quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Guerrero errou

Prefiro interpretar a goleada aplicada pelo Santos sobre o Corinthians por 5 a 1 de outra forma. Exaltar méritos de um time e elencar trocentos erros do adversário não me parece justo o bastante para a construção de um placar que, via de regra, é composto por uma noite atípica de ambos lados. A questão é não se deixar enganar pelas circunstâncias e ser realista quanto à qualidade de cada time.

Até a página dois é possível concordar quando Guerrero afirma que o Corinthians tem o melhor time de São Paulo. Para mim, é um tanto evidente. No papel, o Corinthians tem um bom time, equilibrado e com peças interessantes de reposição. Porém, o atacante faz a ressalva "mas temos de demonstrar no campo". (a matéria tá aqui)

Pato atravessa um momento terrível, Sheik já se procura uma árvore para morrer tranquilo, Romarinho, Douglas e Rodriguinho tem qualidade mas não empolgam como antes. Diego Macedo e Uendel não são laterais fora-de-série. Sobra a soberba. O que no papel é bom precisa de treino, disposição e dedicação para se tornar o melhor no campo.

Eis o segredo do Santos. Um elenco repleto de jovens, um treinador esbanjando motivação e fome. Uma equipe que reconhece sua condição e dela tira sua motivação para superar-se dentro quatro linhas. Bruno Peres é o novo Roberto Carlos? O Geuvânio virou a solução para o lado direito do ataque da seleção depois de nos refrescar a memória quanto ao que era um drible da vaca? Não e não. 

Futebol é para ser jogado e quem decide não é a equipe que tiver mais jogadores renomados. Daí decorre o principal erro de Guerrero no clássico de ontem. Ao receber de Romarinho, achou uma boa ideia fazer uma caminhada com a bola até a área, ganhar um tranco e sofrer um pênalti. Antes tivesse dominado direito para finalizar ou chutado direto, pois o desarme de Gustavo Henrique (puta zagueiro!) foi preciso.

O Corinthians não é o pior, o Santos não é o melhor. Não há motivo para maiores empolgações ou decepções. É um sinal dos deuses do futebol que, invariavelmente, fazem todos os prognósticos errarem.

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