quinta-feira, 31 de julho de 2014

A surreal Libertadores da fé

La Copa chega ao seu final. Restam somente os últimos dois embates épicos que hão de consagrar um novo campeão. Uma inédita final para os participantes. Um frio estranho na barriga de vivenciar este momento tão esperado, almejado, mas não sem deixar de sentir algum remorso por ali estar, como se o panteão sagrado da América a ser gravado na base da taça mais emblemática do planeta fosse um louro maior que o próprio clube.

É realmente complicado escrever. Às vezes não percebemos que a história está acontecendo aí na nossa cara e simplesmente permitimos que isso passe batido para, somente no futuro próximo, percebermos a grandiosidade daquele momento então tão natural.

Tentei profetizar o apocalipse dizendo que não teríamos um campeão brasileiro. No entanto, jamais consideraria que nenhum de nós sequer alcançaria as semifinais com 4 equipes que nunca haviam chegado tão longe. 4 times que disputariam o direito de jogar sua primeira final de Libertadores. 4 times mais que azarões, zebras mesmo.

Quis o destino que os dois piores segundos colocados classificados para este surreal mata-mata despachassem seus rivais para travarem o duelo final da Libertadores. 

Surrealismo. Por certo a Libertadores-2014 criou toda a atmosfera favorável para que víssemos tudo aquilo que rolou na Copa Padrão FIFA e, agora, com o jarro já vazio, coloca na conta da fé de cada um dos finalistas.

A final entre Nacional Querido e San Lorenzo del Papa vai testar a fé de muito ateu fervoroso. Isso porque a maneira como essas equipes chegaram até aqui desafiou a lógica e em muitos momentos até a física.

Como explicar o gol que Herrera, do Defensor, perdeu? Embaixo das traves, goleiro batido, pequena área, 45 do segundo tempo e a bola caprichosamente explodir no travessão? É razoável dizer que o San Lorenzo bebeu na fonte alemã da Copa do Mundo para abrir um magro 5 a 0 no jogo de ida? Veem? São coisas bizarras convergindo para um mesmo fato: a final.

Há um virtual favorito e tende a ser o San Lorenzo. O Papa não é o principal fator de desequilíbrio. Ter eliminado Grêmio e Cruzeiro com frieza e ter despachado o Bolívar com truculência acima do normal revelam uma equipe mais equilibrada e um tiquinho superior ao Querido Nacional. (Em tempo, a derrota por 1 a 0 na Bolívia sob o efeito do viagra deu-se de modo agradável e sem dramas)

Contudo, do outro lado está o desgraçadamente copeiro Nacional Querido. Se o San Lorenzo é um time grande (o único dos gigantes argentinos) sem La Copa, o Nacional paraguaio é um time médio. Hoje vive dias melhores mas, ainda assim, em tese, fica bem atrás de Olímpia, Cerro Porteño, Libertad, por exemplo.

Mas voltando. O Nacional tinha que ser pego pra estudo. Em casa, o time se organiza bem atrás e dá suas escapadelas no ataque. Conquista seus placares magros para que no segundo jogo simplesmente abdique do ataque para se defender por longos e cardíacos 90 minutos. Contra o Defensor não foi diferente. O time tomou sufoco do primeiro ao último minuto e segurou dignamente a derrota por 1 a 0.

Essa final é tão imprevisível quanto, sei lá, jogo do bicho. Nem por isso fico no muro. Aposto no San Lorenzo del Papa. Mas Seo Chico que me desculpe, sinto-me obrigado a torcer pelo Nacional Querido. 




terça-feira, 29 de julho de 2014

Brasileirão-14 - Rodada #12

Outra rodada que se vai.

Desnecessário dizer que o Cruzeiro venceu de novo - uma goleada massacrante sobre o coitado do Figueirense por 5 a 0 - e continua sobrando no Brasileirão.

Um bom punhado de resultados interessantes mexeram bem com a zona próxima do G-4. Já o Z-4 pouco mudou.

Bora pros destaques:


CERVEJA GELADA 

CORINTHIANS - Venceu o dérbi contra o Palmeiras no primeiro clássico do Itaquerão. Incontestáveis 2 a 0 mantém o Timão na vice-liderança com 23 pontos, 5 a menos que o Cruzeiro. Os gols foram de Guerrero e Petros.

GOIÁS - Dá pinta de que vai brigar para ser um intruso no brigado G-4. Na imensidão do Serra Dourada, bateu o São Paulo por 2 a 1 e além de ultrapassar o Tricolor na tabela (goianos pulam para 20 pontos, 2 atrás do G-4 e 1 a frente do SPFC), jogou água no chope dos paulistas que celebravam a reestreia de Kaká, autor do gol de honra. 

VITÓRIA - Visitou o Criciúma e trouxe preciosos 3 pontos do hostil Herberto Hülse. O triunfo por 3 a 1 tira o Vitória do Z-4 e, para completar a "festa", empurrou um velho conhecido para a degola...


CERVEJA QUENTE

BAHIA - Um dos grandes perdedores da rodada. Derrotado em casa para o Inter por 1 a 0 graças a um frango terrível de Marcelo Lomba em chute de Wellington Silva. O revés custou caro ao Bahia. O Tricolor foi superado pelo rival Vitória e agora ocupa o Z-4 em seu lugar.

