segunda-feira, 12 de maio de 2014

Bat-Corinthians

Terceiro colocado do Brasileirão com 8 pontos, em 12 disputados. Duas vitórias e dois empates. Boa campanha, considerando-se que o líder está apenas dois pontos à frente. Para manter-se favorito ao título e ao G-4, Mano Menezes aposta em uma tática muito simples, tão eficaz quanto perigosa: o amorcegamento.

O time fica lá atrás, esperando. Acadelado no seu campo de defesa à espera do adversário. Ele vem. O Corinthians arma seu ferrolho, rouba a bola e sai para o contra-ataque. Se não encaixar, paciência. Roda a bola um punhado de vezes até que alguém tenha um insight sobre como criar uma jogada capaz de levar perigo ao outro time.

Contudo, se com Jadson a criação já não é lá essas coisas, sem fica pior ainda. Mano Menezes abraça seu pragmatismo ainda que custe seu cargo. O desempenho do time no Majestoso de domingo foi um retrato do dérbi contra o Palmeiras no início do ano.

A equipe simplesmente não consegue sair para o ataque com desenvoltura. Parece preso por alguma força cósmica. Lá atrás, fica se fingindo de morto para enganar o coveiro. Foi o que deu certo e errado no clássico de ontem.

O São Paulo dominou boa parte da partida. Entretanto, houve momentos em que o Corinthians conseguiu acertar bons contra-ataques e pensar as tramas ofensivas com um traço de esperteza. Foi assim que saiu o gol no início do segundo tempo.

Porém, aí vem o principal defeito do time, reflexo de seu treinador. A vocação defensiva é tamanha que passou a acreditar na vitória parcial. Após o gol, o Timão absteve-se de atacar e, como um imã, atraiu o Tricolor para seu campo.

Sem sucesso nos contra-ataques, foi engolido pelo volume de jogo tricolor em que pese o bom trabalho do sistema defensivo. Só que o amorcegamento em turno integral tem um preço. Exige concentração e competência em grau máximo. Num vacilo desses, Ganso achou Luis Fabiano na área, Cássio demorou a sair, Cléber não quebrou a bola acreditando que o goleiro chegaria e o resto é história: carrinho do atacante e o empate no placar.

O meio-campo obreiro e obediente do Corinthians credencia o time ao G-4. Com a chegada do motor Elias, a transição tende a ganhar velocidade e, sobretudo, objetividade. Vai seguir favorito, claro. No entanto, é preciso que Mano e Corinthians encerrem a incessante vontade de empatar jogos, pior vilão do amorcegamento nos pontos corridos.


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