segunda-feira, 30 de julho de 2012

Brasileirão 12 - Rodada #13

A temida 13ª rodada chegou para testar a fé até do mais supersticioso torcedor brasileiro. Prova do efeito devastador do número 13 é o fato de nenhum dos 4 primeiros colocados ter vencido nesta jornada. Se o 13 colaborou para acirrar a briga na ponta de cima, na zona da degola não foi diferente. 

Chega de papo furado, vamos aos destaques da 13ª rodada:


CERVEJA GELADA

PORTUGUESA - No Canindé, saiu atrás no placar mas virou bonito para cima do Timbu. A vitória por 3 a 1 deu sobrevida à Lusa que sai da zona da degola. 

SANTOS - Venceu, como há muito não vencia. E também dorme fora da zona do rebaixamento. Bruno Peres e Miralles fizeram os gols do triunfo sobre a Ponte por 2 a 1, que descontou com Roger.

CRUZEIRO - Grande beneficiado com os tropeços dos rivais diretos na ponta, o Cruzeiro venceu o Palmeiras por 2 a 1 em dia de Borges, autor dos dois gols. Arbitragem polêmica à parte, a Celeste se mostra viva na luta pelo G-4 e, quem sabe, pelo título. 

SÃO PAULO - O Tricolor se recuperou da paulada que levou do Atlético Goianiense e devolveu a goleada com juros e correção no Flamengo. Luis Fabiano foi o grande nome do jogo com dois gols. Jadson e Maicon completaram o placar, enquanto Ramon diminuiu para os visitantes.



CERVEJA QUENTE

SPORT - Em plena Ilha do Retiro não saiu de um empate sem gols diante do Atlético Goianiense. Perdeu boa chance de abrir distância da zona da degola e descolar uma posição melhor na tabela. 

0 x 0 - Quatro partidas terminaram sem gols. Sem mais. 





 

sábado, 28 de julho de 2012

Surto patriótico

Nada se compara à emoção de ouvir o hino nacional no pódio olímpico. Nem Copa do Mundo de Futebol, nossa especialidade. Nossa cultura se adequou rapidamente ao perde-e-ganha do futebol ao passo que as outras modalidades somente conquistam a empatia do povo durante os Jogos Olímpicos. 

É lamentável nosso reducionismo cultural ao taxar com facilidade de pipoqueiros os que perdem e de mitos os que ganham. Esquecem que do outro lado também tem um atleta que treinou tanto quanto o filho de nossa pátria.

Num país onde os esportes "amadores" ficam à margem das conquistas avassaladoras do futebol e do vôlei, a superação dos atletas brasileiros nos esportes individuais enche os olhos de orgulho. Mesmo cientes do baixo reconhecimento e dos investimentos limitados, insistem em levar o verde e o amarelo às infinitas tevês espalhadas pelo mundo.

As vitórias de Felipe Kitadai (bronze) e Sarah Menezes (ouro) no judô colocam o Brasil momentaneamente na liderança do ranking de medalhas. Enquanto o brasileiro precisou do golden score para garantir o bronze, Sarah Menezes esbanjou superioridade e conquistou um inédito ouro no judô feminino.

Não importa se virão outras tantas ou poucas medalhas. Importa ter o mérito reconhecido mesmo diante de tantos percalços. E que, ao ver o quadro de medalhas, lá está a flâmula verde e amarela a tremular mais alto, ainda que por um curto momento.




sexta-feira, 27 de julho de 2012

Brasileirão 12 - Rodada #12

12ª rodada do Brasileirão 2012. A coincidência entre o número da rodada e o ano do torneio é só o começo. Algumas outras aconteceram nos destaques, a saber:


CERVEJA GELADA

LÍDERES - Atlético Mineiro e Vasco parecem disputar um torneio à parte. Essa foi a 4ª rodada consecutiva com vitória de ambos. O Galo aproveitou o mando de casa e jogou o Peixe para a zona da degola depois de marcar 4 gols, embora apenas 2 tenham sido validados. Já o Vasco saiu vencedor do clássico contra o Botafogo graças à grande roubada de bola de Juninho Pernambucano na zaga botafoguense e servir Alecsandro, artilheiro isolado do torneio, anotar o gol da vitória, seu 8º no campeonato. O tira-teima pode estar próximo: Na 16ª rodada, eles se encontram no Independência.

GRÊMIO - Ainda na ponta de cima, Grêmio e Fluminense fizeram o duelo tricolor no Estádio Olímpico com vitória dos gaúchos: 1 a 0, gol de Kleber. O triunfo diminui a distância entre as equipes para somente um ponto e acaba com a invencibilidade dos cariocas, que ainda não haviam perdido na competição.

BAHIA - De vice-lanterna a 15º colocado, com 11 pontos. O Tricolor de Aço veio a São Paulo e derrotou o Palmeiras na Arena Barueri em noite de Souza, autor dos gols baianos na vitória por 2 a 0. 

ATLÉTICO GOIANIENSE e CORITIBA - Protagonizaram as melhores partidas da rodada e venceram seus adversários pelo mesmo placar: 4 a 3. O Dragão recebeu o São Paulo e terminou sua avassaladora primeira etapa por 4 a 1. Passou sufoco, mas garantiu os 3 pontos e subiu para a vice-lanterna. Já vislumbra o mundo fora da zona da degola mais perto. E o Coxa foi até Pernambuco encarar o Náutico e se recuperou no torneio. Com direito a virada e dois gols de Leonardo, o Coritiba aparentemente mostra superação após a perda da Copa do Brasil.


CERVEJA QUENTE

FLAMENGO - Na estreia do treinador Dorival Junior, que acaba de deixar o Internacional, o Mengão não saiu de um insuportável 0 a 0 contra a Portuguesa. 

SANTOS - 12 rodadas e apenas UMA vitória que só veio na 8ª jornada. Sem Ganso e Neymar, o Peixe não engrena e seus 10 pontos acabam de colocar a equipe na zona do rebaixamento, na antepenúltima posição. 