PALMEIRAS - Perder um clássico é normal. Mas um time como o Palmeiras acumular o 6º jogo sem vitória preocupa. Só para lembrar, o Z-4 está a apenas 3 pontos de distância.

GRÊMIO - Novamente o Grêmio falhou em casa. Embora Barcos tenha desencantado e marcado 2 gols, o Imortal viu Zé Love igualar o feito do Pirata e permitiu que o meia Alex, aos 48 do segundo tempo, virasse para o Coxa, que segue sob o risco da degola. 


quinta-feira, 24 de julho de 2014

La Copa de todas las Copas

Tão indefectível quanto meu portunhol é o fato desta Libertadores ser a mais surreal desde, pelo menos, 1992, tendo-se em conta a ampla pesquisa realizada pelo renomado Centro de Pesquisa e Estatística do Impedimento.

Embora ausentes a Rede OM Brasil, o Criciúma e Marcelo Bielsa, a Libertadores-2014 cativa por oferecer seus louros a um campeão inédito já em sede de semifinal. Vale dizer que nenhuma das quatro equipes havia chegado tão longe de modo que o vice terá um novo marco histórico a superar. 

Essas semifinais seguiram a política democrática da Conmebol em angariar novos sócios para seu clube de campeões. Com isso em mente, sentam-se à mesa de Justus a altitude boliviana, o Nacional Querido, o Papa e um uruguaio que não é nem Nacional, nem Peñarol. 

Confesso que nunca imaginei estar diante de uma competição na qual gostaria de ver os quatro campeões.

Bom, chega de papo furado. Terça e quarta foram disputados os jogos de ida. Se liguem no que rolou:


NACIONAL QUERIDO 2 x 0 DEFENSOR - Nada pode ser mais querido que o Nacional. Desde que debutou no mata-mata os paraguaios sorveram-se fartamente na fonte da copeirice. Tanto, mas tanto, que podem sonhar alto com o título. Nem mesmo a parada para a Copa foi capaz de abalar o excelente momento da defesa nacionalófila. Azar dos Violetas, pois o Nacional, como se não bastasse o busão Foz-Ciudad del Este estar devidamente estacionado em frente a área, soube ajustar seus ponteiros lá na frente. Prova disso é a vitória por 2 a 0 ter custado barato ao Defensor. Apesar da penca de gols perdidos, essa vantagem pode ser suficiente para levar o Nacional à final. 

Contudo, do outro lado tem uma equipe que já deu aula magna de artes cênicas ao fingir-se de morta e enganar o coveiro diante do The Strongest. Naquela ocasião deu-se exatamente o mesmo. Derrota lá por dois gols, devolução do resultado em casa, com a tomada da vaga nos pênaltis. O bom ataque violeta deu tilt nesta partida. De Arrascaeta esteve um pouco abaixo. Gedoz, o mais lúcido da equipe, carimbou a trave mas não teve forças para carregar outros 10 companheiros. Nem o talismã Nico Oliveira diminuiu a contagem. 

Não mudo meu palpite (Defensor), mas a consistência defensiva nacionalófila me fazem crer que já errei.


SAN LORENZO 5 x 0 BOLÍVAR - É possível afirmar com alguma segurança que a última equipe que abriu 5 ou mais gols na semifinal acabou campeã do torneio então em disputa. Em termos de Libertadores não dá para se cravar tal prognóstico, no entanto, podemos descer do muro com certo conforto e dizer o que salta aos olhos: O Papa está na final. 

Na busca de explicações para o atropelamento, fico com a versão extra-oficial emitida pela assessoria de imprensa do Sumo Pontífice a qual sugere que Seo Chico realizou uma novena excepcional ao longo daqueles 90 minutos, aparentemente com evidentes segundas intenções.

Goleadas, principalmente a essa altura do campeonato, ao meu ver, devem ser analisadas isoladamente uma vez que não se trata de praxe corriqueira. Todavia, não tem como não olhar para esse resultado, checar os demais convidados para esta festa VIP e ponderar que pode ter sido um sinal divino de atendimento aos pedidos de Francisco.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

O Conde da Granja Comary

Dunga voltou. Aquela coletiva água-com-açúcar não me engana, não. Os sorrisos e comentários descontraídos - por vezes até revidados por um ou outro jornalista - não vão me enganar, Dunga. Eu sei que por trás daquela cara de "rá! olha quem voltou?! chupa todo mundo!" tem um sujeito carrancudo e sedento por vingança. E no que precisar, meu chapa, tamo junto!

Sei que sou minoria. Somos poucos mas estaremos contigo. Esquece esse papo de torcida padrão FIFA ou de patriotismo de Copa do Mundo. O que eles querem é comemorar uma estrela no peito ou queimar culpados na fogueira em caso de derrota. Estou falando de torcida mesmo, aquela parada que só sentimos pelo nosso time do coração.

