Todo mundo já ouviu falar sobre futebol americano. Uns optam por entendê-lo como um esporte viril e, digamos, truculento. Isso para fugir da eterna polêmica que seria violento e de alto risco em razão dos choques constantes. Mas quem passou a observá-lo pelo lado da diversão e da paixão ganhou um motivo para sorrir todo final/começo de ano. Quando o futebol com os pés chega ao fim e está prestes a retornar ainda morosamente é o momento quente da NFL e, amanhã, tem logo as duas finais de conferência para apreciarmos sem moderação.
Entre parênteses: por finais, entenda-se que a NFL é composta de duas conferências: a NFC (National Football Conference) e a AFC (American Football Conference) e é o campeão de cada conferência que faz aquele evento chamado Super Bowl, que algum dia você já deve ter ouvido falar. Então, se você quer entender algo além do show do intervalo (esse ano teremos Bruno Mars e Red Hot Chili Peppers) esse é o momento ideal.
Voltando ao que interessa, antes de toda pirotecnia dos incríveis eventos megalomaníacos americanos, as finais de cada conferência reservam doses cavalares de emoção que prometem, desde já, incendiar a história da NFL.
Em primeiro lugar porque a final da AFC vai colocar frente-a-frente não somente as duas melhores campanhas, mas dois dos melhores quarterbacks dos últimos tempos. O Denver Broncos, de Peyton Manning, contra o New England Patriots, de Tom Brady (isso, o marido da Gisele B.).
O duelo ganha destaque pela rivalidade entre os lançadores. Vantagem esmagadora para Brady, que venceu 10 vezes, sendo duas em playoffs, ao passo que Manning detém apenas 4 triunfos, um em partidas válidas pela pós-temporada. (dados da ESPN, aqui)
Peyton Manning, campeão do Super Bowl XLI, ostenta uma traiçoeira fama de pipoqueiro nas fases decisivas. Os números não mentem, são 10 vitórias contra 11 derrotas (uma em Super Bowl). Porém, em sua segunda temporada após ter retornado de uma grave lesão, Manning tem em suas mãos a chance de rebater as críticas e igualar o feito de seu irmão Eli, QB dos Giants, que venceu dois Super Bowls.
No entanto, do outro lado terá um dos QBs mais cirúrgicos e talentosos da liga. Brady não é apenas o marido da modelo brasileira. Tem em seu currículo 3 títulos em 5 Super Bowls disputados, ora! Isso dispensa qualquer comentário. Curiosamente, suas duas derrotas vieram das mãos de Eli Manning.
Vai ser uma partida francamente decidida no ataque e em quem cometer menos erros. Entendo que análises defensivas ficam em segundo plano diante de equipes claramente de vocação ofensiva. Os Broncos montaram uma linha ofensiva explosiva com Manning no comando. Wes Welker (ex-Patriots), Demaryius Thomas e Eric Decker são seus principais alvos e abrem um leque de preocupações no adversário. Pelo lado de New England, Brady reconstruiu o ataque dos Patriots com Edelman e Amendola, além de explorar as corridas de Blount.
Fica claro o favoritismo dos veteranos e deixa no ar a sensação de que o campeão sairá do vencedor da AFC.
Só que do outro lado, pela NFC, haverá uma eletrizante final que envolve dois jovens quarterbacks prontos para estragar a festa dos consagrados veteranos. Seattle Seahawks, de Russell Wilson, contra o San Francisco 49ers, de Colin Kaepernick.
Ano passado ambos foram destaque em suas equipes. Enquanto Kaepernick assumiu a titularidade dos 49ers e levou à equipe ao Super Bowl passado (perdeu para o Baltimore Ravens), Wilson levou o prêmio de melhor calouro do ano. Ou seja, essa final também se mostra imprevisível dado o talento e versatilidade de seus líderes.
Para apimentar a final, os técnicos de cada time eram rivais desde os tempos de College Football!
Aparentemente, os 49ers apresentam uma defesa mais sólida e uma equipe mais experiente. Kaepernick explora muito bem seu jogo corrido e conta com ótima fase de Anquan Boldin, Crabtree e Vernon Davis. Tanto que mesmo tendo feita apenas a 5ª melhor campanha, despachou Green Bay Packers e Carolina Panthers.
Wilson ganhou folga na primeira rodada dos playoffs e quando entrou em campo mandou Drew Brees e o New Orleans Saints de volta para casa. O ataque dos Seahawks empolga e conta com Baldwin, Harvin, Golden Tate e o rápido Marshawn Lynch.
Em suma, vão ser dois jogões que farão um autêntico esquenta do Super Bowl. E nesse pega-pra-capar todo meu palpite é Broncos x 49ers.
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