domingo, 26 de fevereiro de 2012

Um autêntico CHOQUE-Rei.

Mais um domingo de sol, calor e clássico no Campeonato Paulista. Na senegalesca Presidente Prudente, Palmeiras e São Paulo disputaram um eletrizante Choque-Rei.

Com Lucas, que rendeu uma baita dor de cabeça à Juvenal Juvêncio nos últimos dias para liberá-lo, o Tricolor buscava reabilitação após a derrota no clássico contra o Corinthians. Aliás, jogar clássico tem sido motivo de muita preocupação no Morumbi. Nos últimos dois anos, poucas vitórias e uma série de atuações desastrosas.

Pelo lado palestrino, uma vitória poderia coroar a evolução do trabalho de Felipão, que ainda molda o Palmeiras à espera de Valdívia, Roman e, provavelmente, Wesley. Embalado com o triunfo sobre o Peixe no mesmo estádio, o Verdão contava com a bola parada e Barcos para surpreender.

E foi a bola parada, tão temida pelo instável São Paulo, que inaugurou o placar logo aos 5 minutos. Para variar, o Palmeiras alcança o gol valendo-se deste expediente. Já o Tricolor aproveitou a oportunidade para sofrer mais um gol desta modalidade. Falta na entrada da área pelo lado direito. Assunção e Daniel Carvalho no lance. Denis arma a barreira para cobrir o seu canto esquerdo. Daniel vem na bola, bate por fora da barreira, rasteiro e a bola morre no canto defendido por Denis.

Presumo existirem duas regras básicas universais para goleiros: 1-) bola na pequena área é dele; e 2-) tomar gol de falta no canto que você opta defender é falha estúpida. Denis falhou e comprometeu o início de jogo do São Paulo. Leão deve ter esboçado ligeiro sorriso. Explico já já.

Até a parada técnica, com uns 20 minutos de bola rolando aproximadamente, o jogo ficou meio morno. Na volta, o Tricolor melhorou. Lucas era o principal nome do time, embora jogasse praticamente sozinho. Jadson e Cícero estavam mais sumidos. Casemiro aparecia bem na frente com arremates de fora da área.

Aos 30 minutos, o São Paulo iguala o marcador. Casemiro avança pela esquerda e cruza para Cícero completar. A fase artilheira do meia contrasta com seu rendimento contestável na meia cancha. Contudo, novamente o Tricolor voltou a vacilar.

Pouco depois do gol, 7 minutos para ser mais exato, Barcos recebe na área. Paulo Miranda escorrega, Piris entra seco na jogada acreditando que o atacante chutaria. Ledo engano. Leve corte para a esquerda e chute firme para as redes: Verdão 2 x 1 Tricolor. Então, Leão deve ter feito uma cara de "não disse"? Agora explico o motivo para tais reações.

Vale lembrar que o treinador já se manifestou sobre a necessidade de querer mais uma opção para a lateral-direita e andou dizendo que gostaria de contar com mais um goleiro. Pois é. A diretoria foi atrás do promissor Douglas, detalhe: mesmo lesionado. Contudo, resolveu bancar Denis, reserva imediato de Ceni, que até o momento não havia demonstrado insegurança.

Porém, após dois jogos com falhas da dupla, a torcida reza para que o Reffis não falhe novamente e coloque Douglas em campo o mais rápido possível. Enquanto isso, a paciência com Denis vai se esgotando na medida em que a volta de Rogério parece cada vez mais distante. Entretanto, antes de crucificar o arqueiro é preciso calma. Sempre que entrou o arqueiro não comprometeu. Fez, inclusive, boas atuações. Pode ser apenas uma fase ruim, não pode?

Questionamentos à parte, Leão sacou Jadson, discretíssimo, e voltou com Fernandinho para o segundo tempo. Novamente o camisa 10 Tricolor deixou a desejar e, sinceramente, começo a desconfiar do seu potencial. Felipão manteve a formação vencedora e já que tinha o placar favorável, era só administrar.

O São Paulo melhorou um pouco. O Palmeiras trabalhava a bola à busca do contra-ataque perfeito e rondava a área, sem muito perigo. Errava passes ou se afobava e acabava perdendo a bola. E olha que Denilson à frente da área do São Paulo não era um cão-de-guarda que impunha medo.