Lembra o caminho até 2010, Dunga? Lembra? Puta merda, meu amigo, você e aquele seu Catado Mecânico me levaram à loucura! Seu estilo me cativou. Resgatou meu amor pela Seleção que estava em coma profundo desde 1994. Juro, Dunga, eu nunca me recuperei bem do fiasco de 96, por isso perdi totalmente o encanto da equipe da CBF/Nike, mesmo com o penta anos depois.

Tua postura de trancar treino, boicotar privilégios, manter jogadores de nível médio e pra lá de duvidoso em prol do grupo e de um sistema de jogo que estava longe de ser futebol-arte, mas era letal, enfim, fazer com que no meio de tanto business a Seleção jogasse com traços de garra e vontade, cara, foi foda.

Aliás, esse papinho saudosista de futebol-arte é uma grande bobagem. No fundo, queremos vencer não importa como, a que custo. Ficar tocando bola pra lá e pra cá é, literalmente, bonito? Nem a pau! Mas gostam de lamber o saco da Espanha porque dominaram seus jogos, envolveram os adversários e convenientemente esquecem que sua campanha foi bem enxuta ofensivamente. 

É bem verdade que essa Alemanha aí é diferente. Além de tocarem bem a bola, sabem como atacar e fazer o tal "futebol-arte" que jornalista adora encher a boca pra falar. Eu mesmo gosto muito dessa geração alemã. Reconheço nela uma versão modernista de futebol-arte não somente pelos acachapantes 7-1 ou pela forma como construiu a campanha do tetra. É resultado de muito comprometimento, estudo, dedicação...trabalho mesmo, sabe?

Só que estou preocupado, Dunga. Temo que não temos jogadores para te ajudarem nesse re-resgate da Seleção. Não há mais Elanos para laborar com afinco na meia-cancha. Nem os Robinhos ou Júlios Baptistas da vida que, sabe-se-lá-como-ou-por-que, insistiam em fazer bons jogos com o manto amarelo de modo a acumularem convocações merecidas pelo que produziam juntos, independente do que faziam ou deixavam de fazer onde jogavam.

Agora você vai ter um indispensável Neymar. Não esquente com quem se preocupa em como jogaremos sem ele. Todo mundo sabe que a Argentina depende de Messi, Portugal de Cristiano Ronaldo, a Colômbia de James Rodríguez, ou seja, é óbvio que é complicado. Evidente que qualquer time perde sem seus grandes astros. Porém, tente treinar aí algum plano B, pra acalmar o povo que clama pela sua cabeça há 4 anos.

Não me importa se você vai ficar de bem com a imprensa, nem se vai continuar convocando o Fred, o Hulk, o Ramires, seja quem for, só me prometa que vai colocar em campo 11 homens. 11 indivíduos capazes de entender que futebol exige respeito com o jogo, com o adversário e com os fãs. 11 atletas que deixem algo além de suor, chuteiras coloridas e penteados excêntricos em campo. Você me deu um voto de confiança para acreditar na Seleção, Dunga. Agora chegou a hora de retribuir esse trato. O hexa começa agora.



segunda-feira, 21 de julho de 2014

Brasileirão-14 - Rodada #11

11 rodadas e 33 pontos em jogo se foram. Essa rodada prestou um pequeno desserviço ao campeonato. O líder já ensaia seu distanciamento natural da ralé, em que pese a briga pelo G-4 esteja fervendo. Lá embaixo, bom, a coisa segue feia e indefinida, ainda bem.


CERVEJA GELADA

CRUZEIRO - Creio que essa será a última vez que coloco o Cruzeiro no "Cerveja Gelada". Afinal, toda rodada eles estão aqui! Como todo mundo sabe que o Cruzeiro deve deitar e rolar nesse Brasileirão, guardemos os louros para a rodada que vier o título. Sim, falta muito ainda, mas parece bem perto da Toca da Raposa novamente. Ah, os três pontos da vez vieram contra o Palmeiras, no Pacaembu, triunfo por 2 a 1.

ATLÉTICO PARANAENSE - O Furacão engatou a terceira vitória consecutiva no Brasileirão e alcançou o bando dos 5 clubes que hoje contabilizam 19 pontos. Os 2 a 0 sobre o Criciúma, bom destacar, colocam o Atlético no G-4.

GRENAL - A dupla gaúcha venceu e ambos integram a patota dos 19 pontos. O Inter aplicou impiedosos 4 a 0 no Flamengo, ainda lanterna. E o Grêmio venceu o Figueirense, fora de casa, por 1 a 0.



CERVEJA QUENTE

SÃO PAULO - Mais de 40 mil torcedores presenciaram o vexame tricolor no Morumbi. A derrota para a Chapecoense por 1 a 0 deixou o São Paulo 6 pontos atrás do líder e fora do G-4. 

ATLÉTICO MINEIRO - Empatou em casa com o Bahia por 1 a 1. Está perto da bagunça mas se tivesse feito a lição de casa poderia tumultuar mais a tábua de classificação.

