestreou pelo Timão e entrou no lugar de Danilo. O São Paulo, entregue e sem um pingo de organização das tramas ofensivas, parecia satisfeito com a derrota mínima. As substituições não surtiram o menor efeito, principalmente Fernandinho, que fazia o mesmo "o melhor e o pior" de sempre. Muita velocidade, muita habilidade, pouca objetividade, e utilização cerebral nula.

E foi isso. Vitória esmagadora do Timão por 1 a 0. 

O resultado mostra o dedo de Tite, que mostra seu foco em montar um time espelhado no padrão de jogo da Libertadores. Uma equipe com muita pegada no meio-campo e que sabe aproveitar bem as oportunidades de gol. Com Alex, Emerson e Liedson, o rendimento tende a ser maior e credencia o Timão ao título da Libertadores.

E expõe a fragilidade do São Paulo. Muito bom no papel mas, no campo, sem organização e sem render o mínimo esperado. Além disso, prova a dependência de Luís Fabiano no ataque e da liderança de Rogério Ceni. 

Agora, enquanto o Timão sonha tranquilo e começa a jornada rumo à América, o Tricolor dorme de cabeça quente e sonhando com Nilmar, atacante que poderia mudar a cara desse previsível ataque são-paulino.



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Paulistão 12 - Rodada #6

Ainda que com um dia de atraso, não podemos deixar de dizer quem mereceu uma cerveja gelada e uma quente nesta 6ª rodada do Paulistão-12.


CERVEJA GELADA

GOLEADAS - A média de gols desta 6ª rodada foi de 3,1 gols por partida. Nada mal. Contribuíram para a média elevada a vitória que o Palmeiras conquistou na marra contra o XV de Piracicaba por 3 a 2; a vitória do Mirassol, fora de casa, contra o frágil Guaratinguetá; a derrota do Ituano, em casa, para um Bragantino em ascensão; e o show de Neymar na virada santista por 4 a 1 contra o Botafogo, em Ribeirão Preto.

NEYMAR - Três gols e uma assistência. Comandou com propriedade a virada do Santos contra o Botafogo. Prova que é o grande nome brasileiro no futebol atualmente.

GUARANI - Venceu a ex-Barcelusa por 1 a 0 e encostou na ponta, um pontinho atrás dos líderes. Muito bom ver o Bugre brigando em cima novamente.


CERVEJA QUENTE

CORINTHIANS - Com um a mais durante praticamente o jogo todo, permitiu o empate do Mogi Mirim no finalzinho da partida.

SÃO PAULO - Sofreu gol relâmpago no começo do segundo tempo, permitiu o empate do Comercial e perdeu chance de assumir a liderança isolada.

OESTE - Empatou em casa contra o Linense por 1 a 1 e é forte candidato ao rebaixamento.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Flamengo, ou melhor, Patrícia Amorim aposta em "Efeito Dominó" para o sucesso.

Brigar por título ou brigar para não cair. Time top ou time medíocre. Tranquilidade do paraíso ou o caos da Faixa de Gaza. O Flamengo, clube com maior torcida no país, vive seus altos e baixos no nível mais extremo. Isso nunca foi novidade para ninguém. Mas viver uma crise dessas às vésperas da verdadeira Libertadores é, acima de tudo, descaso com o torcedor.

A crise do Flamengo, na minha opinião, se resume a um surreal "Efeito Dominó". Curioso é perceber que a presidente Patricia Amorim é a principal culpada por derrubar a primeira pedra. E fazer a torcida assistir a tudo isso é brincadeira de mau gosto.

Em linhas bem gerais: Flamengo não paga Ronaldinho, que treina e joga quando quer, que acaba por comprometer o comando de Luxemburgo, que perde o controle do grupo, que rende pouco, e ainda é demitido.

Ainda que Luxemburgo esteja no meio de uma fase crítica da carreira, acumulando insucessos, continua sendo um bom técnico. Pode ser visto com inúmeras ressalvas, mas é sempre respeitado em campo pelos títulos e história à beira das quatro linhas.

Aí o Flamengo acerta com o ótimo Vagner Love, tão boêmio quanto Ronaldinho, mediante pesado investimento. Isso faz outros jogadores processarem o clube para receber seus já vencidos vencimentos, como Deivid.

Para amenizar e apaziguar ânimos, Patrícia chama "Papai" Joel Santana para comandar o Flamengo. Estratégia sensacional a curto-médio prazo. Joel tem carisma e sabe bater o papo boleiro. Só que papo e compreensão não enchem o bolso. Uma hora o elenco vai estourar, limpar o armário e lavar a roupa suja seja na imprensa, seja na Justiça.

Considero Joel um bom treinador. Porém, ao meu ver, está taxado como "técnico carioca". Ou melhor, "técnico para ganhar Campeonato Carioca". É só olhar o currículo do cara, pô! Só no Vasco faturou a confusa Copa João Havelange e a épica Copa Mercosul de 2000. No mais, números medianos.

