domingo, 29 de abril de 2012

Paulistão 12 - Semi-finais

Domingo nublado, chuvoso. Dia feio que seria agraciado com dois clássicos para definição dos finalistas do melhor estadual do país. O mais competitivo, claro. Pois o formato...

Bom, como no outro post, resenha das partidas e palpite para a grande final. A título de curiosidade e descontração, vale dizer que acertamos os palpites cravados (hehe). 


SÃO PAULO 1 x 3 SANTOS

Mais um San-são eletrizante. Outro show de Neymar. O Santos não tomou conhecimento do São Paulo e atropelou o Tricolor em pleno Morumbi. O resultado foi justo e traduziu a competência e eficiência do melhor time. 

Não tardou para a instável defesa do São Paulo deixar o torcedor com o coração na boca e comprometer o desempenho do time. Desta vez, na primeira descida logo a 1-2 minutos de jogo,  Paulo Miranda novamente cometeu um pênalti infantil à direita do ataque santista. O carrinho imprudente e desnecessário em Alan Kardec foi a senha para o 100º gol de Neymar com a camisa do Peixe. E o prelúdio de outro espetáculo do craque.

A princípio, o São Paulo não sentiu o gol. Dominou o meio-campo e passou a ditar o rumo da partida. Pouco produziu e abriu o contra-ataque, é verdade, mas não fazia uma má partida. Só que o Santos tinha Neymar. E o São Paulo, Paulo Miranda. Ganso recebeu e acionou Neymar. O atabalhoado zagueiro saiu mal no bote, perdeu o tempo da bola, Neymar passou como quis e tocou na saída de Denis. 2 a 0.

Atrás no placar, o segundo tempo reservava mais emoção. Na volta do intervalo, Leão saca Jadson e Piris para as entradas de Fernandinho e Rodrigo Caio. Ao meu ver, acertou parcialmente. Jadson não fazia uma má partida e virou referência nas bolas paradas. Cícero estava mal e já tinha cartão. Piris, também amarelado, novamente foi mal e foi bem substituído.

Mal começa a segunda etapa e quase o São Paulo iguala. Paulo Miranda fura cruzamento venenoso. No troco, Denis rebate bola nos pés de Neymar que manda na trava, quase sozinho. Enquanto o SPFC sai desesperado para o ataque, o Santos deita e rola nos contra-ataques, jogo franco.

Então a arbitragem começou a se complicar. Aos 12 minutos, Ganso escora de cabeça para a área. A bola encontra Kardec que manda para as redes. Contudo, o juiz pegou uma falta (ao meu ver, inexistente) de Edu Dracena em Paulo Miranda na jogada. Pouco depois, aos 18, Casemiro encontra Willian José impedido. O centroavante tricolor limpa a marcação e bate no canto de Aranha (entrou no lugar de Rafael, machucado) : 2 a 1.

A pressão do São Paulo não foi suficiente para parar Neymar, impossível esta tarde. Aos 32 minutos, o atacante santista arrisca da entrada da área, Denis erra a espalmada e a bola morre macia no gol tricolor. Vale ressaltar que Denis, embora jovem, não é mais garoto. É capaz de grandes defesas e falhas bestas, tanto nas vitórias como nas derrotas. Hoje, não foi diferente. Tal como contra o Palmeiras, Denis deu sua contribuição ao placar num clássico.

Cumpre destacar inclusive o equilíbrio do Santos ao longo da partida. O aproveitamento ofensivo e a tarde inspiradíssima de Neymar roubam grande parte dos holofotes que o sistema defensivo merecia. Arouca e Adriano protegeram bem a zaga e deram contribuição fundamental para Ganso e Elano organizarem o ataque ao seu bel prazer. Elano mais apagado, é verdade.

O gol esfriou o ímpeto tricolor. Os ânimos se exaltaram. Deu tempo para Cícero levar o segundo amarelo e ser expulso. Lucas? Correu, tentou e lembrou aquele fominha que Leão tanto pegou no pé. Muito individualista, perdeu boas chances de distribuir melhor o jogo. Neymar? O Brasil não é mais páreo para ele. Sim, é o momento de sair. Encarar novas zagas, evoluir e, quem sabe, ser na Seleção o craque que é no Santos. 


GUARANI 3 x 1 PONTE PRETA

Um dérbi de arrepiar! A Ponte Preta, recém-promovida à Série-A, foi visitar o eterno rival Guarani após eliminar o Corinthians em pleno Pacaembu. Já o Bugre fez a 4ª melhor campanha do Paulistão e eliminou o Palmeiras nas quartas-de-final. Vive bom momento sob comando de Vadão.

Acima de tudo, foi um resultado justo. O Guarani dominou a partida desde o começo. A proposta da Macaca foi parecida com a da partida contra o Timão. Bem retrancada, apostava nos contra-ataques e no toque de bola para conquistar seu espaço.

Enquanto o Guarani produzia grandes oportunidades, Bruno Fuso dava início à boa atuação desta noite. Com boas intervenções, salvou a pátria da Ponte Preta em vários lances de perigo. Sem Fumagalli, que saiu machucado aos 28 do primeiro tempo, o Guarani caiu um pouco de produção. Foi a deixa para a Ponte arriscar-se no ataque. Aos 39, Caio recebe, limpa a marcação, fuzila cruzado e faz a festa dos visitantes: 0 a 1. 

No segundo tempo, o Bugre foi em busca o resultado. A Macaca voltou à estratégia anterior de defender-se e sair cautelosamente. Após o milagre de Neto, goleiro do Guarani, o Bugre mandou no jogo. Aos 8, linda trama pela esquerda resultou no cruzamento de Fabinho para Fabio Bahia igualar o placar. Um minuto depois, Fabinho carimba a trave após bela defesa de Bruno.

O Guarani sentiu o bom momento e seguiu mandando na partida. Tanto que o gol da virada não tardou. Aos 23 minutos, Danilo Sacramento encontra Medina, que entrou no lugar de Fumagalli, para bater firme no canto e botar o Bugre em vantagem.

A Macaca sentiu o gol e a pressão em ter que buscar o gol que levaria a partida aos pênaltis. Desequilibrada, não foi sombra da equipe bem postada que eliminou o Corinthians. E quem estava com a Macaca era Medina. Aos 40 minutos, completou de cabeça cruzamento perfeito de Oziel e decretou a classificação do Guarani. 3 a 1 e festa no Brinco de Ouro!



PALPITE: Santos x Guarani - O Santos é infinitamente superior ao Guarani. A decisão ser em dois jogos também deixa todo o favoritismo ao lado do Peixe. O Bugre, que já foi campeão brasileiro em 78 e vice em 86, não ostenta a grandeza de outrora. Envolto à crise financeira e problemas administrativos, a superação é  o combustível desta aguerrida equipe.

Infelizmente, o Guarani já fez um milagre ao alcançar a grande final e terá que se contentar em ter surpreendido São Paulo ao menos por uma temporada. Quem sabe o bom trabalho de Vadão também não se repete na campanha da Série-B do Brasileirão? 

Parabéns, Guarani. Mas vai dar Santos.   


sábado, 28 de abril de 2012

Final do Paulistão se decide amanhã



Depois de três meses de jogos incessantes finalmente neste domingo sai os dois finalistas do Paulistão. O clássico entre São Paulo e Santos, no Morumbi, já rende algumas polêmicas antes mesmo do apito inicial. O time da Vila Belmiro viajou e jogou na altitude da Bolívia, sofreu com a mudança de clima e com o mau comportamento da torcida adversária, fora as pancadas em campo.

Emerson Leão, treinador do São Paulo, afirmou durante a semana que as duas equipes poderiam entrar em campo amanhã um pouco desgastadas. O tricolor do Morumbi tinha compromisso no meio de semana contra a Ponte Preta, em Campinas, mas a chuva caiu violentamente na cidade do interior, o que impossibilitou a realização do confronto pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Nesse casso, acredito que a arbitragem e os representantes da Federação Paulista agiram de forma correta, o campo do Moises Lucarrelli estava encharcado, diversas poças de água. Ainda falam que nós somos o país da Copa. A culpa também não é do time da Ponte Preta, mas daqueles que cuidam dos fundos financeiros. Quem sabe com uma verba extra e com ajuda também da Federação, a macaca não poderia reformar o estádio.

Aproveitando que estamos falando do interior, o outro finalista do Paulistão sai do jogo entre Ponte Preta e Guarani. Ambos eliminaram na semana passada os grandes de São Paulo, Corinthians e Palmeiras. Isso mostra que o futebol do interior ainda tem forças. O derby campineiro tem tudo para ser um ótimo jogo, mas seria completo com uma divisão de 50% dos ingressos para cada time, o que infelizmente nos dias de hoje é impraticável. Essa carga de ingressos só voltará a ser dividido pela metade quando realmente houver uma vontade política para a implantação de um sistema de registro do torcedor. Torcemos para que para o bem do futebol isso aconteça nos próximos anos. Vamos aguardar.....

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Bayern joga contra lógica e para salvar o futebol alemão.

Tudo que o mundo clamava não acontecerá. Não bastasse a justa eliminação do Barcelona ontem para o Chelsea e hoje o Real Madrid também sucumbiu diante do Bayern de Munique. A vitória merengue por 2 a 1 levou a decisão para os pênaltis, após a insistência do placar durante a prorrogação. Porém, os galáticos falharam nas cobranças, pararam em Neuer, e também dão adeus ao torneio.

Cristiano Ronaldo, autor dos gols merengues, deu sua contribuição para a eliminação ao desperdiçar sua cobrança. Kaká, que entrou no segundo tempo, provou porque é banco no time e é ignorado por Mano Menezes. Detalhe: também errou seu pênalti. Sérgio Ramos imitou Elano e isolou. O festival de pênaltis perdidos também teve duas cobranças alemãs.

Não vou repetir o quanto eu considero ridículo perder pênalti. Prefiro focar no fato de que no final o Bayern foi mais competente. Neuer, um verdadeiro paredão, credencia-se a ser um novo Oliver Kahn. A forma como defendeu os tiros de CR7 e Kaká mostram muito talento, frieza, reflexo. 

Importa dizer que tal como Chelsea, o Bayern não se abalou - mesmo dois gols atrás - fez seu golzinho precioso com Robben e seguiu brigando de igual para igual. Por vezes foi até superior. 

A chance que o Bayern tem nas mãos é única, rara. É uma oportunidade não só de novamente erguer o título mais cobiçado da Europa, mas de lavar a honra do futebol alemão. 