FIGUEIRENSE - Segundo revés seguido em casa. Pior que amargar a dor da derrota para o Inter ( 1 a 0 ) foi ter se tornado o novo lanterna do Brasileirão.



quinta-feira, 26 de julho de 2012

Avenida Tricolor

Tal como a novela das 8 - e não vem ao caso discutir se começa as 9 ou seja lá que horário - o São Paulo vive uma fase dramática. O folhetim tricolor retrata um clube gerenciado por um folclórico presidente sedento pelo poder e por títulos, porém sofre para controlar a crise que assola sua Instituição. Recheada de drama, intrigas e uma comédia com uma pitada de pastelão, nessa novela só há vilões.

Há quatro anos sem título e fora da Libertadores desde 2011, os últimos dois anos do São Paulo foram patéticos. Nem reformulação no elenco, tampouco as sucessivas demissões de treinadores foram capazes de orientar o time a retornar ao caminho das glórias.

A partir daí é possível identificar que o primeiro grande vilão da história é a diretoria. Adeus, planejamento! Adeus, clube diferenciado! Daqui para frente é tudo para ontem.  

Não bastasse amargar o jejum de conquistas, teve que engolir a seco as conquistas dos rivais ainda no primeiro semestre de 2012. 

Então, entra em ação a torcida, claramente dividida entre organizados e "comuns", protesta, cobra, esperneia. Com justiça. Entretanto, sua atitude não é bem digerida pelo elenco, que responde mal após as críticas disparadas das arquibancadas. 

Só que o elenco, embora interessante no papel, não é capaz de formar um conjunto minimamente respeitável, o que gera a insatisfação dos líderes do elenco. Em especial, Luis Fabiano. A união entre a frustração por um time capenga e a pressão da torcida faz com que Luis Fabiano consiga se tornar cada vez mais ídolo e, na mesma proporção, odiado.

Contrariado com as críticas - justas, a rigor - o centroavante já deu declarações dissimuladas quanto a sua permanência no Morumbi. Postura dúbia de quem é idolatrado, faz juras de amor ao clube, luta, deixa a alma em campo - o que, até aqui, não devia ser mais do que obrigação - mas não aceita estar no mesmo barco dos demais. 

Em meio a tudo isso, as partidas. Reina a instabilidade no plano tático e a irregularidade no aproveitamento. 4-4-2, 3-5-2, 4-3-3, independente da formação padrão ou de quem está à beira do campo algo parece conspirar contra o São Paulo que insiste em cometer erros crassos de posicionamento, de fundamentos básicos e ter sérios déficits de atenção, na zaga principalmente.

Tais deficiências dão margem à comédia. Afinal, os rivais sempre podem esperar uma agradável surpresa vindo dos subalternos de Juvenal. 

Não deixa mentir a derrota por 4 a 3 para o lanterna do campeonato. Por certo, o placar mascara o que foi a partida. Decorridos 45 minutos, a partida já estava liquidada. Os dois gols paulistas na segunda etapa criam uma ilusória impressão de raça e disposição inexistentes em grande parte desse grupo de jogadores.

É possível contar nos dedos quem se desdobra para tornar a Avenida Tricolor algo mais agradável, contudo, a falta de colaboração profissional dentro de um esporte essencialmente passional faz com que todos sejam taxados como vilões. 

Só que, como toda novela, sempre rola aquele final meio sem-graça, manjado. O grupo se une, mobiliza torcedores, faz uns bons joguinhos aqui outros ali, cria aquela expectativa. Aí acaba em 5º ou 8º só para, no ano seguinte, repetir o ciclo.









domingo, 22 de julho de 2012

Brasileirão 12 - Rodada #11

O Brasileirão segue destilando emoção! Embora não tenha promovido alterações significativas na tabela, a briga em ambas as pontas continua bastante acirrada.

Muitos clubes merecem uma cerveja gelada mas, pelas circunstâncias, optei por efetuar dois destaques mais abrangentes. Sem demérito de quem obteve outros bons resultados, é claro, casos de Cruzeiro, Internacional e São Paulo.

Enfim, os premiados da rodada:



CERVEJA GELADA

PONTA DE CIMA - Os quatro primeiros colocados não decepcionaram e venceram suas partidas. O Atlético mineiro manteve a liderança ao golear, de virada, o Sport em plena Ilha do Retiro, por 4 a 1. O Vasco segue na cola do Galo depois de bater o Santos por 2 a 0. No sufoco, o Fluminense visitou a Ponte Preta e derrotou a Macaca por 2 a 1, em pênalti convertido por Fred aos 45 do segundo tempo. Até o Grêmio, quarto colocado e quatro pontos atrás do Tricolor carioca, venceu fora de casa. Não quis saber da festa botafoguense para a estreia de Seedorf e derrubou o Fogão. 1 a 0, gol de Marcelo Moreno.

PALMEIRAS - Festa no chiqueiro! O Verdão recebeu o Náutico e aplicou impiedosos 3 a 0. A partida marcou o retorno de Obina e o atacante teve excelente atuação! Participou de dois gols e ainda por cima deixou sua marca! O Palmeiras escapa da zona da degola e sobe para 14º, com 10 pontos. 



CERVEJA QUENTE

BOTAFOGO - Promoveu uma grande festa no Engenhão para a estreia de Seedorf mas decepcionou. O holandês fez um primeiro tempo razoável, sumiu na segunda etapa e foi substituído. Viu do banco a derrota para o Grêmio por 1 a 0, apesar da arbitragem contestada. Para piorar, os rivais diretos venceram e o Fogão caiu para a 8ª posição.

FIGUEIRENSE - No Orlando Scarpelli, recebeu o conturbado São Paulo. Foi surpreendido com um gol no primeiro e outro no último minuto da partida. Com somente um triunfo em 11 rodadas, o revés afundou o Figueira na zona do rebaixamento. Agora, ocupa a antepenúltima posição, com 8 pontos.

