sexta-feira, 25 de abril de 2014

Oitavas-de-final da Libertadores-14 parte I

O calendário dividiu as oitavas-de-final em três semanas. Assim, os confrontos de volta serão disputados semana que vem. Dessas pendências, deixo meu pitaco. No entanto, já se conhece um duelo de quartas-de-final.


NACIONAL 1 x 0 VÉLEZ SARSFIELD - A melhor campanha da Libertadores foi castigada aos 41 minutos do segundo tempo quando nada mais se esperava do jogo. O embate entre paraguaios e argentinos parecia fadado ao 0 a 0 graças ao mal súbito que acometeu os avantes de modo a impedir finalizações decentes. Embora o Vélez não tenha se apresentado de todo mal - Pratto principalmente já que carimbava cada movimentação ofensiva - surpreendeu a disposição e a insistência do Nacional, premiado com a vitória. O protocolo indica que é um resultado reversível e que o Vélez acordará para a vida e seguirá na Copa. No entanto, ano passado o mesmo Vélez tinha pela frente uma tal Ponte Preta em casa e uma vitória simples lhe bastava. O resto é história.

Palpite: Vélez Sarsfield.


ARSENAL DE SARANDÍ 0 x 0 UNIÓN ESPAÑOLA - Em casa, o tinhoso Arsenal de Sarandí não conseguiu superar a mais tinhosa ainda Unión Española. O placar persistiu no zero a zero e abre uma cortina cinzenta para a partida de volta no Chile. Sabemos bem do que os comandados de Sierra podem fazer. (certo, Botafogo?). Contudo, luta e entrega não faltarão para quem tem Martín Palermo na casamata.

Palpite: Arsenal.


ATLÉTICO NACIONAL 1 x 0 ATLÉTICO MINEIRO - Foi uma aula de Libertadores por parte dos colombianos. E outra de como não se portar no torneio pelo lado brasileiro. O Galo ficou encurralado por 90 intermináveis minutos recusando-se veementemente a explorar o lado de lá do campo. Autuori conseguiu a proeza de castrar uma equipe cuja principal virtude era a vocação ofensiva. No primeiro tempo, à exceção de um tiro de Tardelli, disparado do bico na pequena área cuja trajetória caprichosamente atravessou a boca do gol e saiu perigosamente, o Galo limitou-se em se defender. A segunda etapa foi totalmente cafetera. Victor terminou a partida com 3 milagres e 187 intervenções importantes. Quando Autuori achou uma boa ideia mudar o time, promoveu as entradas de Guilherme e Marion. Aliás, este no 40º minuto obrigou o goleiro colombiano a também mostrar serviço e salvar o tento injusto que se desenhava. E justamente quando o Galo melhorou um pouco, Cárdenas costurou pela direta, trouxe para a canhota e, de fora da área, soltou o pé para vencer Victor no apagar das luzes.

Esse time do Atlético é bom. É encardido. Chato. Tem força, presença ofensiva, mas pecam demais na hora de finalizar. Evidente que o Atlético Mineiro tem totais condições de reverter. Porém, precisa reagir, lembrar que joga uma Libertadores! A apresentação dessa partida liga o sinal amarelo por lá. Preocupa porque expõe como o trabalho de Cuca parece ter regredido com a filosofia de cadenciar o jogo com Autuori*. O Galo esteve simplesmente catatônico e terá pela frente um time que, bem ou mal, também sabe agredir.

Palpite: Atlético Nacional
*Obs: O Galo agiu rápido. Demitiu Autuori e anunciou Levir Culpi para seu lugar. Ou seja, se não classificar, já estará ameaçado.


THE STRONGEST 2 x 0 DEFENSOR - Essa fase do futebol boliviano surpreende. Estão a explorar como nunca o fator altitude. O lance é que o jogo de volta é no Uruguai. E o Defensor deu algumas demonstrações de que, dentro das CNTP, é um time casca grossa. Os meninos De Arrascaeta e Gedoz são capazes de infernizar até monges tibetanos. A parada é dura, mas estamos na Libertadores, ora!