Enquanto isso, a Libertadores já começou. O Mengão está num grupo relativamente tranquilo com Emelec, Lanús e Olímpia. Só que depois da mamata vem o mata-mata. Joel sabe bem o que é ser eliminado de maneira vexatória do principal torneio continental. 

Na edição de 2008, logo nas oitavas-de-final, o encardido America do México esteve em seu caminho. Espetacular vitória rubro-negra na partida de ida, por QUATRO a DOIS, NO MÉXICO. No Maracanã, sua despedida. Caio Junior nas tribunas. Festa. Emoção. E decepção ao fim. Os mexicanos vieram e derrotaram o Flamengo por TRÊS a ZERO. 

A escolha por Joel, a contratação de Love e a tentativa em aliviar a pressão em prol de um semestre glorioso deu às decisões da contestada Patricia Amorim um peso astronômico. Se der certo, é um mito de dirigente, que peitou Luxemburgo, que superou picuinhas internas, etc e tal. Se der errado, vai - e deve - arcar com os ônus de ter derrubado a primeira pedra do dominó.

Esse cacoete que o Flamengo tem em colocar panos quentes em tudo e resolver tudo de qualquer vai custar caro um dia. Mas, ao que parece, o time precisa desse tipo de clima para ser o "Mengão da Superação". Talvez essa seja a aposta de Patrícia. Turbulência, salários atrasados, contratação milionária, técnico folclórico e boa praça, imprensa sedenta por polêmica, enfim, tudo para criar um clima de...redenção.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Super Bowl XLVI - New York Giants 21 x 17 New England Patriots

Tenho comigo que final é final e a palavra final resume bem toda a carga emocional que o evento carrega consigo. Final do campeonatinho de video game, de botão, do Mundial de Não-sei-o-que, não sei o que lá...enfim, por mais chato que o jogo esteja, por mais duro que pareça ficar inerte na frente da televisão, final é final.

No caso do futebol americano, eu vejo níveis diferentes de emoção. Vai além de um simples cruzamento na área no último minuto. Em cada troca de posse de bola, o jogo varia. Cria-se uma situação ou uma sensação diferente. Um time com grande vantagem parece se apequenar, outro virtualmente derrotado parece cada vez mais frágil.

Bom, fato é que o evento Super Bowl é insano. O show do intervalo - que neste ano teve Madonna - o hino, a torcida, o clima...os americanos realmente sabem fazer um grande espetáculo. 

E nessa turbilhão de emoções, um ingrediente a mais: revanche. Como dito no outro post, Giants e Patriots se enfrentaram no SB42 (SB XLII) com vitória de NY por 17 a 14, em grande noite de Eli Manning. Mal sabia ele que naquela noite seria o pior pesadelo de Brady.

Num começo inspirado, os Giants, abriram 9 a 0. Dois pontos conquistados após um safety ao forçar um intentional grounding de Brady na ending zone, e um TD anotado por Cruz. 

Bastou o placar adverso para Brady mostrar por que detém 3 títulos. Comandou a reação de New England e, no final do primeiro tempo, viraram a partida para 10 a 9, fruto de um field goal e um touchdown.

Mal começa o segundo tempo e novo TD para os Patriots anotado por Hernandez. Foi o último brilho de Brady na partida e de toda a equipe de New England. 

Com dois FG, os Giants encostaram no placar em 15-17. Deu tempo para Brady ser interceptado. Mas a defesa dos Patriots seguraram a pressão até o final do terceiro quarto. Pensando bem, aqui foi o último brilho dos Patriots, que logo mais sabotariam mais ainda a noite de seu estimado QB.

As defesas trabalhavam bem no último e decisivo quarto. O relógio, para variar, era aliado e vilão ao mesmo tempo. Então, a estrela dos Giants brilhou. Faltavam 4 minutos para o final. Brady lança.  Wes Welker, livre, livre, livre, bola na mão, mão na bola, era pegar e sair correndo para a alegria. Mas deixou cair. 

Não foi essa jogada que matou a noite de New England. O que realmente fulminou a sorte dos Patriots foi o milagre que Mario Manningham operou. Ele recebeu um passe de 40 jardas, na lateral, quase fora, quase o fim do sonho, quase tudo. Fato é que essa bola definiu o jogo.

Eli Manning e pouco tempo no relógio. Era tudo que Brady mais temia (tendo inclusive assumido em coletiva). O sangue Manning falou mais alto em mais uma decisão. Com exatos 57 segundos, TD para os Giants. A campanha foi formidável até a recepção de Manningham. Dali para frente, os Patriots foram obrigados a arrumar um jeito de fazer o relógio correr a seu favor. Permitiram o TD e apostaram tudo no último minuto do Super Bowl.

