São raros os casos de quem escolhe o time quando já se é garoto. Escolher um time pelo ídolo ou esquadrão da época é bastante incomum hoje em dia. Desde sempre seu pai vai lá, cobre você com o macacão do seu time, ensina a gritar gol e tá feito. Daí você cresce e passa a conhecer a história do clube, os ídolos e assim se completa aquela ligação leal e vitalícia com seu time de coração. Acaso, destino, escolha, não importa, mas torcer para o Palmeiras atualmente é por à prova esse amor a cada jogo.
Em dez anos, dois rebaixamentos. O primeiro, em 2002, três anos após a conquista da América. O segundo, no ano em que o time havia conquistado a Copa do Brasil. E há dez anos o palestrino olha a escalação uma, duas, três, milhares de vezes e, com aquele bipolarismo peculiar a cada torcedor apaixonado, ora se anima, ora desconfia, ora chora. De alegria, tristeza, raiva, inconformismo, tanto faz.
E elenco do Verdão 2014, recém-promovido, terá a ingrata missão de tentar evitar os olhares tortos de sua própria torcida e, para piorar, tentar trazer alguma alegria na temporada do centenário do clube. Por alegria entenda-se título(s). Privilégio ingrato.
A base construída na Série B não é ruim. Está anos-luz de ser excelente, mas tem lá seu valor. Kardec não é o centroavante dos sonhos, mas se mostra confortável nas conclusões. Valdívia, inteiro e disposto a evitar questionamentos pós-jogo, é ótimo. Henrique e Wesley dão forma a um time que, como todos os outros, terão pontos fortes e fracos.
Sem dinheiro para contratações de impacto, chega um modesto pacote de reforços. "Uma lembrancinha". O torcedor abre um sorriso amarelo e começa a fuçar o que tem no pacote à espera de que alguma coisa possa ser minimamente aproveitável. Tem um atacante rápido do Bahia, outro que já teve dias melhores, e outro que nunca viu. Dois zagueiros meio baleados, um lateral, um volante, e, opa, um Bruno César! Valeu, tio Paulo!
Todo mundo sabe que o elenco não é lá essas coisas. Entretanto, agora tem-se a real perspectiva em se ter um time de futebol, no mínimo, competitivo.
Um bom desempenho no Paulistão não quer dizer nada. Porém, dá ânimo. Foram-se apenas duas rodadas, mas não tem como negar que esse time do Palmeiras aí faz uma fumaça. A tensão vai ser posta à prova em breve, com os clássicos e fases decisivas (sim, o Verdão vai chegar lá, é certo). Pode perder nas quartas, semi. Pode não ganhar nada o ano todo. Mas dá fortes indícios que não ver ser saco de pancadas.
Parar de apanhar e começar a bater. Aparentemente o Verdão vai à forra.
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