Eu gosto do Pato. Jovem, rápido, ótimo arremate, experiente. Minha simpatia pelo atacante pode explicada por critérios friamente objetivos, não necessariamente tão pretéritos assim. Ele foi o vice-artilheiro do Corinthians em 2013 com 17 gols. O primeiro? Guerrero, com 18 tentos. Então, calma. A princípio, peguemos leve nas críticas.
Da ascensão meteórica no Internacional às seguidas lesões no Milan, Pato sempre se mostrou um atacante de excelente nível técnico. O estilo meninão de ser e tendo como únicas preocupações táticas correr, puxar contra-ataques, abrir espaços e finalizar fizeram o atacante ter bons momentos e acumular algumas convocações mas, por oscilar demais, jamais se firmou na Seleção.
Assim, surgiu o Corinthians como trampolim para o sucesso de Pato. O Timão precisava de um reforço de impacto na busca pelo bicampeonato da América e o atacante via no clube a chance de voltar a jogar bem e conseguir uma vaga no elenco que disputará a Copa do Mundo.
A euforia deu lugar às críticas. O jeito despreocupado, um tanto displicente, descompromissado de Pato não combinava com o Corinthians. Foi para o banco. Nessa eterna alternância, o desempenho do ataque alvinegro continuava pífio. Mas o alvo fixo das críticas era Pato. Romarinho é isso, Sheik aquilo, mas o Pato...ah, o Pato...
Vá lá que a torcida não quis enxergar o óbvio. Que Pato jamais faria o tipo "vida loca" no campo. Porém, o ápice da crise veio no pênalti batido contra o Grêmio. A maldita cavadinha que eliminou a equipe da Copa do Brasil. Instaurou-se o inferno.
Tite saiu. 2013 acabou. Veio Mano e o promissor 2014. Pato no banco. Lá, quieto. Nesse fim de semana, Mano testa o atacante. Ao seu lado, Sheik. E mais uma atuação discreta. Carimbou a trave, ouviu vaias, saiu para a entrada de Romarinho, mais vaias.
O Paulistão é o campeonato estadual menos pior do país. Mesmo assim tem uns times bizonhos na primeira divisão. Teoricamente, é obrigação ir bem todos os jogos e deixar as atuações mais controversas para os clássicos. Só que o problema do Corinthians está no ataque, não em Pato. Concentrar as críticas é errado, mas cada um que assuma sua responsabilidade.
Se Pato abandonasse só um pouco o estilo pop star e mostrasse algum traço de garra no campo, já aliviaria metade do peso que colocam em suas costas. E sua luta seria sua melhor defesa, independente da (in)competência do meio-campo ou do número de chances criadas. Romarinho ou Pato? Sheik ou Pato? Quem você escolhe? Disposto a se entregar minimamente em prol do time, Pato faria uma dupla explosiva com Guerrero.
Está nas mãos de Pato a escolha. Pode reagir, mostrar ter sangue nas veias ou se contentar a ser um Adriano da vida. Mais um a maltratar o futebol e a viver do nome ou do que foi um dia.
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