Dois ótimos passes e, praticamente do meio do campo, Brady lançaria para a ending zone. Menos de 10 segundos. Brady, bola, Brady, lança...a bola viaja...tem endereço certo na ending zone. Mas a defesa dos Giants conseguem atrapalhar a jogada, a bola cai e os Giants levam o Super Bowl!

Não foi lá aqueeeeeela final. Só que, como se vê, teve grandes doses de emoção. Brady não pode ser culpado pelo fracasso. Fez o que se esperava dele. Apenas contou com a péssima noite de seus wide receivers. Já Eli entra definitivamente para o rol dos principais quarterbacks em atividade com dois títulos em dois Bowls.


Até a próxima temporada!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Paulistão 12 - Rodada #5

Mais uma rodada do Paulistão que se vai e aqui estamos para distribuir as cervejas mais desejadas da internet. Vamos a elas!


CERVEJA GELADA

SÃO PAULO - Com dois gols de Willian José e um de Lucas, o Tricolor bateu a Ponte Preta em Campinas e assumiu a liderança do Paulistão pelos gols marcados (na pontuação, Paulista e Corinthians seguem na cola, com os mesmo 13 pontos). Esta partida marcou a estreia de Jadson pelo São Paulo. que teve atuação discreta.

PALMEIRAS - Sensacional virada sobre o Santos! A partida estava morna (entenda-se chata) até o gol de Neymar, aos 24 minutos do segundo tempo. Foi o 100º gol do jovem atacante que completava 20 anos. Mas aos 43, após cobrança de escanteio, Fernandão escorou e empatou a partida. Quatro minutos mais tarde, Juninho cruza, Maranhão erra o corte, engana Rafael e marca contra. Com o resultado, o Verdão é o 4º colocado, apenas 2 pontos atrás dos líderes.

PAULISTA - Mais uma vez garantindo sua cerveja gelada ao vencer o Catanduvense por 3 a 1. É o virtual segundo colocado (dois gols marcados a menos que o São Paulo) e, aparentemente, estará entre os 8 melhores colocados.


CERVEJA QUENTE

OESTE e CATANDUVENSE - Lanternas do Paulistão com apenas dois pontos, nenhuma vitória para as equipes do interior. Sérias candidatas ao rebaixamento.

SÃO CAETANO - Perdeu em casa para o Guarani e não é sombra do Azulão dos últimos anos. Não deve cair, a menos que se esforce um pouquinho mais para tanto.

SANTOS - Permitiu a reação palestrina nos minutos finais de partida e entregou um jogo praticamente ganho. 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Paulistão 12 - Rodada #4

Sem delongas:


CERVEJA GELADA

CORINTHIANS - Bateu o Ituano em Itu e assumiu a liderança isolada do Paulistão. O tento foi anotado por Paulinho.

MARCOS ASSUNÇÃO - Fez dois belos gols de falta no triunfo sobre o Mogi Mirim. Impressiona a qualidade de sua bola parada. Parece que quanto mais o passa o tempo, mais perigosos ficam seus chutes.

PAULISTA - Com a vitória fora de casa sobre o Mirassol chegou aos 10 pontos e divide a vice-liderança com o São Paulo. Começo empolgante dos comandados de Sergio Baresi!


CERVEJA QUENTE

PALMEIRAS - Venceu. Mas continua dependente demais de Marcos Assunção.

SANSÃO - A dupla Santos e São Paulo decepcionaram suas torcidas e ficaram no empate contra Oeste e Guarani, respectivamente.

PORTUGUESA - 4 jogos, 1 vitória, 1 derrota e 2 empates. Cadê a Barcelusa?!

O São Paulo e a dificuldade em evoluir.

Quando o São Paulo anunciou Leão como treinador tinha um pensamento básico em mente: tirar os jogadores da zona de conforto. Banir aquele clima de resort dos treinos, acirrar a briga pela titularidade e renovar o brio de uma equipe, digamos, insensível.

O Tricolor fechou o ano com a sensação de que com uma boa pré-temporada poderia entrar nos eixos. Começa o Paulistão e o time alavanca 3 vitórias. Em termos de resultado, não quer dizer muito. Afinal, é o Paulistão, oras.

Mas o empate com o Guarani nesta 4ª rodada escancara alguns problemas que Leão terá que sanar - e rápido - para que o time possa dar um passo à frente e efetivamente credenciar-se aos títulos que disputar:

Liderança: Sem Rogério e sem Luís Fabiano não havia um líder. Ou melhor, alguém para agitar a equipe e deixá-la com perfil um pouco mais aguerrido. 

Zaga: Na partida de hoje, deu muitos sustos. Principalmente o estreante Paulo Miranda. No primeiro lance do jogo, gol do Guarani em falha generalizada do setor da direita à esquerda. Cortez salvou a noite ruim por ter participado efetivamente das tramas ofensivas. 