BAHIA - Empatou em casa com o Coritiba por 2 a 2. O Tricolor abriu 2 a 0 e permitiu a reação do Coxa. O empate indigesto estacionou o Bahia na penúltima posição.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Brasileirão 12 - Rodada #10

E tivemos rodada neste meio de semana! Após 10 rodadas, o Brasileirão já desenha os maiores postulantes ao título, quem precisa reagir para entrar na briga e quem precisa ficar atento para não cair. 

De fato, uma rodada 10. Dez pontos separam o líder do 10º colocado. Esses mesmo 10 pontos distanciam este 10º colocado do lanterna. Coincidência? Não sei. Só sei que os destaques foram:


CERVEJA GELADA

LÍDERES - A ponta de cima segue inalterada. Os líderes Atlético Mineiro, Vasco e Fluminense venceram nesta rodada e abrem boa vantagem sobre os rivais. Tudo começou com a vitória do Galo sobre o Inter, por 3 a 1. Em seguida, o Vasco bateu o São Paulo, no Morumbi, por 1 a 0. Por fim, no duelo de tricolores, o Fluminense confirmou seu favoritismo sobre o Bahia e goleou os baianos por 4 a 0. Geladas mais que merecidas!

GRÊMIO - O Grêmio recebeu o Sport, passou sufoco, mas venceu por 3 a 1. De virada, o clube gaúcho contou com a estrela de Leandro, que entrou no decorrer do jogo e marcou duas vezes. O triunfo fez o Tricolor Imortal saltar para a 4ª posição com 18 pontos, 4 pontos atrás do Fluminense. 

NÁUTICO - O Timbu venceu bonito a Ponte Preta por 3 a 0 no retorno do atacante Kieza ao time pernambucano. O investimento deu certo e Kieza não decepcionou. Deixou sua marca duas vezes! Com 13 pontos, o Náutico sobe uma posição (11ª) e distancia-se razoavelmente da zona da degola.


CERVEJA QUENTE

SANTOS - 10 jogos, 7 empates, 1 vitória, 2 derrotas. Campanha regular até demais do Peixe neste Brasileirão que extrapola o direito de não perder. Contra o Botafogo, não saiu do 0 a 0. Pela quinta vez no campeonato. Abre o olho, Santos!

FLAMENGO - No Engenhão, o Flamengo encarou o Corinthians e foi humilhado em casa. 3 a 0, com dois gols de Douglas, um de Danilo e um pênalti perdido por Emerson Sheik foram pouco perto do que poderia ter sido. Apático, o Mengão pouco ameaçou e foi presa fácil ao bem armado Timão de Tite.

PORTUGUESA - Recebeu o Cruzeiro e foi surpreendida em pleno Canindé. A derrota por 2 a 0 empurra a Lusa para a 16ª posição e está a um degrau da zona do rebaixamento. Cuidado, Lusa! 


terça-feira, 17 de julho de 2012

Próxima vítima: Ney Franco

Esperei o clássico de domingo para comentar qualquer coisa sobre a nova aquisição do São Paulo: o técnico Ney Franco. Não por comodismo, mas somente para checar meus pré-conceitos com relação ao novo comandante tricolor. Bem, posso dizer que meus achismos não mudaram e arrisco prever o futuro do treinador. Sim, cedo ou tarde, vai terminar como Muricy Ramalho, Ricardo Gomes, Adilson Batista, Sergio Baresi, Carpegiani e Leão.

A apatia do São Paulo transformou-se numa doença crônica mais ou menos em 2010, quando caiu para o Inter na semi-final da Libertadores. Foi a última vez que o Tricolor mostrou algo parecido com disposição dentro do campo. 

Já que os resultados (entenda-se títulos) não aparecem, o reino de Juvenal Juvêncio começa a caça às bruxas e incia uma era de terror para o comando técnico. Sem dó, a guilhotina tricolor canta alto fracasso após fracasso.

Hoje, fica a impressão que o São Paulo é um time de peladeiros organizados. Um time forte, até. Só que de peladeiros, ora. Reina a displicência partida após partida. Jogam sem apetite, meio que por hobby. 

Preocupado com o clima de resort, JJ promove uma senhora reformulação no elenco para a temporada 2012. O descompromisso segue no ar e os "resultados" insistem em não vir. Para piorar, até o desempenho nos clássicos cai consideravelmente. Neste cenário, razoável imputar ao técnico a culpa por um novo fracasso, não é?

Então, chega Ney Franco. Comentaristas não se cansam de elogiar o treinador, sua postura, seu trabalho, seu trato com jovens promessas, engrandecem o título mundial com a Seleção Sub-20, dizem que o São Paulo acertou em cheio e vai entrar nos eixos. Aham.

Na minha opinião, Ney Franco é um técnico médio. Tão médio quanto Carpegiani, Ricardo Gomes e Leão. Logo, por que o São Paulo buscou uma solução média, se eram os médios que não davam resultado?

Ney Franco é mediano inclusive nos resultados. Fez trabalhos razoáveis por onde passou e suas conquistas se resumem a três Estaduais, uma Série B e uma Copa do Brasil. Não me venham dizer que são torneios difíceis, pois muito técnico meia-boca já ganhou esses campeonatos. E mais, entendo que torneio mundial sub-20 não engrandece currículo de ninguém.

Logo em sua estreia, o treinador mostra toda sua, digamos, falta de sorte. Vencia por 1 a 0 e tomava pressão do Palmeiras. Mérito verde, incontestável. Nem mesmo a defesa de Denis no pênalti de Valdívia livrou o treinador de sofrer o empate. Detalhe: com um jogador a mais. Nem para manter a fórmula mágica, hein, professor? 

Supostamente a troca no comando técnico deveria motivar os jogadores, ventilar novos ânimos. Balela! No São Paulo, a farra não tem fim. Troca elenco, troca técnico, não adianta. A soberba e a crença de que Instituição e camisa jogam por si só parecem incrustadas nas mentes soberanas dos conselheiros e nas paredes do Morumbi.

