terça-feira, 8 de maio de 2012

O porco subiu no telhado.

Desmanche não. Reformulação. É um termo mais pomposo e menos traumático para referir-se àquelas mudanças providenciais no elenco. O Palmeiras, que deixou bem encaminhada sua classificação às quartas-de-final da Copa do Brasil, passa por uma. A 12 dias do início do Brasileirão, seis atletas já saíram (o que comprometeu consideravelmente nossa Análise de Elenco, veja aqui) e nada de reposição. Sinal amarelo piscante pelos lados do Palestra...

Tinga, Gerley, Fernandão, Ricardo Bueno, Chico e Pedro Carmona foram os escolhidos para puxar a fila. Se o intuito era deixar o elenco mais enxuto, a diretoria acertou em cheio. Agora, se a ideia era substituir peças não muito boas por outras melhores não é o que parece até aqui.

Felipe, que estava no Mogi, volta de empréstimo. Mazinho e Fernandinho vieram do Oeste. Com todo o respeito aos recém-chegados, o Palmeiras hoje precisa de alguém que chegue, vista a camisa e resolva. Pá-pum! Para ontem. 

Podem surpreender e calar todos que observam suas qualidades com canto de olho? Sim. Só que uma coisa não tira a necessidade de outra. São rapazes que se destacaram em agremiações menores e, de repente, caem de para-quedas num clube grande, de torcida e diretoria apaixonadas sendo que ambas, invariavelmente, perdem o controle ou a noção em suas manifestações.

É bem verdade e merece a devida consideração que o momento financeiro do clube não permite extravagâncias. E isso, apesar de ir de encontro ao que disse acima, obriga o Verdão a fazer suas apostas. Só que me chama atenção o clube ter dispensado alguns atletas que, ao meu ver, seriam perfeitamente úteis dentro do elenco.

Fernandão, grandalhão, pouca mobilidade, referência na área. Pode não ter a estrela de um Washington e, mesmo contestado e na reserva, marcou 3 gols no Paulistão. Um deles na virada contra o Santos. No aperto, joga ele na área! Segura até o final da temporada ou até encontrar alguém melhor, com as mesmas características.

Chico, volante, cabeça-de-área, alto, pegador. Limitado? Com certeza. Mas era alguém! Aumentava a pegada no meio e ajudava na bola aérea. Foi pouco aproveitado, foi inconstante quando entrou, mas era alguém!

Além de Fernandão e Chico, estaria propenso a segurar Carmona no elenco nem que fosse para dar uma derradeira chance. Ele é tão pior assim que Felipe? No mais, concordo com os afastamentos.

Belluzzo arrombou os cofres do Palmeiras? Sim. Mas gastou com Valdívia, Kleber, Muricy, Diego Souza, Vagner Love. Por que não deu certo? A defesa era ruim? Não havia reposição? Boicote do elenco? Sei lá, escolham uma desculpa aí.

Tirone herdou o clube falido e, na sua única manobra mais ousada, foi traído pelo acaso. Ah, Wesley...que hora para se lesionar! Em seguida, eliminação para o Guarani. Pronto. Caos.

E no meio do turbilhão, sobrou voltar os olhos para a política do "bom e barato" - também conhecida como "peloamordedeus dê certo" - foi a única saída para buscar controlar a crise. 

Vale lembrar que o time do Palmeiras continua competitivo. Contudo, o elenco está perigosamente fragilizado, principalmente o meio-campo. Sem grandes opções, só resta aguardar o início do Brasileirão, a vinda de mais um ou outro reforço e ver quais surpresas esses jogadores preparam para a torcida.

(Em tempo: Mantenho o palpite. Palmeiras, mesmo com forte tendência a ficar na zona intermediária, vai brigar por uma vaga na Libertadores)









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