terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Surge um novo ídolo

Ele não é atacante. Nem meia armador. Tampouco um marcador implacável. Meu novo ídolo é o ex-treinador de futebol mais pacato do universo: Oswaldo de Oliveira.

Tranquilo. Calmo. Pacato. Adjetivos não faltam para definir Oswaldinho. As passagens por Corinthians, São Paulo e Santos deixaram no torcedor paulista a imagem de um treinador apático. Vê-lo à beira do campo era invariavelmente desesperador. E as coletivas pós-jogo? Uma serenidade irritante independente do resultado.

Depois de colocar o Botafogo na rota da América, Oswaldo de Oliveira retorna ao Peixe e logo nas primeiras rodadas do Paulistão abandonou seu lado contido para se permitir extravasar e ser algo além de um ser humano. Mostrou-se capaz de reagir ao que se passa no campo e a compreender melhor a paixão das arquibancadas.

Ao mandar uma banana aos próprios adeptos e erguer o dedo médio ao adversário, Oswaldo de Oliveira, ao meu ver, dá seu recado: "Vai ser do meu jeito". Quem quiser espernear, vaiar, reclamar, que o faça. Porém, vai ser do jeito do cara. 

Por outro lado, convenhamos, é início de temporada, de trabalho e um pouco de apoio vai bem, obrigado. É justamente esse estouro de miolos nesse momento que tanto chama a atenção.

À parte questões desportivas, fair play ou a falta de educação propriamente dita, todo mundo sabe que profissional do futebol é o melhor quando ganha e o pior quando perde devendo sempre relevar os gritos das arquibancadas.

O ponto aqui é que Oswaldo está mudado! Tem alguma coisa nesse cara! Não é rabugento como Muricy, não é carrancudo igual o Mano e não faz o tipo boa-praça de Kleina. Vai saber que motivação foi essa, que remedinho mágico ele tá tomando, e também não importa. Tudo indica que Oswaldo volta a São Paulo disposto a fazer com que os torcedores mudem de ponto de vista a respeito dele.

A rigor, Oswaldo não é um técnico ruim. Não é dos melhores, concordo. Mas é experiente e parece ter trazido uma boa bagagem do Japão, onde ficou por 4 anos. Basta ver o que fez com o Botafogo (com o Botafogo, caramba!) ano passado. Campeão estadual, vinha bem no Brasileirão, caiu um pouco é verdade, Seedorf colaborou demais, e terminou na zona da Libertadores, isso é um trabalho muito interessante!

Nesta temporada, Oswaldo terá um elenco parecido com o do Botafogo. Sem um Seedorf, o Santos terá um punhado de jovens promissores no elenco, jogadores experientes em posições pontuais para repartir a responsabilidade e Leandro Damião no ataque. É possível realizar boas campanhas nos campeonatos a disputar, embora eu considere arriscado ter tantos garotos no elenco.

Diante de tantas interrogações, Oswaldo chega para ser a exclamação. Vai dar personalidade ao grupo e não importa o que aconteça, vai ser do jeito dele.

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