Afinal de contas, o clube é tão diferenciado que, em tempos de crise, se dá até o luxo de esnobar uma proposta de 38-40 milhões de euros por sua maior promessa que em dois anos de profissional nada conquistou e ainda perdeu espaço na Seleção para a outra prata-da-casa que saiu do clube pela porta dos fundos. 

Mas já saquei qual é a de Juvenal Juvêncio, expoente do futebol. Seu negócio é ter sempre munição para fazer o que mais entende: Substituir jogadores e, seu alvo predileto, o técnico. 



segunda-feira, 16 de julho de 2012

A essência do futebol

"Ódio eterno ao futebol moderno". Esse é o lema de uma das torcidas mais apaixonadas de São Paulo. À margem de toda revolução comercial que tomou conta do esporte, o Clube Atlético Juventus é um sopro de saudosismo no coração da Mooca.


O tradicional clube paulista iniciou sua jornada na Copa Paulista 2012 contra o São Bento na acolhedora Javari. Domingo de sol gelado mobilizou bairro e torcedores para apoiar a equipe grená rumo à taça que confere ao campeão uma vaga na Copa do Brasil 2013, ano em que o clube irá disputar a 2 ª divisão do Paulistão.


Sob forte influência argentina, o Setor 2 - atrás de um dos gols - é o encarregado de apoiar a equipe durante os 90 minutos. E viver um dia de cada vez. Os tempos daquele Moleque Travesso forte deram lugar a formações limitadas, que ora brigam pelo acesso, ora para não cair. Mas em nenhum momento a torcida se omite. Como diz um de seus cânticos, "ganhando ou perdendo estou sempre contigo".

Independente do placar, lá está a torcida a fazer sua festa. Deram de ombros quando o São Bento abriu o placar num chorado gol de cabeça. O gol acordou a equipe grená que passou a rondar o gol adversário com mais frequência. Chegou a carimbar a trave, no que seria um belo gol contra por parte dos visitantes, porém a primeira etapa terminou 1 a 0.

O segundo tempo foi todo grená. Na batuta do camisa 10 Élvis e de um interessante lateral-direito, camisa 2, que sabe deus qual será o nome dele, o Juventus pressionou, pressionou, e esbarrava na bem postada defesa do São Bento. Quando a superava, encontrava o acrobático goleiro adversário a praticar intervenções pontuais.

A agonia somente acabou aos 39 minutos. Rafael recebeu lindo passe na área e, cara-a-cara com o goleiro, não perdoou. Encheu o pé e incendiou a Javari! Contudo, o empate não era o bastante para quem resolveu encarar a friaca paulistana logo cedo. 5 minutos depois a arbitragem assinala pênalti a favor do Juventus.

Se a arbitragem era horrível até ali tal reclamação não passou de um detalhe. As faltas invertidas e mal marcadas ficaram esquecidas depois que Didi deslocou o goleiro e explodiu a Mooca de alegria. Juventus 2 x 1 São Bento, virada espetacular e a felicidade estampada em quem vai à Javari com uma única preocupação: vencer este jogo.



domingo, 15 de julho de 2012

Brasileirão 12 - Rodada #9

Vamos falar de coisa boa? Vamos falar de Campeonato Brasileiro! Agora, após o Palmeiras confirmar o favoritismo e levar a Copa do Brasil no meio da semana, só resta o Brasileirão! Quer dizer, logo mais aparece a Sul-Americana, mas até o torneio continental fica em segundo plano em relação ao nacional.

Bem, chega de papo furado. Eis os destaques da 9ª rodada!


CERVEJA GELADA

PONTE PRETA - A Macaca recebeu o Coritiba, vice-campeão da Copa do Brasil, e explorou a cabeça-quente do Coxa para golear impiedosamente os visitantes. 4 a 1 com show de Roger, autor de 3 gols na partida. Ricardinho também deu sua contribuição na goleada. Pereira fez o de honra para o Coritiba. A vitória valeu o 15º ponto da Ponte que, até aqui, faz boa campanha no torneio. Já o Coxa estacionou nos 7 pontos e entrou na zona da degola, na 17ª colocação.

ATLÉTICO MINEIRO - Um belo triunfo do Galo, líder do Brasileirão! Foi até Santa Catarina visitar o Figueirense, na estreia de Loco Abreu. Não tomou conhecimento do Figueira e abriu o placar com Ronaldinho, de pênalti. Aí os mandantes reagiram e anotaram 3 tentos em sequência com Anderson Conceição, Julio Cesar e Ronny. Quando tudo parecia terminar com a vitória do Figueirense, o Atlético resolver cantar de galo em terreiro catarinense. Leonardo Silva diminuiu, Bernard igualou e Guilherme virou a partida. Bela virada por 4 a 3 e persiste na liderança isolada do Brasileirão com 22 pontos.

VASCO - Passou sufoco mas venceu o lanterna Atlético Goianiense por 1 a 0 graças ao artilheiro Alecsandro e à iluminada noite de Fernando Prass. Reassumiu a vice-liderança e está vivo na briga pelo título!



CERVEJA QUENTE

BAHIA - Não vence há 4 rodadas. Parou nos 7 pontos e está na antepenúltima posição. Nesta rodada, encarou o Flamengo e acabou derrotado na própria casa. Hernane abriu o placar para o Mengão, Kleberson, ex-Fla, empatou, mas Renato Abreu cobrou bem a penalidade que deu números finais ao jogos: 2 a 1.

CRUZEIRO - Depois de um início de Brasileirão empolgante, o Cruzeiro chega à terceira derrota seguida. Em pleno Independência, a Raposa decepcionou e foi presa fácil para o Grêmio. O Tricolor Imortal venceu por 3 a 1 e encosta no G-4 com 15 pontos. Já o Cruzeiro travou nos 14 pontos e caiu para 10º lugar.

INTERNACIONAL 0 x 0 SANTOS - Com desfalques olímpicos, Inter e Santos fizeram uma partida sofrível. Melhor para o Peixe, que mesmo com Juan expulso trouxe um ponto do Beira-Rio.