AGRESSÃO - André Santos, lateral do Flamengo, foi agredido por torcedores do seu time após o atropelamento sofrido contra o Inter. Sempre lamentável. Por mais que o momento do jogador seja ruim, não vai ser meter porrada no camarada que vai fazê-lo jogar bem. A tendência é que seu rendimento caia ainda mais. Aliás, não é improvável que todo o time sinta o baque pelo colega e faça o Flamengo iniciar uma bela arrancada rumo à Série B.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Brasileirão-14 - Rodada #10

A Copa do Mundo é igual aquela ex-namorada-amante-caso-o-que-for que aparece de tempos em tempos, rola uma recaída, a gente jura que não vai mais acontecer mesmo sabendo que vai e esperamos com uma certa expectativa esse dia.

Nosso amor de verão - ou inverno, para os mais meteorologicamente críticos - se foi e voltamos aos braços da nossa amada.

A 10ª rodada do Brasileirão foi boa e já causou certa bagunça na tabela logo de cara.

Eis os destaques:


CERVEJA GELADA

SPORT - Na Ilha do Retiro, o Sport bateu o Botafogo e manteve a equipe carioca flertando perigosamente com o rebaixamento. Mais que isso, os pernambucanos enfileiraram mais destaques! A começar pelo golaço de Neto Baiano. Pouco depois do meio-campo, fez o tal gol que o Pelé não fez. Encobriu o goleiro e fez o senhor gol da partida. E vai além. A vitória colocou o Sport no G-4, exatamente na 4ª posição, com 17 pontos.

CRICIÚMA - Às vésperas da Copa, o Criciúma perdeu 3 pontos no tapetão, sabiam? Pois é. Pela escalação irregular de Cristiano na derrota para o Goiás por 1 a 0 lá na segunda rodada. Mas, tudo bem, quem tem Paulo Baier pode dormir tranquilo. O Tigre recuperou com juros esses 3 pontos em grande atuação do interminável meia, autor de dois gols e uma assistência precisa na vitória por 3 a 2 sobre o Fluminense, em Santa Catarina. Os carvoeiros voltam aos 11 pontos, 4 à frente do Z-4, e vão para a 13ª posição.   

LÍDERES - O Cruzeiro segue nadando de braçada. Manteve sua vantagem de 3 pontos para os vice-líderes ao bater o Vitória por 3 a 1, no Mineirão. Ricardo Goulart guardou um, salvou meu cartola e assumuiu a liderança da artilharia com 6 gols. Fungando no cangote da Raposa chegam Corinthians e São Paulo, empatados com 19 pontos. O Timão finalmente venceu na sua nova Arena! 2 a 1 sobre o Internacional, que despencou para 8º. Já o Tricolor foi encarar o Bahia e trouxe 3 pontos da Nova Fonte (de gols) Nova. 2 a 0, com gols de Rogério Ceni, de pênalti, e outro do estreante Alan Kardec.

SANTOS - Menção honrosa ao Peixe! Venceu o clássico contra o Palmeiras na Vila Belmiro por 2 a 0, gols de Bruno Uvini e Alisson. O Santos encosta no G-4, em 5º, mesma pontuação de Sport. 



CERVEJA QUENTE

CORITIBA - Recebeu o Figueirense e deu uma força para o ex-lanterna do Brasileirão. Perdeu por 2 a 0 e ainda viu o ex-lanterna igualar os 7 pontos, mas ultrapassá-lo na tabela pelos critérios de desempate. Interessante que todos no G-4 possuem 7 pontos com somente 3 times à frente numa distância de menos de 3 pontos. Ou seja, nada está perdido e vem tumulto do bom por aí.

FLAMENGO - Nesse Brasileirão tudo indica que o Mengão será figurinha carimbada aqui no Cerveja Quente. Derrotado em casa para o Atlético Paranaense, 2 a 1. Perdeu Samir, autor do gol, machucado. Para piorar, assumiu a lanterna do campeonato! Nuvens negras na Gávea! O risco de rebaixamento começa a se mostrar razoável.

GRÊMIO - Empatou em casa por 0 a 0 com o Goiás. Nem a estreia de Giuliano ajudou o Tricolor Imortal a acompanhar a evolução na parte de cima da tabela. Essa oscilação já permite dizer que o G-4 será o céu gremista esta temporada.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Todo carnaval tem seu fim

Os dois últimos dias de Copa não poderiam ser menos surreais que tudo aquilo que aconteceu no último mês por aqui. 

O mini-atropelamento promovido pela Holanda na disputa pelo terceiro lugar foi a última pá de cal sobre nossas cabeças. Incontestáveis 3 a 0 numa Seleção que se perdeu em algum lugar entre o segundo tempo da partida contra a Colômbia e o início do jogo com a Alemanha.

Novamente jogamos mal. O abatimento era esperado, óbvio. Contudo, um abatimento tamanho a ponto de permitir uma nova derrota sonora ninguém esperava. Cada um de nós esperava que se fosse para perder, que fosse lutando, jogando dignamente. Pfff...

À medida em que a Holanda abriu fáceis 2 a 0 ficou no ar a iminente goleada que não veio. Mortos e visivelmente perdidos, o Brasil sequer esboçou ameaçar o adversário. Outra partida ridícula para coroar um catado capaz de sofrer 10 gols e 2 jogos.

Enquanto cambaleamos à procura de um rumo e tentamos encontrar um remédio para essa doída ressaca, voltamos nossas atenções para a grande final. 

