quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Uma Joia de menino

Eu me rendo. O Neymar é craque. Claro que está em um patamar inferior a outros tantos craques que atuam no futebol europeu. Tem muito a evoluir e, finalmente, poder ser comparado a tais astros. Mas é craque. A forma como carrega sozinho um enfraquecido Santos reflete quanto seu futebol transcende seus limitados adversários. Entretanto, apesar de craque, ainda se trata de uma jovem realidade de 20 anos e a forma como exploram seu potencial cada vez mais me parece um tanto imprudente. 

Dono de vencimentos estratosféricos, fruto da engenharia financeira santista aliada à parcerias e trocentos contratos de patrocínio, Neymar virou sinônimo de negócio. Aquele cabelo ridículo, o sorriso pronto, o jeitão moleque e descolado caíram no gosto do Brasil de tal forma que a credibilidade do produto só de estar ao lado do cara que faz aqueles malabarismos todos com a bola aumenta exponencialmente.

Para justificar tanto investimento, a "Joia" divide seu preciso tempo em treino, gravações de comercial, aparições aqui e acolá. Enfim, faz o diabo dentro e fora das quatro linhas. Descanso? Nem pensar. Senão aquele trocadinho maroto não pinga fim do mês.

Daí vem a Seleção e toma o menino emprestado. Quebra as pernas do Santos que vendeu a alma ao diabo para manter o garoto aqui, bota uma pressão infernal em seus ombros para que ele repita o mesmo nível das atuações com a camisa do Peixe, desgasta o atleta e devolve às vésperas de mais uma rodada do Brasileirão na qual Neymar terá que entrar e corresponder.

Se na Seleção Neymar nem sempre vai bem - ganhando algum destaque somente contra adversários de médios para ruins - no Santos ele é o cara e não tem conversa. Porém, é visível o cansaço que se percebe no garoto. A cada pique, a cada gol, viagem, amistoso, jogo oficial, comercial, o que for, dá pra sentir as mãos impiedosas de quem guia a carreira do garoto com mãos de ferro.

Fato é que cedo ou tarde o corpo do menino vai responder. Uma lesãozinha leve para ganhar umas duas semanas de descanso ou algo mais grave, que o prejudique por um ou dois meses. O pato será pago pelo Santos, evidente. Mas, caso isso aconteça (tomara que não), o que fazer com a parcela de culpa por tudo que cerca o atleta?

Passou da hora do Santos ser mais diligente com seu patrimônio, da Seleção em preservar Neymar de jogos caça-níquel e testá-lo em partidas que realmente o farão evoluir e ser a referência que precisamos e do próprio Neymar em compreender que precisa adequar melhor seus afazeres comerciais para simplesmente se permitir um merecido descanso.

Um comentário:

  1. Gabriel,

    Hoje ele foi a diferença, ele fez a diferença.

    O cara é craque e ponto final. Mas concorcondo com vc em relação a ele ainda não estar no patamar de outros, mas é só questão de tempo.

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