SÃO PAULO - Após duas vitórias seguidas, um duelo chave para por esse novo Tricolor à prova.  Nada mais nada menos que o Palmeiras. Um clássico importante para o São Paulo e nem tanto assim pelos lados do Verdão, ainda curtindo a ressaca da conquista da Copa do Brasil. Entretanto, na estreia de Ney Franco como treinador, o Tricolor decepcionou. Luis Fabiano abriu o placar e parecia que o São Paulo ia decolar. Ledo engano. O Palmeiras subiu de produção, dominou toda a partida, teve um pênalti desperdiçado por Valdívia (Denis defendeu a cobrança e, ao meu ver, não houve a infração) e, na marra e na raça, fez o gol de empate com Mazinho. O Tricolor segue com péssimo aproveitamento em clássicos e não reage bem em jogos importantes.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Por um futuro melhor

Há anos o torcedor do Palmeiras esperava um Título. É, maiúsculo assim. A lembrança da Libertadores de 1999 e o Paulistão de 2008 apenas atormentavam a ânsia por um triunfo nacional decente. Finalmente, o sofrimento acabou na noite desta quarta-feira. O Palmeiras é campeão da Copa do Brasil de 2012 e carimba presença na Libertadores-2013!

Tal como o rival na Libertadores, o Palmeiras fez uma campanha irretocável nesta Copa do Brasil e terminou a competição invicto. Felipão deu nova demonstração de sua 'copeirice' e conquistou pela 4ª vez o torneio.  

Pobre Coritiba. Novamente fez bela participação, chegou pelo segundo ano consecutivo à final, partida decisiva em casa, fez uma senhora festa e, de novo, foi derrotado por uma equipe que soube aproveitar melhor seus pontos fracos: a defesa e a displicência nas finalizações.

Por toda Copa do Brasil, o Palmeiras foi Palmeiras e, sobretudo, um retrato fiel do que Felipão é capaz de fazer. Tirar de um elenco razoável um bom time, organizado e extremamente competitivo. A Copa do Brasil permite que Scolari faça o que adora: trancar sua equipe atrás, travar o adversário e sair no contra-ataque. 

Durante os 180 minutos desta final, o duelo verde teve o Coritiba no comando ofensivo e um cauteloso Palmeiras aguardando o melhor momento de avançar. A produção do ataque do Coxa impressionava na mesma proporção em que os atletas insistiam em desperdiçar boas chances de gol.

A bola parada, velha e fiel companheira, comprou a briga com o Palmeiras e resolveu agir. Responsável pelos dois gols na partida de ida, ameaçou trair seu mestre Assunção quando Ayrton marcou belo gol de falta e abriu o placar para o Coritiba.

Contudo, Palmeiras é Palmeiras e Felipão é Felipão. Num jogo de pontuais oportunidades de gol, o Coritiba mal teve fôlego para comemorar. Assunção e a bola parada logo se entenderam e eis que a redonda encontra a cabeça do predestinado e tão criticado Betinho. 

A igualdade no placar forçava o Coxa a fazer mais 3 gols. No Palmeiras de Felipão? Impossível! 

Título, vaga na Libertadores e esperança em retomar o gosto pelas conquistas. Paz entre time e torcida. Prêmio ao trabalho de Felipão, que realizou um pequeno milagre e levantou um caneco quando todos mais duvidavam da capacidade do Verdão. 

Daqui em diante o que não pode ocorrer é a acomodação. Deixar a ambição morrer pode transformar o Palestra numa equipe que vive de conquistas-cometas. O clube, entendo eu, tem a obrigação de reduzir a qualquer custo os conflitos políticos internos e, de imediato, convencer Felipão a permanecer no time, no mínimo, até o ano que vem. Libertadores vem aí e o maior inimigo estará lá, tal como em 99 e 2000. Ao meu ver, o treinador é peça fundamental tanto quanto Assunção ou Henrique.

Mas hoje é comemoração. E à parte a festa mais que merecida, o Palmeiras tem nas mãos uma oportunidade única em voltar a se tornar um protagonista no cenário do futebol brasileiro e, quem sabe, internacional. 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Brasileirão 12 - Rodada #8

Após o título inédito do Corinthians na Copa Libertadores o Brasileirão apenas aguarda o desfecho da Copa do Brasil, já bem encaminhada ao Palmeiras, que venceu o Coritiba por 2 a 0 na partida de ida em São Paulo. 

Mas o assunto aqui é Campeonato Brasileiro. Simbora checar os destaques da rodada!


CERVEJA GELADA

ATLÉTICO MINEIRO - Uma cerveja gelada especial para o Galo! Derrotou a Lusa por 2 a 0 na Arena Independência, viu o Vasco empatar com o Figueirense e assumiu a liderança isolada do Brasileirão com 19 pontos! A partida marcou a estreia do goleiro Victor e os gols do Atlético foram marcados por Marcos Rocha e Leonardo Silva.

SANTOS - Finalmente o Peixe venceu! E que vitória! 4 a 2 sobre o Grêmio, na Vila Belmiro. Jogo de despedida de Neymar, Rafael e Ganso que irão servir à Seleção nos Jogos Olímpicos. Aliás, Ganso, que vive um impasse acerca de sua renovação de contrato, pode deixar o Santos. Enfim, o negócio é que Edu Dracena, Neymar e Felipe Anderson duas vezes fizeram a alegria do santista. Vilson e Marquinhos descontaram para o Grêmio.

INTERNACIONAL - Vitória providencial sobre o Cruzeiro, no Beira-Rio. Oscar e Leandro Damião, que também, irão a Londres, fizeram os gols colorados. Léo, em uma bela bicicleta, diminuiu para o Cruzeiro. O triunfo coloca o Inter um ponto a frente dos mineiros. 



 CERVEJA QUENTE

ATLÉTICO GOIANIENSE - Pelo visto, vai ser rotina encontrar os goianos por aqui. Em casa, perderam para o Náutico por 1 a 0, gol de Araújo, e seguem na lanterninha da competição com somente 2 pontos. Foi a sexta derrota consecutiva do Dragão. Que fase, hein?!

