segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Não foi garra, nem coração. Foi sorte.

Sábado tive a infeliz ideia de acompanhar ao amistoso entre Palmeiras x Ajax, no Estádio do Pacaembu. O que podia ser divertido e interessante do ponto de vista futebolístico transformou-se em um programa de índio em pouco menos de 40 minutos.

Não é novidade para ninguém que o Palmeiras atravessa sérios problemas administrativos, seja financeiramente, seja organizacionalmente. Porém, espanta a capacidade que sua apaixonada torcida tem em piorar uma situação já bastante crítica.

O incidente com Vagner Love, a novela Kleber e as sucessivas manifestações nem um pouco pacíficas deixaram o clima no Palestra Itália realmente insuportável. A dificuldade em contratar reforços não espanta diante de um cenário tão sombrio.

À margem de tudo isso, o Verdão recebeu o Ajax e jogou na cara da sua torcida qual será a tônica da temporada: mais sofrimento. A dificuldade em trocar 5 passes consecutivos e chegar com perigo ao ataque não é justificada somente pelo adversário ser um grande (hoje nem tanto) time europeu. A técnica de mais da metade do elenco alvi-verde sequer é questionável, chega a ser duvidosa mesmo.

A sorte ditou o rumo da partida. O Ajax desperdiçou, pelo menos, duas ótimas oportunidades no primeiro tempo. O Palmeiras 2012 buscou a estratégia de 2011 para surpreender e quase Marcos Assunção anotou de falta. No segundo tempo houve sutil melhora palestrina. Mas a afobação e a bem postada defesa holandesa impedia as tramas ofensivas.

Valdívia foi péssimo. O estreante Juninho deixou a desejar. Henrique não estava em uma tarde feliz. Para piorar, muitas vezes os volantes adversários carregavam a bola com tranquilidade da intermediária defensiva à ofensiva. Era uma brincadeira de mau gosto.

Quando tudo parecia perdido para um horrível empate sem gols, o Palmeiras saiu para o ataque, escancarando o meio-campo. No final da partida, Deola incorporou o Santo aposentado e fez duas excelentes intervenções. Era o fim? Não. 

No último suspiro do relógio, Luan escapa pela esquerda e levanta na área. A bola cruza quase toda a extensão da área, o goleiro não sai, o zagueiro vacila e Pedro Carmona aparece para cabecear e salvar o sábado de aproximadamente 25 mil palmeirenses. 

O gol tira o amargo do empate mas não disfarça o que houve durante todo o jogo. Felipão pode escalar o time como quiser. Com esse elenco, vai ter que jogar fechadinho e rezar. Muito.

3 comentários:

  1. Não vi o jogo, mas não foi uma, nem foram duas pessoas que me disseram que o Palmeiras jogou bem sim.. Que Valdivia, Cicinho e Carmona jogaram um bom futebol.. Isso aí ta parecendo intriga da oposição hein hahaha..

    Abraço

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  2. Essa foi a melhor (...rs): "A técnica de mais da metade do elenco alvi-verde sequer é questionável, chega a ser duvidosa mesmo."

    Levando-se em conta o fato de ser o primeiro jogo do ano, pré-temporada, a "qualidade duvidosa" do elenco alvi-verde e o Ajax estar no meio da temporada, a minha expectativa era de muito sofrimento pra porcada, mas me surpreendi com o desempenho do Palmeiras, os jogadores até se dedicaram bastante para um amistoso e mostraram bom preparo físico.

    Agora, se eu fosse torcedor do Ajax, eu estaria mais preocupado que os palestrinos...rs

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  3. Amigos, obrigado pelos primeiros comentários!

    Sinfa, o Valdívia, ao meu ver, matou o meio-campo. Deu dois chutinhos a gol para inglês ver e só. Perdeu bolas bobas, não fez a transição com qualidade, não fez nada! Cicinho foi bem mesmo. E o Carmona, bem, fez o gol, né? rs

    Mé, eu levei em conta o fato de que o Palmeiras entrou com o mesmo time que terminou o ano. As caras e o rendimento do time realmente deixaram a desejar. Claro que houve superação e a parte física parece que foi bem trabalhada. Mas tabelas e tramas ofensivas perigosas praticamente não existem. Vai depender de bolas paradas novamente, pode apostar.

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