Desde 2002 a Alemanha coleciona alguns fracassos consideráveis. É elogiada, paparicada, endeusada pelo futebol apresentado, qualidade do time, isso e aquilo e, na hora do vamos-ver, pipocava. Vice na Copa 2002, 3º lugar nas Copas 2006 (em casa) e 2010. Vice da Eurocopa 2008. O próprio Bayern perdeu a Champions League 09-10 para a Inter de Milão.

Ou seja, novamente o futebol alemão terá uma chance de se projetar no cenário mundial e tirar parte dos holofotes que insistem em apontar para a Espanha. E com isso não quero focar somente em Real Madrid e Barcelona. Basta dar uma olhadinha na Liga Europa e ver quais clubes estão nas semi-finais.

Quanto à final, vislumbro um duelo semelhante ao de 2010 contra a Inter. Enquanto os italianos, dirigidos por Mourinho, jogavam fechadinho e exploravam o contra-ataque, o Chelsea deve seguir a estratégia usada contra Benfica e Barcelona. Os 4 a 1 sobre o Napoli nas oitavas-de-final fogem à regra pelas circunstâncias. Os ingleses precisavam reverter 1-3 no placar. Além disso, terá 4 desfalques importantes para a decisão: Ivanovic, Terry, Ramires e Raul Meireles. 

O Bayern também terá desfalques: Alaba, Badstuber e o bom Luiz Gustavo. No entanto, contará com campo, torcida, apoio...óbvio que o favoritismo é todo alemão. Diria até que o Bayern tem a obrigação cívica de ser campeão. Uma análise fria induz a essa estranha lógica.

Mas como enxergar o virtual campeão quando ele sequer estaria na final, não é mesmo?





terça-feira, 24 de abril de 2012

Chelsea, o "competente".

Horas após o apito final e ainda tenho dificuldades em compreender exatamente o que significou a eliminação do Barcelona da Champions League. Quando o universo conspirava por uma final espanhola - eu inclusive - tinha um Chelsea no meio do caminho. 

Seria cômodo adotar o discurso piegas que os defensores do futebol-arte vão bradar daqui até o próximo título do Barcelona: "A eliminação não foi do Barça. Foi do futebol". Balela! Como se futebol ficasse restrito àquele praticado pela escola de Telê Santana, Santos de Pelé, dentre outros. Parreira e o tetracampeonato mandaram um abraço.

Voltando ao ocorrido desta tarde, esclareço que minha torcida para o Barcelona limitava-se a querer ver uma final Real x Barça. Esse jogo lindo e perfeito que os catalães praticam por vezes fere meus olhos, tão acostumados a ver pragmáticas equipes brasileiras (como o Corinthians de Tite e o São Paulo de Muricy) ou o truncado e limitado futebol sul-americano. 

Por natureza, sempre fui um defensor do futebol de resultado. Aquele sublime futebol que conquista suas vitórias (entenda-se títulos) seja na base do show, seja na base da burocracia. Não importa o modo. O importante é caneco na prateleira, foto no pôster do jornal, faixa na parede do quarto. 

E mais. Justiça é bola na rede. Competência decorre do resultado do placar. Se relevarmos a cada jogo o conceito de "merecimento", se as discussões cada vez mais recaírem sobre quem merecia ganhar, acabemos com os placares. Simples. Perde-se a essência do jogo que é determinar o vencedor pelo maior número de bolas que conseguir guardar nas redes do adversário.

Pô, eu fiquei pasmo de TENTAR contar quantas chances CLARAS de gol o Barcelona teve ao longo dos fatídicos 180 minutos. Principalmente na partida de ida na Inglaterra. Fosse aqui no Brasil, o ataque inteiro seria ameaçado de agressão por organizada, ia passar o resto da temporada treinando finalização, treinador seria degolado, viraria polêmica em programa esportivo durante a semana toda. 

Que o Chelsea venceu por seus próprios méritos isso é cristalino. Com um a menos, não se afobou. Encontrou, verdade seja dita, o gol de Ramires quando tudo indicava que sairia o terceiro do Barça, e defendeu-se incrivelmente bem até o apagar das luzes quando Fernando Torres recebeu uma bola espírita e transformou no tento que coroaria a vaga.

Entretanto, ao meu ver, neste caso especificamente, a competência inglesa decorre diretamente do desleixo catalão. O excesso de capricho nas tramas ofensivas e a falta de pontaria na finalização trouxeram a classificação do Chelsea numa bandeja. Vou colocar as bolas na trave e o pênalti perdido na conta do azar porque foram lances isolados perto de tantos gols perdidos. Também não pretendo minimizar as ótimas intervenções de Cech, excepcional goleiro.

Mas simplesmente estou inconformado com a facilidade na qual o Barcelona constrói suas jogadas e é capaz de destruí-las com um arremate mal calculado, mal pensado, pensado demais, seja como for. É uma semi-final de Champions League, caramba! Aqui, por muito menos, se crucifica duas ou três chances perdidas numa partida besta qualquer! Duas-três eles perderam em 10-15 minutos de jogo! Por isso eu não consigo aceitar tranquilamente que "o Chelsea foi melhor" ou que "o Barça merecia ganhar". O escambau! Põe o pé na forma, desgraça! 

Bom, repito: O Chelsea mereceu, sim. O desempenho defensivo e o placar agregado provam que, durante as duas partidas, foi melhor. Ocorre que o diferencial é a bola no barbante, não há como fugir disso. Só que sirva de lição para todo e qualquer time envolvido num mata-mata. Calibrem seus malditos pés para não chorarem depois.





segunda-feira, 23 de abril de 2012

Quem perdeu mais, Corinthians ou Palmeiras?

A sova que Guarani e Ponte Preta aplicaram em Palmeiras e Corinthians, respectivamente, deixou a questão não tão óbvia no ar.

O Palmeiras viveu seus 20 e tantos jogos de invencibilidade. De repente, após a derrota para o rival na primeira fase, quando tomou 2 gols em três minutos, a equipe perdeu o chão. Tanto que terminou a primeira fase em 5º lugar.

Pior do que ser o único grande do Estado a não mandar seu confronto em casa, seu presidente votou a favor da divisão igual a mandantes e visitantes em detrimento da opção 60%-40% para o vencedor. Caiu mal para sua gestão. Preferiu receber mais 10% (que deve implicar numa verba mínima) em vez de sugerir um mínimo de apoio ao seu time.

A derrota por 3 a 2 para o Guarani colocou o trabalho de Felipão em xeque. Ao meu ver, embora o treinador tire leite de pedra, vencer o Bugre não deveria ser um bicho-de-sete-cabeças para o Palmeiras. O sistema defensivo foi muito mal, principalmente o lado esquerdo, que era a menina dos olhos do time. 

Teria Deola falhado no gol olímpico de Fumagalli? Sim. Bola na pequena área é do goleiro. Perdeu o tempo da bola, se atrapalhou, se distraiu, enfim, há um leque de opções a serem escolhidas. Mas que falhou, falhou. 

Essas pequenas coisinhas que se juntam formam uma bola de neve perigosa. Sistema defensivo ruim, técnico caro, falta de resultado, falha de Fulano, Beltrano, picuinhas políticas internas...o clima no Palmeiras é carregado por natureza. Agora, alcança um nível insuportável.

As crises internas refletem em campo de modo angustiante para qualquer um que acompanha o Palestra, infelizmente. O Palmeiras, nesta altura da temporada, creio que perde duas coisas: prestígio e respeito. Não deixa de ser um time grande, ainda que se esforce para não querer ser assim considerado. Contudo, não dá sinais de que luta para sair desta situação vexatória.

A Copa do Brasil ou uma boa campanha no Brasileirão podem apagar tal imagem? Não. Chega de boas campanhas, campanhas regulares ou aceitáveis. Mais do que nunca, o Palmeiras depende de títuloS. Plural. 

Já o Corinthians também caiu por 3 a 2. No entanto, foi derrotado em casa. Fez um irreconhecível primeiro tempo quando foi dominado pela Ponte Preta. A Macaca trouxe uma proposta óbvia e, por incrível que pareça, deu certo. 

Em que pese o mérito do clube campineiro ser louvável, ficou aquele gostinho de que o Timão só perdeu por (mais) uma tarde infeliz de seu goleiro. 

Reproduzirei alguns comentários que teci em outros blogs de jornalistas renomados: Goleiro médio não serve para time grande. A verdade é bem essa, Julio César é mediano. É elástico, tem bons reflexos, mas falha constantemente em lances bobos. Ora rebate chutes defensáveis, ora erra o tempo da bola, calcula mal o chute, o salto, a saída de gol.

Não importa se é ético, se é de grupo, se é terrão, se é Corinthians. Júlio César teve todas as chances do mundo no gol do Timão para provar que a camisa 1 está em boas mãos. Entretanto, não consegue nem se convencer que é o melhor para tal posto. 

Teve boas atuações no título brasileiro ano passado? Sim, com certeza. Mas o caneco deriva muito mais do ótimo sistema defensivo desenvolvido por Tite do que de suas intervenções. 

Às vésperas do início do mata-mata da Libertadores, a conclusão que chego é que, pelas circunstâncias, o Corinthians perdeu mais na derrota para a Ponte do que o Palmeiras contra o Guarani. Embora a derrota sirva de lição para as partidas em casa e tenha vindo "em boa hora", o Timão ganha uma imensa interrogação sob as traves num momento crucial do torneio.

Defendo a substituição para o bem ou para o mal. Goleiro em má fase é um risco constante. Para piorar, Júlio César não tem grife, tampouco está em alta cota com a torcida. O momento propicia uma troca sem traumas. O risco existe com ou sem a troca. A troca dá o benefício do pensamento positivo, do "pode dar certo".

Além disso, ao substituir o goleiro cria-se uma potencial justificativa para eventual fracasso. O mesmo risco que Júlio César corre de ser o bode expiatório, o substituto será cobrado para ser, no mínimo, superior ao antigo queridinho.

Barrar o goleiro que já está habituado à pressão que sofre desde quando assumiu a titularidade pode queimá-lo? Certamente. Entretanto, deve-se ter em mente que o que está em jogo é o CLUBE, o TIME, e NÃO O JOGADOR. Caráter não ganha jogo. Talento e capacidade, sim, fazem a diferença. Infelizmente, as falhas cruciais em partidas importantes pesam contra o atual titular.