Meio: Wellington é ótimo marcador e tem um fôlego impressionante. Contudo, NÃO ACERTA UM PASSE. Como se sabe, é impossível ter um bom meio campo sem volantes que desarmem bem e saibam minimamente passar/distribuir a bola. Cícero alterna bons jogos com participações nulas. Casemiro idem. Denílson idem. Maicon entrou pouco, não quero tirar conclusões precipitadas. 

Neste caso, o torcedor respira aliviado ao lembrar que Fabrício e Jadson vão entrar no time. E Lucas é diferenciado, fato.

Ataque: O setor mais emblemático. Sinceramente, sem Luís Fabiano, é um dos piores dentre os times grandes. Hoje, Fernandinho deu demonstrações das suas três maiores virtudes: habilidade, velocidade e déficit intelectual. A capacidade que tem em passar pelos adversários e estragar contra-ataques, jogadas, desperdiçar finalizações é preocupante para quem é o virtual titular ao lado de Fabuloso. Osvaldo, ao meu ver, não é tão melhor que Fernandinho. Willian desencantou mas também não é um bom substituto. 

Observações: Ademílson é jovem, tem lá sua qualidade mas não merece ser avaliado tão a fundo quanto os demais do elenco. Rafinha entrou hoje e foi mal. Errou passes, perdeu bolas bobas...enfim, uma noite terrível para o São Paulo que, literalmente, achou o empate.

Leão: Sim, o próprio treinador precisa tomar cuidado em algumas alterações, especialmente quando se trata de um time desfalcado de suas principais peças. Contra o Bugre, mexeu mal. Sacou Willian e perdeu referência na frente. Depois tirou Fernandinho, que bem ou mal, era quem ditava o rumo do ataque. Enfim, comprometeu a reação da equipe e sobrou o empate. Uma leitura equivocada na Copa do Brasil pode custar classificação ou título...

Enfim, essas são minhas considerações sobre o São Paulo após o jogo contra o Guarani. No papel, um belo time, um ótimo elenco. Na realidade, um aproveitamento discutível, duvidoso e ilusório até certo ponto. 

No próximo post, como de praxe, os prêmios Cerveja Gelada e Cerveja Quente serão devidamente entregues.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

73 mortos no Egito. E vem mais por ai...

Final da Champions League de 1984. Roma. Roma x Liverpool. Vitória inglesa nos pênaltis. Derrota inglesa na violência que sofreu em terras italianas.

Final da Champions League de 1985. Hysel. Liverpool x Juventus. Vitória italiana por 1 a 0. Derrota italiana nas arquibancadas no episódio conhecido como "Tragédia de Hysel". Para os hooligans, valeu a revanche.

Campeonato Egípcio 2012. Port Said. Al Masry x Al Ahly. Os visitantes estavam invictos no torneio. Resultado: Masry 3 x 1 Ahly, 73 mortos e mais de mil feridos (de acordo com o portal globo.com). 

Sinceramente, não sei sob quais circunstâncias essa partida se deu. As informações que colhi em sites e blogs dizem que a partida ganhou proporções preocupantes após a negligência policial no estádio, bem como às declarações afiadas de dirigentes e jogadores do Al Masry.

Só sei de uma coisa: Isso não vai ficar por isso mesmo. Sim, cedo ou tarde vai ter troco. 

Aqui no Brasil é desnecessário mencionar os problemas que os clássicos geram. A estratégia capitaneada pelo São Paulo em reduzir a cota de ingressos aos visitantes ao mínimo de 10% não tem nada a ver em reduzir a violência. 

Todavia, acredito que tal medida ameniza os conflitos em torno do estádio. Só que as organizadas agendam seus tumultos em outros pontos da cidade e descarregam sua selvageria no que estiver ao redor. Nem é preciso falar em revanche. Os confrontos parecem inerentes às "instituições".

Por essa sensação de guerra civil em cada clássico é que nunca vivenciei um in loco. Só tevê, bar, rádio. No campo? Nem em sonho. No fundo, até prefiro ir a jogos menores, como aqueles contra times toscos do Paulistão para levar o filhão de 6 anos ver o time vencer e aumentar a empatia pelo clube. 

Há quem diga que só briga quem quer. Não é bem o que parece. Cada vez mais é comum ver demonstrações mais estúpidas envolvendo a paixão por futebol. Enquanto a violência no futebol for uma triste realidade cultural tupiniquim não acredito que o número de vítimas decorrentes dos clássicos irá diminuir. 

Claro, envolve uma mudança de mentalidade das torcidas, empenho e investimento na educação do torcedor como cidadão, além da colaboração eficiente da Polícia. 

Mas enquanto o mundo ideal não chega, restar rezar para que eventos lamentáveis como esses não se repitam.