Mas logo aos 10 minutos, a jogada que deixou o jogo realmente emocionante. Cortez recebe na esquerda, tenta o drible e Cicinho deixa o braço no lateral tricolor. Pênalti discutível, mas infantil. Por mais que o movimento do palestrino tenha sido meramente para girar o corpo, o braço denuncia a irregularidade. Willian José pegou a bola e não decepcionou. Bateu firme e igualou o marcador: 2 a 2.

Seis minutos mais tarde, Cícero, de falta, carimba o travessão de Deola. Na resposta, Maikon Leite isola tiro da entrada da área. Até a parada técnica, o São Paulo foi melhor, teve mais controle da bola e volume de jogo. Quando o Palmeiras chegou no ataque, tropeçava nas próprias pernas. Não era difícil rodear a área adversária, no entanto, as finalizações e os passes deixavam a desejar.

Leão trocou Casemiro por Rodrigo Caio. Felipão tirou Daniel Carvalho e colocou Patrik. 

Então Willian José protagonizou o 3º gol palmeirense. Não, não foi contra. 25 minutos da segunda etapa, Lucas escapa pela direita e encontra o centroavante livre. Era dominar, avançar e bater. Mas o autor do 2º gol tricolor errou o tempo da bola, o domínio e sua equipe pagou com o placar. No minuto seguinte, bola alçada na área, pane na alta zaga do São Paulo e a bola encontra o matador Barcos. Segundo dele no jogo e Verdão na frente: 3 a 2. 

Os Deuses do Futebol estavam impossíveis esta tarde e operaram um milagre. O canhoto Fernandinho, notório jogador de velocidade e corte seco, aquele que eu canso de dizer que é habilidoso, rápido e pouco inteligente, recebeu na esquerda, avançou e soltou a bomba de perna direita. A bola viajou firme no canto esquerdo de Deola. Belo gol Tricolor e tudo igual no placar: 3 a 3. 

A resposta palestrina não tardou. Marcos Assunção cobrou falta perigosa para boa intervenção de Denis. Cada descida era motivo de esperança e agonia para ambas torcidas. Deola fez duas boas defesas em falta cobrada por Lucas e cabeceio de Paulo Miranda. Felipão substituiu João Vitor por Chico e Maikon Leite por Ricardo Bueno. Com pouco menos de 5 minutos para o final, qualquer coisa podia acontecer.

Contudo, não aconteceu. A igualdade prevaleceu em um clássico realmente muito bom. Jamais um 3 a 3 será tosco. A partida refletiu o melhor da bola parada e cruzamentos palestrinos e do rendimento ofensivo tricolor. Por outro lado, confirma a péssima fase defensiva do São Paulo. Um meio-campo sem pegada e uma zaga em frangalhos com sérios problemas nas bolas aéreas preocupam demais.

No Verdão, entre reclamações sobre o pênalti e lamentações pelo gol espírita de Fernandinho, a zaga cochilou no gol de Cícero e o meio-campo precisa de acertos. Wesley pode ser a peça que falta para equilibrar a marcação e melhorar a qualidade do passe no setor, resta torcer por sua contratação. Entre mortos e feridos, se serve de consolo, o resultado manteve a invencibilidade da equipe no Paulistão.




5 comentários:

  1. Gabriel,

    Um 3 x 3 digno das tradições de tricolores e palestrinos .

    Achei justo o empate. Foi um grande jogo, pena que na prática não vale nada. Coisas desse estapafúrdico modelo de tabela adotado para o campeonato. Não seria muito melhor se fosse uma semi-final ou final de turno? Claro que seria.

    Eu também tinha criticado o fato do jogo ser em Prudente. Mas confesso que estava errado. Em São Paulo dificilmente teríamos um público com teve lá em Prudente. Sem contar que é muito mais gostoso de assistir, e muito melhor para o futebol quando as duas torcidas estão presentes no estádio.

    BLOG DO CLEBER SOARES
    www.clebersoares.blogspot.com

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  2. Análise sensacional...

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  3. Primeira vez que eu vi o João Vitor jogar bem. Aliás, fazia tempo que eu não via o Palmeiras jogar bem a maior parte do jogo...

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  4. e ah, o texto ficou muito bom biel!! e vai will HAHAHAHAHAHA

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  5. poooorra ... se eu dissesse que gostei do jogo seria no mínimo curinthiano!!!! kkkkk
    como um torcedor palestrino sai com um gosto de derrota deste jogo e com uma puuuta raiva desse fdp do fernandinho com esse gol espirita como já fora dito pelo dono do blog ... mas ainda dou uma respirada tendo em vista a temporada passada do verdão!!!!

    vamo q vamo!!!!

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