sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O São Paulo e a dificuldade em evoluir.

Quando o São Paulo anunciou Leão como treinador tinha um pensamento básico em mente: tirar os jogadores da zona de conforto. Banir aquele clima de resort dos treinos, acirrar a briga pela titularidade e renovar o brio de uma equipe, digamos, insensível.

O Tricolor fechou o ano com a sensação de que com uma boa pré-temporada poderia entrar nos eixos. Começa o Paulistão e o time alavanca 3 vitórias. Em termos de resultado, não quer dizer muito. Afinal, é o Paulistão, oras.

Mas o empate com o Guarani nesta 4ª rodada escancara alguns problemas que Leão terá que sanar - e rápido - para que o time possa dar um passo à frente e efetivamente credenciar-se aos títulos que disputar:

Liderança: Sem Rogério e sem Luís Fabiano não havia um líder. Ou melhor, alguém para agitar a equipe e deixá-la com perfil um pouco mais aguerrido. 

Zaga: Na partida de hoje, deu muitos sustos. Principalmente o estreante Paulo Miranda. No primeiro lance do jogo, gol do Guarani em falha generalizada do setor da direita à esquerda. Cortez salvou a noite ruim por ter participado efetivamente das tramas ofensivas. 

Meio: Wellington é ótimo marcador e tem um fôlego impressionante. Contudo, NÃO ACERTA UM PASSE. Como se sabe, é impossível ter um bom meio campo sem volantes que desarmem bem e saibam minimamente passar/distribuir a bola. Cícero alterna bons jogos com participações nulas. Casemiro idem. Denílson idem. Maicon entrou pouco, não quero tirar conclusões precipitadas. 

Neste caso, o torcedor respira aliviado ao lembrar que Fabrício e Jadson vão entrar no time. E Lucas é diferenciado, fato.

Ataque: O setor mais emblemático. Sinceramente, sem Luís Fabiano, é um dos piores dentre os times grandes. Hoje, Fernandinho deu demonstrações das suas três maiores virtudes: habilidade, velocidade e déficit intelectual. A capacidade que tem em passar pelos adversários e estragar contra-ataques, jogadas, desperdiçar finalizações é preocupante para quem é o virtual titular ao lado de Fabuloso. Osvaldo, ao meu ver, não é tão melhor que Fernandinho. Willian desencantou mas também não é um bom substituto. 

Observações: Ademílson é jovem, tem lá sua qualidade mas não merece ser avaliado tão a fundo quanto os demais do elenco. Rafinha entrou hoje e foi mal. Errou passes, perdeu bolas bobas...enfim, uma noite terrível para o São Paulo que, literalmente, achou o empate.

Leão: Sim, o próprio treinador precisa tomar cuidado em algumas alterações, especialmente quando se trata de um time desfalcado de suas principais peças. Contra o Bugre, mexeu mal. Sacou Willian e perdeu referência na frente. Depois tirou Fernandinho, que bem ou mal, era quem ditava o rumo do ataque. Enfim, comprometeu a reação da equipe e sobrou o empate. Uma leitura equivocada na Copa do Brasil pode custar classificação ou título...

Enfim, essas são minhas considerações sobre o São Paulo após o jogo contra o Guarani. No papel, um belo time, um ótimo elenco. Na realidade, um aproveitamento discutível, duvidoso e ilusório até certo ponto. 

No próximo post, como de praxe, os prêmios Cerveja Gelada e Cerveja Quente serão devidamente entregues.


3 comentários:

  1. Estive no estadio e concordo em quase tudo, porem devemos tambem ressaltar que os bugrinos encheram uma Kombi e vieram de Campinas para incentivar mais o seu time do que os infinitamente em maior numero tricolores que só se faziam ouvir nas vaias. Queremos um time aguerrido quando temos torcedores frios, o time é um reflexo disso.

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  2. Cheguei a me iludir com as primeiras contratações do ano, porém um time com Pires, Cicero, Fernandinho e Wilian não tem como vencer.
    Maicon é muito lento e Cortes só consegue aparecer quando Fernadinho não está em campo.
    Diferente de você meu amigo blogueiro enxergo Osvaldo muito superior ao Fernandinho.
    Estou seriamente preocupado.

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  3. Caros,
    Obrigado pelos comentários. Espero que continuem a acompanhar nossas postagens.

    Em tempo:

    - Anônimo 1: Concordo quando diz que o time é reflexo da torcida. Jogar em casa contra o Guarani e colocar apenas 9 mil pessoas é uma piada de mau gosto. Embora seja o Paulistinha, é preciso lotar a casa e prestigiar o time. Não houve apoio integral e a equipe só não entra na onda da acomodação porque Leão ainda não definiu com exatidão quem é titular e quem é reserva.

    - Anônimo 2: Partilho da mesma preocupação, independente do real nível do Osvaldo. Mas, como li não lembro onde (PVC ou Birner), Cortez tem mais presença física que Juan, e isso já faz a diferença.

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