sexta-feira, 28 de março de 2014

Visita à academia

Ninguém entrou em campo mais pressionado que o Palmeiras. Após deleitar-se com as eliminações de Corinthians e São Paulo, viu o Santos atropelar a Ponte Preta e precisava a todo custo evitar uma decepção retumbante em pleno centenário. Deu-se que nos protocolares 90 minutos que correram contra o Bragantino, o Verdão cumpriu a contento e com louvor sua missão, despachou a Massa Bruta com um seguro 2 a 0 e mira uma final eletrizante com o Santos, tal como nos tempos de Academia.

O Santos de Pelé tinha rivais pontuais nos anos 60 e início da década de 70. Para ficar nos mais badalados, o Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes, e o Palmeiras. A Primeira Academia que já contava com Ademir da Guia, o Divino, Dudu, Djalma Santos e por aí vai. Portanto, aqui em São Paulo, se havia uma equipe que conseguia medir forças com o melhor time do Estado, era o Palmeiras.

Não restam dúvidas que o Peixe é o melhor time de SP. Nem mesmo Damião conseguiu engessar as engrenagens de uma equipe rápida, envolvente e bem compactada quando atacada. Garotos como Alan Santos e Alisson contam com a experiência de um incansável Arouca e de Cícero, que encontrou sua grande fase no Santos. Gabriel não deixa Damião dormir tranquilo na titularidade e é opção quando Thiago Ribeiro não vai vem. Geuvânio já se torna indispensável pelo talento na organização ou finalização das tramas ofensivas. Tudo isso bem azeitado pelo repaginado Osvaldo de Oliveira.

Entretanto, do outro lado está o Palmeiras a carregar o fardo da história, o verde da camisa e um rancor que vai sendo libertado em doses homeopáticas após uma temporada de expiação na Série B. Falta um grande jogo, falta um título, uma demonstração de poder em meio a tanta efervescência emocional. 

Kleina faz um trabalho deveras satisfatório. Classificou muito bem a equipe. Venceu tranquilamente o São Paulo, deu mostras de reação ao empatar com o Corinthians, e perdeu o duelo e a melhor campanha para o Santos quando mais nada importava naquele momento. Valdívia em 2 meses já jogou mais que o ano passado inteiro. Está mais participativo e útil do que nunca. Kardec está em uma fase tão iluminada quanto seu nome. Wesley volta a apresentar regularidade. Ou seja, mais uma vez, só o Palmeiras pode tumultuar a vida do Santos.

Nunca é demais lembrar que o Campeonato Paulista está tão manjado que o Santos deve alcançar sua 6ª final consecutiva. Desde 2009, o Peixe entregou dois troféus ao Corinthians e ficou com outros três. O último campeão antes do monopólio preto e branco foi verde, em 2008. 

A essa altura do campeonato, considerando que todas as surpresas já deram o ar da graça, a final será Santos x Palmeiras, com favoritismo do Santos mas, agora, uma forte tendência de título ao Palmeiras abre-se no horizonte disposta a quebrar tabus, superar zebras, favoritos e lavar sua honra. Em nome da Academia.





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