quarta-feira, 2 de abril de 2014

Vejamos no jogo de volta

Como se esperava, os duelos válidos pelas quartas-de-final da Champions League geraram certo ouriçamento graças às camisas envolvidas nos embates. Pra variar, algumas surpresas. Umas esperadas, outras nem tanto, mas tudo dentro de um senso comum protocolar que pondera com ar filosofal: "vejamos no jogo de volta...".

Iniciemos com quem fez o favor de estragar parte da graça em seu duelo. Tinha que ser o Real Madrid de novo! Para chegar à semi-final pela 4ª temporada seguida tinha pela frente o Borussia Dortmund, seu algoz ano passado. A vingança tardou mas não falhou. No Santiago Bernabéu, os merengues enfiaram 3 a 0 nos alemães, gols de Bale, Isco e, ele, Cristiano Ronaldo. Classificação encaminhada e justa. O Real está jogando muito bem, CR7 e Bale atravessam grande fase, e o Borussia perdeu algumas peças que o impedem de ser aquele time baderneiro da temporada passada.

Agora os três jogos que ainda tem traços de emoção à mostra.

A França não vê o título desde o controverso triunfo do Olympique de Marseille em 93. Sendo assim, a pressão sob os ombros do Paris Saint-Germain era proporcional à injeção financeira aplicada na equipe nas últimas temporadas. O adversário também era um nobre endinheirado, o Chelsea. Pois os franceses mostraram a que vieram e venceram por 3 a 1. Lavezzi, David Luiz (contra) e Pastore mantém o sonho da Champions vivo pelos lados da Cidade Luz. Hazard descontou para os ingleses. Graças a este tento fora de casa, os blues precisam de uma vitória por 2 gols para avançar. Possível. Pois o PSG perdeu Ibrahimovic por contusão. E principalmente por contar com Mourinho no banco. 

Premiado com o Bayern de Munique, o Manchester United precisava mostrar um futebol que ainda não mostrou nesta temporada. Em Old Trafford, os ingleses foram dominados pela tortura alemã comandada por Pep Guardiola, porém não saíram em completo prejuízo. O empate por 1 a 1 deixa o Bayern confortável para seguir com sua cartilha de como se dominar uma partida e sufocar o adversário a seu bel prazer. Entretanto, há de se considerar que do outro lado temos um Manchester United com orgulho ferido e em busca de alguma redenção neste final de temporada. 

Por fim, o duelo espanhol entre Barcelona e Atlético de Madrid. Quem queria ver Messi e Diego Costa teve que se contentar com Neymar e Diego-que-não-é-o-Costa. Os ex-Meninos da Vila roubaram a cena no clássico ao anotar os gols do confronto. Em que pese a dominância de praxe da parte catalã, foram os colchoneros quem abriram o placar com o meia predestinado. Com a contusão de Diego Costa, Diego saiu do banco para disparar um tirambaço do meio da rua direto na gaveta de Pinto, calando o Camp Nou. Daí o que dominância virou pressão propriamente dita. Messi, discreto, viu Iniesta furar o ferrolho dos visitantes e encontrar Neymar entrando em diagonal pela esquerda para fuzilar Courtois. Após a igualdade, o goleiro belga ainda protagonizou uma série de grandes intervenções. E foi isso. Atlético foi bem, tem sido um adversário duríssimo e joga pelo 0 a 0 em seus domínios mas possivelmente sem Diego Costa. O Barça tem o super-trunfo Messi, Neymar, Iniesta, e tudo aquilo que sabemos de cor e salteado. Na torcida pelos colchoneros, embora a classificação do Barça seja a aposta mais certeira.


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