Por fim, deixo um questionamento: Qual dos rivais vai conseguir reverter o prejuízo primeiro?

domingo, 22 de abril de 2012

Paulistão 12 - Quartas-de-final

Finalmente o Paulistão começou! Começou e, para alguns, já terminou.

Após exaustivas 19 rodadas, a fase do "mata" começou. Mata porque as quartas-de-final e as semi-finais do Paulistão são decididas em somente uma partida. Como toda decisão de partida única, a zebra sempre fica a postos querendo aparecer. Neste Paulistão ela deu o ar da graça e tirou logo dois dos grandes favoritos ao título. 

Vale dizer que a moda de termos gols nos minutos finais foi seguida. Nas partidas deste domingo, 4 gols marcados nos últimos 5 minutos.

Enfim, abaixo uma breve resenha sobre os quatro confrontos, quem pega quem nas semi-finais do torneio e o palpite do blog:


CORINTHIANS 2 x 3 PONTE PRETA - Olha a zebra aí. Ou melhor, a macaca. A Ponte aprontou para cima do favorito Corinthians e eliminou o Timão em pleno Pacaembu. Foi uma partida madura da Macaca. Ocupou bem os espaços, travou as investidas do Timão e armou a equipe para explorar os contra-ataques. A proposta escancaradamente defensiva deu certo. Porém, contou com a colaboração direta do goleiro Julio César. Willian Magrão abriu o placar após cobrar falta de longe e o arqueiro aceitar o tiro. A bola passou no curto espaço que havia entre ele e a trave. Falha feia nº 1. Quando o Timão melhorava na partida, veio a ducha de água fria. Uendel recebeu na esquerda e mandou a área. Roger antecipou-se à marcação e desviou fora do alcance de Julio César. No segundo tempo só deu Corinthians. Na base da pressão, Willian diminuiu aos 29 minutos em chute cruzado. Porém, novamente Julio César contribuiu com o adversário. Depois de bater mal um tiro de meta, Rodrigo Pimpão foi lançado na esquerda. Enquanto o goleiro saía desesperado, Pimpão bateu por baixo e só não morreu na rede porque Ralf tentou afastar. Em vão. Já havia ultrapassado a risca e a Ponte ganhava fôlego para suportar os últimos minutos. Até parece. No minuto seguinte, Alex recebeu de frente para o gol e mandou no ângulo de Bruno. A bola bateu na trave direita e entrou sem chances para o bom goleiro da Ponte. A dramática partida terminou com a heroica classificação da Ponte que, embora não tenha tido maior volume de jogo, seguiu seu roteiro à risca de maneira muito competente. Aproveitou as oportunidades que teve e, mesmo sofrendo 2 gols, defendeu-se bem. O revés acende parcialmente a luz amarela no Timão. Ainda que esta derrota seja mais uma a ser colocada na conta de seu goleiro mediano, joga na cara da equipe que é preciso mais atenção a detalhes em jogos decisivos.


GUARANI 3 x 2 PALMEIRAS - O confronto mais parelho das quartas-de-final terminou com a classificação também homérica do Guarani. O Palmeiras contava com o retorno de Luan e deixava Valdívia no banco. Nada que significasse maior poderio ofensivo. Depois de um primeiro tempo bastante truncado com chances perdidas dos dois lados, a segunda etapa naturalmente ganhou emoção visto que a igualdade levava aos pênaltis. E põe emoção nisso! Apenas 9 minutos após a bola voltar a rolar 3 gols foram marcados. Aos 6, Fumagalli fez um golaço. Olímpico. Simples assim. Bateu o córner da esquerda, a bola bate no 2º pau e morreu na rede. No lance seguinte, escapada de Oziel pela direita que cruzou para Fabinho só empurrar para o gol. A resposta do Palmeiras foi imediata. Luan bate cruzado e Marcos Assunção completa o rebote. 2 a 1 e dá-lhe drama! A partida continuou lá e cá, ambos times com suas chances de gol. O Verdão da capital pressionava enquanto o Bugre era mais comedido no avanço. Contudo, o Palmeiras não conseguiu vencer o relógio e o nervosismo. Aos 45 minutos, bola boba perdida pelo lado esquerdo sobrou para Oziel orquestrar outro contra-ataque pela direita. O cruzamento atravessou a área e encontrou Fabinho, sozinho, que deu a vaga ao Bugre. Deu tempo para Henrique diminuir para o Palmeiras e dar números finais ao placar: 3 a 2. Apesar da insistência no jogo pelos flancos e nas bolas cruzadas, Vadão conseguiu bloquear bem a criação palestrina e levou o Bugre às semi-finais. O Palmeiras mostrou sérios problemas defensivos e limitação no meio-campo. As laterais tão elogiadas, foram o calcanhar de aquiles de equipe. Juninho teve uma noite para esquecer. O miolo de zaga deixou os atacantes do Bugre invadirem sem incômodo. Felipão terá trabalho para o Brasileirão...


Semi-final: Guarani x Ponte Preta. 

Palpite: O dérbi campineiro promete. Ao derrubarem o dérbi da capital, Guarani e Ponte atraem os holofotes para uma semi-final digna de anos 70-80. O Bugre leva ligeira vantagem por jogar em casa. Vadão faz um trabalho excepcional no Guarani e conta com lado direito muito bom, além da experiência de Fumagalli e do oportunista Fabinho. Nome a nome, a Ponte tem um time mais interessante. Tanto que foi recém-promovida à Série-A do Brasileirão e terá o São Paulo pela frente na Copa do Brasil. Ambos estão em momento ótimo, mas apostarei no fator momento e no diferencial do mando de campo: Guarani. 

OBS: A expectativa que envolve o dérbi campineiro tem uma preocupação por trás: violência. Invariavelmente o clássico maior de Campinas é repleto de violência, mortes e incidentes entre as torcidas. Esperamos que a partida transcorra normalmente, com a devida segurança.


SÃO PAULO 4 x 1 BRAGANTINO - No sábado, o São Paulo inaugurou as quartas-de-final e classificou-se sem sustos. A goleada sobre o Bragantino foi construída na base de muita velocidade e bom aproveitamento nas finalizações. O grande destaque da partida foi Luis Fabiano, autor de dois gols, sendo um deles numa primorosa cobrança de falta. Além disso, o matador tricolor perdeu um pênalti e tomou um bobo cartão amarelo que o suspende para o confronto das semi-finais. Fernandinho e Osvaldo fecharam a conta. Destaque para as assistências de Jadson para Fernandinho e de Casemiro para o segundo gol de Fabuloso. Passes precisos para as finalizações. No mais, não há muito que se alongar. O resultado traduz a superioridade do São Paulo no duelo. No entanto, o gol do Bragantino nasceu em bola alçada na área. O Tricolor precisa ter mais atenção nesse tipo de lance. 


SANTOS 2 x 0 MOGI MIRIM - Passeio discreto do Santos. Foi uma partida burocrata, sem qualquer ameaça à superioridade do Peixe. Logo aos 22 da primeira etapa, Neymar fez lindo lançamento que encontrou a cabeça de Maranhão na entrada da área. O cabeceio cruzado enganou o goleiro e fez a alegria do Peixe. No segundo tempo, Neymar fez das suas. Recebeu pela direita, driblou a zaga do Mogi como quis e tocou no canto para fechar o placar. Agora, antes de decidir uma vaga na final, encara o Bolívar na altitude no duelo de ida válido pelas oitavas-de-final da Libertadores.


Semi-final: São Paulo x Santos.
Palpite: O Tricolor não terá Luis Fabiano. O Peixe irá à Bolívia encarar a altitude pela Libertadores. Será o duelo de um São Paulo desfalcado contra um Santos possivelmente baleado pela desgastante viagem. Ao meu ver, mesmo ciente da falta que Fabuloso faz ao ataque do São Paulo, vale ressaltar que o time baseia seu ataque na velocidade. Fernandinho, Osvaldo e Lucas podem infernizar a zaga do Santos, não tão veloz. E tem Willian José, que não é a mesma coisa, mas já anotou 10 gols no Paulistão. Do outro lado, há Neymar, Ganso, Muricy e Cia., a força do conjunto, do entrosamento, enfim, indiscutivelmente fazem a diferença. Bom, já que clássico é clássico e vice-versa, ainda que Leão faça um bom trabalho no comando do SPFC, os vacilos defensivos não serão perdoados. Santos avança.


Enquanto aguardamos ansiosamente o próximo domingo, recomendo a seção "Análise de Elenco" na qual já passaram os seguintes clubes: Corinthians, Palmeiras, Ponte Preta.

sábado, 21 de abril de 2012

Análise de Elenco - Ponte Preta

Estaduais entrando na reta final e com eles nossa seção 'Análise de Elenco' também vai chegando ao fim. No clima das quartas-de-final do Paulistão que começam neste domingo, mais um clube paulista será protagonista aqui n'O Boteco.

A Ponte Preta, recém-promovida à Série A, fez a 8ª melhor campanha do Paulistão e vai encarar o Corinthians. Pode não ser a Macaca de outros tempos, mas costuma vender caro suas derrotas. Mostrou estrela na Copa do Brasil ao despachar o Atlético-GO nos pênaltis e vai encarar outra potência estadual no torneio, o São Paulo.

Se o destino no Paulistão e na Copa do Brasil tendem a ser a eliminação diante dos favoritos grandes de São Paulo, vejamos se o torcedor pode sonhar alto no segundo semestre:


GOLEIROS: Lauro, Bruno Fuso, Felipe, Reynaldo - Lauro, que apareceu para o futebol na própria Ponte, estava no Inter. No Colorado, nunca foi unanimidade. No entanto, quem é unanimidade no gol do Inter hoje? Enfim, experiente, alto, Lauro não faz feio. Só que falha com muita frequência. É capaz de uma partida espetacular e outra pífia. Não é regular e não transmite "aquela" segurança. Bruno ganhou a posição recentemente e teve boa atuação na partida que classificou a Macaca às oitavas-de-final da Copa do Brasil. O trunfo sobre o Atlético-GO deu moral e Bruno não compromete sob as traves, embora ainda não tenha demonstrado ser acima da média.

ZAGUEIROS - Diego Sacoman, Ferron, Gian, Wescley - Rodada. Diego Sacoman, cria do Corinthians, destacou-se no Ceará. Ágil e bastante técnico, também é forte no jogo aéreo. Gian apareceu bem no Ipatinga em 2008 e foi campeão da Série B no Vasco na temporada seguinte. É mais limitado, mas compõe bem o setor. Wescley e Ferron ao meu ver, estão mais abaixo e são opções mais preocupantes. Como dito, são zagueiros rodados, porém é preciso reforços urgentes no setor.