Para nossa alegria - ou sorte - a Alemanha confirmou o favoritismo virtual que a trouxe até aqui. 

Uma final tensa, bem (ou mal, a depender do ponto de vista) disputada. A Alemanha esteve muito abaixo de seu potencial real e contou com a proteção de todos os orixás baianos. Somente eles podem ter feito Higuaín perder um gol daqueles. Aliás, o que mais poderia explicar a bola de Messi ter triscado a trave e não ter entrado por milímetros? E aquela pane cerebral que Palácio sofreu na prorrogação justo na área, frente-a-frente com Neuer?

Surreal. A Argentina, que se resumia a Messi e mais 10, levava mais perigo efetivo àquela Alemanha moderna e letal. 

Mas história é história. Schürrle, bem limitado ao meu ver, depois de perder boa chance, puxou um ataque pela esquerda e cruzou. A pelota encontrou o gigante Götze, de assustadores 1,70m aproximadamente. Livre no meio da zaga, o garoto matou no peito e, de canhota, livrou nossa cara.

O gol de Götze premia o trabalho bem feito. Comprometimento e seriedade resgataram o futebol alemão. Prova disso foram as constantes presenças nas fases decisivas dos campeonatos que disputou. O investimento na base e consciência de que o resultado não virá a curto prazo. A manutenção da filosofia de jogo, de trabalho, desde a presença de Low como técnico a quase 10 anos até ver que Neuer, Lahm, Schweinsteiger, Özil, Podolski, Khedira, Klose, Kroos estão jogando juntos há um puta tempo. 

Götze botou um sorriso de alívio em nossa cara. A Alemanha nos havia imposto a maior vergonha de nossa história, ora! Esse feito corria o risco de ser potencializado com um eventual título argentino em solo brasileiro. Dá pra ter noção disso? 

O apito final tirou o peso de nossas costas, porém não o desgosto. Esse título alemão nos escancara o que está errado em nosso futebol e, ao mesmo tempo, indica a fórmula de como fazer as coisas de um modo decente, competente. 

Agora deixa eu dormir. Obrigado, Alemanha! Obrigado, Götze! 






quinta-feira, 10 de julho de 2014

Inexplicável

Eu ainda não sei o que aconteceu ou o que pensar. Dentro de uma derrota dessas, 7 a 1, é da nossa natureza buscar justificativas e explicações minimamente plausíveis para nos confortarmos. Na onda justiceira que passamos, a trupe de caça a culpados também está a postos. Até aqui, Felipão vem sendo o grande bode expiatório. Há tantos outros, é verdade. Mas é certo que não há muito o que ser dito, em que pese nossa eterna mania insistente de tentar.

O placar em si abre uma gama infindável de "se". Se o Neymar isso, se o Thiago Silva aquilo, se o Felipão escolhesse Fulano em vez de Beltrano, se o Fred não sei o que. Só que o resultado está aí e temos que trabalhar com o que temos. Isto posto, a primeira grande certeza - que só pode ser empiricamente comprovada com a bola rolando - é que Scolari cagou.

Num primeiro momento me iludi, confesso. Pensei que a entrada de Bernard, por mais improvável que fosse, talvez se configurasse a mais razoável considerando sua velocidade e habilidade serem as mais anos-luz próximas as de Neymar. A aposta de Felipão na manutenção da distribuição ofensiva e no modus operandi da defesa que, mesmo com a constante oscilação da equipe durante os jogos, bem ou mal, funcionava, me fez dar ao treinador 11 minutos de crédito.

O erro ganhou proporções astronômicas diante do óbvio ululante. A Alemanha era mais forte no meio-campo tanto tecnicamente quanto fisicamente. Além disso, isolou Bernard na ponta, largou Oscar sozinho no meio para marcar como não sabe e criar/apoiar como não conseguiu durante toda a Copa. Ou seja, quis manter a tática mudando a tática, o que nada mais é, em português claro, do que uma puta cagada. 

Toda essa conjuntura de más escolhas também passa pela inversão de posição de David Luiz. Isso pode explicar seu erro no primeiro gol alemão. Escanteio batido, a movimentação do cada-um-no-seu falha, Müller recebe sozinho e manda pro gol. Em seguida, uma série de erros em cadeia resultam numa goleada-relâmpago inacreditável.

Fernandinho erra a antecipação na jogada do segundo gol, Marcelo não dá combate, Maicon não acompanha Klose, gol. Cruzamento no setor de Marcelo, a bola atravessa o universo até encontrar Kroos livre. O defensável chute - já que Júlio César chega a tocar na bola - entra. De resto, como explicar os gols surgindo em progressão geométrica com direito a tabelinhas dentro da nossa área? Precisa falar do sexto gol e do chute despretensioso que culminou no sétimo? 

Oscar ainda teve a pachorra de fazer um gol. E o maldito costume nos obriga a chamá-lo de "gol de honra", é mole? 

Lá se vão quase dois dias do ocorrido e ainda não sei como reagir, o que pensar. Tudo parece demasiado simplório. Jogar a culpa toda no Felipão, na má jornada dos jogadores, na lesão do Neymar, no PT, nas estrelas. O Brasil tomou 7 a 1, em casa, a maior derrota da sua história, o meu Maracanazzo e eu realmente não sei por que isso aconteceu, como aconteceu ou mesmo como eu deveria reagir a isso.

