quinta-feira, 26 de julho de 2012

Avenida Tricolor

Tal como a novela das 8 - e não vem ao caso discutir se começa as 9 ou seja lá que horário - o São Paulo vive uma fase dramática. O folhetim tricolor retrata um clube gerenciado por um folclórico presidente sedento pelo poder e por títulos, porém sofre para controlar a crise que assola sua Instituição. Recheada de drama, intrigas e uma comédia com uma pitada de pastelão, nessa novela só há vilões.

Há quatro anos sem título e fora da Libertadores desde 2011, os últimos dois anos do São Paulo foram patéticos. Nem reformulação no elenco, tampouco as sucessivas demissões de treinadores foram capazes de orientar o time a retornar ao caminho das glórias.

A partir daí é possível identificar que o primeiro grande vilão da história é a diretoria. Adeus, planejamento! Adeus, clube diferenciado! Daqui para frente é tudo para ontem.  

Não bastasse amargar o jejum de conquistas, teve que engolir a seco as conquistas dos rivais ainda no primeiro semestre de 2012. 

Então, entra em ação a torcida, claramente dividida entre organizados e "comuns", protesta, cobra, esperneia. Com justiça. Entretanto, sua atitude não é bem digerida pelo elenco, que responde mal após as críticas disparadas das arquibancadas. 

Só que o elenco, embora interessante no papel, não é capaz de formar um conjunto minimamente respeitável, o que gera a insatisfação dos líderes do elenco. Em especial, Luis Fabiano. A união entre a frustração por um time capenga e a pressão da torcida faz com que Luis Fabiano consiga se tornar cada vez mais ídolo e, na mesma proporção, odiado.

Contrariado com as críticas - justas, a rigor - o centroavante já deu declarações dissimuladas quanto a sua permanência no Morumbi. Postura dúbia de quem é idolatrado, faz juras de amor ao clube, luta, deixa a alma em campo - o que, até aqui, não devia ser mais do que obrigação - mas não aceita estar no mesmo barco dos demais. 

Em meio a tudo isso, as partidas. Reina a instabilidade no plano tático e a irregularidade no aproveitamento. 4-4-2, 3-5-2, 4-3-3, independente da formação padrão ou de quem está à beira do campo algo parece conspirar contra o São Paulo que insiste em cometer erros crassos de posicionamento, de fundamentos básicos e ter sérios déficits de atenção, na zaga principalmente.

Tais deficiências dão margem à comédia. Afinal, os rivais sempre podem esperar uma agradável surpresa vindo dos subalternos de Juvenal. 

Não deixa mentir a derrota por 4 a 3 para o lanterna do campeonato. Por certo, o placar mascara o que foi a partida. Decorridos 45 minutos, a partida já estava liquidada. Os dois gols paulistas na segunda etapa criam uma ilusória impressão de raça e disposição inexistentes em grande parte desse grupo de jogadores.

É possível contar nos dedos quem se desdobra para tornar a Avenida Tricolor algo mais agradável, contudo, a falta de colaboração profissional dentro de um esporte essencialmente passional faz com que todos sejam taxados como vilões. 

Só que, como toda novela, sempre rola aquele final meio sem-graça, manjado. O grupo se une, mobiliza torcedores, faz uns bons joguinhos aqui outros ali, cria aquela expectativa. Aí acaba em 5º ou 8º só para, no ano seguinte, repetir o ciclo.









Um comentário:

  1. Avenida Cortez...faz tudo errado..
    não marca ninguém,parece um boneco de pano chutando

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