LATERAIS - Cicinho, Renan, Guilherme, Uendel - Sinceramente, não vejo grande potencial nas laterais da Macaca. Contudo, esse Uendel, lateral-esquerdo, é muito bom lateral. Forte no apoio, rápido e habilidoso, é uma arma constante nas investidas ofensivas da Ponte. Já os demais jogadores, ao meu ver, são simplesmente regulares.

VOLANTES - Agenor, João, Lucas, Sandro Silva, Xaves, Somália, Willian Magrão - Há alguns nomes interessantes. Xaves, ex-Atlético Mineiro, não é mau marcador. Supre a limitação técnica com bastante disposição e força na marcação. Agenor veio do Atlético-GO e é um jogador regular em todos os sentidos. Não compromete e nem se trata de um grande craque. Compõe bem e auxilia bem na distribuição de jogo. Somália, aquele ex-Botafogo e da lorota do sequestro, não é mau jogador. Corria o meio-campo durante todo o jogo e participava bem tanto atrás como na frente. Magrão veio do Grêmio com status mas não se firmou. É bom volante, principalmente na marcação. Encontrou alguma dificuldade neste início de temporada e tem atuado na zaga. Embora não renda o esperado, creio que seria o homem ideal a compor o meio da Macaca. João Paulo é outra opção interessante.

MEIAS - Caio, Enrico, Renato Cajá, Gerson, Márcio Diogo, Nadson, Nikão, Tony - É um meio-campo bastante leve e criativo. Enrico e Renato Cajá tiveram experiências no Rio sem muito sucesso, mas são meias bastante incisivos, podendo até atuar como segundo atacante. Cajá é o grande nome do time. Rápido e homem das bolas paradas, dá o tom do ataque da Ponte. Caio é aquele meia que fez um bom Brasileirão 2010 pelo Avaí. Cadencia bem o jogo e arremata com qualidade. Nikão veio do Atlético-MG e acumula alguns empréstimos por Vitória e Bahia. Vai compor elenco. 

ATACANTES - Roger, Bruno Nunes, Charles, Leandrão, Maranhão, Rodrigo Pimpão, Rossi - Não são uma Brastemp mas tem alguma qualidade. Leandrão, ex-Inter, é um centroavante nato. Alto, referência na área e frio nas conclusões. Pimpão, ex-Vasco, após uma passagem pelo Japão chega para dar velocidade na articulação do ataque. E tem Roger, prata da casa que passou por São Paulo, Palmeiras, Vitória e até o rival Guarani. Tem faro de gol e protege bem a bola. Não vejo tanta bola no Roger, mas impressiona como seu futebol rende com a camisa da Ponte. 

TÉCNICO - Gilson Kleina - É um treinador relativamente jovem (44 anos), com certa experiência em times do 2º ou 3º escalão do futebol brasileiro. Tem feito um bom trabalho na Ponte, clube onde está desde o ano passado. Conquistou o acesso, classificou a equipe para a segunda fase do Paulistão e está nas oitavas-de-final da Copa do Brasil com um grupo de qualidade discutível. Mostra qualidade na montagem dos times e dá sinais de que em breve pode ter uma chance em um clube de ponta. Vale lembrar que recusou convite do Fluminense para ser "técnico tampão" até a chegada de Abel Braga.

ANÁLISE GERAL - Ao meu ver, o grupo é mediano. A zaga precisaria de, no mínimo, mais um nome de qualidade. Não há reservas capazes de passar confiança no miolo defensivo. As laterais também são sofríveis. O meio-campo conta alguns nomes interessantes, porém, resta esperar como Kleina vai organizar o time extraindo o melhor de suas qualidades. Se acertar e povoar o meio, pode sobreviver e permanecer na Série A, já que a zaga não inspira confiança nenhuma. Por fim, o ataque tem poucos valores. A esperança é que o conjunto e o sistema ofensivo consagre os bons centroavantes Leandrão e Roger.

RESULTADO - Por ter sido recém-promovida e contar com um grupo de jogadores rodados mas que não vingaram em clubes maiores, em tese, trata-se de um time médio. Será preciso verificar como a equipe responderá nos duelos contra os principais clubes do Brasil. Entretanto, a realidade é que, num primeiro momento, a Macaca briga para não cair e o que vier é lucro. 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Soy loco por ti!

Acabou o período de testes cardíacos dos torcedores. Encerrada a segunda fase da Libertadores, conhecemos os 16 times mais competentes do continente que se enfrentarão nas oitavas-de-final da competição e colocarão à prova os corações sul-americanos.

Ao meu ver, a grande decepção da fase de grupos foi o Flamengo. A Universidad Católica, pela tradição, também fez feio num grupo relativamente tranquilo. Outro que decepcionou foi o vice-campeão Peñarol, último no seu grupo com somente 4 pontos conquistados. 

Mas chega  de desgraça, hora de falar de coisa boa! É um novo campeonato que se desenha. Esqueçam prognósticos, lógicas, etc., Afinal, isso é Libertadores! 

(dividi o post ao meio para delimitar as chaves e deixar claro quem se enfrentam nas quartas e nas semi-finais.) 


FLUMINENSE x INTERNACIONAL - Os cariocas fizeram a melhor campanha da primeira fase. Os colorados só se classificaram graças à fraqueza do grupo e a uma ajudinha do Santos. O Fluminense apresenta um futebol muito bom e possui um ataque fora de série. A defesa não é ruim, mas o sistema defensivo como um todo deixa a desejar. Entendo que falta pegada no meio-campo e há lapsos defensivos preocupantes. O Inter ainda respira as conquistas de 06 e 2010 e aposta na 'copeirice' para seguir. Sente saudades absurdas de Oscar na criação. O time é instável. Dominou o primeiro tempo da partida contra o Santos, no Beira-Rio, mas foi dominado no segundo. Não viu a cor da bola contra o Juan Aurich. Ou seja, problemas graves no time gaúcho.

Palpite: Fluminense. 


BOCA JUNIORS x UNIÓN ESPAÑOLA - O tradicional Boca foi o segundo colocado no grupo do Fluminense. No confronto com os brasileiros, uma vitória para cada lado na cada do adversário. O Boca só não parece o mesmo de outrora pelo conjunto ou por não ter ficado em evidência nas últimas Libertadores. Mas a camisa pesa e a equipe é bem organizada. Tem nomes interessantes como Clemente Rodriguez, Ledesma, Schiavi (sim, aquele), e Cvitanich. Os chilenos do Unión foram os líderes do grupo que despachou os conterrâneos da Católica e não continha equipes efetivamente perigosas. Dificilmente vão surpreender.

Palpite: Boca. 


DEPORTIVO QUITO x UNIVERSIDAD DE CHILE - Na onda da LDU, o Deportivo Quito tenta seguir o bom rumo do futebol equatoriano. Limitados, apostam na força física e na velocidade para avançar. Do outro lado, a Universidad de Chile curte a onda de ser o Barcelona da América do Sul com um futebol bastante envolvente, ofensivo e interessante. 

Palpite: Universidad de Chile.


CRUZ AZUL x LIBERTAD - Time do presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, o Libertad costuma fazer boas participações na Libertadores. Atrevido, marca bem e ataca sem medo. No entanto, embora o Cruz Azul não seja o melhor representante mexicano no momento, já foi finalista da competição em 2001, quando perdeu nos pênaltis para o Boca. É o confronto mais imprevisível das oitavas, na minha opinião.

Palpite: Libertad


_______________________(divisão de chave das oitavas) __________________________


CORINTHIANS x EMELEC - Segunda melhor campanha da Libertadores, o Timão chega maduro para o mata-mata. Nos últimos jogos, o aproveitamento ofensivo melhorou sem prejudicar o domínio do meio-campo e dos jogos como um todo. Amplo favorito. O Emelec foi o responsável pela eliminação do Flamengo após duas viradas sensacionais. A primeira, em casa, contra o próprio Flamengo. Outra, no Paraguai, ao fazer o gol da vitória sobre o Olímpia aos 47 do segundo tempo. 

Palpite: Corinthians


VASCO x LANÚS - O Vasco sobreviveu no grupo de Libertad e Nacional (URU) e ficou na segunda colocação do grupo. Vai enfrentar um dos classificados do grupo do Flamengo. A superioridade técnica do Vasco é esmagadora. Talvez, até o conjunto seja bastante superior ao dos argentinos. A tendência é que o Vasco tenha dificuldades, mas avance, pois os argentinos são bastante irregulares. Mesmo aguerridos, são capazes de golear (como fizeram contra o Olímpia, 6 a 0) ou serem derrotados sem resistência (como ocorreu contra o próprio Flamengo, por 3 a 0).

Palpite: Vasco


BOLÍVAR x SANTOS - Um prêmio a Neymar e Cia. A sensação do Brasil vai encarar um dos piores times, senão o pior, dentre os 16 classificados. A única dificuldade será a altitude na partida de ida, local onde os mandantes podem impor alguma residência. Fora isso, o Santos deve passear nesta fase, com novos shows de Neymar, Ganso e Cia.

Palpite: Santos


NACIONAL DE MEDELLÍN x VÉLEZ SARSFIELD - Tal como Libertad x Cruz Azul, este duelo é outro sem um claro favorito. Os colombianos do Nacional mostraram muita força física e disposição ao atacar, em que pese serem estabanados defensivamente. O Vélez, como todo time argentino, cresce nos mata-matas da Libertadores. Organizado e bom no contra-golpe. Porém, conquistou a liderança com somente 12 pontos. Traduzindo, é infinitamente melhor em casa e passa sérios apuros fora dela.


Palpite: Vélez

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Esse deveria ser o Corinthians

Corinthians, Deportivo Táchira, Cruz Azul e Nacional (PAR). Desde o sorteio do grupo já se sabia que o Timão era nome certo nas oitavas-de-final da Libertadores. E, na despedida da primeira fase, o Corinthians surrou impiedosamente os venezuelanos do Táchira mostrando um futebol que destoou de tudo que apresentou neste primeiro semestre. O show encantou a torcida. Só espero que esta não tenha saído enganada.

6 a 0 são incontestáveis. Danilo abriu de cabeça escorando cruzamento sozinho da Silva na área. Paulinho e Liédson tabelaram todo o campo de ataque até o volante concluir como um autêntico centroavente. Jorge Henrique bateu cruzado e fez o 3º. Emerson fuzilou e anotou o 4º. Liedson perdeu pênalti, que aproveitou o rebote para aumentar para 5. E deu tempo para Douglas, em novo pênalti, fechar o placar. 