FLAMENGO - Perder um clássico para o Fluminense não é demérito algum. Mas perder o Fla-Flu centenário... Neste domingo, na festa de 100 anos do clássico mais charmoso do Brasil, o Fluminense levou a melhor e venceu por 1 a 0, gol do artilheiro Fred. Restou ao Mengão metade do troféu Dois Irmãos e uma cerveja quente.

CORINTHIANS - Na ressaca do título da Libertadores, os reservas do Timão sofreram durante quase todo o jogo contra o Sport, na Ilha do Retiro. Então Liédson encontrou um gol aos 29 do segundo tempo. As coisas melhoraram com a expulsão de Felipe Azevedo no lance seguinte. Porém, aos 44 minutos, Marquinhos Gabriel igualou para os mandantes e acabou com as chances do Timão em escapar da zona da degola. 


domingo, 8 de julho de 2012

O mito do Aranha

Invicto no UFC. Definitivamente o maior lutador peso por peso da história do MMA. Rápido, ágil, frio, preciso, perfeito. Há muitos outros adjetivos capazes de descrever Anderson Silva, "The Spider". Aos 37 anos, o Aranha consolida sua condição de ídolo nacional após vencer o duelo que parou Brasil e Estados Unidos. Em jogo? O orgulho.

Até a noite de ontem eram 14 vitórias seguidas com direito a 9 defesas de cinturão. No cartel, 9 nocautes, 3 finalizações, 2 vitórias por decisão unânime. Impecável. Esse é o cartão de visitas de Anderson Silva. Nem mesmo tal currículo foi capaz de impedir Chael Sonnen de destilar ácidas declarações contra Spider, sua família, e, sobretudo, o Brasil.

No evento UFC 117, em agosto de 2010, Sonnen chegou perto de quebrar a hegemonia de Spider. Foram 4 rounds e meio de luta no chão, Sonnen em cima, batendo, batendo e batendo enquanto Anderson Silva se defendia como dava. Até que encaixou um triângulo no final da luta e ganhou. Coisa de filme mesmo. O camarada apanhou, apanhou e no final foi e venceu com um golpe extremamente técnico e preciso.

Detalhe: o Aranha lutou com uma lesão na costela. E Sonnen caiu no anti-doping que acusou elevado índice de testosterona em seu corpo. Ou seja, Anderson não estava 100%, provavelmente Sonnen se apresentava acima do seu limite e nem assim conseguiu vencer. Pior, tampouco a humilhante derrota pôde ensinar Chael a ser minimamente humilde em suas palavras.

Não importa se o que Sonnen disse reflete seus reais pensamentos. Sequer dá para ter absoluta certeza de que o jogo de provocações acima do tolerável não foi fruto do marketing sobre a marca UFC. Fato é que a forma escolhida para promoção desta a luta ultrapassou todos os limites. A intimação pública entre os lutadores é aceitável. Taí o TUF BR que não me deixa mentir. A troca de farpas entre Wanderlei Silva e Vitor Belfort, ao meu ver, jamais descambou para ofensas gratuitas.

Aí um caboclo que foi finalizado no momento mais crítico de uma luta bate no peito e se diz melhor que o campeão só por ter dominado a maior parte do combate é de chorar de rir. Desmerecer todos os feitos de Anderson Silva, ofender sua família e fazer críticas pesadas ao Brasil fizeram a alegria de Dana White. Sim, os brasileiros compraram a briga e o pay-per-view. Agora é pessoal.

Só que a expressão "Luta do Século" está cada vez mais banalizada quando se trata de Anderson Silva. Foi assim ano passado contra Vitor Belfort. Um chute resolveu a parada. Sem susto, sem emoção. O nível que Spider alcançou - mesmo com idade relativamente alta - é insano.

Disposto a mudar o curso da história, Sonnen teve 5 minutos de fama. Levou a luta para o chão, tentou imobilizar Anderson buscou surrar o campeão mas esbarrou na frieza e consistência de sua defesa.

Já no segundo round, o vacilo no primeiro não se repetiria. Embora Sonnen buscasse a todo tempo derrubar Anderson, inexplicavelmente Spider recuava. Não só queria a luta em pé como nem se preocupava em subir a guarda.

Prestando bem atenção é como se Anderson Silva estivesse pouco se lixando se seria atingido. A confiança em sua apurada esquiva o permitia ficar atento somente nas tentativas de queda. Dito e feito. Sonnen caiu na armadilha.

Do nada, Sonnen arrisca uma cotovelada giratória (especialistas, há um nome técnico para isso?!) para esquiva perfeita de Spider. Abaixou o corpo e, numa fração de segundo, teve um tiquinho de sorte. Sonnen perde o equilíbrio e cai a polegadas de distância do mito. O Aranha se aproxima e desfere uma joelhada. Começa o castigo do campeão.

Sonnen tenta se defender e logo cai novamente. E tome surra. Cada soco desferido por Spider era dado com gosto, falando por toda uma nação apaixonada e ridicularizada perante o mundo. Não houve quem não  se imaginou ali, na pessoa de Anderson Silva, dando uma lição de respeito. Logo o sabor da vingança seria saboreado. Nocaute, fim de luta e orgulho restabelecido. Quem falar do Brasil já sabe o que vai ter.

Com o microfone em mãos, Spider deu outra surra em Chael, visivelmente humilhado e constrangido. Pediu aplausos para o norte-americano, botou panos quentes em todas as asneiras ditas e convidou Sonnen para um churrasco. Não era bem isso que os brasileiros queriam. Spider poderia ter repetido a má noite em que esnobou de Demian Maia e ter tirado uma com a cara de Sonnen. Mas tudo bem. O nocaute já estava de bom tamanho.