Palpite: Defensor


SAN LORENZO 1 x 0 GRÊMIO - A banda do Papa está em festa! Pelo visto, a reza forte do Sumo Pontífice rende frutos! Em um jogo bem disputado dentro do padrão Libertadores, o Ciclón larga na frente. Apesar de toda entrega e disciplina, o Grêmio não conseguiu superar a barreira divina que revestia os argentinos. Tanto é verdade que Barcos conseguiu até desperdiçar um tiro livre indireto. Isso. Falta dentro da pequena área, barreira na risca do gol e o Pirata isolou a bola bizarramente. Foi a primeira derrota dos gaúchos na Libertadores e veio no pior momento possível. Após nadar de braçada na primeira fase, o Grêmio se choca feio contra a parede e se vê obrigado a vencer. Sem contar que se sofrer gols terá que ganhar por 2 gols de diferença. Dá pra passar? Dá. Mas não sei não. O Papa não está para brincadeira.

Palpite: San Lorenzo


CRUZEIRO 1 x 1 CERRO PORTEÑO - Um belo time. Um belo esquadrão. Não, não se trata do simpático Juventus. É o estrelado Cruzeiro. Cheio de jogadores, opções, alternativas e bipolaridade quando adentra gramados latinos em busca de sua terceira taça. Depois uma conturbada fase de grupos, a Raposa recebia o velho Cerro Porteño no Mineirão disposta a não mais repetir as oscilações dos últimos jogos. Bem que tentou, mas não resistiu e caiu na velha tentação de brincar de gato e rato. Romero então resolveu apimentar a brincadeira e abriu o placar para os paraguaios. Dali até os 47 do segundo tempo viu-se o Cruzeiro a pressionar e o Cerro a defender-se como podia e não podia. Pois no 3º minuto de acréscimo, quando a única tática existente era a do "chutão para área e seja o que deus quiser" a bola se oferece para Samudio. A redonda caprichosamente passa pelo meio das pernas de um defensor antes de estufar as redes e empatar o jogo.

Sejamos francos: é um gol que não muda absolutamente nada na vida do Cruzeiro. Se perde por 1 a 0, jogaria para vencer, com a obrigação de anotar pelo menos um gol. E tal obrigação ainda persiste já que o empate por 0 a 0 classifica o Cerro. Enfim, esse time paraguaio não é bobo, mas também não me parece lá muito esperto.

Palpite: Cruzeiro.


LANÚS  x SANTOS LAGUNA - Primeiro jogo: Lanús 2-1 Santos Laguna. Segundo jogo: Santos Laguna 0-2 Lanús. Argentinos sobraram nas oitavas e despacharam o último mexicano intruso na América do Sul. O Lanús é uma equipe em franca ascensão. Após um mau início, recuperou-se, terminou em segundo no grupo e eliminou com relativa tranquilidade a terceira melhor campanha geral. Os mexicanos caíram demais nos últimos jogos e pagaram com a classificação. Sob comando de Schelotto, o Lanús papou a Sul-Americana ano passado e sonha forte com La Copa.

LEÓN x BOLÍVAR - Primeiro jogo no México: 2-2. Volta: 1-1. Ou seja, Bolívar nas quartas-de-final. Incrível o desempenho dos bolivianos nesta Libertadores. Sempre fadados a somar uns 4 pontos quando muito e graças à altitude, eles entraram forte nessa edição da Liberta. O Bolívar encaminhou sua classificação ao trazer um empate por 2 a 2 no México. Em casa, mesmo tendo saído atrás no placar, foi buscar a classificação destinada a ser sua. É um time bem engraçadinho no ataque, embora o meio campo deixe alguns latifúndios a serem explorados. 

Duelo das quartas: Lanús x Bolívar.







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