Uma goleada desse tamanho não exatamente demonstra como um time é forte. Ao meu ver, deixa muito mais claro como o adversário foi/é medíocre. No entanto, novamente os méritos de Tite e seus comandados estão reservados. Amplo domínio da partida, muita pegada, finalizações, variações, um espetáculo de partida. Realmente, a Libertadores é um sonho possível.

Contudo, esse comportamento agressivo no ataque bem como este aproveitamento absurdo não é a tônica do trabalho de Tite. Acostumado às magras, suadas, porém, seguras vitórias, a torcida viu hoje um Corinthians que há muito não via. É justamente por isso que o jogo de hoje não deve ser levado em conta para o mata-mata. 

Ganhou, valeu, 3 pontos, 2ª melhor campanha da primeira fase, uhu! Maravilha! Agora é esperar o adversário e voltar ao pragmatismo. Vai falar que vai ser diferente? Não estou defendendo a retranca, só que a natureza de Adenor não permitirá esta postura ousada. A equipe continuará firme no meio, sólida na defesa e comedida no ataque. Vai agredir no momento certo, sem exaltar-se ou sair em debandada sem planejamento. Tudo bonitinho, nos mínimos detalhes. Bola com fulano ali, que passa para o outro acolá e assim por diante.

O excesso de cautela pode ser o grande vilão de um mata-mata de Libertadores. Embora atue com segurança, sem sair da zona de conforto, o Timão de Tite sofre alguns preocupantes sustos. Na vitória contra o Cruz Azul a equipe vencia com tranquilidade os mexicanos por irrisórios 1 a 0 e quase levaram o empate aos 43 do segundo tempo. Percebem? 

É uma estabilidade esquizofrênica, pois a equipe domina o jogo todo e depois corre o risco de ter que chorar as mágoas no pós-jogo julgando-se azarada. Nas atuais circunstâncias, o Corinthians tem que sobrar nos quesitos competência e talento porque o aproveitamento da equipe não permite contar com o boi da sorte.

De uma vez por todas, ou o Corinthians adota postura semelhante a da partida de hoje para dominar o jogo e aproveitar as chances de gol ou então pode se preparar para voltar ao Playstation.



terça-feira, 17 de abril de 2012

A final está traçada.

Nesta terça tivemos o primeiro duelo das semi-finais da Champions League 11-12. Bayern de Munique e Real Madrid se enfrentaram no palco da decisão e os mandantes se deram melhor: 2-1. 

Por certo é o placar ideal para alimentar todas as expectativas possíveis para o jogo da volta. Enquanto os alemães jogam pelo empate, os merengues fizeram um golzinho precioso fora de casa o que permite avançar caso vença por um simples 1 a 0. 

Mourinho optou por um time mais conservador. Marcelo, infinitamente melhor que Coentrão, ficou no banco e entrou no lugar de Özil. Não colocou Kaká. E só colocou Higuaín na troca por Benzema. Sofreu o gol da derrota nos instantes finais, após uma pane geral da marcação e da defesa. 

Já o Bayern apostou no que tem de melhor. O meio compacto e a velocidade infernal de Robben e Ribéry deixaram o espanhóis no lucro após o revés por somente um gol de diferença. 

Sem ficar no muro, aposto em Real Madrid na final. E mais: contra o Barcelona.

Ao meu ver, Mourinho superestimou o Bayern. Não que não mereçam respeito. Óbvio que se trata de um grande time e conta com destaques da Seleção Alemã. Entendo que escalou bem, mas equivocou-se nas alterações e deu azar ao sofrer o gol no final. Pelas circunstâncias da partida, dificilmente vai errar novamente nas trocas. A começar por Marcelo titular.

Há de ressaltar ainda o leque ofensivo que Mourinho tem às mãos: Benzema, Cristiano Ronaldo, Dí Maria, Higuaín, Kaká, Özil. Um gol vai sair. Dois gols também não são nenhum absurdo. Ou seja, o fator casa pode garantir a força do ataque. Um ajuste aqui, outro ali, um pouco mais de competência acolá e basta a defesa cumprir minimamente seu papel que a viagem à Munique está garantida.

Contudo, baseio meu palpite em algo maior. Uma força "extra campo" que, infelizmente, pode interferir na disputa dentro das quatro linhas: o peso de uma final Barcelona x Real Madrid. 

O apelo de se ter uma final entre Bayern, que atuaria em casa, contra Barça ou Chelsea não teria o mesmo peso do clássico espanhol. Essa rivalidade anda tão à flor da pele ultimamente que o mundo anseia por esta final. O embate supremo entre o extraordinário Barcelona contra os eternos galáticos do Real Madrid. Quem não quer ver este jogo?

Posso estar errado? Sim. O Bayern pode vir e bater no Real novamente? Claro. O Chelsea pode se vingar da eliminação nas semi-finais de 2009, ora. Porém, vejo os astros - e os bastidores - ao lado do Real. E do Barça também.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Paulistão 12 - Rodada #19

Finalmente a interminável primeira fase do Paulistão chegou ao fim!

Ao final das longas 19 rodadas, o Corinthians assumiu a liderança ao vencer a Ponte Preta em Campinas e chegar aos 46 pontos. O Tricolor tropeçou em Lins e perdeu para o Linense por 2 a 1. O Verdão empatou em casa e o Santos goleou na Vila, na festa do Centenário.

Para celebrar o término da primeira fase, um resumo da rodada especial no qual destacaremos não apenas quem fez bonito ou feio na rodada, mas também faremos justiça a quem se destacou positivamente (ou negativamente) durante esta 1ª fase:


CERVEJA GELADA:

SANTOS -Na festa do Centenário, goleou o já rebaixado Catanduvense fazendo 5 a 0 . Com 2 de Ganso, 2 de Borges e um do craque Neymar o Santos passeou sobre o saco de pancadas do Paulistão e assegurou a 3ª posição com 39 pontos.

CORINTHIANS - Os reservas do Timão venceram a Ponte Preta por 2 a 1, fora de casa, e roubaram a liderança do São Paulo. Totalizaram 46 pontos e dificilmente perderão a vantagem de decidir todas as partidas do mata-mata em casa caso avance até a final. 

BOTAFOGO - Metade de Ribeirão Preto está em festa. O Botafogo venceu o Guarani com gol aos 43 minutos do segundo tempo de Clebinho e, mesmo com um jogador a menos, bateu o Bugre por 3 a 2 e manteve-se na 1ª divisão do Paulisão.

XV DE PIRACICABA - Sofreu mas empatou, fora de casa, com o Mogi Mirim e permaneceu na Série-A! O emocionante empate por 2 a 2 garantiu a permanência do XV na divisão principal do Paulistão!

GUARANI - Surpreendeu e terminou a primeira fase em 4º lugar, ocupando um lugar que, teoricamente, deveria ser do Palmeiras. Bem montado, o Bugre mostrou qualidade e dá esperanças para sua torcida sonhar com o acesso no Brasileirão.


CERVEJA QUENTE

PORTUGUESA - Durante todo o Paulistão foi a grande decepção do torneio. Nesta rodada, foi goleado pelo Mirassol por 4 a 2 e, pela combinação de resultados, foi rebaixada á Série B do Paulistão. Após a grande temporada em 2011, a Lusa dificilmente escapará do descenso em 2012 no Brasileirão.

PALMEIRAS - Empatou no Pacaembu com o já rebaixado Comercial por 2 a 2 e joga fora de casa nas quartas-de-final do Paulistão. Deve classificar mas fez feio perante sua torcida.

REBAIXADOS - Portuguesa, Guaratinguetá, Catanduvense e Comercial - O rebaixamento é um motivo considerável para se tomar uma cerveja quente...

PAULISTA - Começou incrivelmente bem o Paulistão. Degringolou e terminou na melancólica 13ª posição com 22 pontos, 6 atrás do 8º colocado. 



Por fim, eis os confrontos que teremos nas quartas-de-final. Lembrando que se trata de jogo único e que a pontuação obtida será somada à alcançada na primeira fase para fins de determinar possível mando de campo.


Corinthians x Ponte Preta ------(pega quem passar de)-------- Guarani x Palmeiras

São Paulo x Bragantino --------------------------------------- Santos x Mogi Mirim


sábado, 14 de abril de 2012

Análise de Elenco - Palmeiras

Entrando na reta final da seção "Análise de Elenco", chegou o momento de discutirmos um dos clubes mais tradicionais do Brasil. Octacampeão nacional, o Palmeiras não vence o Brasileirão desde o bicampeonato em 93-94. Nos últimos anos, afundado em crises políticas e em atrito constante com a torcida, o Verdão tem sofrido para emplacar resultados expressivos.

Para apagar a imagem de "cavalo paraguaio" e cansado do papel de coadjuvante que vem exercendo, o Verdão apresentou alguma melhora esta temporada. No amistoso contra o Ajax fiquei com a impressão de que o time dificilmente emplacaria (ler mais aqui). Contudo, o que se viu foi uma melhora significativa promovida pela chegada de reforços pontuais e um bom trabalho de Scolari na compactação da equipe.

Ainda que a impressionante marca de 22 partidas de invencibilidade tenha sido quebrada justamente no clássico contra o Corinthians, única partida na qual a equipe realmente sofreu um apagão (relembre aqui), o Verdão correspondeu bem nos confrontos contra São Paulo (eletrizante empate) e Santos (virada espetacular).

Embora tenha caído de produção e possa ficar fora do G4 do Paulistão, Felipão fez o Palmeiras ser novamente visto com respeito pelos adversários e será pedra no sapato de quem o enfrentar nas quartas-de-final do Estadual. E a Copa do Brasil que aguarde, pois aí vem o Palmeiras!


GOLEIROS - Bruno, Deola, Pegorari, Raphael Alemão, Fábio - A escola palmeirense de goleiros é sensacional. Não me recordo de olhar para o gol verde e achar o arqueiro médio. Com a aposentadoria de Marcos, Deola segue na titularidade. Não tem a mesma estrela do ídolo eterno, mas está acima da média nacional. Bons reflexos, boa saída de gol, Deola falha muito pouco e não transmite insegurança sob as traves. Bruno é um bom reserva. Contudo, nunca conseguiu uma boa sequência de jogos para se firmar. Atrás de Marcos e Deola, Bruno até foi emprestado para a Lusa ano passado, mas não atuou pelo clube do Canindé. Assim, pela notória falta de ritmo, cria-se certa desconfiança natural. Quanto aos garotos, destaca-se Raphael Alemão, tido como próxima grande promessa para o gol palestrino.

