terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Flamengo, ou melhor, Patrícia Amorim aposta em "Efeito Dominó" para o sucesso.

Brigar por título ou brigar para não cair. Time top ou time medíocre. Tranquilidade do paraíso ou o caos da Faixa de Gaza. O Flamengo, clube com maior torcida no país, vive seus altos e baixos no nível mais extremo. Isso nunca foi novidade para ninguém. Mas viver uma crise dessas às vésperas da verdadeira Libertadores é, acima de tudo, descaso com o torcedor.

A crise do Flamengo, na minha opinião, se resume a um surreal "Efeito Dominó". Curioso é perceber que a presidente Patricia Amorim é a principal culpada por derrubar a primeira pedra. E fazer a torcida assistir a tudo isso é brincadeira de mau gosto.

Em linhas bem gerais: Flamengo não paga Ronaldinho, que treina e joga quando quer, que acaba por comprometer o comando de Luxemburgo, que perde o controle do grupo, que rende pouco, e ainda é demitido.

Ainda que Luxemburgo esteja no meio de uma fase crítica da carreira, acumulando insucessos, continua sendo um bom técnico. Pode ser visto com inúmeras ressalvas, mas é sempre respeitado em campo pelos títulos e história à beira das quatro linhas.

Aí o Flamengo acerta com o ótimo Vagner Love, tão boêmio quanto Ronaldinho, mediante pesado investimento. Isso faz outros jogadores processarem o clube para receber seus já vencidos vencimentos, como Deivid.

Para amenizar e apaziguar ânimos, Patrícia chama "Papai" Joel Santana para comandar o Flamengo. Estratégia sensacional a curto-médio prazo. Joel tem carisma e sabe bater o papo boleiro. Só que papo e compreensão não enchem o bolso. Uma hora o elenco vai estourar, limpar o armário e lavar a roupa suja seja na imprensa, seja na Justiça.

Considero Joel um bom treinador. Porém, ao meu ver, está taxado como "técnico carioca". Ou melhor, "técnico para ganhar Campeonato Carioca". É só olhar o currículo do cara, pô! Só no Vasco faturou a confusa Copa João Havelange e a épica Copa Mercosul de 2000. No mais, números medianos.

Enquanto isso, a Libertadores já começou. O Mengão está num grupo relativamente tranquilo com Emelec, Lanús e Olímpia. Só que depois da mamata vem o mata-mata. Joel sabe bem o que é ser eliminado de maneira vexatória do principal torneio continental. 

Na edição de 2008, logo nas oitavas-de-final, o encardido America do México esteve em seu caminho. Espetacular vitória rubro-negra na partida de ida, por QUATRO a DOIS, NO MÉXICO. No Maracanã, sua despedida. Caio Junior nas tribunas. Festa. Emoção. E decepção ao fim. Os mexicanos vieram e derrotaram o Flamengo por TRÊS a ZERO. 

A escolha por Joel, a contratação de Love e a tentativa em aliviar a pressão em prol de um semestre glorioso deu às decisões da contestada Patricia Amorim um peso astronômico. Se der certo, é um mito de dirigente, que peitou Luxemburgo, que superou picuinhas internas, etc e tal. Se der errado, vai - e deve - arcar com os ônus de ter derrubado a primeira pedra do dominó.

Esse cacoete que o Flamengo tem em colocar panos quentes em tudo e resolver tudo de qualquer vai custar caro um dia. Mas, ao que parece, o time precisa desse tipo de clima para ser o "Mengão da Superação". Talvez essa seja a aposta de Patrícia. Turbulência, salários atrasados, contratação milionária, técnico folclórico e boa praça, imprensa sedenta por polêmica, enfim, tudo para criar um clima de...redenção.

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