Sei lá quantas lutas mais Anderson Silva fará. Suponho que mais uma ou duas para encerrar sua carreira no auge e ostentar para sempre a condição de mito. No entanto, depois desse duelo, muito mais do que ter orgulho em ser brasileiro, definitivamente recebemos Anderson "The Spider" Silva em nosso rol de atletas amados incondicionalmente.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Prazer, América! Eu sou o Corinthians!

Uma quarta atípica para a América, em especial para os brasileiros. Nos bares, padocas, no trabalho, no trânsito, no metrô, em qualquer lugar o único assunto que pairava era a grande final da Libertadores entre Corinthians x Boca. O relógio parecia querer impedir que as 21:50 chegassem. Mas nem o tempo pôde impedir o feito inédito - e épico por que não? - que estaria por vir.

Quarta, Libertadores e Corinthians. O que poderia sair fora do script? O Boca, tradicional rival argentino, dono de 6 taças e fama de carrasco de brasileiros vir até o Pacaembu e devolver com juros e correção a surpresa que levaram aos 40 do segundo tempo no gol de Romarinho? Impossível.

Com esse Corinthians de Tite, sim, impossível. Impecável e incontestável. Esses são os dois grandes adjetivos da conquista inédita da Copa Libertadores. Invicto, o Timão foi extremamente regular e levou o perfeccionismo ao pé-da-letra como manda o professor. 

O sistema defensivo que beira a perfeição, a cadência e tranquilidade no toque de bola e a velocidade no contra-ataque são as marcas registradas de um time humilde, voluntarioso e guerreiro. Tudo conspirou a favor do trabalho e da justiça como Tite comandou o grupo até o titulo.

Nem o primeiro tempo fraco de nulas oportunidades ofensivas tiraram a calma e mudaram o curso de algo que estava escrito nas estrelas. A mítica Libertadores 2012 derruba o Paulistão de 77 com dois gols do predestinado Emerson Sheik. Tricampeão brasileiro consecutivo, sendo o último deles já pelo Timão, Sheik chamou a responsabilidade e brilhou contra Santos e Boca. 

Os argentinos não viram a cor da bola. Acuados, procuravam um erro da melhor defesa do Brasil. Cássio foi um mero expectador. Quando exigido, limitou-se a praticar defesas simples, pontuais. Pudera, aquela contra o Vasco cara-a-cara com Diego Souza já valeu por todo o torneio. Talvez ali o destino tenha dado uma pista de quem seria o campeão.

Impecável, incontestável, justo. O Corinthians entra para a galeria dos campeões da Libertadores com a competência e aplausos de todos não somente pela invencibilidade, mas pela forma como respeitou o torneio, os adversários e em nenhum momento traiu seu jeito de jogar.

Disciplina, marcação, voluntariedade. Tite moldou o Corinthians à Libertadores e deu aula à América de como se jogar futebol. 2012 foi só o começo.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Fórmula mágica

Crise no São Paulo. Chega a ser estranho aos olhos deparar com tais palavras assim tão juntas uma da outra. Uma temerária sensação de estar quebrando um dogma futebolístico sobre o mito de que o São Paulo é organizado, estruturado, diferenciado etc e tal vem à tona. Mas não tem jeito. Desde 2009 o clube não acerta e, somente 3 anos depois, dá o primeiro passo a retomar a velha forma: retorna ao 3-5-2.

Quando Leão assumiu a equipe em 2004 marcada pelas sucessivas derrotas em jogos decisivos, logo tratou de fechar a defesa postando Rodrigo, Lugano e Fabão à frente da zaga. Até ali não eram lá grandes zagueiros, mas juntos faziam um trabalho decente. Aliás, em linha, o ídolo uruguaio sofreu um bocado e cansou de ser advertido em seu início de carreira aqui no Brasil.

Ao povoar o meio-campo e explorar o ótimo apoio dos alas Cicinho e Junior, o São Paulo ganhou corpo, personalidade e adentrou 2005 com a seriedade necessária para iniciar um período de glórias que só terminou em 2008.

Entrou ano, saiu ano e até Muricy Ramalho desistiu de postar a equipe no 4-4-2. Não teve jeito. O 3-5-2 ficou enraizado e criou estigma de time vencedor pelos lados do Morumbi. Leão perdeu seus melhores marcadores, teimou em armar um time ofensivo e sem pegada alguma no meio-campo e foi alvo fácil para a diretoria escolher um culpado por, mais uma vez, colocar em risco o planejamento da temporada. 

Milton Cruz, o eterno interino, nem precisava das dicas de Juvenal para ver o óbvio: tem que reforçar a defesa! E qual a melhor maneira de se reforçar a defesa sem perder ofensividade? Hein? Exatamente, o 3-5-2. 

O fato de se plantar 3 beques na frente da defesa não implica dizer que o time abriu mão de atacar. Com mais homens no meio-campo, a equipe pode não só defender-se melhor como também trabalhar melhor a bola. Por conseguinte, o volume de jogo tende a aumentar e as jogadas de ataque podem sair mais constantemente.

Contudo, na prática a teoria é outra. A terrível zaga tricolor seguiu firme com seus apagões e fez um esforço tremendo para sair derrotado contra o Cruzeiro. O ataque cumpriu seu papel com eficiência e salvou o time de um desastre. Douglas e Cortez jogaram mais soltos, Lucas e Jadson foram mais participativos, Luis Fabiano deixou sua marca e, de repente, a crise foi embora.

O honroso 6º lugar, com 12 pontos conquistados e a apenas 4 do lider deram um novo ânimo a esse turbulento Tricolor. Que se danem os técnicos demitidos, as eliminações na Copa do Brasil, os títulos que não dão o ar da graça há 4 anos! Que se exploda o Morumbi fora da Copa, o eterno mandato de Juvenal, as contratações equivocadas, os jogadores descompromissados! 

Novamente o 3-5-2 reaparece para acender a chama da esperança num grupo manchado tal como aquele em 2004. Crise? Com esse esquema não mais!



domingo, 1 de julho de 2012

Brasileirão 12 - Rodada #7

Enquanto os torcedores de Corinthians, Palmeiras e Coritiba vivem às expectativas das decisões da Libertadores e da Copa do Brasil, o Brasileirão vai esquentando! Sim, vai esquentando! 4 pontos separam o líder do 8º colocado, ou seja, embora haja um esboço de polarização do campeonato, muitas equipes estão emboladas na ponta de cima. 