LATERAIS - Cicinho, Artur, Juninho, Gerley - Muito bons! Cicinho apoia, passa e distribui o jogo com a qualidade de um meia-direita, embora seja um tanto deficiente na marcação. Artur chegou no clube e deu à Felipão uma melhor alternativa defensiva. Artur mostrou ser perigoso na bola aérea e bom posicionamento. O lado direito está bem servido. Já o esquerdo conta com Juninho, ex-Figueirense, e Gerley não é um bom substituto. Juninho é rápido, habilidoso e participa efetivamente das tramas ofensivas, ora com assistências, ora com gols. Ataca melhor mas não faz feio quando recompõe defensivamente.

ZAGUEIROS - Henrique, Luciano Amaro, Román, Thiago Heleno, Maurício Ramos, Wellington - Estáveis. Com Thiago Heleno afastado por lesão, Leandro Amaro tem sido titular ao lado de Henrique. Foram uma boa dupla, ainda que Leandro Amaro não passe confiança alguma, ao meu ver. Um tanto estabanado, comete alguns erros bobos de posicionamento ou de tempo de bola. Subiu de produção, mas, particularmente, não gosto dele. Henrique é muito bom. Seguro, técnico, bom cabeceio e desarme, é 70% da defesa. Román chegou esta temporada e tem sido opção de banco. Não jogou tanto, prefiro não arriscar dizendo que deve ser, no mínimo, melhor que Amaro. Maurício Ramos eu entendo que seria a melhor opção para a dupla com Henrique. Embora seja mais lento, não deixava a desejar nos desarmes, no posicionamento e até na presença no jogo aéreo.

VOLANTES - Márcio Araújo, Wesley, Marcos Assunção, Chico, João Vitor - À parte a contusão grave que o recém-chegado Wesley, era um bom reforço. Não era tudo isso que a imprensa pintou, porém era um baita reforço para o meio. Marca bem, apoia bem, rápido. Enfim, ficou para o ano que vem. Entendo que Felipão mas milagre com volantes limitados. Márcio Araújo, regular, sobra em disposição física. Corre o campo todo, a partida inteira. Marca bem, mesmo estando longe de ser um grande nome da posição. Chico dificilmente atua. Poderia ser um bom cão-de-guarda. Alto, bom marcador, pode inclusive atuar de 3º zagueiro. É visto com ressalvas. João Vitor subiu muito de produção. É a versão piorada do Wesley e faz algo parecido com o que Márcio Araújo faz, só que pelo lado direito. Marca, distribui, auxilia o ataque. Discreto, joga para o time. Faz o feijão-com-arroz sem encher os olhos. Por fim, o interminável Marcos Assunção. Não tem o vigor físico de outrora. Ou seja, não é mais um marcador exímio ou um apoiador nato. No entanto, posiciona-se muito bem e usa a experiência para ora marcar, ora cadenciar o jogo na meia-cancha palestrina. Passes, lançamentos e, sobretudo, a bola parada fazem de Assunção peça fundamental nesse meio-campo.

MEIAS - Valdívia, Tinga, Pedro Carmona, Patrik, Daniel Carvalho - Valdivia, ídolo chileno, joga uma, duas e para. Joga mais algumas e para. Seu retorno ainda é algo emblemático para o palmeirense. Quando joga, mostra o que já se sabe dele. Habilidoso, bom passador, organiza bem o ataque, arrisca alguns chutes. Não faz feio. 100%, é um dos melhores meias do Brasil, com certeza. Daniel Carvalho foi uma grata surpresa. Vindo do Atlético-MG, a ex-promessa do Inter deu nova pitada de qualidade no meio. Apesar da notória limitação física, Daniel Carvalho tem um passe apurado e uma boa visão de jogo. Além de bater na bola com qualidade. Diante das ausências de Valdívia, Carvalho não faz o torcedor sentir-se órfão em campo. Entretanto, não há bons reservas. Entendo que Carmona poderia ser o meia a entrar e mudar uma partida. Rápido, habilidoso...mas tem alguma dificuldade no passe e na conclusão. Patrik se esforça, mas não tem virtudes que igualam Daniel ou Valdívia. Tinga, que ora atua mais recuado, ora mais avançado, perdeu espaço e pode ser negociado.

ATACANTES - Maikon Leite, Ricardo Bueno, Fernandão, Luan, Vinícius, Barcos - Poucas opções de qualidade. Barcos, o Pirata, conquistou a simpatia da torcida durante o Paulistão. Jogador simples, posiciona-se bem e conclui com frieza tanto pelo alto como pelo chão. Além da qualidade na finalização, também faz um bom pivô e boas tabelas em torno da área adversária. Maikon Leite é o homem da velocidade. Rápido, puxa contra-ataques e abre espaços na zaga inimiga. Precisa apurar mais a finalização. Luan, lesionado, era titular pela função tática que desempenhava. Mesmo sendo atacante, recuava para compor o meio e saída em velocidade para o ataque. Sacrificado pela tática imposta pelo treinador, é alvo constante de críticas da torcida por não fazer o básico como atacantes: finalizar com qualidade. Ricardo Bueno e Fernandão são ruins. Fernandão ainda teve um lapso de ídolo quando fez um gol em sua estreia justo contra o Corinthians. Colaborou ao anotar outro contra o Santos. Contudo, as atuações irregulares podem não segurá-lo do grupo. Vinícius, promessa, ainda precisa ser melhor testado. 

TÉCNICO - Luiz Felipe Scolari - Felipão já viveu seus melhores dias. Conquistou a América com Grêmio e Palmeiras, e o Mundo ao comandar a Seleção do Pentacampeonato. Depois da ótima passagem pela Seleção Portuguesa, Scolari não foi bem no Chelsea e fez seu pé-de-meia no Usbequistão. Voltou ao Palmeiras e ainda luta para conseguir um bom elenco e fazer o time brigar efetivamente por títulos. É ótimo treinador, no entanto, sofre com a falta de jogadores de qualidade no grupo palestrino. Ao meu ver, dentro da limitação do elenco, Felipão tira leite de pedra e faz um trabalho aceitável. Experiente, motivador, mesmo com a tendência defensiva consegue armar ataques perigosos.

ANÁLISE GERAL - Vejo o Palmeiras com um grande trunfo: Felipão. Apesar do momento instável, Scolari fez o time jogar bem e ser respeitado durante boa parte do Estadual e está mais vivo do que nunca na Copa do Brasil. Defensivamente, o time não é ruim. Entendo que falta um melhor nome para compor a zaga mas, na essência, é segura e regular. Bons laterais. Todavia, para o Brasileirão, creio que faltam melhores opções para a criação ofensiva e para o ataque. Valdívia se lesiona demais, Daniel Carvalho não tem o preparo físico de juvenil. Sem eles, não há quem possa quebrar um galho. Não há substituto à altura. Barcos idem. Enquanto Luan e Maikon Leite podem até, de certo modo, serem equivalentes, não há outro matador como o Pirata. 

RESULTADO - O futebol consiste em uma simples lógica: gols. A ausência de peças de melhor qualidade pode custar caro ao Palmeiras. Contudo, Felipão tem conseguido dar compactação ao time. Se emplacar boa regularidade defensiva e aproveitar bem as oportunidades na frente, pode surpreender. Mesmo sem vislumbrar bons reservas, vejo o Palmeiras brigando diretamente por uma vaga na Libertadores dificilmente algo além disso. 


Esse foi o Verdão. Para acompanhar mais Análises de Elenco, basta verificar onde seu time está na ordem alfabética ou clicar aqui.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Entrevista - Marco Aurélio Cunha

Entrevista!

Tragam mais copos, sirvam mais salgadinhos, puxem mais mesas e cadeiras! O blog conseguiu uma entrevista com o médico, ex-dirigente do São Paulo Futebol Clube e, atualmente, vereador pela cidade de São Paulo. Sim, estamos falando do folclórico Marco Aurélio Cunha.

A entrevista ocorreu nesta quinta-feira à tarde e o áudio completo tem 45 minutos totais. Vou transcrever resumidamente TODAS as perguntas e principais trechos das declarações do entrevistado. Quem preferir, pode acompanhar o áudio completo abaixo. É longo mas vale a pena.

Bom de papo, Marco Aurélio Cunha criticou os benefícios dados ao Corinthians, frisou a importância em se ajudar equitativamente os demais clubes da cidade, explicou por que o alvará para reforma do Morumbi ainda não saiu, deu sua versão da polêmica envolvendo o mandato de Juvenal Juvêncio, condenou a postura de Oscar, revelou uma pontinha de mágoa com o clube, comentou os quadros de Rogério Ceni e Cañete, mostrou-se otimista com o time e revelou qual sua meta política.

Enfim, com a palavra: Marco Aurélio Cunha.


O Boteco Esportivo: Há um-dois meses foi veiculado que a Prefeitura concedeu incentivos fiscais na ordem de R$ 420 milhões à Odebrech/Corinthians para construção do estádio. No entanto, a concessão foi ilícita e a Prefeitura realizou uma manobra para contornar a situação. Qual seu posicionamento a respeito disso?

Marco Aurélio Cunha: Realizar a Copa em São Paulo é importante. Apoiar onde ela ocorrerá também. O que eu critiquei foi a forma. Os incentivos, à época da Copa, totalizarão quinhentos e tantos. Acho um erro, um exagero. Devemos incentivar a prática. A forma como o contribuinte paulistano é afetado, eu discordo completamente.

OBE: Hipoteticamente, seria possível realizar uma Copa sem investimentos públicos?

MAC: Com organização e tempo, sim. Mas, por ser a Copa um evento nacional, que promove o país, traz turistas para conhecer, consumir, acho que investimento público pode ocorrer. Eu sou contra o abuso desse investimento. 

OBE: E o texto da Lei Geral da Copa? Gostou? Alguma alteração?

MAC: Se o presidente Lula se curvou perante tais exigências, é justo que eles tenham todo o direito de cobrá-las. Não vejo problema no consumo de bebida nos estádios. Acaba sendo um problema tratado com muita hipocrisia, até porque o sujeito consome fora do estádio e entra da forma como quer. Então, tem que se adequar essa questão cultural. Depois, tudo volta como antes. 