Há um turbilhão de emoções que passeia entre a humilhação, a raiva, a incredulidade, a resignação até se perder num enorme vazio. Vai ver todos esses sentimentos se anulam com intuito de servir (ou pelo menos deveria servir) de incentivo para analisarmos definitivamente tudo que acontece no nosso futebol, identificarmos os pontos críticos e promover uma reformulação definitiva.

Quem sabe seja isso. Agora é o momento de buscar resgatar o futebol para que volte a ser mais futebol e menos business. Apontar, por exemplo e a princípio, onde estão os principais equívocos na formação dos jogadores e por que eles são tão mal desenvolvidos taticamente e, sobretudo, tecnicamente. Afinal, o caboclo só pensa em encher o rabo de dinheiro e jogar na Europa ao mesmo tempo que ele mal consegue chutar decentemente com ambas pernas. 

Lá no fundo sabemos que dentro desse jogo brutal de interesses negociais instalado ferozmente nos meandros boleiros tal ideia é mera utopia. No entanto, é preciso tomar alguma providência - aliás, qualquer providência - não somente para que outra humilhação dessas não se repita. Mas para que algo seja feito como prova de que aprendemos com as imbecilidades da vida e estamos realmente interessados em resgatar nossa dignidade futebolística perante o mundo. 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A dois passos do paraíso

Estamos a dois jogos de conhecer o novo campeão mundial. Podemos levantar o hexa em casa e exorcizar o fantasma do Maracanazzo. Ou ver a Argentina conquistar o tri em nossas terras. Quem sabe o tetra alemão ou o título inédito da Holanda.

Pra variar, eis meus pitacos. E seja o que deus quiser.


BRASIL X ALEMANHA - Em meio a tantos palpites furados, minha aposta em ver o Brasil entre os quatro melhores se confirmou. Aos trancos e barrancos, aqui estamos. Perdemos Neymar. E não teremos o ótimo zagueiro Capitão Chorão, suspenso. Teremos (?) Fred, o instável Oscar, o imprevisível Hulk e sabe-se-lá-quem no lugar de Neymar. Talvez Bernard. Possivelmente William. Provavelmente Daniel Alves na lateral e Paulinho mantido no time formando uma trinca de volantes. Independente da escolha de Felipão, novamente o emocional, o psicológico dos jogadores e todas nossas velhas deficiências irritantes serão postas à prova contra os alemães. 

Alemanha. Ah, Alemanha. Regular, cirúrgica e bipolar. Capaz de golear Portugal, passar sufoco contra Gana, sofrer para bater a Argélia e eliminar a França de maneira protocolar. É uma Seleção segura, sólida. Mesmo quando deu asas à bipolaridade foi bem. Sua maior preocupação é se Lahm vai jogar na lateral ou no meio-campo, e onde ele jogar, vai corresponder. Isso lá é problema? Sem grandes astros mas com bons jogadores em cada posição. Vive um bom momento e chega fortalecida nessa semifinal. O triunfo sobre os franceses veio na boa, sem muita emoção. Levou alguma pressão no final, desperdiçou uns contra-ataques mas longe de ser uma partida cardíaca.

Estamos no limite. Fred pode desde desembestar a marcar 3 gols amanhã a repetir as atuações pífias de praxe. Dante é bom zagueiro, porém, nada paga o entrosamento de Thiago Silva e David Luiz. Minto, paga sim, pergunta lá pro PSG. Oscar fez aquele gol perdido contra a Croácia e só. E, sem Neymar, a reação da equipe em campo é inimaginável. A perda de força ofensiva, onde tudo passava pelo garoto, é evidente. Não duvido que o Brasil jogue para não perder. Jogue por uma bola. No contra-ataque, quem sabe. Por outro lado, lembro, mais uma vez, que a Alemanha está batendo na trave desde 2002. Será sua terceira semifinal de Copa do Mundo consecutiva. Perdeu as outras duas. Por essa sina maldita não me faz crer que a Alemanha novamente ficará fadada a disputar o terceiro lugar.

Palpite: Brasil 0-2 Alemanha


HOLANDA X ARGENTINA - Não levava muita fé nessa Holanda aí. E eis que chegam novamente nas semifinais. Esbanjaram força na fase de grupos. No entanto, deram sinais de fraqueza nesse mata-mata. A bela virada contra o México mascara o mau jogo que fizeram. Já nas quartas, o contrário. A Holanda martelou, martelou, carimbou a trave três vezes, Navas fez 786 milagres, só que não teve jeito: precisou dos pênaltis para despachar a Costa Rica. 

A Argentina está diferente. Esperava-se que Messi seria o líder de um ataque avassalador, intimidador e insinuante, capaz de limpar a barra daquela defesa meio medonha que ostentam de uns bons anos pra cá. Mas, curiosamente, em que pese Messi estar sendo decisivo com passes ou gols, seu desempenho vem bem abaixo do que se esperava. Sim, dele esperávamos um pouco mais que gol ou assistência no final do jogo. Queríamos mais gols e jogadas desconcertantes. O ataque não encanta, ao passo que a defesa dá seus sustos mesmo sendo forçoso reconhecer sua eficiência. Os hermanos tiraram Suíça e Bélgica na conta do chá. Dois protocolares 1-0. 