Na ponta de baixo, 5 pontinhos dividem a 9ª colocação do vice-lanterna. Somente o Atlético Goianiense, com 2 pontos conquistados em 21 disputados, parece abrir vantagem rumo à Série B. Mas tem muito campeonato pela frente, claro! 

Vejamos as cervejas da 7ª rodada:


CERVEJA GELADA

RENATO ABREU - Há 3-4 meses foi descoberta uma arritmia cardíaca e passou por uma cirurgia para corrigir o problema. Não só voltou a jogar como continua sendo um ótimo meia. Eficiente na marcação e no apoio, além de preciso nas bolas paradas. Tão preciso que anotou dois de falta na vitória do Flamengo sobre o Atlético Goianiense por 3 a 2. Adryan completou para o Mengo, e Felipe fez os tentos dos visitantes.

ATLÉTICO MINEIRO - Foi até o Rio Grande do Sul com Ronaldinho e tudo encarar o Grêmio. Vai voltar para Minas com a vitória, três pontos, e a liderança do Brasileirão com 16 pontos (na verdade, ocupará a 1ª posição pelo saldo de gols. 7 contra 4 do Vasco). E o gol foi até para tricolor aplaudir. Linda jogada de Bernard, que aplicou 2 chapéus na zaga gremista, e cruzou para Jô bater de primeira e fazer o único gol do jogo.  

SPORT e FLUMINENSE - Pernambucanos e cariocas comemoram grandes vitórias alcançadas fora de casa! O Sport teve os reservas do Coritiba pela frente e passou apuros! Os mandantes abriram 2 a 0 com Anderson Aquino e Tcheco, mas o Leão reagiu bonito e virou sobre o Coxa! 3 a 2, gols de Marquinhos Gabriel, Henrique e Luccas Claro (contra). Já o Fluminense encarou o Náutico, nos Aflitos, e venceu com mais uma atuação segura dos comandados de Abelão. 2 a 0, dois gols de Samuel. A vitória coloca o Tricolor na 3ª posição, com 15 pontos.


CERVEJA QUENTE

BORGES - 47 do segundo tempo. O placar apontava Portuguesa 0 x 0 Santos. O Peixe ainda não tinha vencido pelo Brasileirão. Borges recebe passe açucarado de Neymar. Borges está sozinho na entrada da área, de frente para Dida e o gol. Então, baixou o Diego Souza no atacante que bateu forte, por cima do gol, e garantiu mais um empate. Ridículo.

CRUZEIRO - Era líder. Aí recebeu o tumultuado São Paulo e deixou se contaminar pela crise dos paulistas. Perdeu o jogo, a liderança, e viu a ponta da tabela cair nos braços do maior rival. Não foi uma má partida da Celeste, mas as circunstâncias farão os cruzeirenses amargarem uma cervejinha quente. Rafael Donato e Fabio bem que fizeram sua parte. O zagueiro fez dois gols e o goleiro defendeu um pênalti de Luis Fabiano. Contudo, a sorte sorriu para o Tricolor que venceu por 3 a 2, gols de Luis Fabiano, Lucas e Jadson. 

ATLÉTICO GOIANIENSE - Perder para o Flamengo não é demérito algum. Aliás, os goianos até fizeram uma boa partida. Porém, "a bola pune". São  míseros 2 pontos em 21 disputados. Da lanterna à 16ª colocação, primeira fora da zona da degola, há 5 pontos de distância. Já virou favorito ao rebaixamento.

Para fazer história

Até 2008 a Seleção da Espanha era aquele time bacana, camarada, gostoso de se ver mas terrível para torcer. A síndrome das quartas-de-final e de pipocar nos momentos mais importantes eram o grande asterisco ao lado de seu nome. Depois da final da Euro-08 na vitória suada sobre a Alemanha por 1 a 0, gol de Fernando Torres, a Espanha não se contentou em mudar somente sua história. Foi além e encantou o Mundo. 

O título inédito da Copa do Mundo em 2010 foi a consagração de uma geração que não se cansa de encantar o planeta com um futebol envolvente, que joga e pouco deixa jogar. As incessantes trocas de passes, tabelinhas, mudanças de posição a todos atordoam, de adversários a torcedores. 

Chama atenção olhar atentamente para esta equipe e constatar que mesmo 4 anos após a primeira grande conquista desse grupo praticamente não houve mudanças seja na escalação, seja no modo de jogar. Para quem olhou com olhos desconfiados em 2008, hoje, vê a Espanha conquistar um feito histórico: três grandes conquistas consecutivas (Euro-08 e 2012, Copa do Mundo 2010).

Houve um esboço de crise com relação ao estilo pragmático de trabalhar a bola incansavelmente até que a chance de gol seja evidente. Ou de cadenciar o ritmo do jogo apenas esperando o juiz acabar com a partida. Pobres, cornetas... 

Esta tarde a Espanha entrou em campo disposta a provar de uma vez por todas quem é que manda no futebol atual. Do outro lado, uma Itália mediana. Aguerrida e só. Prandelli foi o encarregado de dar uma nova cara a uma Azzurra sem metade da qualidade das últimas duas décadas. Deu no que deu. 

O massacre espanhol por míseros 4 a 0 podia ter sido pior. Infinitamente superior, a Espanha dominou do começo ao fim e não deu espaços à limitada Seleção Italiana. Nem mesmo Balotelli conseguiu aprontar. A Espanha travou o campo e fez um coletivo de luxo. Dois no primeiro tempo, dois no segundo.

Não há mais nada a ser dito sobre esse time fantástico. 3 grandes títulos levantados em sequência dizem tudo. Aqui, cabe a nós os aplausos por este marco histórico e aguardar pelo próximo espetáculo.