(A próxima pergunta seria sobre a expedição do alvará para que o São Paulo pudesse iniciar a reforma do Morumbi. O Dr. Marco Aurélio interrompeu para esclarecer que o alvará ainda não saiu e explicou que ainda faltam aprovações até a concessão do alvará provisório) - Ou seja, a reportagem veiculada com essa informação me traiu. Apesar da saia justa, fui corrigido e a informação chega correta.)

MAC: O que há são estudos que estão progredindo de esfera em esfera. Alvará é um só. As pessoas perguntam a mim o que falta. Não é um carimbo e pronto. Tudo tem regra, lei, Ministério Público, associação de moradores. O que foi aprovado é que a cobertura pode ser feita. Que ela não representa aumento no potencial construtivo do estádio. Isso foi fruto de um grande debate, pois antigamente era realmente uma casamata. Hoje os materiais são leves, a cobertura é para dar conforto, proteção do vento, do frio, da chuva, não é construção. Cada órgão técnico observa uma fração deste conteúdo. Inicialmente provisório e, depois, o definitivo, se estiver dentro dos padrões. Passa por câmaras e órgãos competentes até a devida aprovação. Fora isso, mudanças legais, é via Câmara Municipal, como a Lei de Zoneamento, que é quase impossível de ser alterada porque implica em mudança do Plano Diretor

OBE: Então não é possível iniciar as obras do Morumbi, mesmo que ciente dessa autorização de que a cobertura não integrará potencial construtivo? É necessário aguardar o alvará?

MAC: Outros órgãos técnicos virão analisar e aí fecha a questão, pode começar a obra com o alvará provisório. Depois disso, com tudo certo, sai o definitivo. 

OBE: O senhor mencionou a Lei de Zoneamento e a difícil alteração desta lei. Assim, o projeto que o São Paulo tem de construir um hotel dificilmente sairá do papel?

MAC: Nesse momento é mais difícil. Talvez em mais tempo. Veja, se eu quiser construir um hospital no Pacaembu eu posso? Não. Porque é região residencial. Não pode incomodar a vizinhança, gerar tráfego...agora, se um dia encontrarmos um local, próximo a uma via de mão rápida, aí cria-se uma situação para sua construção. Não é porque quer que sai. A mudança da Lei ocorre conforme a demanda, às vezes somos obrigados a modificar. Por exemplo, na Giovanni Gronchi, a Lei de Zoneamento prevê determinado limite de decibéis. Mas o barulho natural da região já é maior que a prevista na lei!

OBE: Primeira pergunta sobre São Paulo Futebol Clube, de fato. Quero saber sobre a polêmica do Juvenal Juvêncio. Ao meu ver, não é mau dirigente. No entanto, foi na contra os princípios do clube, de sempre posicionar-se como time de vanguarda, diferenciado. À parte as questões legalistas, se as alterações nos estatutos são válidas ou não, a que custo o Dr. acha que o SPFC age desta forma? Foi uma atitude meramente mesquinha ou Juvenal não vislumbrou um bom sucessor diante do momento conturbado do clube?

MAC: É uma análise complexa, mas vou dar algumas: Quando o SPFC discutia a Copa do Mundo, reformas, Morumbi, Cotia, entendeu-se que JJ era a pessoa mais preparada para seguir com esses projetos. Algo parecido com o que ocorreu com o ex-presidente Laudo Natel. Com relação à mudança para 3 anos de mandato era um pleito da própria oposição inclusive. Dois anos não dá para nada! Um ano você se estrutura e no outro está em campanha. Não dá! Todos queriam essa alteração. No caso do Juvenal, disse a ele que não precisava se reeleger. Era uma forma de sair por cima. Ninguém foi tricampeão no São Paulo e ele conseguiu esse feito. Foi dirigente campeão do mundo na época do saudoso Marcelo Portugal Gouvêa também. Ou seja, tinha que ter um sucessor. Mas JJ, apesar do apego ao São Paulo, com aquela postura paterna, não viu ninguém apto a substituí-lo.

Entretanto, uma das respostas boas que JJ tem tido ultimamente foi a saída de Ricardo Teixeira da CBF. Fica claro que essas cartas já estavam marcadas. A construção de Itaquera, Morumbi fora da Copa, isso ia acontecer mesmo. E, por incrível que pareça, o coordenador de tudo isso saiu. De repente, no melhor momento que ele teria. Quem tem razão com isso? Ao meu ver, o SPFC. Felizmente, e dou os parabéns ao JJ, não fizemos parte disso. 

Pesam contra: a concentração de pessoas e ideias. Ele poderia ser mais "divisível".  Acredito que tem sido um bom presidente, mesmo tendo perdido um pouco a mão do futebol após essa batalha com a CBF. Ele termina o mandato em 2 anos e espero que o clube se acerte. Minha saída é um pouco derivada disso. Preferi sair a brigar com pessoas que gosto. Discordo e não faço isso em público porque o SPFC é maior que desavenças. Hoje, mal sou convidado a jogos. E olha que trabalho, veladamente, pelo clube. Creio que, pelo que fiz lá, merecia um pouco mais de consideração

OBE: Caso Oscar. O presidente JJ deu entrevista semana passada à EstadãoESPN e, dentre outras declarações, deu a entender que Oscar não teria motivo para sentir rancor ou mágoa do São Paulo e que, talvez, estivesse sendo manipulado. O senhor partilha da mesma opinião ou aconteceu algo internamente que ainda não foi trazido à tona?

MAC: O menino sempre foi absolutamente bem tratado. Era muito querido. Eu mesmo tinha um relacionamento quase paternal. E quando eu deixei uma mensagem em seu celular avisando que tal litígio seria prejudicial, não seria bom para sua carreira, que o São Paulo é forte juridicamente, que pensasse bem, que voltasse...seus agentes pegaram a gravação e jogaram isso como se fosse uma coação. Eu não faria isso com ele. Alertei como se dá conselho a um filho. Se pegarem a gravação hoje dá pra ver que tudo que eu disse está acontecendo. E está na cara que o propósito é financeiro puro e simples. Eu não tenho problema em entender um litígio contratual. Assinou, se arrependeu, não gostou? Senta, discute. Se sentar e conversar, sempre haverá uma forma de acerto. Ele foi extremamente injusto com o São Paulo. Aqui, ninguém deixou de gostar dele. Só que fica chateado por ter colocado coisas que não são verdades. Se o problema fosse o contrato, ok, sou o primeiro a ajudá-lo. Mas dizer que não gosta de lá ou que não o tratam bem, isso eu não vou aceitar.

OBE: E Rogério Ceni? Notícias dão conta que a recuperação da grave lesão que o tirou de metade da temporada vai bem. Porém, vejo de outra forma, é um goleiro, veterano, com uma grave lesão no ombro. Rogério conseguirá retornar em bom nível? Haverá alguma sequela ou limitação de movimento? 

MAC: Sequelas sempre vão existir em atletas mais velhos. Mas a fisioterapia supera isso. E o Rogério sempre se supera, é impressionante. Hoje mesmo eu estive no CT. Vi o Cañete também (MAC afirma que ele volta em 3 meses. A lesão no cruzado posterior foi ainda mais grave que a de Wesley). A traumatologia esportiva está brilhante. Basta ver o Maikon Leite. A foto da lesão é coisa para nunca mais pisar num campo. E olha a velocidade que ele impõe! Evidente que o Rogério, com 39 anos, terá mais dificuldades. Porém, foi só uma lesão no ombro, curada. A proposta dele, e até a nossa, deve ser atuar esse ano e mais um e encerrar com 40 anos. O próprio Rogério afirmou que os goleiros do futuro do São Paulo são Denis e Léo. Bacana ver que ele mesmo promove sua sucessão. 

OBE: Falando do jogo de ontem, não sei o que o senhor acha do que vou dizer agora. O Robben, canhoto, habilidoso, rápido, atua no Bayern de Munique pela faixa direita do ataque. Quando ele corta para o meio, tem todo o ângulo aberto para o chute "com a perna boa". O São Paulo tem esse problema com Fernandinho e Lucas jogando no mesmo setor de suas "pernas boas". Quando corta para o meio, cai na "perna ruim". Que eu me lembre, o Thiago Ribeiro foi o último que vi, destro, atuar pela esquerda do ataque do São Paulo valendo-se desse tipo de jogada. O Osvaldo entrou ontem, e fez o gol de direita vindo da esquerda. Não acha que o São Paulo deveria apostar nessa inversão?

MAC: Acho sim. O Noriega até comentou ontem sobre a felicidade de ver o São Paulo jogar com 1 centroavante e 2 pontas. Ao cortar para dentro, o campo amplia. É bom ver que o ataque está bem servido. O time está evoluindo. O único problema são alguns erros individuais na zaga. Precisamos ser mais seguros defensivamente. E quem está jogando muita bola é o Cícero. Não é um meia criador de verdade mas é um estabilizador. Temo Jadson se adaptando ao time. Só falta a defesa não falhar tanto.

OBE: O senhor sempre foi conhecido por defender o São Paulo muito bem, dar entrevistas e declarações polêmicas. Sente falta de ligar a tevê e ver no SPFC alguém fazendo o seu papel?

MAC: Sinto sim. Falei com o presidente sobre essa expulsão do Casemiro contra o Mogi Mirim. Não pode, pô! Não foi violenta. Estão dando a entender que é proibido fazer falta. Fazer falta pode, ora. Fato é que estão dando muitos cartões amarelos gratuitamente ao SPFC. Aí, na fora que afunila, desmonta o time emocionalmente. Não sei se é má-fé ou casual, mas alguém tem que reclamar. Estamos sendo vítimas de cartões que, lá na frente, podem custar caro. Aquela expulsão do Casemiro, para mim, foi um absurdo!

OBE: É candidato à reeleição? Almeja mais cargos políticos? Prefeitura? Governo...?

MAC: Sou sim. Mas já faço muito aqui. Foram anos maravilhosos, desgastantes. A diferença entre o futebol e a política, é que aqui você não ganha nunca. Lá você faz um grande jogo, vence, reconhece e tal. Muito raramente alguém é citado positivamente. Aprendi muito politicamente aqui. Hoje sou um bom vereador. Aprendi, fui manipulado. Hoje, não. Sou corregedor, tenho decisões ativas aqui na casa. E vou tentar a reeleição como uma prova, para verificar se fiz mesmo tudo certo. Daí para frente, nenhuma pretensão. Só tenho uma: ser candidato à presidência do São Paulo.