O lance é que eu não acredito nessa defesa argentina. Permaneço com aquela impressão de que cedo ou tarde vão entregar a rapadura como foi exaustivamente levantado por vários profetas do apocalipse. A rigor, será o primeiro grande teste dessa zaga no Mundial contra um ataque veloz e perigoso, à atual maneira holandesa, claro. Messi vem atuando de maneira estranha. Parece recusar o protagonismo que lhe foi conferido por natureza, ao mesmo tempo em que segue genialmente decisivo. Por seu turno, a Holanda vem no velho estilo de quem se faz de morta para enganar o coveiro. Compacta atrás, perigosa na frente. Sei não, vem barulho grande aí. 

Palpite: Argentina 1-2 Holanda

O direito ao fracasso

Última semana de Copa. Passada a euforia dos jogos das quartas e já sentindo na pele a ansiedade pelas semifinais vejo que a aura de dúvidas e questionamentos que perambulou a Seleção durante todo o Mundial acaba por criar o clima perfeito para que o Brasil tenha o direito de perder, fracassar. Tudo isso, claro,  só nos foi possível enxergar graças à joelhada de Zuñiga. 

Todo nervosismo foi deixado de lado dentro do campo. Temporariamente. Paulinho herdou a vaga de Luiz Gustavo, suspenso, e Maicon veio reforçar a lateral no lugar de Daniel Alves. E Thiago Silva parecia predestinado à glória e redenção quando marcou logo aos 6 minutos. À frente do placar, a Seleção conseguiu de certo modo neutralizar bem as investidas cafeteras com sucesso.

David Luiz, de falta, um golaço, ampliou aos 22 do segundo tempo e, finalmente, parecia que o Brasil tinha se encontrado. Era aquela vitória para dar moral e passar aquele recado ao mundo de quem manda nessas bandas. Até mesmo aquele cartão amarelo bobo para o Capitão Chorão minutos antes não seria mais sentido.

Mas, àquela altura, perdido por 2, perdido por 10. A Colômbia se lançou ao ataque e o tal James Rodríguez diminuiu, de pênalti, aos 34. 

Dali em diante o Brasil não foi mais Brasil. Apesar da gana em se defender, os contra-ataques eram incrivelmente descoordenados, burros mesmo. Durante a eterna briga naqueles minutos infinitos de deus-nos-acusa, a bola se ofereceria para Neymar. Zuñiga chegou forte, por trás, para matar o lance potencialmente fatal. 

Enquanto Oscar carregava a bola inutilmente para o ataque até que a defesa colombiana desse cabo da situação, Neymar estava estendido no chão. Dessa vez não era mais uma valorização da falta, que passou impune. Não pela lei da vantagem, correta, mas bem que o juiz poderia ter voltado lá e levantado o amarelo pela truculência exagerada.

A fratura na terceira vértebra lombar tira Neymar da Copa. O jogo acabou, o Brasil classificou e não há mais Neymar. Malhar Zuñiga, além de burrice, é desvio de foco para nossos problemas. Falta feia mas de jogo. Acontece toda hora. Todo marcador brucutu vem e dá o tranco. O joelho levantado ou abaixado não importa. Era um contra-ataque, a bola vinha ali pronta a ser dividida, enfim. 

Não ter mais Neymar, único diferenciado do elenco, alimenta aquele sentimento esquecido 20 dias atrás de que não somos imbatíveis. Sabemos o quanto Fred é um cone inoperante no ataque, nos acostumamos a odiar os apagões de Oscar e a tremer nas bases a cada investida inimiga sobre nossos laterais. Lembramos de como Hulk é terrível nas finalizações e de não termos opções de qualidade para sanar esses problemas.

Assumimos um risco em depositar todas as fichas naquele profeta de bigode e no menino de moicano. Restou agora o papel de torcedores. De torcer para que Dante ou Henrique ou seja lá quem não diminua a qualidade de nossa ótima defesa e que William ou Bernard cumpram seus deverem a contento.

Por isso, a atmosfera de otimismo no hexa começa a preparar o cenário para uma queda. Honrosa, porém, lá no fundo, esperada.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Quartas de meudeusdocéu

Sexta e sábado vão rolar as quartas-de-final da Copa. E aqui vão os meus pitacos sobre os jogos:


BRASIL X COLÔMBIA

O Brasil fez das tripas coração para estar aqui. Aquela ilusória goleada sobre Camarões não foi capaz de fazer a equipe se encontrar e engrenar e passar confiança rumo ao hexa e choro e emoção e aquela coisa toda que tudo mundo tá careca de saber. Passou um aperto danado contra o Chile vindo a classificar-se nos pênaltis. Sem Luiz Gustavo, a preocupação de Felipão é em como ajustar a defesa contra o veloz - e eficiente - ataque colombiano. A tendência é que Paulinho volte ao time e, juntamente com Fernandinho, corram o meio inteiro para acompanhar a correria cafetera e tentar uma transição mais rápida, explorando espaços deixados nas subidas de Cuadrado, Zuñiga, Armero, James Rodríguez e cia. Mas não está descartada a entrada de Dante na zaga para liberar David Luiz para avançar como volante e fechar como zagueiro. Ou colocar Henrique para fazer essa função e manter David onde está. Um Felipão cheio de dúvidas, Oscar, Fred, Hulk e Daniel Alves na mira da torcida, equipe com emocional à flor da pele e jogando muito aquém de seu potencial, completamente refém de Neymar resume a situação atual da equipe.