OBE: Era justamente o que eu ia perguntar...

MAC: É um processo político difícil, tem muita gente boa. Uns tem um DNA mais puro, outros são mais prometidos, independente de currículo. Outros são eternos candidatos, uns mais novos e outros mais velhos. As eleições no SPFC ainda são bastante antiquadas. Espero mostrar currículo, vocação, conhecimento e integridade. Se tiver alguém melhor, eu me rendo.

OBE: E o Rogério? Vai ser presidente? Ele te confidenciou algo?

MAC: Dificilmente nos próximos 10 anos ele vai ocupar esse posto. Ninguém descalça a chuteira e entra na sala da presidência. É necessária preparação. E embora o Rogério seja excepcional, vai faltar ainda vivência, experiência. E tem que ganhar dinheiro também, né? Terá 10 anos para colher os frutos da carreira no esporte. Depois disso, mais maduro fora do campo, aí sim. Após aprender bem como funciona fora, tem tudo para ser presidente. E serei um dos primeiros a apoiá-lo.

(Tendo em vista que o áudio ficou grande e a conversão do arquivo ainda me é bastante tortuante, dividi o áudio em três partes, conforme abaixo)







quinta-feira, 12 de abril de 2012

Análise de Elenco - Náutico

Dando seguimento à saga na qual desmistificamos os 20 elencos que disputarão o Brasileirão-12, viajamos a Pernambuco para analisar o time do Náutico. Desde 2009 o Estado não tinha representantes na Série-A. Curiosamente, Náutico e Sport, que foram rebaixados naquele ano, retornam juntos à elite do futebol nacional.

Em primeiro lugar, peço desculpas pela precariedade do post. Confesso, o Náutico superou o Figueirense no quesito dificuldade em buscar informações sobre o elenco. O site oficial, aparentemente, não está devidamente atualizado. Busquei alternativas, como outros sites sobre o clube e até a versátil Wikipédia. Fato é que há muitos atletas desconhecidos.

A campanha mediana no Campeonato Pernambucano, torneio no qual ocupa a 4ª colocação com 35 pontos (12 pontos atrás do líder Sport), não diz muito sobre a real força do time, que sofreu bastante com dispensas e más reposições. Vale destaque que, ao menos, o Náutico ainda vive na Copa do Brasil e enfrentará o Fortaleza na 2ª fase. Páreo duro!

Enfim, vamos logo checar o que o Timbu prepara para o Brasileirão:


GOLEIROS - Gideão, Rodrigo Carvalho e Felipe - Depois de perder Gledson, o time busca alguém para ocupar a camisa 1 com qualidade. O novo contratado para a posição é bem conhecido aqui por São Paulo. Felipe, ex-Santos, era titular do Peixe até perder a posição para Rafael. Durante uma polêmica com torcedores, foi chamado de "mão de alface". Começou bem, mas começou a falhar toscamente e naturalmente perdeu espaço. Na minha opinião, não faz jus a este apelido. Mas está longe de ser um paredão. Teve uma boa campanha no rebaixado Avaí. 

ZAGUEIROS - Diego Bispo, Cesinha, Ronaldo Alves, Ronaldo Conceição, Marlon, Gustavo - Os Ronaldos chegaram do Inter. Conceição mal jogou pelo Colorado. Alves apareceu bem ao lado de Moledo mas também sofreu algumas lesões e perdeu espaço. Não são zagueiros ruins. Rebatedores, úteis. A cara do futebol nordestino, de zagueiros mais vigorosos. Marlon, ex-Flamengo, não vingou no Rio, porém, está se saindo bem na zaga do Timbu. Cesinha, ex-Santo André e Vasco, chega para dar mais força e experiência ao setor. Boa contratação.

LATERAIS - Marquinho, João Ananias, Jefferson, Wellington - Marquinho surgiu na Ponte Preta, passou pelo futebol carioca, Vasco e Fluminense, inclusive, e agora chega ao Náutico para mostrar serviço. Pouco destaque pelos clubes onde passou. Já Jefferson jogou pelo Palmeiras e foi alvo de uma chuva de críticas pelas péssimas atuações. Extremamente limitado. 

VOLANTES - Auremir, Derley, Elicarlos, Lenon, Souza, Helder, Ramirez - Derley, mais uma cria do Inter,  apareceu bem mas não teve muitas oportunidades em razão do elenco lá estar repleto de jogadores para o setor. Elicarlos fez boas temporadas pelo Cruzeiro, no entanto, é simplesmente regular. Não enche os olhos e, ao meu ver, não compromete. Compõe bem defensivamente e distribui com simplicidade. Souza despontou no Palmeiras e colecionou empréstimos por Ponte Preta e São Caetano. Sinceramente, não acho mal jogador. Volante voluntarioso, bom preparo físico, coopera bastante no combate na meia-cancha. Lenon, mesmo vindo do Flamengo, pouco notei seu futebol.

MEIAS - Eduardo Ramos, Ramon, Cascata, Phillip - Dois meias chamam a atenção. Eduardo Ramos, ex-Corinthians, cansou de sofrer lesões e acumular empréstimos. Jogador mediano. Contudo, fez bons jogos pelo Sport, que rendeu a transferência para o Timbu, e o rendimento continuou subindo. Bom passe, municia bem o ataque e tem boa bola parada. Ramon surgiu no Atlético Mineiro junto com Tchô, diziam ser dois meias fabulosos e promissores para o futebol brasileiro. Pois é, balela. Ramon também passou apagado pelo Timão, tentou a vida no CSKA, voltou para o Brasil, foi emprestado algumas vezes e eis que chega no Náutico. A "ciganice" faz seu desempenho ser altamente questionável. Entretanto, é inegável que trará mais-valia ao plantel do Timbu, além de habilidade e velocidade.

ATACANTES - Rodrigo Tiuí, Siloé, Rogério, Piauí, Henrique, Dorielton, Leo Santos - O ataque tem sido inconstante. Todos os nomes, para mim, são desconhecidos e de potencial altamente duvidoso. Até mesmo Rodrigo Tiuí, ex-Fluminense e Santos, que se destacou pela velocidade nunca foi lá essas coisas. O setor precisa de reforços urgentes. Sem Kieza, matador do Timbu, a equipe ainda busca uma referência.

TÉCNICO - Levi Gomes (interino) - Nesta semana, Waldemar Lemos foi dispensado. Em praticamente 11 meses no cargo, ajudou o Timbu a subir, mas não resistiu à série de 6 jogos sem vitórias. Nenhum comentário a tecer sobre o interino, ou mesmo sobre qualquer especulação em torno de substituto. 

ANÁLISE GERAL - Pouco jogadores conhecidos. Os poucos jogadores conhecidos são regulares, médios. A diretoria decapitou o técnico a pouco mais de um mês do Brasileirão e terá que reformular seriamente o elenco se quiser sobreviver na principal competição nacional.

RESULTADO - Elenco pobre, limitado, sem técnico e, ao meu ver, com rumo certo: a zona da degola. Vai brigar para não cair.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Depois o Botafogo reclama...

"Tem coisas que só acontecem com o Botafogo". Quem nunca ouviu essa frase? Essa e outras tantas atribuídas ao Botafogo - e tão emblemáticas quanto a ora tomada de exemplo - fazem o leitor esboçar aquele sorriso leve, balançar suavemente a cabeça de maneira afirmativa como quem diz "é verdade...". Mas, espera.  O Botafogo reclama, esperneia, ("chora", de acordo com os rivais) mas, pô, pede para protagonizar uma situação "peculiar".

Não quero revirar resultados, derrotas ou coisas do tipo. Quero ir um pouco mais além. O assunto é batido porém creio ser o momento de dar um basta: Jobson. Ou o Botafogo gosta de sofrer e fazer papel de ridículo, ou não tem mais amor-próprio.

O referido atleta já foi tema de post aqui no blog (relembre aqui) e, novamente, ele aparece na mídia envolto a uma história "mal explicada". Desta vez, veicula-se que Jobson foi afastado após uma discussão com o fisiologista, na qual questionava o procedimento que, pelo que li, seria realizado por todo o grupo.

Vou repetir: veicula-se que Jobson foi afastado após uma discussão com o fisiologista, na qual questionava o procedimento que, pelo que li, seria realizado por todo o grupo. 

Bom, se o problema não foi atraso, não foram drogas, não foi tumulto e o atacante vai pagar o pato por uma "discussãozinha cotidiana". Ao meu ver, essa história está mal contada. Não quero aqui passar a mão na cabeça de Jobson e cultuar a insubordinação no ambiente de trabalho.

Entretanto, qualquer um sabe que jogador de futebol é profissionalmente diferenciado. Ou eles realmente merecem a mordomia toda que recebem?! Chama os envolvidos, dá o esporro e volta para o campo, ponto. 

Por outro lado, se esse episódio está mascarando alguma outra conduta ou evento que "passou despercebido", passou da hora do Botafogo agir. Desde a primeira passagem Jobson tem sido um jogador extremamente problemático, daí pergunto: insistir para quê?! 

A postura esquizofrênica dos clubes em insistirem em atletas descompromissados é insana, e o privilégio não é só do Botafogo. Adriano, Carlos Alberto, Jobson, peloamordedeus, vão atrás de alguém na várzea, na base, em escolinhas de futebol Brasil afora e tragam 500 jogadores no lugar deles. Um de qualidade eu garanto que encontram! Apostem em gente que VALHA A PENA ou que, pelo menos, VALORIZEM a oportunidade que tem.

Quantos brasileiros não sonham em calçar umas chuteiras, vestir a camisa de qualquer clube e batalhar o pão no campo? Eu me sinto ofendido no lugar desses caras. Ver que gente, ora talentosa, simplesmente abre mão do privilégio que a vida lhes trouxe.

Não gostaria de retomar esse assunto novamente. No entanto, também não posso simplesmente ignorá-lo, pois me revolta ver clubes sendo coniventes com maus profissionais. Uma vez que o esporte reflete diretamente na sociedade, que exemplo times de futebol dão ao permitir tamanha anarquia? Esqueceram que o futebol é um elemento social brasileiro. Lá residem o lazer, a paixão e o sonho de muitos cidadãos. 

Pensem nisso, ok?


(Botafoguense - e a quem interessar- confira também a Análise de Elenco do Fogão e qual nosso palpite para o futuro da Estrela Solitária para o Brasileirão-12 clicando aqui)

(Sobre as frases que mencionei no início do post, aqui há outros exemplos)