A Colômbia é a única seleção que sobrou até o momento. Sobrou na primeira fase e despachou o Uruguai por 2 a 0 sem maiores dificuldades. Como dito, é um time veloz de franca vocação ofensiva. Levaram apenas dois gols até aqui, mas isso não sugere que seja uma defesa tão eficiente já que não foi lá muito bem posta à prova. Sofreu um gol de Costa do Marfim e outro do Japão, pra se ter uma ideia. Contudo, joga um futebol regular, com James Rodríguez voando (atual artilheiro isolado com 5 gols), ofensivo até a tampa e atravessa grande fase. Tudo isso contrasta com a falta de tradição e camisa em Copas do Mundo.

Palpite: Tentado a apostar na zebra cafetera, me rendo ao peso da camisa que enverga varal: Brasil 2-1 Colômbia


FRANÇA X ALEMANHA

A França veio desacreditada. Aí mostrou que seu ataque vai muito bem, obrigado, mesmo sem Ribéry e Nasri. O meio-campo muito bem organizado por Deschamps tem Cabaye e Matuidi equilibrando a defesa e auxiliando com competência o ataque. Contra a Nigéria, a vitória por 2 a 0 veio depois de muito martelar o gol africano. Não foi uma partida fácil ou favas contadas como parece. Entendo que vem motivada mas não encarou um grande desafio. Sofrer para derrotar a Nigéria e aquele empate modorrento com o Equador dão sinais de que os bleus não são lá muito confiáveis.

Quem começa a ser vista com desconfiança é a Alemanha. Embora conte com bons nomes em todas as posições e, ao meu ver, seja uma equipe bastante regular, sofreu demais para vencer a aguerrida Argélia. O triunfo por 2 a 1 veio somente na prorrogação. Deu alguma sopa para o azar mas foi melhor e, fosse mais competente, teria matado o jogo no tempo normal. A Alemanha mostrou força ao golear Portugal (mesmo que a qualidade de Portugal seja discutível e que a expulsão tenha contribuído para o resultado final, 4-0 foi um exagero de bola) e soube lidar com a pressão no empate bem jogado contra Gana e em ter nervos no lugar para despachar a Argélia. 

Palpite: Alemanha 1-0 França


HOLANDA X COSTA RICA

Um duelo surreal. A eterna Laranja Mecânica passeou na primeira fase em um grupo muito forte. 3 boas vitórias com direito a goleada sobre a Espanha. Contudo, suou sangue para eliminar o México. Perdia até os 42 do segundo tempo, quando Sneijder lembrou que tava tendo Copa e empatou. Nos 48, Huntelaar converteu pênalti sofrido por Robben, outro que tá arrebentando esse Mundial. Virada e amplo favoritismo contra a Costa Rica.  

Maior surpresa dessa Copa - mais até que a tal Melhor Geração Belga - a Costa Rica foi a foice do grupo da Morte, por mais surreal que isso pareça. Venceu Uruguai, Itália, amarrou um 0-0 com a Inglaterra e deu-se o luxo de testar o coração de seu torcedor. Ganhava da Grécia até os 45 do segundo tempo por 1 a 0, quando levou o empate. Com um a menos durante boa parte do segundo tempo, a Costa Rica segurou-se bem e eliminou os gregos nos pênaltis (5-3). Deu aulas magnas nessa Copa de organização, respeito, oportunismo e até cobrança de pênaltis. 

Palpite: A Melhor Geração Costarriquenha que me perdoe, mas eu não consigo imaginar essa zebra indo mais além. Holanda 3-0 Costa Rica.


ARGENTINA X BÉLGICA

Seguindo a filosofia do sofrer para avançar, a Argentina também empenhou parte da alma para classificar-se sem as penalidades. A vitória por 1 a 0 sobre a Suíça saiu dos pés de Di María aos 12 do segundo tempo da prorrogação. A Argentina ainda viu sua trave balançar no último lance de jogo. Ao longo dessa Copa a Argentina não foi a Argentina que se esperava. Em que pese as 4 vitórias, a dependência de Messi e os constantes sustos defensivos e apagões de Higuaín levantam a sobrancelha de todos para essa equipe.

A famigerada melhor geração belga chegou até onde se esperava. Mesmo com bons talentos individuais, não é um time empolgante, fica a sensação de que muito se falou e pouco se viu essa equipe fazer. Até fez uma boa partida contra os EUA mas também sofreu um tanto para avançar. Howard pegou até pensamento, porém não conseguiu evitar a queda americana por 2 a 1, todos os gols na prorrogação. 

Palpite: Argentina 2-1 Bélgica